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Pesquisas comprovam que árvores no campo reduzem doenças nas lavoura

Graças às árvores, incidência e intensidade de doenças diminui tanto na folhas como nas raízes das plantas

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Alexandre Roese

Os sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA), também conhecidos como integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), contribuem com a redução de doenças de plantas nas lavouras de grãos, tanto nas raízes quanto na parte aérea das plantas. Pesquisas desenvolvidas pela Embrapa, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e conduzidas em um experimento de longa duração do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), concluíram que é possível, nas áreas manejadas com ILPF, reduzir a quantidade de agrotóxicos necessários para controle de doenças, pois o componente florestal é um fator importante na redução da sobrevivência de patógenos no solo, bem como reduz a intensidade de doenças foliares.

Os resultados desse estudo inédito foram publicados na edição de novembro de 2020 da revista internacional Agricultural Systems. Intitulado Plant diseases in afforested crop-livestock systems in Brazil, o artigo é assinado pelo engenheiro-agrônomo Alexandre Dinnys Roese, da Embrapa Agropecuária Oeste, em parceria com Erica Camila Zielinski e Louise Larissa May De Mio, ambas do Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Roese explica que o estudo foi direcionado tanto a doenças causadas por fungos que sobrevivem no solo quanto às foliares, cujos patógenos sobrevivem nos restos culturais e plantas voluntárias, podendo ser dispersos pelo ar, como é o caso das ferrugens. Os trabalhos de campo foram conduzidos em experimentos de longa duração no município de Ponta Grossa (PR), no período de 2013 a 2016.

Entre os avanços proporcionados por essa pesquisa, se destacam as contribuições relacionadas ao comportamento de doenças do solo nas lavouras de soja e milho e de doenças foliares nas lavouras de soja, milho e aveia.

A metodologia de pesquisa analisou três diferentes sistemas de produção: agrossilvipastoril (ASP), com rotação soja e milho no verão, pastejo bovino sobre aveia com azevém no inverno, todos situados entre fileiras de eucalipto com grevílea; sistema agropastoril (AP), com rotação soja e milho no verão e pastejo bovino sobre aveia mais azevém no inverno; e área-controle (CO), apenas com rotação soja e milho no verão e aveia mais azevém no inverno, porém sem pastejo animal. A área total do experimento ocupou 12 hectares.

Segundo Roese, há pouco estudo sobre o relacionamento entre o componente florestal e as doenças nas lavouras, e os cientistas queriam saber se a presença de árvores no sistema de produção influencia a ocorrência ou a severidade de doenças na lavoura, e como isso se daria. “Essa era uma suspeita baseada em observações empíricas a campo, de que nos locais com uso do sistema agrossilvipastoril, também conhecido como ILPF, ocorria redução de doenças. Por meio desse estudo, temos a certeza de que essa diminuição é verdadeira para a maioria das doenças. Esse aspecto foi comprovado cientificamente e agora compreendemos como isso ocorre”, comenta o cientista.

Ele comemora os resultados, que reduzem tanto as doenças do solo quanto as doenças foliares, ressaltando que no estudo as doenças foram usadas como modelos biológicos.

Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

O chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste, Walder Antonio Nunes, chama a atenção para o fato de que essa descoberta científica contribui com melhorias dos sistemas de produção agropecuária. “O uso da ILPF reduz a utilização de produtos químicos, resultado que está alinhado às diretrizes estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015,” lembra.

Nunes destaca o compromisso da Embrapa, que vinculou sua atuação, direta ou indiretamente, a todos os 17 ODS. “Ao gerar conhecimentos e ativos tecnológicos para a sustentabilidade da agropecuária brasileira, a pesquisa nacional é aliada do Brasil e do planeta no alcance das metas da Agenda 2030,” declara.

Essa pesquisa, especificamente, contribui com o ODS nº 12, que se propõe a assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis, por meio do alcance da Meta 4, que estabelece que até 2020, seja alcançado o manejo ambientalmente adequado dos químicos e de todos os resíduos, ao longo de todo o ciclo de vida desses produtos.

