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IFC Amazônia divulga prévia da sua programação
Evento acontece entre os dias 03, 04 e 05 de dezembro, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém do Pará.

A primeira edição em Belém do Pará do International Fish Congress & Fish Expo Amazônia será realizada nos dias 03, 04 e 05 de dezembro, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém do Pará. O evento tem o propósito de contribuir para o desenvolvimento da aquicultura e pesca como alternativa econômica-sustentável para a Amazônia e terá edições anuais.
O futuro da produção de pescados na região que abriga a maior bacia hidrográfica do mundo estará no centro dos debates da 1ª edição do IFC Amazônia. O credenciamento para o evento pioneiro na região, envolvendo os estados e países da região amazônica, é gratuito mediante inscrição, que pode ser feita aqui.
O IFC Amazônia promove congresso internacional com especialistas e uma feira de tecnologias e negócios focados na produção sustentável de proteínas de peixes amazônicos. Com o apoio do Governo do Pará, o evento reunirá lideranças dos estados e países que compõem a região amazônica, representantes de todos os elos da cadeia do pescado- desde a produção ao beneficiamento- e nomes renomados do setor. O objetivo é discutir a produção aquícola e pesqueira como alternativa econômica viável e estratégica para a geração de emprego, renda e sustentabilidade da região.
Programação IFC Amazônia (prévia)
Dia 03 de dezembro
09h30 – Abertura dos trabalhos
09h40 – Tendências e desafios para a produção e o consumo de pescado a nível mundial e o papel estratégico da aquicultura e da pesca no desenvolvimento de uma Amazônia Próspera e Sustentável
Audun Lem – vice-diretor de Pesca da FAO – Roma
Altemir Gregolin – ex-ministro da Pesca e presidente do IFC Brasil
10h30 – Produção Sustentável e Responsabilidade Social na Aquicultura e Pesca – Experiências exitosas dos países da Região Amazônica
Davi Mendonza Ramirez – assessor técnico Sênior da Direção Executiva da Infopesca
Maria Cláudia Merino – especialista da Direção Técnica de Administração e Fomento – AUNAP – Colômbia
Brasil (nome a confirmar)
11h20 – Desafios e estratégias para ampliar o acesso ao mercado nacional e internacional do pescado amazônico
André Macedo Brugger – gerente de Sustentabilidade e Complice da empresa Netuno EUA, empresa que apresentou a costelinha de tambaqui, premiada como melhor produto para food service, na Seafood North América
Izaac Gherson – Peru
Laudemir André Muller – gerente de Agronegócio da Apex Brasil
Graciela Pereira – Infopesca, Uruguai
12h – Almoço
14h – Rastreabilidade e Certificação e as novas exigências dos consumidores . Anderson Luis Alves – Pesquisador e supervisor da área de negócios da Embrapa Digital – Campinas
Meg Fellipe – diretora Nacional de Compras de Pescado do Carrefour
14h40 – Bioeconomia e as oportunidades para a aquicultura e pesca na Amazônia
Dr Wagner Cotroni Valenti – professor da Unesp
Conferencista Internacional – A confirmar
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará
15h20 – Pegada de carbono e as oportunidades para aquicultura e pesca
Carolina Costa – doutora em Aquicultura e pós-doutoranda pelo Instituto de Pesquisas Espaciais
Nathan Oliveira Barros – doutor em Ecologia, pós-doutorado pela Radboud University of Nijimegen da Holanda e professor da Universidade Federal de Minas Gerais
16h – Fundo Amazônia e o desenvolvimento da pesca e aquicultura na Região Amzônica
BNDES
18h – Abertura Oficial
Seminário Internacional de Aquicultura
Dia 04 de dezembro
08h30 – Desafios e estratégias para o desenvolvimento da aquicultura como alternativa econômica competitiva e sustentável para a Região Amazônica
Danielle de Bem – Embrapa, Eduardo Ono, Aniceto, Paco
09h20 – Políticas públicas para o desenvolvimento de uma aquicultura sustentável e competitiva na região amazônica
Tereza Nelma Porto – secretária nacional de Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura
