Conectado com
VOZ DO COOP

Notícias

Farinha integral de sorgo é antioxidante e atua nos processos ligados à saciedade

A farinha apresenta altos teores de compostos com atividade antioxidante.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Laboratório de Nutrição Experimental da UFV

Pesquisa registrou que o consumo de farinha integral de sorgo aumentou os marcadores de resposta antioxidante em cérebro de ratos e ainda atuou em mecanismos relacionados à sensação de saciedade. Os estudos foram feitos com o sorgo BRS 305, desenvolvido pela Embrapa, e envolveram pesquisadores da Empresa, da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Cereal com alto teor de taninos e antocianinas, o sorgo BRS 305 conserva melhor o amido resistente mesmo ao ser submetido a tratamento térmico a seco e usado em forma de farinha integral. Os resultados do trabalho fazem parte da tese da doutoranda Haira Guedes Lúcio, do programa de Pós-Graduação em Ciência da Nutrição da UFV.

“Nosso objetivo foi investigar os efeitos da farinha integral de sorgo, processada com calor seco, na saciedade e na resposta antioxidante no cérebro e no tecido adiposo de ratos Wistar alimentados com uma dieta rica em gordura e frutose. Há uma importante interação entre antocianinas presentes no sorgo e receptores cerebrais de leptina”, relata a professora Hércia Martino, do Departamento de Nutrição e Saúde da UFV, orientadora da estudante.

A pesquisa, intitulada Dry heat whole Sorghum BRS 305 flour modulate satiety and improves antioxidant response in brain of Wistar rats fed with high-fat high-fructose diet (“O calor seco da farinha integral de sorgo BRS 305 modula a saciedade e melhora a resposta antioxidante no cérebro de ratos Wistar alimentados com dieta rica em gordura e frutose”) está publicada no periódico Food Research International.

Benefícios da farinha de sorgo a seco BRS 305

Em estudo realizado pela Embrapa Milho e Sorgo (MG) em parceria com a UFV, a pesquisadora Valéria Queiroz relata que a farinha integral crua de sorgo BRS 305 apresentou cerca de 13% de proteínas, 3,6% e de lipídeos, 2,9% de cinzas, 60,3% de carboidratos, 15,5% de fibra alimentar total 20,9% de amido resistente.

“Essa farinha apresentou, também, altos teores de compostos com atividade antioxidante como taninos, com 73,83 miligramas de catequina por grama de amostra, compostos fenólicos totais de 24,03 miligramas de ácido gálico equivalente por grama e antocianinas, com 0,26 miligramas de luteolinidina por grama). Essas substâncias são as responsáveis pela saudabilidade desse alimento”, explica Queiroz.

A cientista conta que pesquisas com sorgo para consumo humano demonstraram que o calor seco retém mais compostos bioativos, como fenólicos e amido resistente, em comparação ao calor úmido. “Por isso, nesse novo trabalho optou-se por utilizar a farinha de sorgo proveniente de grãos previamente tratados com calor seco”, informa.

Na nova pesquisa, o consumo de farinha de sorgo foi capaz de aumentar os marcadores de resposta antioxidante. Isso significa que o produto estimulou a atividade antioxidante do organismo em resposta ao estresse oxidativo, demonstrando os efeitos benéficos dos compostos da farinha.

Outro resultado evidente foi a melhora na resposta antioxidante cerebral. “Esse fato demonstra que o cereal exerce uma função de neuroproteção, podendo prevenir o surgimento de doenças neurodegenerativas, que tem seu risco aumentado em consequência da adesão prolongada ao padrão alimentar ocidental”, pontua a doutoranda Haira Guedes Lúcio.

Embora a dieta acrescida com a farinha não tenha alterado o ganho de peso dos animais, o sorgo foi efetivo para diminuir a expressão gênica de marcadores relacionados à atividade dos centros de saciedade. “Mais estudos são necessários para investigar o potencial modulatório das antocianinas nos mecanismos de saciedade”, pondera Guedes.

Conheça os compostos relacionados à saúde

Leptina: é um hormônio produzido pelo tecido adiposo e está relacionado com o controle do apetite e do metabolismo, transmitindo sinais ao cérebro sobre as reservas de energia.

Resistina é uma proteína do tecido adiposo. Está ligada ao metabolismo de leptina, à resistência à insulina e a problemas metabólicos como obesidade e diabetes tipo 2.

Os receptores endocanabinoides, CB1 e CB2, fazem parte do sistema endocanabinoide, regulando funções como o apetite. Entre estes receptores, o CB1 está localizado no sistema nervoso central, influenciando o apetite e atuando também como um dos receptores da leptina no cérebro.

