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Pecuária orgânica é oportunidade pós-pandemia

Na pecuária orgânica, devem ser utilizadas práticas zootécnicas que maximizem o bem-estar animal, a qualidade do produto e o retorno econômico

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Atividade ainda incipiente no País, a pecuária orgânica é viável e representa uma oportunidade de mercado no período pós-pandemia do novo coronavírus. É o que mostram os resultados de estudos apresentados pelo pesquisador João Paulo Soares, da Embrapa Cerrados, em palestra apresentada no dia 20 de julho no I Encontro On-line do Grupo de Estudo em Produção Animal Sustentável (GOPAS) “Zootecnia e Sustentabilidade: novos caminhos para a produção animal”, promovido pela Universidade Estadual do Piauí.

Segundo Soares, com o início da pandemia, em março deste ano, houve aumento no interesse e na procura por trabalhos científicos e atividades de produtores e feiras orgânicos e por produtos orgânicos nos supermercados. “Nessa perspectiva, vemos a possibilidade de uma grande oportunidade, tanto para zootecnistas, agrônomos, veterinários e empresas, de ter no mercado de produção orgânica vegetal e animal uma grande demanda no futuro”, disse, acrescentando que não será necessário abrir novas áreas agrícolas.

Apesar de ainda pouco representativo em comparação com o mercado convencional, o mercado de produtos orgânicos certificados no Brasil, que em 2013 movimentou 688 milhões de euros e atualmente conta com cerca de 21 mil produtores (a maioria agricultores familiares), cresceu anualmente 14,5% em média entre 2014 e 2017, sendo que na pecuária orgânica o crescimento anual é estimado em 20 a 30%, de acordo com o Forschungsinstitut für biologischen Landbau (FiBL – Instituto de Pesquisa em Agricultura Orgânica), da Suíça, e com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao citar dados de produção de leite, ovos e carne orgânicos no País, o pesquisador mostrou como os números, apesar do crescimento expressivo ao longo dos anos, ainda são ínfimos perto do total nacional da produção animal. “Precisamos ter soluções de inovação para o desenvolvimento da produção”, comentou.

Ele apresentou aspectos da normatização para a conversão dos sistemas convencionais em orgânicos e o sistema de certificação no Brasil, que contempla três diferentes modalidades – Certificação por Auditoria (utilizado pela maioria dos produtores), Controle Social na Venda Direta e Sistema Participativo de Garantia (em crescimento).

Para diferenciar agroecologia de sistemas orgânicos, Soares lembrou que a primeira é uma ciência que estuda práticas, processos e métodos para produção sustentável, enquanto os segundos são sistemas de produção nos quais as práticas e os processos agroecológicos podem ser utilizados. O pesquisador destacou o conceito utilizado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) sobre os sistemas orgânicos, que são holísticos e promovem e estimulam a saúde do ecossistema, estando aliados a determinadas práticas de manejo (uso de insumos da propriedade, práticas agronômicas, métodos mecânicos e biológicos em detrimento do uso de materiais sintéticos) e ao mercado justo.

Na pecuária orgânica, devem ser utilizadas práticas zootécnicas que maximizem o bem-estar animal, a qualidade do produto e o retorno econômico. Também devem ser utilizados animais cujos genótipos sejam adaptados aos sistemas não intensivos ou semi-intensivos. Nesse tipo de sistema, não são permitidos agroquímicos, hormônios sintéticos nem organismos geneticamente modificados.

Para abordar avanços e tecnologias para sistemas orgânicos de produção animal, Soares mostrou resultados de algumas pesquisas realizados nos últimos 20 anos pela Embrapa. Ele citou um estudo com biofertilizantes e condicionadores de solo no manejo de pastagens, que apresentaram desempenho semelhante ao do manejo convencional quanto à produção de matéria seca, além de comprovar o efeito positivo no uso de adubos verdes.