Giovani Queiroz – secretário de Desenvolvimento da Agropecuária e Pesca do Pará
Miyuki Hyashida – secretária de Estado de Aquicultura e Pesca de Tocantins
Luiz Paulo da Silva Batista – secretário de Estado da Agricultura de Rondônia
10h – Sistemas de produção de peixes redondos na Amazônia: A busca pela eficiência, produtividade e rentabilidade
Jenner de Menezes – engenheiro de Pesca da Biofish Projetos e Biofish Aquicultura: Produção moderna e eficiente em tanques escavados
Roger Crescencio – pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental
Flávia Tavares – pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura
10h40 – Intervalo
10h50 – Desafios tecnológicos e de mercado na produção de Pirarucu, o gigante da Amazônia
Izaac Gherson – Peru
Professor Marcondes – UFRO
11h30min – Desafios e oportunidades da nutrição e alimentação de peixes nativos
Luiz Eduardo de Lima Freitas – pesquisador da Embrapa
Empresa de nutrição
12h – Almoço
14h – Sanidade em peixes redondos e lançamento do manual de boas práticas para o controle da salmonela
Dra Juliana Galvão – professora e pesquisadora no Departamento de Agroindústria da USP/ESALQ
14h30 – Tecnologias de Edição Genômicas e Reprodução em Peixes Amazônicos – Avanços e desafios
Dr Eduardo Sousa Varela – pesquisador de edição genômica da Embrapa Pesca e Aquicultura
Fernanda Almeida – pesquisadora da Embrapa
15h10 – Viabilidade econômica da produção de peixes amazônicos
Andrea Muñoz – pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura
Marcos Brabo – professor e pesquisador da UFPA
15h50 – Tendências tecnológicas na produção aquícola – Inteligência artificial e automação
Felipe Matias – doutor em Biotecnologia de Recursos Pesqueiros, engenheiro de pesca e administrador de empresas
Dia 05 de dezembro
08h30 – Produção em Sistema de Recirculação – RAS – Alternativa para a região amazônica?
Irineu Feiden – diretor-presidente da Multipesca
09h10 – Produção consorciada (Multitrófica) de espécies amazônicas – Os resultados são muito promissores
Adriana Lima – pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura
09h40 – Formação e capacitação profissional – O perfil dos novos profissionais para o desenvolvimento sustentável da aquicultura na região amazônica
Deyse Silveira da Silva – professora do Instituto Federal do Amazonas – IFAM
Paulo Faria – diretor de Desenvolvimento e Inovação do Ministério da Pesca e Aquicultura
Marcos Brabo – professor da UFPA
10h20 – Intervalo
10h50 – O desenvolvimento da Maricultura na Região Amazônica
Luiz Paulo – A produção de camarão em água doce e salgada
Dionísio – Produção de ostras
11h30 – Piscicultura em Águas da União na Região Amazônica
Juliana Lopes – diretora de Aquicultura em Águas da União do MPA
12h – Almoço
14h – Conexão Brasil – Alemanha para o desenvolvimento da aquicultura sustentável na Amazônia
Fábio Pereira – coordenador da Rede BluEco Net – Alemanha
14h30 – Piscicultura ornamental como alternativa de renda
Felipe Weber – consultor
Seminário Internacional de Pesca
Dia 05 de dezembro
08h30 – Desafios e estratégias para o desenvolvimento de uma pesca sustentável na região amazônica
Sindipesca, Abipesca, Fepa e MPA
09h20 – Políticas Públicas para o desenvolvimento sustentável da pesca na Amazônia
Expedito Gonçalves Ferreira Netto – secretário nacional de Pesca Industrial e Indústria do Pescado
Cristiano Wellington Noberto Ramalho – secretário nacional de Pesca Artesanal
Alessandro Cohen – secretário de Pesca do Amazonas
Giovani Queiroz – secretário de Desenvolvimento da Agropecuária e Pesca do Pará
10h10 – Intervalo
10h40 – Mudanças climáticas e o impacto sobre a pesca na Amazônia
Eduardo Paes – professor da UFPA
11h20 – Gestão pesqueira para o desenvolvimento de uma pesca sustentável e eficiente – Desafios no Pará e na Amazônia
Flávia Lucena Fredou – secretária Nacional de Registro, Monitoramento, Pesquisa e Estatística do MPA
12h – Almoço
