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VOZ DO COOP

Alerta Cigarrinha Em Marechal Cândido Rondon (PR)

Monitoramento revela que 94,1% das propriedades superam risco de cigarrinhas após estágio V8 do milho; confira boletim atualizado

No entanto, o vírus da risca foi detectado em todas as amostras nas últimas quatros avaliações, mostrando ampla capacidade de disseminação no município rondonense.

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Com média de 135,6 cigarrinhas capturadas por armadilha, as lavouras localizadas próximas a área urbana de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, apresentaram no período de 04 a 10 de abril aumento de 57,5% dos insetos, conforme aponta o Boletim Técnico nº 12 – Alerta Cigarrinha. Cerca de 94,1% das propriedades monitoradas já passaram do estágio V8 e estão fora de risco, no entanto, o vírus da risca do milho foi detectado em todas as amostras nas últimas quatros avaliações, mostrando ampla capacidade de disseminação no município rondonense.

No período de avaliação, a média de precipitação pluvial acumulada em Marechal Rondon foi de 31,5 mm, com variação na distribuição das chuvas sendo registrado média de 20 mm no Distrito de Iguiporã e 40 mm no Distrito de Novo Horizonte.

A temperatura média no período foi de 22,7 °C, máxima de 28,2 ºC; mínima de 18,7 ºC e a umidade relativa do ar média de 79% com máxima de 92% e mínima de 60%.

Aplicação de inseticidas

A aplicação de inseticida vem reduzindo devido ao estágio avançado da cultura na maioria das lavouras. Nesse sentido, 3,4% fizeram manejo com apenas uma aplicação, 6,9% duas aplicações, 19% três aplicações, 31% quatro aplicações, 8,6% cinco aplicações e 27,6% já manejaram as pragas iniciais com inseticidas por no mínimo seis vezes.

O uso de controle biológico também tem sido opção adotada por alguns produtores, dos quais 13,8% já realizaram pelo menos uma aplicação de produtos biológicos a base de fungos entomopatogênicos.

População de cigarrinhas

Quanto a população de cigarrinhas, todas as armadilhas capturaram cigarrinhas do milho, que contabilizaram um total de 6.234 cigarrinhas, sendo que quatro armadilhas (5,9%) capturaram até cinco cigarrinhas (pontos cor amarela); seis armadilhas (8,8%) capturaram de seis a 20 cigarrinhas (pontos cor laranja claro), 16 armadilhas (23,5%) capturam entre 21 e 50 cigarrinhas (pontos cor laranja escuro), 20 armadilhas (29,4%) capturaram entre 51 e 100 cigarrinhas (pontos cor vermelho claro), 16 armadilhas (23,5%) capturaram entre 101 e 200 cigarrinhas (pontos cor vermelho escuro), cinco armadilhas (7,4%) capturaram entre 201 e 400 cigarrinhas (pontos cor roxa) e uma armadilha (1,5%) capturou acima de 400 cigarrinhas (pontos cor preta). A Figura 3 mostra a quantidade de armadilhas por categoria.

 

Em relação à leitura anterior, as armadilhas contendo de 51 a 100 cigarrinhas (cor vermelho claro) aumentou de 19 para 20 armadilhas (aumento de 5,2%) e a faixa de 101 a 200 cigarrinhas (cor vermelho escura) aumentou de 10 para 16 armadilhas (aumento de 60%).

As armadilhas na faixa de 201 a 400 cigarrinhas (cor roxa) saltou de três para cinco (aumento de 67%) e por fim houve uma armadilha com mais de 400 cigarrinhas incluindo novamente um ponto na cor preta no mapa (Figura 1).

O município rondonense apresentou média de 91,7 cigarrinhas por ponto de avaliação, isso significa aumento de 46,7% em relação a avaliação anterior.

Na Figura 2 pode-se observar que o Distrito de Novo Três Passos, apresentou menor presença do inseto (47 cigarrinhas), com aumento de 69,1% em relação a avaliação anterior, sendo pela quarta semana consecutiva a localidade com menor população de cigarrinhas.

 

Maior média de insetos

Por outro lado, a sede municipal apresentou a maior presença, com média de 135,6 cigarrinhas capturadas, significando aumento de 57,5% em relação à semana anterior. Nesta localidade, das 16 propriedades avaliadas 14 já passaram do pendoamento e não receberam mais aplicação de inseticidas, situação que favorece o crescimento populacional e coloca a região em evidência.

No entanto apenas duas propriedades ainda apresentam risco, por ser plantio mais tardio, e, assim todas propriedades da Sede Municipal, que não estão sendo monitoradas, mas tiveram plantio mais tardio estão sujeitas a infecção por molicutes e possível ocorrência de danos na produção.

O Distrito de Margarida apresentou um salto populacional nesta semana, tornando-se o segundo distrito com maior população capturada, com média de 107,7 cigarrinhas por armadilha, aumento de 76% em relação à semana anterior, contudo 100% das lavouras monitoradas já passaram da fase de risco, mas é pertinente lembrar que muitas lavouras não monitoradas estão em fase de risco (até estágio V8).