Microclima nas lavouras

Segundo Roese, as árvores proporcionam uma alteração no microclima, modificando inúmeros aspectos das lavouras, como: duração do molhamento foliar, temperatura, umidade do ar, velocidade do vento e incidência de luz.

O agrônomo enfatiza que as doenças são muito dependentes de microclima, e como as árvores alteram o microclima, acabam influenciando drasticamente as doenças de plantas nas lavouras, o que justifica a relevância dessa pesquisa.

“Os dados relacionados ao microclima foram monitorados no interior do dossel das plantas, em soja e em milho. Observamos que, com a presença das árvores, ocorre menor duração do molhamento foliar diário, menor intensidade luminosa, menor temperatura diurna, maior temperatura noturna, maior umidade do ar durante o dia e menor velocidade do vento”, relata Roese. Segundo ele, a menor duração do molhamento foliar ocorre em função da menor formação de orvalho, que, por sua vez, é influenciada pela menor redução da temperatura durante a noite, pois as copas das árvores formam uma barreira que reduz a perda de energia (temperatura) durante a noite.

Doenças de solo

Roese explica que as doenças de solo são causadas por microrganismos (fungos, bactérias e outros), habitantes naturais do solo, mas em desequilíbrio nesse ambiente. A microbiota presente no solo é responsável por equilibrar a presença desses agentes causadores das doenças.

A supressividade do solo aos patógenos é o nome dado à capacidade do solo de suprimir, total ou parcialmente, uma ou várias doenças, mesmo quando o agente causador da doença (patógeno) está presente no solo e todas as condições ambientais são favoráveis à doença.

As doenças de solo avaliadas foram o tombamento de plantas de soja, causado pelo fungo Rhizoctonia, e o mofo-branco, causado pelo fungo Sclerotinia. Em ambos os casos, o sistema agrossilvipastoril reduziu a incidência da doença ou a sobrevivência do patógeno. Esses resultados foram relacionados ainda com a maior atividade microbiana e maior presença de fungos benéficos no solo no sistema de produção que inclui árvores.

“A microbiota do solo é favorecida pela intensificação no sistema de produção, ou seja, o aumento do número de espécies cultivadas e a presença de animais. Assim, o componente florestal beneficia a microbiota, o que contribui diretamente com a redução das doenças, ” detalha o agrônomo.

Doenças foliares

O estudo buscou ainda identificar os benefícios do sistema agrossilvipastoril na redução de doenças foliares de soja e milho e sua relação com a presença de árvores na lavoura. As doenças foliares são aquelas que ocorrem na parte aérea das lavouras e que podem ser causadas por fungos, bactérias e outros microrganismos que ficam na palhada ou que sobrevivem em plantas hospedeiras alternativas. Elas são normalmente disseminadas pelo vento e respingos de chuva.

Em geral, todas essas doenças são controladas por meio da pulverização de agrotóxicos específicos. Por isso, pesquisas como essa contribuem com a redução desse tipo de insumo, o que é benéfico para o meio ambiente, para a saúde do trabalhador e para a redução dos custos de produção das lavouras.

Para a cultura da soja, o trabalho analisou ferrugem, míldio e oídio, bem como a dispersão de esporos de ferrugem e oídio no ar. Os resultados demonstram que a adoção do sistema de produção agrossilvipastoril proporcionou menor severidade de ferrugem e de míldio, apesar de aumentar a severidade de oídio.

Também foram avaliadas a mancha-branca, ferrugem, helmintosporiose e cercosporiose na cultura do milho. O sistema de produção agrossilvipastoril apresentou menor severidade de mancha-branca, de ferrugem e de cercosporiose. Quanto à helmintosporiose, não houve diferença na severidade e no número de lesões entre os sistemas de produção.

Para Roese, os resultados comprovam que a arborização reduz a maior parte das doenças nas lavouras. “No entanto, culturas agrícolas sujeitas a oídio devem ter cuidado redobrado em sistemas de produção arborizados. Essa doença teve sua severidade aumentada, inclusive no cultivo de aveia durante o inverno,” declara.