13h30 – Gestão pesqueira em águas de interiores na Amazônia
Carlos Freitas – professor da UFAM
14h10 – Estatística pesqueira na região amazônica
Vitoria Izaac – professora UFPA
14h50 – Gestão Sustentável da Pesca do Pargo – Situação atual e ações necessárias
Édipo Araujo Cruz – diretor de Pesca Industrial do MPA
Bianca Bentes – professora da UFPA
15h30 – A pesca artesanal e as questões sociais
Erika Gimenes – RARI
Dia 05 de dezembro
08h30 – Formação e capacitação para habilitação e exercício profissional de pescador
Marinha do Brasil
09h10 – Sanidade nas embarcações pesqueiras e o acesso aos mercados
Helinton José Rocha – diretor de Indústria do Pescado do Ministério da Pesca e Aquicultura
10h – Intervalo
10h30 – Gestão compartilhada e a estratégia para uma gestão eficiente e sustentável
MPA e MMA
Workshop A Indústria pesqueira do Paraná, situação atual e os caminhos para o seu desenvolvimento
Dia 04 de dezembro, às 14 horas
Participantes: empresas, armadores de pesca, governo e entidades do setor.
Realização e apoio
O IFC Amazônia é realizado pelo IFC Brasil – International Fish Congress & Fish Expo Brasil. Tem o apoio do Governo do Pará; Sedap (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuária e da Pesca); MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura); Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados); Peixe BR (Associação Brasileira da Piscicultura); FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura); Sistema Faepa/Senar; Fepa (Federação dos Pescadores do Pará); e Sinpesca (Sindicato das Indústrias de Pesca dos Estados do Pará e Amapá).

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Sindirações divulga o balanço 2023 do setor de alimentação animal
Cadeias produtivas com desempenho antagônico registram avanço modesto da alimentação animal; • Previsão é fechar o ano com produção estimada de 87 milhões de toneladas de rações e sal mineral e incremento de cerca de 1,5% em relação a 2022.

O Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) divulga o balanço 2023 do setor de alimentação, com avanço modesto do setor, resultado do desempenho antagônico entre as cadeias produtivas. Resumidamente, de janeiro a setembro, a produção de rações avançou quase 2% e somou 62,6 milhões de toneladas. O desdobramento revela que a demanda do segmento de frangos de corte incrementou em 3%, quando comparada ao mesmo período do ano passado. O mesmo raciocínio aplicado estabelece avanço de 1,0% para as poedeiras.
No caso dos suínos, o crescimento foi de 2,4%, enquanto para os bovinos de corte e de leite foram apurados recuos de 5,1% e 1,1%, respectivamente. Para aquacultura, o incremento se deu na ordem de 2,8% e, finalmente, incremento de 6,3% no caso dos cães e gatos. No geral, a previsão é finalizar o ano com produção aproximada de 87 milhões de toneladas de rações e sal mineral e apurar incremento de quase 1,5% em relação ao ano passado.
Ainda em julho, o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani pontuava que a produção acumulada de aproximadamente 62,6 milhões de toneladas de rações e concentrados no primeiro semestre desse ano, revelou-se quase 2% superior àquela do mesmo período do ano passado, muito embora, os montantes alcançados no primeiro e segundo trimestres de 2023 praticamente encontraram equivalência. “A perspectiva no horizonte anual reserva amplas variações, à exemplo do avanço das rações para frangos de corte e alimentos para cães e gatos que caracteriza movimento contrário ao retrocesso apontado na alimentação industrializada do plantel leiteiro, prejudicado pela retração no consumo doméstico dos lácteos e das importações de leite que quase dobraram ainda no primeiro semestre. É importante ressaltar que o provável incremento, tradicionalmente apurado ao longo dos segundos semestres, permite apostar na produção de mais de 83 milhões de toneladas de rações e concentrados (exceto sal mineral) e vislumbrar então um avanço de aproximadamente 2% em 2023”, afirma.
