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Bovinos / Grãos / Máquinas

Suplementação nutricional injetável é aliada estratégica na pecuária de corte

Complementar nutrientes no rebanho permite otimizar a produtividade proporcionando um ciclo produtivo de sucesso.

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Fotos: Divulgação/Ceva

A pecuária de corte é um dos principais pilares econômicos do Brasil. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), somente em 2023 o país deve produzir cerca de 10,570 milhões de toneladas de proteína bovina. Os resultados expressivos da produção brasileira são reflexo de quatro importantes pilares: genética, reprodução, sanidade e nutrição, além de práticas de manejo adequadas.

Para a produção de proteína bovina de qualidade, a nutrição eficiente do rebanho é essencial. O manejo nutricional adequado aliado ao controle sanitário cuidadoso permitem a expressão do potencial genético do rebanho e em índices reprodutivos de excelência, proporcionando seleção de animais de maior valor para a reposição do rebanho, com ganhos significativos na precocidade, melhor desempenho, melhor qualidade de carcaças, culminando com a produção de proteína de melhor qualidade para comercialização e consumo.
O fornecimento ideal de nutrientes ao gado engloba a compreensão dos fatores que influenciam diretamente na conversão alimentar e no consumo de alimentos. Isso permite o planejamento do manejo nutricional do lote e a estimativa do período necessário para que os animais atinjam o peso desejado.

É importante ressaltar que uma série de fatores devem ser considerados para o desenvolvimento da estratégia adequada, como sistema de criação, diversidade de raças, condições climáticas e ambientais, composição nutricional da dieta, época do ano e disponibilidade de forrageiras, entre outros.

As particularidades de cada sistema de criação também têm um impacto significativo nessa dinâmica. No caso dos animais criados a pasto, a qualidade e a quantidade da forragem estão entre os principais fatores que influenciam a produtividade animal.

Os bovinos são ruminantes e dependem da fermentação de microrganismos presentes no rúmen para obter nutrientes de alto valor biológico. No sistema a pasto, a principal fonte desses nutrientes é o volumoso, que pode não atender às demandas energéticas e proteicas, além de apresentar alto teor de fibra.

A estacionalidade na produção das forrageiras, influenciada pelas condições climáticas, impacta a dieta dos bovinos neste tipo de criação. Na época de seca, por exemplo, há uma redução na concentração e biodisponibilidade dos nutrientes presentes nas pastagens. Neste cenário, a probabilidade de que os bovinos não apresentem o desempenho esperado ao fim do ciclo produtivo é alta. Com isso, a conversão alimentar desses animais tende a ser menos eficiente, exigindo mais tempo para atingir o peso desejado para engorda ou reprodução.

Já o sistema de confinamento é conhecido por auxiliar a driblar as adversidades relacionadas às variações sazonais da produção de forrageiras, por auxiliar no manejo eficaz nas etapas de produção (cria, recria e engorda) e por acelerar o desenvolvimento produtivo do rebanho reduzindo o período de engorda dos animais, que apresentam carcaças mais bem acabadas ao abate, sendo utilizado amplamente em diversos países. No Brasil, esse tipo de criação ganha mais espaço a cada ano, com o aumento de pecuaristas almejando uma maior eficiência produtiva.

No gado confinado, a base da alimentação passa a ser o concentrado, como grãos, o que potencializa a ação das bactérias ruminais, resultando em uma conversão alimentar mais eficiente e um período de engorda mais curto. Porém, apesar de favorecer o processo de fermentação das bactérias ruminais, esse processo também potencializa a degradação de aminoácidos, que têm papel primordial no organismo como um todo.

Suplementação

Desta forma, é possível notar que ambos os sistemas têm como desafio o manejo nutricional adequado do rebanho, que pode ser influenciado por uma série de variáveis. O contínuo ajuste entre a demanda e a oferta de nutrientes para os bovinos é indispensável para otimizar a produtividade e a suplementação nutricional injetável do gado com formulações de alto valor biológico tem um papel importante neste processo.

Estes suplementos trazem em sua formulação aminoácidos, vitaminas e minerais que protegem os órgãos, atuam positivamente no desenvolvimento muscular dos animais e no fortalecimento da sua saúde como um todo. Por estes motivos, animais que são suplementados finalizam o período de terminação mais precocemente e mais pesados.

Existem 20 aminoácidos importantes para o bom desenvolvimento do gado, 10 deles são sintetizados pelo organismo a partir de outros aminoácidos, sendo chamados de não essenciais. Os outros 10 não são sintetizados, sendo denominados essenciais, e precisam ser fornecidos por dieta ou suplementação.

Os aminoácidos são essenciais para a produção de proteínas. Atuam auxiliando o sistema imunológico do animal (produção de anticorpos ou imunoglobulinas, que são proteínas), na produção de hormônios (como o Hormônio do Crescimento ou GH, por exemplo) e no funcionamento adequado e na integridade de todos os órgãos e tecidos.