Na sequência, está o Distrito de Iguiporã com média de 87,8 cigarrinhas por armadilha (aumento de 85,6%), nessa localidade por duas semanas consecutivas houve redução do número de cigarrinhas capturadas, contudo esse número voltou a subir nessa semana.

Em Iguiporã, são monitoradas nove propriedades, das quais oito (88%) já estão além do estágio V8, mas vale ressaltar que as semeaduras mais tardias devem ser afetadas devido ao nível populacional de cigarrinhas apresentado.

O Distrito de Porto Mendes está com a quarta maior população de cigarrinhas e nessa semana apresentou captura de 77,2 (aumento de 7,7%), embora houvesse redução na semana anterior, nessa semana a população voltou a subir.

Das 10 propriedades em avaliação. nove (90%) já passaram os estágios de risco. As lavouras que já estão na fase do florescimento não recebem mais aplicação de inseticidas permitindo a manutenção de nível populacional maior, isso aumenta o risco para as lavouras semeadas mais tardiamente e que não atingiram o estágio V8.

Por fim, os Distritos de Novo Horizonte e São Roque que apresentaram valor semelhante, 60,6 e 60,4 cigarrinhas por armadilha respectivamente. Novo Horizonte com aumento de 21,7% e São Roque com redução de 17%, sendo nesta semana a única localidade com redução da população e a segunda redução consecutiva no distrito.

O Distrito de Novo Horizonte tem aumentado a população de cigarrinhas continuamente com taxas relativamente pequenas, sendo que 100% das propriedades monitoradas já passaram da fase de maior risco.

A flutuação populacional da cigarrinha do milho pode ser visualizada na Figura 4, que apresenta dados desde o início das avaliações em 16 de janeiro até o momento atual e na Tabela 1 estão os dados das últimas seis semanas do monitoramento para cada ponto (data, número de cigarrinhas e infectividade), que podem ser conferidos no Boletim Técnico nº 12 – Alerta Cigarrinha.

Molicutes

Para cada região de monitoramento foram coletadas amostras de cigarrinhas nas armadilhas que capturaram o maior número de cigarrinhas, para analisar se elas estão ou não contaminadas com os molicutes e o vírus da risca do milho.

O resultado da infectividade das cigarrinhas coletadas das armadilhas da nona avaliação (14 a 21/03) foi disponibilizado nessa semana, sendo constatado mais um ponto na sede municipal (ponto 1.2) positivado com Fitoplasma e mais seis pontos positivados com vírus da risca do milho, que podem ser conferidos na Tabela 1 do novo boletim.

Desenvolvimento do milho

Na 12ª avaliação da flutuação populacional de cigarrinhas no milho, a precipitação pluvial tem favorecido o desenvolvimento do milho (média na semana 31,5 mm), mas não tem dificultado a multiplicação de cigarrinhas.

Nesse momento, apenas 5,9% das propriedades avaliadas estão entre a quinta e a sétima folha expandida (V5-V7), período em que as plantas infectadas pelos molicutes ainda apresentam potencial de redução da produtividade, principalmente em cultivares mais sensíveis, sendo importante adotar o manejo recomendado pelo engenheiro agrônomo que presta assistência técnica.

Por outro lado, 94,1% das lavouras já atingiram ou passaram do estágio de 8 folhas expandidas (V8), estágio no qual poucos danos são registrados pela inoculação de molicutes, ou seja, estão saindo ou saíram da fase de maior risco e, caso não tenham sido contaminadas pelos patógenos, apresentam baixo risco de perda de produtividade nestas fases.

A Figura 5 mostra o número de lavoura de milho safrinha monitoradas em cada estádio fenológico da cultura na semana do dia 04 a 10 de abril.

Análise de Fitoplasma

Foram enviadas 66 amostras para análise, sendo realizada 66 para Fitoplasma, 66 para Espiroplasma e 56 análises para o Vírus da Risca do Milho, totalizando 188 análises.

Com a conclusão das análises laboratoriais disponibilizadas para o projeto, finaliza-se o mapa de localização das populações infectadas para a safrinha de 2023.

A localização das populações contaminadas com patógenos causadores de enfezamentos e o vírus da risca do milho nas cigarrinhas são apresentados na Figura 6.

Para Fitoplasma (A), Espiroplasma (B) e Vírus da Risca do Milho (C) com base nos pontos amostrados e raio de migração principal de 2,5 km. Em uma primeira análise, observa-se focos de Fitoplasma nos distritos de Porto Mendes, Margarida, sede municipal e Novo Horizonte.

Quando se observa a presença de Espiroplasma, nota-se que este patógeno não é tão presente quanto Fitoplasma e o vírus da risca, apresentando focos em Porto Mendes, Novo Horizonte, sede municipal e um foco entre os distritos de Margarida e São Roque.