Perspectivas & Planejamento 2024
Para as projeções de crescimento do setor em 2024, Zani reforça que a indústria de alimentação animal, modulada pelo desempenho da cadeia produtiva de proteína animal, “leva em conta as projeções preliminares disponibilizadas pelas entidades representativas dos produtores de carnes bovina, suína, aves, ovos e leite e exportadores, a produção de rações deve avançar algo em torno de 2,5%”, projeta o CEO do Sindirações.
As estratégias da indústria de alimentação animal para enfrentar os desafios e oportunidades de 2024 focam no planejamento apropriado para garantia de suprimento dos macros ingredientes influenciados pelo desempenho das safras de milho, farelo de soja, cereais de inverno etc., e dos micros ingredientes, notadamente as vitaminas, enzimas e demais aditivos importados e precificados em dólar. Já as tendências em nutrição animal e aditivos para rações que devem se destacar são aquelas voltados a mitigação da pegada de carbono, ou seja, da descarga poluidora (nitrificação, eutrofização, matéria orgânica) e da emissão dos gases do efeito estufa.
Frangos de corte
A produção de rações para avicultura de corte contabilizou 27,5 milhões de toneladas no período de janeiro a setembro do corrente ano. Apesar da ameaça do surto de influenza aviária de alta patogenicidade, a apuração no território brasileiro sequer revelou qualquer episódio em granja comercial, e os casos notificados, acometeram apenas poucas aves silvestres e algumas criações de subsistência ou “fundo de quintal”. Ou seja, o status sanitário prevalente no Brasil e a preservação da biosseguridade revelam o esforço reconhecido oficialmente pela Organização Mundial de Saúde Animal/OMSA, não impõe qualquer restrição ao comércio internacional dos produtos avícolas brasileiros. A visão prospectiva dessa cadeia produtiva, inclusive, é otimista por conta do continuado incremento na produção doméstica e na exportação da respectiva proteína animal.
Galinhas poedeiras
A demanda para alimentação de poedeiras comerciais alcançou 5,18 milhões de toneladas nos primeiros nove meses desse ano, quantidade superior àquela consumida durante o mesmo intervalo temporal de 2022. Os produtores de ovos têm garantido suprimento suficiente para atendimento do consumo interno e do potencial incremento oriundo do mercado externo pelas opções “in natura” e processada. Os resultados da Pesquisa Trimestral do IBGE, publicados em setembro passado, registraram que a oferta de ovos avançou 3%, quando comparados os montantes dos primeiros semestres desse e do ano anterior.
Suínos
O consumo de rações para suínos somou 15,9 milhões de toneladas, montante ligeiramente superior àquele apurado durante o mesmo período do ano passado, a saber, de janeiro a setembro. O resultado está alinhado ao ritmo de crescimento da ordem de 2% que revela tendência de estabilidade na produção de suínos. Por sua vez, é importante ressaltar que o arrefecimento do custo para alimentação dos planteis, a eficiência produtiva e a sanidade, contribuíram sobremaneira no fortalecimento da competitividade da carne suína exportada frente aos demais concorrentes internacionais nesse ano e, sobretudo, revelam um cenário bastante favorável no transcorrer de 2024.
Bovinos de corte
A demanda de rações e concentrados para bovinos de corte somou apenas 4,29 milhões de toneladas de janeiro a setembro. Os preços do bezerro e aquele pago pela arroba do animal terminado vem sofrendo acentuada desvalorização por conta do fenômeno denominado “ciclo pecuário”. Ainda no período 2020/2021, os pecuaristas retiveram muitas fêmeas e produziram mais bezerros, estimulados pela arroba valorizada à época, aproveitando a “fase de alta”. Em resposta, já em 2022, a exuberante oferta desses animais jovens culminou na desvalorização do preço deles. Em consequência, durante esse 2023, o “cenário de baixa” tem incrementado o abate de fêmeas, que somado à oferta aos frigoríficos, ainda continua pressionando o preço do boi gordo. A perspectiva de virada do referido ciclo aponta para meados do próximo ano e deve alcançar seu auge em 2025.
