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Instituições do Paraná divulgam nota técnica sobre quebramento da haste e podridão de grãos da soja

Ocorrências têm aumentado significativamente nos últimos anos em lavouras da região Médio-Norte de Mato Grosso e Rondônia, tendo sido observado durante a safra 2023/2024 nos estados do Paraná e de Santa Catarina.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Embrapa Soja, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) divulgaram nesta semana uma nota técnica enfatizando que a área de ocorrência de quebramento da haste no Paraná, na safra 2023/2024, foi pouco expressiva. Na nota técnica, as instituições informam ainda que as lavouras acometidas pelo quebramento da haste, nem sempre, apresentaram ocorrência de podridão de grãos, bem como esclarecem alguns aspectos relacionados ao quebramento da haste da soja e a podridão de grãos e ressalta que não há dados suficientes que comprovem a relação entre os problemas.

As ocorrências de quebramento de haste e podridão de grãos na cultura da soja têm aumentado significativamente nos últimos anos. A podridão de grãos tem sido particularmente preocupante desde a safra 2018/2019, afetando principalmente a região Médio-Norte de Mato Grosso e Rondônia. Por outro lado, o quebramento de haste tornou-se um problema mais proeminente a partir da safra 2020/2021, também sendo observado tanto na região mato-grossense quanto nos estados do Paraná e de Santa Catarina durante a safra 2023/2024.

Quebramento de plantas de soja – Fotos: Maurício Meyer

Quebramento de haste da soja

O quebramento de haste da soja é um problema recorrente na cultura, relatado e estudado há mais de três décadas no Brasil, cujas conclusões das possíveis causas recaem na interação da sensibilidade genética de cultivares e o estresse ambiental. O quebramento de haste da soja ocorre, geralmente, a partir do período de pré-fechamento das entrelinhas de semeadura, podendo ser visualizado somente após o início da formação de grãos. É caracterizado pela maior fragilidade de sustentação da planta na base da haste, próximo ao nó cotiledonar.

Essa fragilidade favorece o quebramento das hastes em decorrência de ventos. As plantas afetadas, com uma leve pressão lateral, estralam ao quebrar. As plantas quebradas podem permanecer com a parte aérea viva e verde, podendo completar a formação de grãos, mas oferecem dificuldades para a operação de colheita, em virtude de sua posição deitada no solo. Em condições de escassez de chuvas e temperaturas elevadas, as plantas quebradas secam antecipadamente e o enchimento dos grãos não é completado. As plantas quebradas comumente apresentam maior número de vagens chochas, com o enchimento de grãos interrompido.

Estrias necróticas na parte periférica do lenho da haste

Na região do quebramento, podem ser observadas estrias necróticas na parte periférica do tecido lenhoso das hastes, mas as mesmas estrias podem ser encontradas em regiões superiores das plantas e em plantas sem quebramento. O possível envolvimento de fungos fitopatogênicos e/ou outros fatores bióticos e abióticos, causando ou potencializando o quebramento de hastes, ainda está em estudo pela Embrapa e por outras instituições.

Podridão de grãos da soja

A podridão de grãos é observada a partir do início de enchimento de grãos. Externamente, as vagens podem apresentar sintomas de encharcamento e/ou escurecimento, sem abertura visível e, internamente, apresentam apodrecimento dos grãos.

A presença de vagens com sintomas e de grãos apodrecidos ocorre de forma aleatória na planta e na vagem, respectivamente, não necessariamente acometendo todos os grãos. Por consequência, a incidência da podridão de grãos eleva a presença de grãos avariados, depreciando a qualidade do produto colhido. Os fungos que predominam nos isolamentos a partir dos grãos e das vagens (com e sem sintomas) são diferentes espécies de Diaporthe, Fusarium, Colletotrichum e, em algumas safras, também foi observada alta incidência de mancha-púrpura nos grãos, causada por Cercospora spp. Esses e outros fungos podem ser encontrados de forma latente na planta e nos grãos, como endofíticos, sem causar sintomas aparentes, cada um associado a uma doença quando ocorrem os sintomas.

