Conectado com
VOZ DO COOP

Suínos / Peixes

Protegendo seus leitões contra desafios pós-desmame

Esse período causa muito estresse nos animais jovens, uma vez que nesta fase acontece a mudança abrupta do leite da fêmea altamente digerível para alimentos secos, sólidos e menos digeríveis, um novo ambiente e mistura de lotes são exemplos das causas de estresse.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Delacon

Para o produtor, leitões saudáveis são a chave para o sucesso. Mas e se esse sucesso for ameaçado? Logo após o desmame, o intestino e o sistema imunológico imaturos dos leitões os deixam suscetíveis a microrganismos patogênicos como a E. coli enterotoxigênica (ETEC). Consequentemente, cerca de 15-23% de todos os leitões sofrem de diarreia pós-desmame (DPD). Se ocorrer DPD, antimicrobianos devem ser usados para tratar os leitões para evitar perdas econômicas devido à redução do crescimento ou mesmo a morte dos animais. Você sabia que os fitogênicos podem contribuir para prevenir o desenvolvimento de DPD através de seus efeitos benéficos?

O período pós-desmame causa muito estresse para o leitão jovem: a mudança abrupta do leite da fêmea altamente digerível para alimentos secos, sólidos e menos digeríveis, um novo ambiente e mistura de lotes são exemplos das causas de estresse. Uma consequência desse período estressante é a menor ingestão de ração, acompanhada por uma taxa de crescimento reduzida.

Pesquisadores mostraram que os leitões que mantiveram ou perderam peso durante as primeiras semanas após o desmame precisaram de 6-10 dias a mais para atingir o peso ideal de abate em comparação com leitões que ganharam mais de 227 gramas de peso por dia de vida durante o mesmo período.

De acordo com outros estudos, a baixa ingestão de ração durante o período pós-desmame compromete o desenvolvimento intestinal e causa um aumento do estado de inflamação.

Além disso, a presença de patógenos como a ETEC pode danificar ainda mais o epitélio intestinal, especialmente no intestino delgado. Como o epitélio intestinal é formado apenas por uma fina camada de células epiteliais, é extremamente vulnerável. Uma ruptura da integridade intestinal leva a um “intestino permeável”, que permite aumento da permeabilidade para substâncias tóxicas e/ou patógenos, sobrecarregando assim o sistema imunológico e reduzindo o desempenho.

O conjunto dessas alterações no intestino explica o aumento da suscetibilidade do leitão à diarreia e atrasos de crescimento no período pós-desmame.
Até a proibição dos promotores de crescimento de antimicrobianos em 2006 na União Europeia, a colistina era, frequentemente, usada para controlar distúrbios intestinais como a DPD. Alternativas simples para prevenir DPDs, como altos níveis dietéticos de óxido de zinco, criaram problemas ambientais adicionais e mais tarde também foi proibido para uso terapêutico.

Em muitos casos, os tratamentos com antimicrobianos foram necessários para curar os animais de doenças causadas por patógenos. Devido ao crescente problema da resistência microbiana, a demanda por produção animal livre de antimicrobianos e o uso de alternativas seguras e naturais para controlar distúrbios intestinais estão crescendo.

Substâncias derivadas de plantas, com uma abordagem multifuncional, estão vindo à tona. Estes compostos ativos fitogênicos mostram efeitos comprovados na ingestão de alimentos, mesmo sob condições desafiadoras.

Fitogênicos para neutralizar distúrbios pós-desmame

Para evitar a aderência da E. coli patogênica no epitélio da mucosa intestinal, aditivos alimentares fitogênicos, como mucilagens naturais, podem ser adicionados à dieta após o desmame. Essas mucilagens naturais recobrem a membrana mucosa como uma camada fina e protetora, reduzindo as oportunidades de bactérias patogênicas se ligarem a receptores em células epiteliais. Além disso, outras substâncias ativas vegetais podem também interferir nos fatores de patogenicidade da ETEC.

Um mecanismo de ação hipotético dos aditivos fitogênicos contra ETEC é via inibição de detecção de densidade populacional, cientificamente chamado de Quorum-sensing (QS). O QS é uma forma de comunicação bacteriana e a perturbação do QS pode impedir a ativação de fatores de virulência (toxinas, fímbrias para adesão, etc.), reduzindo assim a patogenicidade das bactérias.