Outra pesquisa avaliou o uso do banco de proteína com leguminosa (Estilosantes bela), que permitiu a redução do consumo de silagem por vacas leiteiras na época seca, permitindo economia ao produtor. Em um estudo sobre controle sanitário estratégico, o uso de insumos alternativos como óleo de nim a 1% e medicamento homeopático sulphur 6H permitiu a redução do número de ectoparasitos em bovinos. Já uma avaliação do manejo orgânico em caprinos em comparação ao manejo convencional para reprodução, o controle de ecto e endoparasitas e controle sanitário e preventivo contra mastite apontou resultados semelhantes nas taxas de prenhez, na produção e na composição do leite, nos parâmetros sanguíneos das cabras no período da lactação, bem como na eficácia para controle do número de ovos de parasitos por grama de fezes.

O pesquisador também detalhou o estudo com sistema agrossilvipastoril de produção de leite orgânico na Unidade de Pesquisa Participativa em Produção Orgânica (UPPO), área de 1,1 ha instalada na Agrobrasília, no Distrito Federal. O sistema integra forrageiras, mandioca, eucalipto, árvores nativas, maracujá doce e milho para silagem. O solo recebeu correção e adubação orgânica e adubos verdes (leguminosas). Soares explicou o manejo do pastejo de novilhas leiteiras em recria e mostrou os dados de produção das forrageiras, do milho e da mandioca, do crescimento do eucalipto e do ganho médio diário em peso das novilhas, cerca de 600 g na média das raças utilizadas.

Soares reafirmou que os sistemas orgânicos de produção animal são técnica e economicamente viáveis, desde que os diversos arranjos produtivos possíveis estejam equilibrados, havendo maior preocupação com o meio ambiente, maior bem estar animal e ausência de resíduos. Por outro lado, há alguns limitantes, como a necessidade de áreas de produção de forragem na propriedade, já que o confinamento não é permitido pela legislação. Além disso, os animais podem ser suplementados com concentrado ou suplementos não orgânicos, em apenas 15% para ruminantes e 20% para monogástricos, da matéria seca total ingerida por dia adquirida fora da propriedade. Apesar de demandarem menos investimentos e custeio, esses sistemas requerem mais mão de obra.

Segundo o pesquisador, os produtos orgânicos têm como mercado preferencial o de produtos frescos em âmbito local e regional. Nesse sentido, ele destacou a oportunidade para produtores de começarem a trabalhar ou fazerem a conversão para a produção orgânica, uma vez que os produtos têm maior valor agregado e, se processados, podem alcançar mercados mais distantes e rentáveis. “É uma oportunidade no pós-pandemia porque vai se buscar qualquer tipo de alimento com qualidade”, observou, explicando que a pequena propriedade é mais ajustada para os sistemas orgânicos.

Ao final da apresentação, ele apontou dois marcos recentes e importantes para a produção orgânica no País: o lançamento do Programa Nacional de Bioinsumos, que disponibilizará um catálogo com diversos bioinsumos registrados  no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e a implantação do Instituto Brasil Orgânico, que busca promover o movimento orgânico brasileiro e envolver os diversos atores e segmentos para definir estratégias e tornar acessíveis sistemas produtivos e de oferta e comercialização de produtos.

Fonte: Embrapa Cerrados

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Rio Grande do Sul é o quinto maior exportador brasileiro de produtos para países islâmicos

Entre os produtos exportados, se destacam carne de frango (como líder), trigo, soja, arroz, óleo de soja e milho. A Arábia Saudita foi o principal destino, seguida por Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Irã e Bangladesh.

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Foto: Arquivo/OP Rural

O Rio Grande do Sul se destaca como o quinto maior exportador brasileiro de produtos destinados aos países islâmicos. Segundo dados apresentados na última terça-feira (23) durante o seminário “Como o halal impulsionará a internacionalização da sua marca” pelo gerente de Inteligência de Mercado da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Marcus Vinícius, os produtores gaúchos alcançaram um total de US$ 2 bilhões em exportações para essas nações.