Um estudo realizado em 2019 com a aplicação de um suplemento nutricional injetável de formulação exclusiva, no dia do processamento dos animais para confinamento proporcionou um GMD médio em torno de +0,300 Kg, quando o grupo de animais suplementados foi comparado a outro grupo não suplementado. A formulação do produto avaliado apresenta 18 dos 20 aminoácidos sendo todos aqueles 10 chamados essenciais, e 08 dos não essenciais. Para a síntese no organismo dos 02 aminoácidos não essenciais ausentes, a formulação possui aqueles necessários.

O suplemento possui em sua formulação Hidrolisado de Caseína (fonte de, arginina, fenilalanina, isoleucina, histidina, leucina, lisina, metionina, treonina, triptofano, valina, ácido aspartico, ácido glutamico, alanina, cisteina, glicina, prolina, serina, tirosina) e Cálcio Fosforilcloreto de Colina (fonte de cálcio, fósforo e colina).

Marcos Malacco

Os dados do estudo demonstram que o produto contribuiu para melhorar a eficiência produtiva e para o retorno financeiro dos pecuaristas. Em resumo, a nutrição adequada dos bovinos é um aspecto fundamental para o sucesso da pecuária de corte e a suplementação nutricional, especialmente por meio de formulações injetáveis, é uma estratégia vantajosa para os pecuaristas, que permite otimizar a produtividade do rebanho proporcionando um ciclo produtivo de sucesso.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

 

Fonte: Por Marcos Malacco, médico-veterinário, gerente de serviços veterinários para bovinos da Ceva Saúde Animal

Bovinos / Grãos / Máquinas

Efeito do uso de levedura viva probiótica na eficiência alimentar de bovinos leiteiros

Consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes, as leveduras vivas probióticas promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta.

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Foto: Shutterstock

O uso de microrganismos vivos fornecidos diretamente como aditivo probiótico para bovinos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um desses exemplos é o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae, responsável pela melhoria no desempenho e na eficiência alimentar de bovinos.

Para vacas em lactação, por exemplo, o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae melhora o desempenho em todas as etapas de produção. Uma meta-análise realizada em 2010 envolvendo 14 experimentos e um total de 1.600 vacas leiteiras mostrou que o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 melhorou significativamente a eficiência alimentar (+3% em kg de Leite Corrigido para Gordura/kg de Matéria Seca Ingerida) para vacas em início e no final da lactação (Figura 1).

Figura 1: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 na eficiência alimentar de vacas em lactação. (LCG = Leite Corrigido para Gordura; MSI = Matéria Seca Ingerida).

Esses ganhos obtidos em aumento da produtividade ou eficiência alimentar podem ser explicados pela capacidade que a levedura viva tem em modificar o ambiente ruminal. Uma vez presente no rúmen, a levedura viva interage com a população microbiana (bactérias, fungos e protozoários) e os nutrientes (fibra, amido e proteína) em um ambiente anaeróbico e essas interações promovem maior estabilidade do pH ruminal (reduzindo o risco de acidose subaguda), estímulo ao desenvolvimento de bactérias fibrolíticas e aumento da digestibilidade da fibra.

Exemplo dessas modificações do ambiente ruminal foram observados em um trabalho conduzido ainda em 2007. Esse experimento mostrou que vacas suplementadas com a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 apresentaram aumento do pH ruminal (Figura 2). A análise de dados da literatura mostra que esse aumento do pH ocorre porque a levedura viva estimula o crescimento das espécies de bactérias utilizadores do ácido lático ruminal, principalmente Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium.

Figura 2: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento do pH ruminal.

Além de promover melhora no pH ruminal, o uso da levedura viva também apresenta efeitos positivos na digestibilidade da fibra. Outro estudo mostrou que a levedura viva probiótica aumentou em 4% a digestibilidade da fibra em relação ao tratamento controle (Figura 3). Esses autores observaram também melhora na eficiência alimentar para os animais tratados com a levedura viva.

Figura 3: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento da digestibilidade da fibra.

A digestibilidade da fibra é item primordial para maximizar o retorno sobre os custos com alimentação. Desafios ambientais (tais como estresse térmico) comprometem a função ruminal e, consequentemente, aumentam a concentração de nutrientes nas fezes. A suplementação com leveduras tem demonstrado efeitos positivos para a colonização de bactérias celulolíticas (tais como R. flavefaciens, por exemplo) e fungos, sugerindo um impacto particularmente marcante na quebra de ligações lignina-polissacarídeo e melhorando o aproveitamento dos nutrientes ingeridos.

Em conclusão, leveduras vivas são consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes porque promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta. Os benefícios para os produtores são vários: redução do risco problemas metabólicos e maior retorno sobre o investimento com alimentação, pois o uso da levedura viva como aditivo probiótico melhora tanto a produção de leite quanto a eficiência alimentar.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: jmoro@lallemand.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Mateus Castilho Santos / Divulgação

Fonte: Por Mateus Castilho Santos, engenheiro agrônomo, mestre em Ciência Animal e Pastagens, PhD em Ciências Animais e Alimentares e gerente técnico da Lallemand Animal Nutrition para a América do Sul.
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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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