Assim, em um estudo de 2010 pôde-se comprovar que a adesão da E. coli às células intestinais diminuiu significativamente quando alimentados com aditivos fitogênicos em comparação com o grupo controle.

No entanto, o comprometimento da integridade intestinal não é causado apenas por patógenos microbianos. Vários antígenos presentes no alimento ou produtos do metabolismo de proteínas microbianas (amônia) também causam processos inflamatórios nos intestinos do hospedeiro como resposta do seu sistema imunológico.

As medidas defensivas tomadas pelas células intestinais, como a inflamação para controlar e destruir os compostos tóxicos, levam à formação de radicais livres que danificam a barreira celular intestinal.

Como uma variedade de aditivos fitogênicos tem propriedades antioxidantes e/ou anti-inflamatórias – seja diretamente neutralizando os radicais livres ou indiretamente regulando positivamente a expressão de genes e enzimas antioxidantes e anti-inflamatórias – a barreira intestinal do hospedeiro é mantida mais íntegra.

Assim, estudiosos mostraram um aumento da capacidade antioxidante no jejuno e fígado de leitões quando óleos essenciais de orégano, alecrim e tomilho foram adicionados à ração. Em resumo, os aditivos fitogênicos são capazes de induzir sistemas enzimáticos xenobióticos, melhorando assim a defesa contra radicais livres nocivos, toxinas e antígenos, melhorando o estado de saúde do leitão.

Uma barreira intestinal desorganizada – e, portanto, permeável – não é capaz de impedir que toxinas bacterianas ou antígenos penetrem. Inflamação, má absorção, diarreia, crescimento reduzido e desempenho limitado são as consequências.

O primeiro objetivo deve ser o reforço desta barreira. A este respeito, um estudo da Universidade de Ghent, na Bélgica, revelou uma permeabilidade aparente reduzida para o marcador macromolecular FITC-dextran em 69% no intestino delgado distal de leitões (60 animais/tratamento) após a alimentação com o aditivo fitogênico por 14 dias, após o desmame em comparação com a dieta controle (Fig. 1).

Estes resultados do estudo reforçam que o aditivo fitogênico influencia beneficamente a saúde dos leitões, fortalecendo diretamente a integridade intestinal, especialmente no período após o desmame – um dos momentos críticos na vida do leitão.

Embora o processo de desmame geralmente comece com uma diminuição no consumo de ração, um resumo de três ensaios mostra um aumento de 4% no consumo de ração e um aumento de 11,5% no ganho diário com a adição do fitogênico nas rações de leitões após o desmame (Fig. 2).

Além da ingestão adequada de alimentos, a conversão alimentar e a absorção de nutrientes são cruciais para prevenir distúrbios intestinais após o desmame e, assim, promover um crescimento saudável de leitões.

Ao promover o consumo de ração após o desmame, os danos ao epitélio intestinal podem ser diminuídos, reduzindo assim a incidência de DPD. Um ensaio de campo na Alemanha em uma granja com ocorrência de diarreia associada a E. coli apoiou esta tese. Foi demonstrado que a adição de aditivo fitogênico à dieta de leitões desmamados (400 animais,16 baias por tratamento) reduziu a incidência de DPD em 31% e de medicação em 45% em relação ao grupo controle (Fig. 3). Para o produtor, isso significa uma economia considerável nos custos com medicamentos.

Apoiar a integridade intestinal significa manter o desempenho

É óbvio que precisamos implementar novas estratégias para apoiar leitões em condições estressantes e desafiadoras pós-desmame, especialmente na produção animal livre de antibióticos. Foi demonstrado que um aditivo fitogênico específico é uma opção poderosa para apoiar leitões no período crítico de pós-desmame, ajudando a melhorar o desempenho dos animais.

Em resumo, os aditivos fitogênicos contribuem para o aumento da ingestão de ração pós-desmame e da integridade intestinal através de suas múltiplas propriedades. Vários estudos demonstram a importância dos aditivos fitogênicos para promover a saúde animal e reduzir uso de medicamentos.
Um bom início para os leitões no período pós-desmame melhora o desempenho de toda a sua vida.
As referências bibliográficas estão com a autora. Contato: kelly_desouza@cargill.com

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

Fonte: Por Anne Oberdorf, da área de Comunicações Técnicas da Delacon Biotechnik GmbH, Áustria.

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

Publicado em

em

Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
Continue Lendo

Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

Publicado em

em

Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
Continue Lendo

Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
Continue Lendo
CBNA – Cong. Tec.

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.