Entre os produtos exportados, se destacam carne de frango (como líder), trigo, soja, arroz, óleo de soja e milho. A Arábia Saudita foi o principal destino, seguida por Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Irã e Bangladesh.

O seminário é uma das iniciativas do Projeto Halal do Brasil, parceria da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), para promover a venda de produtos brasileiros halal, que são aqueles feitos conforme as regras do Islã, para mercados muçulmanos, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Marrocos, Argélia, Catar, Bahrein, Kuwait, Malásia e Indonésia.

Vinícius, a gerente de Projetos Internacionais da Câmara Árabe, Fernanda Dantas, e o executivo comercial da Câmara Árabe, Filipe Ferraz, estiveram na sede da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre para apresentar o seminário e as oportunidades de exportação de de alimentos e bebidas halal.

Ainda de acordo com os dados apresentados no encontro, a população nos países islâmicos cresce a uma taxa quase três vezes maior do que a global, e, até 2027, representará um mercado consumidor de mais de US$ 1,8 trilhão. Mesmo sem ser um país de maioria muçulmana, o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de proteína halal.

Exportar para islâmicos requer certificação
Também participaram do encontro a Mel Barrufi, empresa que já tem certificação halal e promoveu uma degustação dos seus produtos, e a certificadora CDIAL Halal. A companhia é uma das habilitadas a analisar e, então, certificar, se uma companhia está apta a produzir e exportar produtos halal. Secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, Ernani Polo também esteve no seminário.

Outras iniciativas do Projeto Halal do Brasil são a participação em feiras internacionais com empresas brasileiras e a capacitação de companhias de alimentos e bebidas interessadas em vender para o mercado muçulmano. O próximo seminário deverá ser realizado no Paraná, ainda no primeiro semestre deste ano. No segundo semestre, o Nordeste receberá um road show do Projeto Halal.

Fonte: ANBA
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Rio Grande do Sul articula apoio técnico de agência especializada da ONU para plano de produção de alimentos

Planejamento seria focado em sustentabilidade ambiental e resiliência climática na agricultura gaúcha, à luz das mudanças no clima.

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Foto: Mauricio Tonetto/Secom

A comitiva do Governo do Rio Grande do Sul em missão oficial na Europa reuniu-se, na semana passada, com representantes da agência especializada da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O objetivo foi discutir uma possível parceria para apoio técnico do órgão ao governo na elaboração de um plano estratégico voltado à produção de alimentos no estado gaúcho.

O planejamento seria focado em sustentabilidade ambiental e resiliência climática na agricultura gaúcha, à luz das mudanças no clima. A FAO daria suporte com especialistas e consultores na área. “O Estado tem várias iniciativas para o enfrentamento das crises climáticas que estamos vivenciado, mas entendemos que podemos dar um passo mais seguro em direção ao futuro da produção agrícola. Seria uma oportunidade de contemplar, a partir do plano e com apoio do FAO, a forma como se planta, a reservação e a distribuição da água e o manejo de recursos hídricos e do solo”, detalhou o governador Eduardo Leite.

A vice-diretora da FAO, Maria Helena Semedo, afirmou que há interesse em firmar um termo de cooperação com o Estado para avançar nessas pautas. As condições para a assinatura serão discutidas entre as equipes técnicas do órgão e o governo.

O chefe de gabinete da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Joel Maraschin, acompanhou a agenda, onde também foi destacado a importância da irrigação e da reservação da água para o aumento da produtividade e para questões de segurança alimentar. “O governo do Estado lançou recentemente um projeto de irrigação, que garante benefício de até R$ 100 mil direto ao produtor rural, e estima-se ampliar a área irrigada em 100 mil hectares em quatro anos, com isso, a expectativa é obter 600 toneladas de milho a mais nesse período que transformará em uma grande variedade de alimentos e produtos”, garantiu.

Outro assunto abordado na reunião foi a gestão dos recursos hídricos na Lagoa Mirim. O Estado participa do grupo técnico de apoio de um projeto que também envolve a FAO e o governo federal, focado na promoção do turismo, na pesca e no mapeamento da situação ambiental na região.