Em conjunto, esses elementos desempenham papéis cruciais na regulação do equilíbrio energético e do metabolismo, influenciando a saúde global”, observa Martino.

A pesquisa

Martino (à direita na foto ao lado) relata que ratos Wistar machos foram divididos em dois grupos: alimentados com dieta padrão para manutenção de roedores (grupo controle) e outro com dieta rica em gordura e frutose (HFHF) e assim permaneceram por oito semanas. Após esse tempo, os animais do grupo HFHF foram divididos em HFHF e HFHF adicionado de farinha integral de sorgo BRS 305, por mais dez semanas.

A quantidade de farinha de sorgo adicionada à dieta foi determinada a partir da substituição de 50% da recomendação de fibra alimentar. Após esse período, foram realizadas análises sobre os efeitos na resposta antioxidante e nos marcadores relacionados à saciedade.

“O consumo de sorgo reduziu a expressão gênica de leptina, de resistina e do receptor endocanabinoide tipo 1 (CB1) em tecidos adiposos e cerebrais em comparação ao grupo HFHF. No cérebro, o consumo de sorgo também promoveu redução na expressão do gene do neuropeptídeo Y”, declara Martino.

A leptina e o neuropeptídeo Y (NPY) têm como atividade estimular a ingestão total de alimentos, e sua diminuição está associada à restrição da ingestão alimentar. “A redução da expressão gênica de leptina e de seus receptores também se associa à diminuição da sensação de fome e, com isso, estimula a redução da ingestão alimentar”, detalha a professora.

Sobre os mecanismos de resposta antioxidante, Martino explica que “o consumo de sorgo BRS 305 promoveu aumento da expressão gênica de determinados marcadores e da atividade de enzimas que, em conjunto, promoveram aumento da resposta antioxidante”.

Menor risco de diabetes e doenças cardiovasculares

Queiroz ressalta que existe uma demanda crescente por alimentos que possam promover a saúde e a prevenção de doenças. “O híbrido de sorgo BRS 305 possui altos teores de compostos com propriedades antioxidantes que podem contribuir para redução do estresse oxidativo, ou seja, do acúmulo de radicais livres, os quais são prejudiciais quando em excesso no organismo.”

Os grãos e a farinha do BRS 305 também possuem elevada concentração de amido resistente, composto semelhante à fibra, que proporciona inúmeros benefícios para a saúde. “O amido inibe o crescimento de células cancerígenas do cólon, contribui para a queda do índice glicêmico do alimento e, consequentemente, para uma menor resposta insulínica, auxiliando no tratamento de diabetes, principalmente do tipo 2”, destaca Queiroz. “Também promove a diminuição do risco de doenças cardiovasculares e contribui para a perda de peso, pois, como se trata de uma fibra insolúvel, junto com ela ‘arrasta’ moléculas de gordura e de açúcar que serão absorvidas pelo organismo mais lentamente”, pontua Queiroz.

Sorgo BRS 305

O BRS 305 é um híbrido de sorgo granífero com tanino. A planta pode chegar à altura de 1,6 metro e o ciclo do grão dura em torno de 120 dias.

“Lançado inicialmente para plantio na Região Sul, esse sorgo não foi difundido na Região Centro-Oeste por não ser recomendado para alimentação de animais monogástricos. Com as novas pesquisas para alimentação humana, o sorgo BRS 305 está em processo de licenciamento e voltará ao mercado nos próximos anos”, informa o pesquisador da Embrapa Cícero Beserra de Menezes.

Fonte: Embrapa Milho e Sorgo

Notícias

Brasil se torna livre de febre aftosa sem vacinação, informa governo

Para conceder a declaração de país livre da febre aftosa sem vacinação, a OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados por, pelo menos, 12 meses. O Brasil deve apresentar o pleito em agosto deste ano. Já o resultado, se aprovado, será apresentado em maio de 2025, durante assembleia geral da entidade.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O governo federal informou na noite de quinta-feira (02) que o Brasil se tornou um país livre de febre aftosa sem vacinação animal. O anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. A autodeclaração ocorre após o fim da última campanha nacional de imunização contra a febre aftosa em 12 unidades da Federação e em parte do Amazonas.

“O Brasil sobe para o degrau de cima da sanidade animal, tão almejada. Os mercados mais exigentes e mais remuneradores vão estar abertos para o Brasil”, celebrou Fávaro.
Segundo ele, a medida abre caminho para que o Brasil possa exportar carne bovina para países como Japão e Coreia do Sul, por exemplo, que só compram de mercados livres da doença sem vacinação.