O especialista enfatiza que, apesar da relevância desses resultados, a maioria deles já eram esperados. “Quem defende sistemas agrosilvipastoris sempre menciona a redução de doenças de plantas como um de seus benefícios. No entanto, essa afirmação estava baseada nos conceitos do sistema, na sua maior proximidade com ambientes naturais e na expectativa de maior resiliência a estresses. Porém, ainda não havia resultados experimentais que comprovassem isso. E foi isso que fizemos,” conclui.

Cuidados na inserção de árvores no sistema de produção 

O professor do Departamento de Fitotecnia e Fitosanidade da UFPR Anibal de Moraes apresenta alguns cuidados em relação à inserção de árvores no sistema de produção integrada. Ele explica que planejamento é a palavra-chave do sucesso e acrescenta: “Não é uma decisão simples”. Anibal salienta que na etapa de implantação das árvores é preciso levar em consideração o tipo de implemento que será trabalhado na área.

Segundo ele, o produtor deve definir previamente os espaçamentos entre os renques de arborização, bem como a sua localização, priorizando o plantio em nível do terreno.

“Sobre espaçamento entre os renques existem algumas possibilidades que variam em função do interesse no uso do componente florestal. Se o objetivo for cultivo de árvores, busca-se uma maior densidade. Porém, se for o bem-estar animal e a qualidade do produto objetivo principal, prioriza-se a pastagem e então esse espaçamento entre as árvores deverá ser maior”, explica o professor.

Ele também destaca alguns cuidados no momento da implantação do componente florestal em pastagens e explica que “é necessário definir algumas estratégias, tais como uso de cercas elétricas para a proteção das mudas de árvores plantadas até que elas atinjam um tamanho e possam suportar o impacto que o animal pode proporcionar quando for, por exemplo, se coçar ou fazer algum romaneio na árvore. Assim, é conveniente aguardar, em média, cerca de dois anos para que haja possibilidade de ingresso de animas nas áreas arborizadas”.

Anibal sugere ainda que outra alternativa de implantação seria fazer a inserção de árvores junto a uma área de lavoura, mas isso requer um espaçamento entre renques bem maior, a fim de que após o terceiro ano dessas árvores, sua interferência seja mínima do rendimento da lavoura.

Ele sugere que após esse período, o produtor permaneça com as árvores em associação preferencialmente com a pastagem, que deve ser adubada anualmente, ou seja, ter seu manejo mantido de forma adequada.

Finalmente, o professor Anibal comenta sobre a etapa de retirada das árvores e explica que o custo de uma destoca é muito elevado. Ele sugere que é “interessante colocar as próximas árvores na mesma linha, mantendo o mesmo modelo de implantação inicial, o que evita o gasto com destoca e possibilita a manutenção do sistema integrado de produção de árvores com pastagens”.

Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste

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Presidente da Lar assume Conselho Diretivo da ABPA

Irineo da Costa Rodrigues traz consigo uma vasta bagagem de conhecimento e experiência, adquiridos ao longo de mais de três décadas à frente da Lar Cooperativa Agroindustrial.

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Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin, com o Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial e do Conselho Diretivo da ABPA - Foto: Divulgação/Lar

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) anunciou na última semana a continuidade do mandato de Ricardo Santin como presidente, garantindo estabilidade e liderança consistente para a entidade. Simultaneamente, Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial, foi nomeado para presidir o Conselho Diretivo, trazendo sua vasta experiência e visão estratégica para fortalecer ainda mais a representatividade do setor.

A reafirmação de Ricardo Santin na presidência da ABPA é um reconhecimento de sua competência e dedicação à indústria de proteína animal. Santin demonstrou habilidade em enfrentar desafios complexos e impulsionar o desenvolvimento sustentável do segmento es ua recondução ao cargo é uma demonstração da confiança depositada pelos membros da ABPA em sua liderança.

Por sua vez, Irineo da Costa Rodrigues traz consigo uma vasta bagagem de conhecimento e experiência, adquiridos ao longo de mais de três décadas à frente da Lar Cooperativa Agroindustrial. Sua nomeação para presidir o Conselho Diretivo representa um marco importante na história da ABPA, evidenciando o compromisso da entidade em diversificar sua liderança e garantir representatividade para todos os segmentos da cadeia produtiva.