Podridão de grãos de soja e alta incidência de grãos avariados

Os sintomas de apodrecimento de grãos observados em lavouras brasileiras, assemelham-se aos causados pelo complexo de Diaporthe spp., descrito em 1920 nos Estados Unidos. Espécies de Diaporthe estão associadas a uma série de doenças da soja, incluindo apodrecimento de grãos, seca da haste e das vagens e cancro da haste, e levam a perdas de produção consideráveis em todo o mundo. A podridão de grãos é favorecida por condições climáticas quentes e úmidas, especialmente desde o enchimento da vagem (R5) até a maturidade fisiológica (R8).

O principal controle da podridão de grãos é por meio de seleção de cultivares menos suscetíveis. Fungicidas podem ser utilizados para reduzir a incidência. Exposição das plantas às condições de elevadas temperaturas (acima de 30 ºC) durante a fase de enchimento de grãos pode provocar deterioração e elevados índices de enrugamento dos grãos. Esse enrugamento normalmente é mais intenso sob déficit hídrico, mas pode também ocorrer em condições normais de disponibilidade hídrica.

O enrugamento afeta drasticamente a qualidade dos grãos e das sementes e propicia a infecção secundária por Diaporthe spp., o que pode propiciar o apodrecimento das vagens, principalmente em situações de ocorrência de chuvas frequentes em pré-colheita. Sabe-se que o caráter de enrugamento de grãos tem grande influência genética. Supõe-se que as cultivares que estão apresentando esse problema possam ser mais suscetíveis à sua expressão, aspecto esse que merece ser avaliado pela pesquisa.

Relação entre os problemas

Ainda não há dados suficientes que comprovem a relação entre o quebramento de haste da soja e a podridão de grãos. Cultivares mais sensíveis ao quebramento de haste e menos suscetíveis à podridão de grãos e vice-versa já foram observadas no campo, assim como cultivares sensíveis aos dois problemas.

Fonte: Com Adapar

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Integra Carbono Embrapa unifica esforços para reduzir emissões de GEE no Brasil

Iniciativa vai reunir parceiros para pesquisar a dinâmica do carbono nos sistemas agroalimentares e florestais

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Foto: Gabriel Faria

Integra Carbono Embrapa é uma iniciativa voltada à agregação de dados e resultados de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), gerados pela Empresa e instituições parceiras, capazes de contribuir para a redução das emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE) nos sistemas agroalimentares e florestais, diante das mudanças climáticas. Além disso, vai contribuir para aumentar a competitividade e a sustentabilidade das cadeias produtivas e fortalecer a adoção de boas práticas de manejo.

A ação está pavimentada na recém-criada plataforma temática de carbono em sistemas agrícolas, que reúne mais de 50 especialistas para definir dados, funcionalidades e métricas adaptados às condições tropicais dos sistemas agrícolas brasileiros, em alinhamento com os métodos do IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima).

Para o diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Clenio Pillon, essa iniciativa representa um marco estratégico para s Embrapa e para o Brasil, uma vez que o desenvolvimento de métricas de balanço de carbono e adaptação à agropecuária brasileira atende a uma forte demanda internacional por rastreabilidade das emissões. Ao mesmo tempo, garante a sustentabilidade da agricultura nacional, que precisa oferecer respostas embasadas em parâmetros padronizados e reconhecidos globalmente. “Além disso, a plataforma permitirá visualizar as grandes entregas que poderemos fazer nos próximos 10 a 20 anos no que se refere à mitigação de GEE e aprimoramento de práticas sustentáveis nos sistemas agroalimentares e florestais, em conexão com os acordos globais e políticas públicas nacionais”, acrescenta.

O projeto prevê o investimento em qualificação de infraestrutura e a formação de uma rede de cooperação em PD&I, que possibilite elaborar métodos de medição adequados às condições e ao modelo de produção nacional, a exemplo do que já acontece nos Estados Unidos, na União Europeia e em outros países desenvolvidos.