“Hoje é um dia histórico, porque sempre o Brasil sonhou em ser um país livre de febre aftosa sem vacinação, ou seja, um estágio bem avançado de sanidade animal e boa defesa agropecuária”, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin.
A próxima etapa consiste na apresentação de documentação para Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), que é quem tem poder para reconhecer o novo status sanitário do país.

Para conceder a declaração de país livre da febre aftosa sem vacinação, a OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição de ingresso de animais vacinados nos estados por, pelo menos, 12 meses. O Brasil deve apresentar o pleito em agosto deste ano. Já o resultado, se aprovado, será apresentado em maio de 2025, durante assembleia geral da entidade.

Atualmente, no Brasil, somente os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm o reconhecimento internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação pela OMSA.

Ao todo, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixarão de ser vacinados contra a doença, trazendo uma redução de custo direta, com a aplicação da vacina, de mais de R$ 500 milhões.

O ciclo de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa no Brasil começou há mais de 50 anos e o último registro da doença ocorreu em 2006. O fim da vacinação exigirá protocolos mais rígidos de controle sanitário por parte dos estados, enfatizou o ministro Carlos Fávaro.

A carne é o quarto principal item da pauta de exportações brasileira, atrás apenas da soja, petróleo bruto e minério de ferro.

Fonte: Agência Brasil
Continue Lendo

Notícias No Paraná

Novo Porto Seco de Foz do Iguaçu vai dobrar movimentação de cargas na tríplice fronteira

Governador Carlos Massa Ratinho Junior participou na quinta-feira (02) do lançamento do projeto do novo empreendimento, no Oeste do Paraná, que deve dobrar e modernizar a movimentação de cargas na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A estrutura terá investimento de R$ 500 milhões.

Publicado em

em

Fotos: Geraldo Bubniak/AEN

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou na quinta-feira (02) do lançamento do projeto do novo Porto Seco de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, que deve dobrar e modernizar a movimentação de cargas na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. A estrutura será construída pela empresa Multilog, que venceu a licitação promovida pela Receita Federal e já é responsável pela operação do atual porto seco do município.

Com investimento previsto de R$ 500 milhões, a nova unidade alfandegada será instalada em uma área de 550 mil metros quadrados, às margens da rodovia BR-277, fora da área urbana da cidade, e de fácil acesso à Perimetral Leste e à Ponte de Integração Brasil-Paraguai, obras do Governo do Estado, governo federal e Itaipu Binacional. O terminal terá uma infraestrutura mais ampla e robusta que a atual, facilitando o comércio entre os três países, além da previsão de gerar 3 mil empregos diretos e indiretos. “Paraguai e Argentina são parceiros estratégicos do Paraná que, por sua localização na região, têm a vocação de ser a central logística da América do Sul, ajudando no desenvolvimento da região”, afirmou Ratinho Junior. “Foz do Iguaçu é a porta de entrada no Brasil dos produtos que vêm do Paraguai e Argentina, e tem que estar preparada para isso”.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou na quinta-feira (02) da apresentação do projeto do novo porto seco de Foz do Iguaçu, o maior da América Latina em movimentação de cargas pela empresa Multilog

Para consolidar esse projeto de hub logístico, Ratinho Junior destacou os grandes investimentos que têm sido feitos desde o início de sua gestão para fortalecer os diferentes modais logísticos. Por estar localizada em uma área de fronteira, com grande potencial turístico e logístico, Foz do Iguaçu recebe obras importantes, como a Ponte de Integração, a Perimetral Leste, a duplicação da Rodovia das Cataratas e a modernização do Aeroporto Internacional das Cataratas, inclusive com concessão à iniciativa privada.

“E este projeto do porto seco se une aos demais, dando mais agilidade aos processos logísticos, no desembaraço alfandegário, facilitando o transporte de produtos. Tudo isso potencializa a atração de investimentos ao município”, ressaltou o governador.

“Temos um projeto multimodal para a região. O modal aéreo recebeu investimentos para ampliação da pista e já está com a concessão, para ter um aeroporto com voos internacionais maiores”, explicou o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex. “Também estamos trabalhando com o modal ferroviário, com o projeto da Nova Ferroeste, para avançar com os trilhos no Oeste e resolver os gargalos até chegar ao Porto de Paranaguá. E em rodovias estamos trabalhando praticamente em toda a região, com investimentos bilionários”.