Bovinos de leite
A produção de rações e concentrados para bovinos leiteiros alcançou 4,4 milhões de toneladas, montante aquém daquele expedido durante os três trimestres do ano passado. A tendência de recuo da demanda é multifatorial e se deve à redução do rebanho, concentração da atividade em megaempreendimentos, baixos preços pagos aos produtores, má qualidade das pastagens, muito embora relativo alívio se deu no custo da alimentação industrializada dos animais. Além disso, a queda na oferta de leite cru determinou importação recorde de lácteos dos vizinhos Argentina e Uruguai. A perspectiva futura é de melhora no cenário e retomada do consumo doméstico em resposta à tendência de queda da inflação e dos aportes financeiros oriundos dos programas de auxílio às famílias de baixa renda.
Peixes e camarões
A produção de rações para peixes e camarões totalizou 1,24 milhão de toneladas de janeiro a setembro, enquanto o ritmo de avanço da piscicultura diminuiu razoavelmente em resposta à escassez de tilápias, desencadeada pela elevada taxa de mortalidade de causa viral, principalmente dos alevinos e juvenis criados em tanques-rede. No caso da carcinicultura, os produtores de camarões buscaram encurtar os ciclos e baixar o custo de produção com densidade inferior de povoamento e menor peso de despesca.
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Negociações para acordo com União Europeia devem ser concluídas até fevereiro
Nos últimos dias, líderes dos países e diplomatas intensificaram as negociações, que já duram quase 20 anos. No fim de semana passado, durante a 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças do Clima (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente da França, Emmanuel Macron, mostrou-se contrário ao acordo.

Apesar dos esforços do Brasil, a Cúpula do Mercosul terminou na quinta-feira (07) sem um anúncio oficial de acordo entre o bloco e a União Europeia. Mas o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que existe a possibilidade de a negociação ser concluída com sucesso até meados de fevereiro de 2024.
“Continuamos as negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia. Não foram concluídas, mas temos a perspectiva de concluir talvez no mês de janeiro. No início de fevereiro seria o limite, já na presidência paraguaia [no Mercosul], mas podemos concluir tendo em vista a manifestação de interesse de ambas as partes”, disse Vieira.
Nos últimos dias, líderes dos países e diplomatas intensificaram as negociações, que já duram quase 20 anos. No fim de semana passado, durante a 28ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças do Clima (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente da França, Emmanuel Macron, mostrou-se contrário ao acordo. Mas o Brasil promete concentrar esforços para que os dois blocos regionais cheguem a um desfecho positivo.
“Não mudou nada. Nós continuamos conversando e negociando. O Macron expressou as posições dele como presidente da França, tendo em vista as preocupações do setor agrícola francês. Nós continuamos conversando até que se conclua ou se chegue à percepção de que não é possível firmar esse acordo. Mas estamos trabalhando”, garantiu o ministro brasileiro.
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El Niño coloca conservação de solos do Paraná à prova
Sob influência do fenômeno El Niño, o clima no estado tem trazido chuva acima da média e eventos extremos de precipitação, como o temporal do dia 28 de outubro. Houve municípios que, em um único dia, registraram índices acumulados de chuva maiores do que os esperados para o mês inteiro. A situação acendeu o alerta da necessidade de se adotar as boas práticas agropecuárias.

O ano de 2023 tem sido desafiador para a conservação de solos no Paraná. Sob influência do fenômeno El Niño, o clima no estado tem trazido chuva acima da média e eventos extremos de precipitação, como o temporal do dia 28 de outubro. Houve municípios que, em um único dia, registraram índices acumulados de chuva maiores do que os esperados para o mês inteiro. A situação acendeu o alerta da necessidade de se adotar as boas práticas agropecuárias.
A Região Sudoeste do Paraná foi uma das mais afetadas pelas chuvas extremas. Em Dois Vizinhos, por exemplo, choveu 296 milímetros em 28 de outubro, medido por uma das sete estações da Rede Paranaense de AgroPesquisa e Formação Aplicada (Rede AgroPesquisa). A média histórica dos últimos 30 anos é de 243 milímetros para o mês.