Sobre a missão internacional

O objetivo da missão é aprofundar potencialidades de negócios no Rio Grande do Sul e estreitar as relações com Itália e Alemanha. Em 2025, será celebrado o aniversário de 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul. Agora em 2024 ocorre a comemoração do bicentenário da imigração alemã. A comitiva do governo percorrerá duas cidades na Itália e quatro na Alemanha para reuniões de negócios e encontros institucionais.

Também integram a comitiva os secretários Artur Lemos (Casa Civil), Fabrício Peruchin (Justiça, Cidadania e Direitos Humanos), Luiz Fernando Rodrigues (Turismo), Tânia Moreira (Comunicação) e Pedro Capeluppi (Parcerias e Concessões), além procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, e o diretor do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e ex-governador, Ranolfo Vieira Júnior. Representam a Assembleia Legislativa o presidente Adolfo Brito, o líder do governo, Frederico Antunes, e os deputados Guilherme Pasin, Nadine Anflor, Carlos Búrigo, Cláudio Branchieri, Silvana Covatti e Aloísio Classmann.

Fonte: Assessoria Seapi
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Bactérias do trigo são capazes de controlar a mancha marrom

Encontradas no solo onde a planta se desenvolve, bactérias controlaram com sucesso o fungo causador da mancha marrom, uma das mais importantes doenças do trigo e da cevada. Resultado abre caminho para um futuro insumo biológico que utilize as bactérias benéficas como base.

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Tratamento de sementes com bactérias benéficas - Fotos: Helio Quevedo

Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (SP) e da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) realizaram estudo que identificou bactérias com potencial de biocontrole contra o fungo Bipolaris s45orokiniana, causador da mancha marrom em plantações de trigo e cevada. Esse microrganismo, conhecido por afetar significativamente a produção desses cereais, pode agora ser combatido com o uso de biocompostos desenvolvidos a partir de bactérias isoladas do próprio solo no qual o trigo é cultivado. Empresas interessadas em co-desenvolver uma versão comercial do bioproduto podem entrar em contato com a Embrapa pelo e-mail: cnpma.spat@embrapa.br.

Avaliação da atividade antagônica dos isolados bacterianos contra o fungo Bipolaris sorokiniana

Os pesquisadores investigaram a região das raízes das plantas, a rizosfera, ambiente com microrganismos (microbioma) capaz de fornecer serviços ecológicos essenciais para as plantas, como nutrição e proteção contra doenças. “A pesquisa mostrou que, mesmo diante de uma variedade de trigo suscetível ao fungo, a inoculação das bactérias antagonistas conseguiu reduzir a incidência da doença”, conta o doutorando da USP Helio Quevedo, principal autor do estudo.

Pesquisador da Embrapa Rodrigo Mendes, coordenador do projeto, avaliando os sintomas da doença para definir os critérios que serão usados para calcular o índice de severidade da doença causada pelo fungo patogênico Bipolaris sorokiniana nas plantas de trigo BRS Guamirim

A bactéria foi isolada das raízes de trigo crioulo (genótipos Karakilcik e Iran 1-29-11334). Com isso, os cientistas conseguiram resgatar bactérias que haviam sido perdidas no processo de domesticação dessas plantas. Elas foram armazenadas na Coleção de Microrganismos de Importância Agrícola e Ambiental (CMAA) e agora podem ser transformadas em tecnologia como base de um insumo biológico voltado ao controle da mancha marrom.

O pesquisador da Embrapa Rodrigo Mendes, orientador do estudo, explica que as bactérias selecionadas foram capazes de alterar a comunidade microbiana na rizosfera, o que resultou em uma defesa eficaz contra a infecção fúngica. A equipe conseguiu identificar o perfil químico dos inoculantes e as moléculas bioativas responsáveis pelo processo de antagonismo (o combate ao fungo patógeno). “A caracterização das biomoléculas permitiu compreender como as bactérias estavam atuando no controle do patógeno. Foram identificados diversos biosurfactantes e peptídeos antimicrobianos capazes de atuar na inibição desses patógenos”, declara o professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Celio Fernando Figueiredo Angolini, coorientador do estudo.