Maior da américa latina Um dos principais operadores logísticos do Brasil, a Multilog administra desde 2016 o atual Porto Seco de Foz do Iguaçu, que foi construído nos anos 1980 e já está com sua capacidade de operação saturada. Porém, mesmo instalado no perímetro urbano do município, o terminal é o maior da América Latina em termos de movimentações de cargas terrestres. Somente em 2022, foram US$ 6,5 bilhões em cargas transportadas por 201,2 mil caminhões.

“Foz do Iguaçu é muito estratégica para o comércio internacional da tríplice fronteira. A nova área será três vezes maior que a atual, já prevendo o crescimento da movimentação na região”, destacou o presidente da Multilog, Djalma Vilela. “Trabalhamos incluindo o cenário da nova ponte e da perimetral, que também são importantes para o fortalecimento do comércio internacional. Tanto que a obra deve ser finalizada de forma sincronizada com esses projetos, com a previsão de ser entregue no final de 2025”.

Nova estrutura

O projeto foi dividido em duas etapas – a primeira começa a ser executada ainda neste semestre, com investimento inicial de R$ 240 milhões. Esta fase inclui a área de pátio, de 197 mil metros quadrados, destinada aos caminhões.

A parte de armazenagem e vistoria terá 7,2 mil metros quadrados de área coberta fechada, incluindo mais de 600 metros quadrados de câmara fria, com três docas exclusivas para o armazenamento de produtos que necessitam de temperaturas controladas.

A estrutura também contará com equipamentos modernos, como balanças de elevada precisão e scanner de cargas. Em termos de segurança, serão instaladas câmeras avançadas para vigilância interna e externa. Haverá quatro portões de entrada de veículos e dois de saída, com uma entrada e saída para cargas especiais com altura e largura excedentes. Os acessos terão sistemas de pesagem e identificação de veículos totalmente automatizados.

O complexo terá ainda com uma área de 1,9 mil metros quadrados destinada aos motoristas, dividida em oito espaços distintos, sendo sete deles internos ao porto seco, e um externo, localizado no bolsão de acesso. Os espaços vão contar com sanitários e áreas para descanso e permanência.

Comércio exterior

Paraguai e Argentina estão entre os principais parceiros comerciais do Paraná. Em 2023, o comércio de produtos paranaenses para a Argentina atingiu uma receita de aproximadamente US$ 1,6 bilhão, montante que perde apenas para as exportações para a China no período. Já o Paraguai foi o oitavo destino no mercado internacional do Paraná, com US$ 619,6 milhões movimentados no ano passado.

A parceria com os dois países contribuiu para manter a balança comercial paranaense em alta no ano passado. As exportações do Estado cresceram 13,7% em 2023, chegando a um montante de US$ 25,2 bilhões. Foi o maior na região Sul, segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). “Temos um trabalho importante de abertura de portas no mercado internacional, mas não podemos esquecer das nossas fronteiras mais próximas. É importante aprimorar esse comércio e, junto com a iniciativa privada, para destravar essa pauta de importação, principalmente de grãos, para atender a demanda própria, mas também para exportar pelo Porto de Paranaguá”, destacou o diretor-presidente, Eduardo Bekin.

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo

Notícias

Novo sistema do Tecpar auxilia a monitorar qualidade da água dos mananciais do Paraná

A plataforma, já em uso, é chamada de Sistema de Monitoramento da Qualidade da Água In Natura (SISMA). Ela foi desenvolvida utilizando o software Tableau Desktop, que permite a visualização dos dados das análises laboratoriais realizadas pela Sanepar em seus 134 pontos de monitoramento em todo o Estado.

Publicado em

em

Foto: Maurilio Cheli/Sanepar

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) desenvolveram uma plataforma para auxiliar no monitoramento da qualidade das águas superficiais captadas para o abastecimento no Paraná. Desde 2021, o Tecpar trabalha em parceria com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) na realização de uma série de ações para preservar os mananciais.

A plataforma, já em uso, é chamada de Sistema de Monitoramento da Qualidade da Água In Natura (SISMA). Ela foi desenvolvida utilizando o software Tableau Desktop, que permite a visualização dos dados das análises laboratoriais realizadas pela Sanepar em seus 134 pontos de monitoramento em todo o Estado.