Integra Carbono Embrapa abre caminho para a inovação
A expectativa é que o Integra Carbono Embrapa apoie a plataforma no sentido de captar recursos não somente para fortalecer ações de pesquisa e desenvolvimento, mas também de transferência de tecnologias geradas ao setor produtivo. “Uma das ações previstas é a realização de uma caravana de carbono, a exemplo da FertBrasil, que percorreu o Brasil difundindo tecnologias e conhecimentos para aumentar a eficiência do uso de fertilizantes”, observa Pillon.

Todo esse esforço visa fomentar a compreensão das peculiaridades dos sistemas de produção tropical, incluindo características dos solos e dos ambientes naturais, em âmbito internacional. “Trata-se de uma agenda que pode ser estratégica também para outros países tropicais, o que abre a possibilidade de parcerias para fortalecer as necessidades específicas desses ambientes de produção frente aos impactos da mudança do clima”, destaca o diretor.

A intenção é contribuir com o aumento da competitividade do setor agrícola e seu impacto comercial nos mercados nacional e internacional, com o cumprimento dos compromissos internacionais do Brasil, além da previsibilidade e gerenciamento de riscos, em prol da sustentabilidade na agricultura.

Ações visam diferentes sistemas produtivos

A iniciativa abarca vários eixos de atuação, que contemplam soluções para diferentes sistemas produtivos:

  • Desenvolvimento da plataforma virtual (base de dados, funcionalidades e métricas) sobre balanço de carbono nos principais sistemas agrícolas nacionais.
  • Aprimoramento de técnicas alternativas para a coleta de dados de campo.
  • Monitoramento de risco, adaptação e sustentabilidade dos sistemas produtivos locais.
  • Desenvolvimento de plano de monitoramento e manutenção da infraestrutura a médio e longo prazos.
  • Formação de redes de cooperação e transferência de tecnologia.
  • Algumas ações já foram iniciadas, como o mapeamento em toda a rede de pesquisa da Embrapa para obter informações sobre infraestrutura, dados, experimentos e áreas de monitoramento disponíveis.

Benefícios

  • Ampliar a competitividade do setor agrícola no cenário internacional.
  • Promover análise e gerenciamento de riscos na agricultura.
  • Contribuir com informações para o Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).
  • Desenvolver métricas para quantificar as emissões e remoções de carbono e indicadores nacionais.
  • Contribuir para o cumprimento das metas estabelecidas no Acordo de Paris.
  • Outras tecnologias

Além da plataforma temática, outras tecnologias compõem o Integra Carbono Embrapa, entre as quais destacam-se:

  • Plataforma para análise de solos em projetos de agricultura de precisão e mercado de Carbono
  • RenovaCalc: Calculadora do índice de intensidade de carbono do RenovaBio
  • Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF)
  • Portal de Dados da Plataforma Tecnológica PronaSolos em ambiente SIGWeb

Fonte: Assessoria de Superintendência de Comunicação da Embrapa
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A importância dos dados ambientais na mitigação das emissões de gases de efeito estufa nas operações agrícolas

Agronegócio é responsável por 74% das emissões de gases do efeito estufa do país.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Em um mundo cada vez mais preocupado com as mudanças climáticas, a agricultura surge como uma peça-chave na busca por soluções sustentáveis. No entanto, compreender e mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes das operações agrícolas requer uma abordagem baseada em dados ambientais precisos e abrangentes. Esses números não apenas ajudam na avaliação das emissões, mas também orientam estratégias eficazes de adaptação.

Os dados ambientais nos fornecem uma visão detalhada das práticas agrícolas, condições do solo, uso da terra e padrões climáticos, que são todos determinantes nas emissões de GEE. Por exemplo, a aplicação de fertilizantes pode levar à emissão de óxido nitroso (N2O), enquanto a decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos pode resultar em emissões de metano (CH4). Sem dados precisos sobre esses processos, é impossível desenvolver estratégias eficazes de mitigação.

Vejo os dados ambientais como essenciais para identificar áreas de risco e pontos críticos de emissão. Com o monitoramento contínuo do ambiente agrícola, podemos detectar padrões sazonais, tendências de longo prazo e pontos de emissões específicos que exigem atenção. Isso permite uma abordagem mais direcionada na implementação de medidas de mitigação, maximizando o impacto positivo das ações tomadas.