Ele relata ainda que, além de apresentar atividade antimicrobiana, as moléculas voláteis produzidas pelas bactérias conseguem se dispersar de maneira eficiente no solo, aumentando o seu raio de ação. Esses desdobramentos renderam ao trabalho a medalha Nico Nibbering na III Conferência Iberoamericana de Espectrometria de Massa (III Iberoamerican Conference on Mass Spectrometry).

O estudo também revelou que a reintrodução de bactérias benéficas, isoladas de variedades tradicionais de trigo, em plantas modernas suscetíveis à mancha marrom, pode restabelecer a proteção contra a doença. Isso sugere que a domesticação das plantas pode ter afetado negativamente a composição do microbioma da rizosfera, enfatizando a importância de se recuperar e utilizar microrganismos benéficos para o controle de doenças.

Além de analisar as alterações no microbioma e os mecanismos de defesa das plantas, a pesquisa procurou elucidar os efeitos dos inoculantes na supressão do patógeno. Testes mostraram que a severidade da doença foi significativamente reduzida nas plantas tratadas com as bactérias antagonistas, em comparação àquelas inoculadas apenas com o patógeno.

Esse avanço representa uma nova frente na luta contra doenças de plantas, combinando conhecimentos de ecologia microbiana com biotecnologia. A equipe de Quevedo e Mendes espera que essas descobertas abram caminho para o desenvolvimento de soluções sustentáveis e eficazes para o controle de patógenos em culturas agrícolas, beneficiando produtores e o meio ambiente.

Pesquisadores Hélio Quevedo e Caroline Sayuri Nishisaka ajustando a umidade das plantas de trigo para a coleta do solo rizosférico

Mancha marrom
A mancha marrom é uma doença causada por fungo que afeta as folhas do trigo e pode causar perdas significativas na produção.

  • Sintomas e identificação: Os sintomas iniciais incluem pequenas manchas amarelas nas folhas, que eventualmente se transformam em manchas necróticas com centros cinzentos e bordas marrons. Pontos pretos, que são os picnídios do fungo, podem ser observados no centro das manchas. À medida que a doença progride, pode levar à morte do tecido foliar, afetando a fotossíntese e, consequentemente, a produção de grãos.
  • Condições favoráveis: A mancha marrom é favorecida por umidade elevada e temperaturas moderadas. A dispersão do patógeno é facilitada pela chuva e pelo vento, o que pode causar epidemias em regiões com essas condições climáticas durante a estação de crescimento.
  • Perdas na produção: As perdas causadas pela mancha marrom do trigo variam de acordo com a severidade da infecção, a suscetibilidade da variedade de trigo, as condições climáticas e o manejo da cultura. Em casos graves, a doença pode reduzir o rendimento da lavoura, entre 10% e 50%, ou até mais, em casos mais severos.
  • Manejo e controle: O manejo integrado da mancha marrom inclui a utilização de variedades resistentes, rotação de culturas para reduzir a carga de inóculo no solo, manejo adequado de resíduos de cultura, e aplicação de fungicidas quando necessário. Monitoramento regular e aplicação de fungicidas com base no limiar de dano econômico são práticas recomendadas para minimizar as perdas.
  • Resistência a fungicidas: A resistência do patógeno a certos fungicidas pode ser um desafio no controle da mancha marrom. A rotação de fungicidas com

    Bioensaio

    diferentes modos de ação é recomendada para manejar a resistência do patógeno.

O impacto econômico da mancha marrom do trigo pode ser considerável, especialmente em regiões propensas a condições climáticas que favorecem o desenvolvimento da doença. Assim, a adoção de práticas de manejo integradas é essencial para proteger a produção de trigo e reduzir as perdas econômicas.

Fonte: Assessoria Embrapa Meio Ambiente
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