Fotos: Hedeson Alves/Tecpar

A gerente do Centro de Tecnologia em Saúde e Meio Ambiente do Tecpar, Daniele Adão, explica que as informações apresentadas pelo sistema possibilitam fazer o controle de qualidade da água de forma mais assertiva, contribuindo com a tomada de decisões. “Identificamos a ausência de um método para unificação de dados laboratoriais, realizados em certo período, para monitorar a qualidade das águas captadas para o abastecimento no Estado. Assim, foram criadas ferramentas que permitem visualizar de modo fácil e didático os resultados de análises laboratoriais e também auxiliar na detecção de possíveis riscos e deficiências, desde a captação da água até o consumidor final, com o propósito de desenvolver e implementar o Plano de Segurança da Água”, detalha.

As ferramentas se basearam na metodologia e conteúdos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde e na norma ABNT NBR 17080:2023 – que estabelece princípios e diretrizes para elaboração e implementação do plano de segurança da água.

O objetivo principal do SISMA é assegurar o monitoramento preventivo da qualidade da água para minimizar os riscos à saúde pelo consumo de água, protegendo a saúde da população, afirma Daniele. “Além disso, ao contribuir para uma vigilância mais eficaz da qualidade da água, também estamos protegendo nossos recursos naturais”, pontua.

Desenvolvimento

O convênio com a Sanepar para desenvolvimento e manutenção do SISMA iniciou em junho de 2021, com término previsto para dezembro de 2024. O investimento é de R$ 8 milhões no período de três anos. Para alimentar o sistema foram utilizadas informações públicas, além dos laudos usados pela Sanepar para avaliar a qualidade de águas superficiais desde 2008, e das análises periódicas realizadas durante o projeto.

Na primeira etapa, foram identificados os locais autorizados para o lançamento de efluentes nos mananciais. Depois foram pontuados no mapa georreferenciado do Paraná os locais de coleta de amostras para realizar o monitoramento da qualidade da água. Também foram indicados os resultados das análises laboratoriais periódicas contratadas pela Sanepar.

“Em seguida, foram definidos limites de alerta sobre a qualidade da água, de acordo com a legislação nacional vigente, para que a Sanepar consiga atuar nos sistemas hídricos utilizados no abastecimento, de modo preventivo e preditivo”, explica Daniele.

As informações integradas geraram um mapa interativo, que aponta os pontos de captação de água superficial, com os respectivos dados tratados das análises laboratoriais e históricas fornecidas pela Sanepar.

Fácil acesso

Com uma apresentação clara e acessível de dados, o SISMA foi construído para ser uma ferramenta totalmente funcional e disponível para uso diário. Isso traz mais agilidade na identificação de pontos críticos de controle da qualidade da água, possíveis fatores geradores de poluição e na previsão de futuras crises de qualidade da água.

A disponibilização desses dados à equipe gerencial da Sanepar é feita por meio do software Tableau Online. Ele permite o acesso remoto e rápido ao SISMA, por meio de qualquer navegador em qualquer dispositivo conectado à internet. Atualmente, o SISMA possui cinco painéis principais que variam no nível de detalhamento das informações e no escopo. Para auxiliar o usuário na utilização do SISMA foi elaborado um manual de uso e vídeo tutorial.

Funcionalidades

O sistema possui mapas interativos para melhorar a visualização e compreensão das informações. Os técnicos podem acessar detalhes geográficos, como hidrografia e relevos, em uma única visualização, e personalizar rótulos e dicas de ferramentas conforme necessário. Isso permite uma apresentação adaptável das informações para atender às necessidades específicas de cada contexto.

Os painéis de visualização têm múltiplas finalidades. Permitem visualizar os resultados mais recentes das análises laboratoriais feitas nos pontos de coleta da água monitorada e mostram os locais de coleta, em um mapa georreferenciado que detalha a hidrografia do Paraná. Também destacam as potenciais fontes de poluição em até 30 quilômetros a montante dos pontos de captação de água.

A cada atualização do banco de dados com as análises laboratoriais, o sistema alerta a Sanepar sobre os parâmetros que representam riscos à saúde ou que estejam fora dos limites normativos. Os usuários do SISMA podem identificar rapidamente os locais que apresentam riscos à saúde ou para o sistema hídrico, com base nas análises laboratoriais mais recentes. O SISMA também fornece um histórico com informações específicas sobre uma região ou local de coleta, permitindo avaliar se as ocorrências são pontuais ou sazonais.

Expertise

O Tecpar é habilitado pelo Instituto Água e Terra (IAT) para realizar análises laboratoriais físicas, físico-químicas e microbiológicas de águas superficiais em seus laboratórios. A atividade é reconhecida e acreditada pela Coordenação Geral de Acreditação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) através do CRL 0244.

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.