As estações da Rede AgroPesquisa estão em locais chamados de megaparcelas, com cerca de dois hectares cada uma, áreas rurais de sete municípios (Castelo Branco, Cambé, Ponta Grossa, Guarapuava, Dois Vizinhos, Toledo e Cianorte). Em cada local, uma parcela tem terraços e a outra não. Desta forma é possível medir como o uso desse tipo de barreira física, uma das boas práticas no manejo do solo, proporciona ganhos financeiros, ambientais e sociais — não só aos produtores, mas a sociedade.
Segundo o pesquisador responsável pela equipe em Dois Vizinhos, no Sudoeste do Paraná, Paulo Cesar Conceição, a estação de pesquisa com uso de terraços representou uma diferença significativa no escoamento da chuva. “Para esse evento específico do mês de outubro, a quantidade de água escoada nas parcelas com terraço representa 40% do volume, comparando com a parcela sem terraço. Isso significa que, usando terraços, 60% da água que seriam escoadas acabam ficando no sistema”, revela.
Água como indicador
As amostras de água coletadas durante a chuva do dia 28 de outubro ainda serão analisadas para se constatar a quantidade perdida de nutrientes. Esse processo exige mais tempo por conta de uma série de procedimentos de laboratório para a mensuração dos dados.
Porém, dados da estação da rede de AgroPesquisa em Cambé, que já foram processados, dão a dimensão da diferença entre se usar ou não os terraços no quesito perdas com fertilizantes. De acordo com Tiago Telles, pesquisador da área de economia do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná), em Londrina, de maio de 2019 a outubro de 2022, as perdas dos nutrientes nos sedimentos contidos na água escoada pela erosão foram de US$ 282 por hectare na parcela sem terraço e de apenas US$ 32 por hectare na área com terraço.
Para chegar a esse número, as perdas de nutrientes foram convertidas em fertilizantes comerciais e multiplicados pelos seus respectivos preços de mercado na data de cada evento erosivo. Os preços considerados foram os sistematizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e os valores tiveram correção pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para dezembro de 2022 e convertidos em dólares (na cotação de 1 US$ equivalente a R$ 5,2171).
“Na área com terraço, os custos da erosão com as perdas de nutrientes foram 88,5% menores do que aqueles observados na área sem terraço”, afirma Telles. “Mesmo quando estávamos sob influência da La Niña, percebemos que nas áreas sem terraços agrícolas, o custo com erosão do solo já era significativo. Então imagine as perdas que temos ao não utilizar as práticas de conservação de solo em períodos de El Niño”, problematiza.
Nos últimos anos, com chuvas abaixo da média histórica, os problemas com erosão acabaram ficando em uma segunda ordem de preocupação dos produtores. “Agora, com as chuvas acima da média, esse problema voltou ao radar dos agricultores. A rede ocupa um papel relevante nesse sentido, pois gera dados que sustentam a comparação de modo científico e de modo a colaborar para o fortalecimento da cultura de se adotar as boas práticas agropecuárias”, aponta Bruno Vizioli, técnico do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.
A coordenadora estadual da Rede AgroPesquisa, Graziela Moraes de Cesare Barbosa, reforça que os terraços têm se mostrado importantes tanto para manter mais água no sistema de produção quanto para evitar prejuízos com a perda de nutrientes. “Tudo funciona de forma integrada e o bom manejo de solos têm impactos desde a conservação das estradas rurais até os bons resultados nas safras. O círculo da economia rural começa com o cuidado com os solos”, aponta a pesquisadora.
A Rede Agropesquisa é formada pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná, Sistema Faep/Senar-PR, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e Sistema Ocepar.
“Bíblia” sobre solos
Em agosto, a Rede AgroPesquisa em parceria com o Sistema FAEP/SENAR-PR lançou um livro considerado como a “bíblia” dos estudos do solo e de recursos hídricos no Estado. O livro “Manejo e conservação de solo e água” reúne dados do maior estudo envolvendo estes temas já realizado no país.