Em uma entrevista exclusiva ao programa de rádio da Lar Cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues compartilhou sua visão e expectativas para o novo papel que assumirá na ABPA. Ele enfatizou a importância de promover o diálogo e a cooperação entre as empresas associadas, destacando a necessidade de buscar o consenso e a harmonia em prol do desenvolvimento sustentável do setor. “Assumir a presidência do Conselho Diretivo da ABPA é uma honra e um desafio que encaro com muita responsabilidade”, afirmou Irineo da Costa Rodrigues durante a entrevista. “Estou comprometido em trabalhar em conjunto com todas as empresas associadas, buscando sempre o interesse comum e contribuindo para o crescimento e a valorização da indústria de proteína animal.”

A renovação de Ricardo Santin na presidência da ABPA e a nomeação de Irineo da Costa Rodrigues para o Conselho Diretivo marcam um momento de continuidade e renovação para a entidade. Com essa combinação de liderança experiente e novas perspectivas, a ABPA se fortalece para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que se apresentam, assegurando seu papel como uma das principais vozes do agronegócio brasileiro.

Importância da ABPA na indústria brasileira de proteína animal

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) é uma entidade fundamental para a representação e promoção dos setores de avicultura e suinocultura do Brasil. Como uma organização sem fins lucrativos, a ABPA é administrada por um Conselho Diretivo, com o respaldo de um Conselho Consultivo, e desempenha um papel crucial na defesa dos interesses desses segmentos.

A estrutura funcional da ABPA é composta por câmaras setoriais temáticas, responsáveis por tratar de questões técnicas e conjunturais relevantes para os setores de aves e suínos. Sob a liderança do presidente executivo Ricardo Santin, a ABPA tem como missão primordial representar esses setores em fóruns tanto nacionais quanto internacionais, zelando pela qualidade, sanidade e sustentabilidade dos produtos.

Além de sua atuação representativa, a ABPA também se dedica ao fomento do desenvolvimento tecnológico e à expansão da atuação do setor produtivo nos mercados interno e internacional. Por meio de diversas iniciativas, a associação busca promover a profissionalização e o crescimento sustentável da indústria de proteína animal, contribuindo para a economia brasileira e para a geração de empregos no país.

Um dos principais focos da ABPA é viabilizar novas oportunidades para o setor produtivo, tanto por meio de negociações internacionais quanto através de relações institucionais junto aos stakeholders no Brasil e no exterior. Ações para a abertura de novos mercados e a promoção da qualidade e segurança dos produtos brasileiros também estão entre as prioridades da associação.

Assim, a ABPA desempenha um papel central na promoção e defesa dos interesses da avicultura e da suinocultura brasileiras, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a competitividade desses setores no cenário nacional e internacional.

Composição do Conselho

O novo conselho diretivo contará ainda, entre titulares e suplentes com a participação de Neivor Canton, diretor presidente da Aurora Coop, José Carlos Garrote de Souza, presidente conselho de administração da São Salvador Alimentos, Cláudio Almeida Faria, gerente geral da Pif Paf Alimentos, Irani Pamplona Peters, presidente da Pamplona Alimentos, José Roberto Fraga Goulart, diretor-presidente da Alibem, José Mayr Bonassi, Rudolph Foods, Fábio Stumpf, diretor vice-presidente de agro e qualidade da BRF, Marcelo Siegmann, diretor de exportações da Seara, Dilvo Grolli, diretor presidente Coopavel, Bernardo Gallo, diretor-geral Cobb-Vantress, Rogério Jacob Kerber, diretor-executivo SIPS, Antônio Carlos Vasconcelos Costa, CEO Avivar Alimentos, Dilvo Casagranda, diretor de exportações da Aurora Alimentos, Carlos Zanchetta, diretor de Operações da Zanchetta Alimentos, Nestor Freiberger, presidente da Agrosul, Cleiton Pamplona Peters, diretor comercial mercado interno da Pamplona Alimentos, Elias Zydek, diretor-executivo da Frimesa, Gerson Muller, conselheiro Vibra Agroindustrial, Leonardo Dall’Orto, vice-presidente de mercado internacional e planejamento da BRF, Jerusa Alejarra, Relações Institucionais da JBS, Valter Pitol, diretor-presidente da Copacol, Mauro Aurélio de Almeida, diretor da Hendrix Genetics para o Brasil, José Eduardo dos Santos, presidente da Asgav, Jorge Luiz de Lima, Diretor da ACAV/Sindicarne, e Roberto Kaefer, presidente do Sindiavipar.