A agropecuária que usa sistemas integrados e outras práticas de baixo carbono é a única atividade produtiva que remove carbono em seu ciclo e deve ser a melhor ferramenta para contribuir para a mitigação de eventos climáticos, principalmente no Brasil. Conhecer as informações de emissões nas operações ajuda a direcionar e planejar a prioridade dos investimentos em descarbonização.

No entanto, é importante reconhecer que a mitigação das emissões de GEE na agricultura não é uma tarefa fácil. Requer uma abordagem colaborativa que envolva agricultores, pesquisadores, governos e a sociedade como um todo. Creio que os dados ambientais não são apenas uma ferramenta técnica, mas também uma fonte de informação que pode influenciar políticas, incentivar práticas sustentáveis e promover uma mudança cultural em direção a uma agricultura mais verde e resiliente.

Além disso, os dados ambientais alimentam modelos de emissões de gases de efeito estufa, fornecendo previsões precisas sobre os impactos de diferentes práticas agrícolas e cenários climáticos. Acredito que esses modelos ajudam os agricultores a tomar decisões sobre estratégias de mitigação, como o uso de técnicas de cultivo de baixo carbono, gestão eficiente de fertilizantes e captura de biogás a partir de resíduos agrícolas.

Ao investir em tecnologias de monitoramento e análise de dados, os agricultores podem reduzir suas emissões de GEE e também contribuir significativamente para os esforços globais de combate às mudanças climáticas.

Fonte: Por Mariana Caetano, agro ambientalista, cofundadora e CEO da Salva.
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Secretaria da Agricultura e Pecuária incentiva cultivo de cereais de inverno em Santa Catarina

Governo deverá investir R$ 3,2 milhões para incentivar cultivo de trigo, triticale e cevada, valor 60% superior ao de 2023.

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Foto: Gisele Barão

O cultivo de cereais de inverno é uma das apostas para reduzir o déficit de milho e abastecer a cadeia produtiva de carnes e leite em Santa Catarina. A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) desenvolve o Programa de Incentivo ao Cultivo de Cereais de Inverno, com apoio para aumento da área de cultivo de trigo, triticale e cevada. Neste ano, o Governo do Estado deverá investir R$ 3,2 milhões para incentivar esse cultivo, valor 60% superior ao de 2023.

Para participar do Programa, os produtores devem procurar as cooperativas ou casas agropecuárias credenciadas e formalizar a parceria. A SAR concede um apoio de até R$ 385,00 por hectare cultivado, um acréscimo de 10%, no limite de 10 hectares por produtor, desde que o cereal colhido tenha como destino a produção de ração para alimentação animal.

Santa Catarina conta com uma cadeia produtiva de proteína animal significativa e em constante crescimento. De acordo com estudo da Epagri/Cepa, para atender essa produção o Estado necessita anualmente em torno de oito milhões de toneladas de milho  para a fabricação de ração. Na safra 2022/2023 a produção de milho em Santa Catarina foi de aproximadamente 3 milhões de toneladas, segundo dados disponíveis no Observatório Agro Catarinense. O déficit na relação de produção e consumo é de 5 milhões de toneladas, que precisam ser importadas de outros estados e países vizinhos para abastecer a cadeia produtiva catarinense.

O secretário estadual da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, afirma que esse programa é um estímulo para diversificação e agregação de valor na área rural. “Além de reduzir custos e melhorar a competitividade da pecuária, o cultivo de cereais de inverno é uma alternativa de renda adicional para as famílias rurais, pois aproveita áreas que não estavam sendo usadas no inverno e proporciona outros benefícios, como a rotação de culturas. As áreas cultivadas com cereais de inverno mantém o solo protegido e geram receita para as famílias”, explica.

Segundo o diretor de Cooperativismo e Desenvolvimento Rural, Léo Kroth, as culturas produzidas no inverno são consideradas excelentes alternativas para suprir a escassez de milho usado para a produção de ração animal.“Segundo pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Trigo (RS) e Embrapa Suínos e Aves (SC), esses cereais são opções viáveis para substituir o milho na formulação de rações e concentrados para alimentar suínos e aves”, enfatiza.

Fonte: Assessoria SAR
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