Para o Vírus da Risca do Milho percebeu-se distribuição generalizada no município estando presente em todos as amostras enviada para análise nas últimas quatro análises.

Observando-se os mapas da Figura 6, a ocorrência de Espiroplasma tem sido mais esporádica, porém Fitoplasma têm se expandido em grandes focos.

Já o vírus da risca do milho está distribuído de forma generalizada em Marechal Cândido Rondon.

Fitoplasma e Espiroplasma são no momento a maior preocupação, visto que são responsáveis por maiores danos na cultura, podendo chegar a perdas de 100% em condições muito favoráveis, já o vírus da risca do milho é mais brando e os danos podem chegar no máximo a 30% e por isso, pode-se considerar uma preocupação menor.

Outra observação importante á a ausência de pontos positivos para Fitoplasma e Espiroplasma nos distritos de Iguiporã e Novo Três Passos. Não se pode afirmar que não ocorra, mas em 17 amostras coletadas nesses dois distritos, nenhuma apresentou resultado positivo para esses dois patógenos, apenas foi detectado o vírus da risca do milho, isso pode ser vantajoso para essas localidades mesmo com semeaduras mais tardias, pois se os insetos não estão contaminados, possivelmente não haverá dano severo.

Acompanhamento do Alerta Cigarrinha

O jornal O Presente Rural realizou uma parceria com a equipe do Projeto Alerta Cigarrinha e é o veículo de mídia oficial para divulgação dos boletins técnicos.

Para acompanhar os resultados e informações do último monitoramento clique no Boletim Técnico nº 12 – Alerta Cigarrinha.

Fonte: Com assessoria Ulsa/Adapar

Alerta Cigarrinha

Adapar apresenta relatório final do Projeto Alerta Cigarrinha

A integração de práticas como o cultivo antecipado e a aplicação estratégica de inseticidas durante o período crítico tem se mostrado como a chave para o sucesso na manutenção da saúde das plantações e na garantia de colheitas robustas em meio a essa complexa realidade agrícola.

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O Projeto Alerta Cigarrinha é uma rede de monitoramento da cigarrinha do milho composta por 68 pontos de monitoramento distribuídos estrategicamente em sete regiões (Distritos) do município de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, com objetivo de monitorar a flutuação populacional das cigarrinhas do milho e sua infectividade antes e durante o cultivo do milho safrinha 2023. A iniciativa é endossada pelos setores representativos da agricultura e executado pelas instituições de fomento à pesquisa e ensino superior, pelas instituições públicas e privadas ligadas a assistência técnica agrícola e da defesa agropecuária.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A iniciativa desenvolvida pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), com apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), contou com a participação de 66 produtores rurais da região, que abriram suas propriedades para a execução do projeto. Esse engajamento demonstra a importância atribuída pelos agricultores ao monitoramento e controle da cigarrinha do milho, uma praga que pode causar prejuízos significativos nas lavouras.

Na vasta extensão da região Oeste do Paraná, a presença da cigarrinha do milho tem se destacado como um desafio constante para os agricultores, especialmente durante o período de safra de soja. O monitoramento contínuo revela uma elevada população desses insetos, exigindo medidas rigorosas para garantir a saúde das plantações e a maximização da produtividade.

Ao longo do processo de monitoramento, ficou evidente a necessidade de manutenção do controle químico para combater a cigarrinha do milho. Mesmo no início da janela de semeadura, a população média permaneceu em níveis relativamente baixos até 15 de fevereiro. Contudo, a partir desse ponto, observou-se um aumento exponencial, demandando ação imediata por parte dos agricultores.

Uma estratégia eficaz que emergiu durante a análise dos dados foi o cultivo antecipado, realizado até meados de fevereiro. Essa prática revelou-se crucial para

Fotos: Divulgação/Adapar

mitigar a incidência e severidade dos enfezamentos, resultando em menor ocorrência de danos e, consequentemente, em uma maior produtividade. O timing preciso da semeadura parece ser um fator-chave na gestão dessa praga, conferindo aos agricultores uma vantagem na busca por colheitas mais saudáveis e abundantes.

Destaca-se ainda a importância da aplicação de inseticidas durante o período crítico, compreendido entre as fases VE (emergência) e V8 (oito folhas). Essa prática se revelou fundamental para a manutenção da baixa incidência e severidade dos enfezamentos, contribuindo diretamente para altas produtividades. O manejo integrado, combinando a utilização de inseticidas no momento certo com práticas culturais adequadas, emerge como uma abordagem eficiente na luta contra a cigarrinha do milho.

Em suma, os desafios impostos pela cigarrinha do milho na região Oeste do Paraná demandam uma abordagem abrangente e proativa. A integração de práticas como o cultivo antecipado e a aplicação estratégica de inseticidas durante o período crítico tem se mostrado como a chave para o sucesso na manutenção da saúde das plantações e na garantia de colheitas robustas em meio a essa complexa realidade agrícola.

Confira aqui os resultados finais do Projeto Alerta Cigarrinha.

Fonte: O Presente Rural
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