O ex-ministro e ex-presidente da ABPA, Francisco Turra, também foi reconduzido à presidência do Conselho Consultivo da associação, juntamente com os demais membros do conselho.

Fonte: Assessoria Lar
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41ª Conferência Facta WPSA-Brasil será realizada em setembro de 2025

Tradicional evento da avicultura brasileira agora é bienal. Evento vai trazer como tema “A inovação e a produtividade na proteína animal” manterá a qualidade dos debates que vêm reunindo, ao longo de mais de 41 anos, profissionais e estudantes do setor, que buscam atualizar-se e contribuir para a melhoria do cenário avícola mundial.

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Presidente da Facta, Ariel Mendes: "Historicamente, o evento sempre ocorreu no primeiro semestre, entre maio e junho, no entanto, devido à saturação de eventos nesse período, a Facta optou por realizar a conferência de 2025 em setembro" - Foto: Divulgação/Facta

A partir de 2025 a Conferência Facta WPSA-Brasil será bienal, a próxima edição ocorrerá entre os dias 02 e 03 de setembro, na Sociedade Hípica de Campinas (SP). O evento, que traz como tema “A inovação e a produtividade na proteína animal”, manterá a qualidade dos debates que vêm reunindo, ao longo de mais de 41 anos, profissionais e estudantes do setor, que buscam atualizar-se e contribuir para a melhoria do cenário mundial da avicultura.

“Historicamente, o evento sempre ocorreu no primeiro semestre, entre maio e junho, no entanto, devido à saturação de eventos nesse período, a Facta optou por realizar a conferência de 2025 em setembro. Essa escolha se baseia no término das férias na Europa e nos Estados Unidos, o que facilita a participação de palestrantes estrangeiros, além de ser um mês com menos eventos no Brasil. Essa mudança visa otimizar a participação e o aproveitamento do evento pelos profissionais do setor avícola”, explica o presidente da Facta, Ariel Mendes.

A evolução da conferência, desde seus primórdios como um seminário até sua consolidação como a Conferência Facta de Ciência e Tecnologia Avícolas, demonstra seu compromisso contínuo com a excelência e a inovação. Por isso, nesta edição, a organização abordará estratégias eficientes de controle de salmonela, competitividade na produção de frango sem antimicrobianos, temas sobre incubação, manejo da microbiota em poedeiras, automação, gestão de dados e qualidade na produção, uso de inteligência artificial na gestão avícola e gestão integrada de sanidade e dados.

A Conferência Facta é o principal evento técnico da avicultura brasileira, reconhecido por sua qualidade técnica, com palestrantes nacionais e internacionais, o evento aborda temas essenciais ao setor. “O lançamento da próxima conferência está previsto para ocorrer durante o SIAVS 2024, em agosto, com o programa completo já planejado até setembro ou outubro, proporcionando às empresas tempo para incluí-lo em seus orçamentos para o próximo ano”, lembrou Mendes.

Fonte: Assessoria Facta
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Chuvas no Rio Grande do Sul prejudicam lavouras e dificultam logística

Estado já contabiliza perdas na produção agrícola e pecuária, de pontes, estradas e rodovias, e de danos em fazendas inteiras, envolvendo maquinários, estruturas e implementos agrícolas.

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A fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última terça-feira (30) deixou um rastro de destruição e prejuízos por onde passou. O estado já contabiliza perdas na produção agrícola e pecuária, de pontes, estradas e rodovias, e de danos em fazendas inteiras, envolvendo maquinários, estruturas e implementos agrícolas.

O Rio Grande do Sul é segundo maior estado produtor de soja no Brasil. Por isso, as intensas chuvas têm deixado agricultores em alerta. Além de retardar as atividades de campo, as precipitações em excesso vêm gerando preocupações sobre a qualidade das lavouras. O excesso de umidade tente a elevar a acidez do óleo de soja, o que pode reduzir a oferta de boa qualidade deste subproduto, especialmente para a indústria alimentícia.

De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o Brasil colheu, até agora, 90,5% da área de soja da safra 2023/24. O Sul é a região com as atividades de campo mais atrasadas – no Rio Grande do Sul, somam 60%, contra 70% no mesmo período de 2023, conforme aponta a Conab. A Emater/RS, por sua vez, indica que 76% da área sul-rio-grandense havia sido colhida até o dia 2 de maio, inferior aos 83% na média dos últimos cinco anos. Em Santa Catarina, a colheita alcançou 57,6% da área, abaixo dos 82,8% há um ano (Conab).

Para o milho, a colheita da safra verão está praticamente paralisada no Rio Grande do Sul.  Segundo a Emater/RS, os trabalhos atingiram 83% da área sul-rio-grandense até o dia 2 de maio, avanço semanal de apenas 1 p.p.. No Paraná, foram colhidos 98% da área total até essa segunda-feira, leve aumento de 1 p.p. em relação ao dado divulgado no dia 29 pela Seab/Deral. Em Santa Catarina, a colheita chegou a 93% no dia 28, segundo a Conab.

Frango, suínos e ovos

De acordo com colaboradores do Rio Grande do Sul consultados pelo Cepea, as fortes chuvas dos últimos dias têm prejudicado as negociações envolvendo frango, suínos e ovos. Com rodovias e pontes interditadas, o transporte do produto para atender à demanda em parte das regiões sul-rio-grandenses e também de fora do estado vem sendo comprometido.

Além disso, produtores relatam dificuldade em adquirir insumos, como rações e também embalagens e caixas, no caso de ovos. Agentes consultados pelo Cepea também indicam que algumas propriedades de produção suinícola e avícola foram danificadas; eles estão à espera de que a situação seja controlada para que os prejuízos sejam calculados.

Pecuária de corte

Agentes consultados pelo Cepea no Rio Grande do Sul indicam que, como as chuvas destruíram pontes e danificaram trechos de estradas, muitos lotes de animais para abate não conseguem ser transportados aos frigoríficos. Com isso, muitos compradores e vendedores estão fora do mercado nestes últimos dias, à espera de que a situação seja controlada.

Arroz

O Rio Grande do Sul é o principal estado produtor de arroz do Brasil, e as intensas chuvas desta semana deixaram orizicultores em alerta. Segundo pesquisadores do Cepea, a colheita, que já estava bastante atrasada em relação a anos anteriores, pode ser ainda mais prejudicada.

Colaboradores consultados pelo Cepea relatam que as recentes tempestades deixaram as lavouras debaixo d’água, inviabilizando as atividades.

Além disso, algumas estradas estão interditadas, o que também dificulta o carregamento do cereal. Esse cenário aumenta as incertezas quanto à produtividade da safra 2023/24, ainda conforme apontam pesquisadores do Cepea.

Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) divulgados no dia 22 de abril indicavam que, até aquele momento, a média era de 8.612 quilos por hectare no estado.

Cenoura

Dentre os produtos hortifrutícolas acompanhados pelo Cepea no Sul, o mais prejudicado foi a cenoura. O Cepea ainda não conseguiu levantar a extensão das perdas na praça produtora de Caxias do Sul (RS), mas o cenário é crítico.

Em Vacaria (RS), localizada em uma altitude mais elevada, os impactos do temporal foram menos severos. Pesquisadores do Cepea ressaltam que, diante da situação delicada, a amostragem de preços de cenoura desta semana foi significativamente menor.

Estima-se que as inundações resultem em uma janela de oferta e, em muitos casos, dificultem, inclusive, a retomada das áreas afetadas.

De acordo com a prefeitura de Caxias do Sul, a barragem São Miguel está em estado de alerta. Sinal de evacuação já foi emitido, e, em caso de ruptura, tanto a área urbana quanto a rural correm risco de alagamento.

Tomate e batata

As safras de batata em Bom Jesus e de tomate em Caxias do Sul estão próximas do final, mas os danos neste encerramento de safra devem ser grandes, devido aos volumes e à duração das chuvas.

Fonte: Com assessoria Cepea
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CBNA – Cong. Tec.

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