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Suínos / Peixes Piscicultura

Intensificação na produção de peixes deve respeitar limite do ambiente

Apesar de ser uma tendência na piscicultura, é preciso que o produtor tenha muita atenção na produção para não ter problemas futuros

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Arquivo/OP Rural

A piscicultura é uma atividade que vem ganhando cada vez mais notoriedade. Cada vez mais produtores, empresas e cooperativas se interessam pela produção. Assim, a quantidade produzida ao longo dos anos vem crescendo no Brasil. Especialmente no Oeste do Paraná, principal polo produtor da tilápia no país, a piscicultura vem ganhando cada vez mais espaço nas propriedades rurais. Os bons resultados fazem com que os produtores busquem mais desempenho.

Com esta ânsia de melhores resultados, alinhada à boa genética e nutrição de qualidade, a piscicultura tem ido pelo mesmo caminho que outro setores, utilizando o mesmo espaço para a criação de mais animais. Porém, a intensificação nesta atividade pode causar muitos problemas para o produtor que não tomar todos os cuidados necessários ao longo de toda a produção. “Como medimos a intensificação? É a quantidade de animais por metro quadrado, quanto mais animais, mais intensificado, mas também maior o uso de ração e melhor deve ser a qualidade da água”, explica o engenheiro de pesca Arcangelo Augusto Signor, do Instituto Federal do Paraná (IFPR). O profissional falou sobre o assunto com piscicultores durante o 1° Fórum de Piscicultura das Cooperativas Paranaenses, que aconteceu em junho em Toledo, no Oeste do Estado.

Um dos pontos cruciais para uma boa produção, de acordo com o profissional, é a qualidade da água. “Vamos produzir peixe? Então precisamos cultivar água. Porque se a água não estiver boa, não vai ter um peixe bom. Eu posso ter a melhor tecnologia, melhor ração ou genética, mas se a minha água é ruim, eu vou ter um peixe ruim”, afirma. Porém destaca que o contrário é fato: o piscicultor pode ter uma água boa e um peixe ruim. “Isso porque o peixe pode ter problemas com doença ou outras diversas questões”, comenta.

Signor chama ainda a atenção do piscicultor quanto ao modelo e forma de produção que será feito. “As condições variam muito de uma propriedade para outra. Não adianta pegar o modelo de produção X porque ele funcionou em algum lugar, porque é algo que pode dar certo ou pode dar muito errado. Isso porque existe a variação de solo, de água e de conhecimento do produtor quanto à produção”, informa. “É o produtor que precisa conhecer as interações que acontecem dentro da sua propriedade e do sistema de criação, porque o técnico pode ser o mesmo nas duas produções, mas ele não está todo dia lá, como o produtor está”, completa.

Estes detalhes são importantes uma vez que a intensificação que está acontecendo nas propriedades pode trazer problemas ao piscicultor. Um dos problemas mais comuns, segundo Signor, é de sanidade. Ele destaca que é necessário lembrar que produtividade é diferente de lucratividade. “O custo de energia elétrica, por exemplo, sobe muito, porque quem usa bombeamento ou a areação tem os custos da energia lá em cima. Será que é viável continuar intensificando com o aumento dos custos? É preciso avaliar isso”, alerta.

Segundo o engenheiro de pesca, é preciso que o produtor estabeleça limites de produção, além de conhecer a capacidade de suporte da propriedade, do ambiente e do tanque. “Sabemos que a intensificação em determinado produtor pode ser de oito peixes por metro quadrado, mas em outro pode ser diferente, sendo menos ou mais. Além do mais, é muito importante ter conhecimento da disponibilidade de água na propriedade”, conta. O profissional alerta que o aumento da densidade acaba aumentando outros quesitos, como o uso de água, areação, descarga de efluentes, uso de medicamentos, a possibilidade de desencadear alguma doença e o aumento da conversão alimentar.

Estratégias de produção

A produção da piscicultura é como uma engrenagem, depende como o produtor atuar ela vai rodar para um lado ou para o outro, diz Signor. “Por isso, é preciso que o piscicultor tenha o conhecimento técnico mínimo para atuar, desenvolvendo uma estratégia de produção, e tenha infraestrutura”, afirma. Ele acrescenta que o que mais influencia no crescimento da produção é a qualidade da água, que está relacionada ao manejo. “Conforme o piscicultor vai tendo estratégias, a produção vai se encaminhando de determinada forma”, conta.

Algo essencial, de acordo com o engenheiro de pesca, é que o produtor precisa buscar o equilíbrio na propriedade. “Porque é isso que determina se ele terá lucro ou prejuízo”, avalia. E algo em que o piscicultor deve se atentar é na capacidade de suporte da sua propriedade. “E o que é isso? É o máximo que aquele ambiente pode suportar, e isso varia em relação a ração, quantidade e qualidade de água, manejo e equipamentos”, informa. O profissional ainda aconselha que seria adequado o piscicultor produzir um pouco abaixo da sua capacidade de suporte. “A capacidade é o máximo que aquele ambiente pode suportar. Quando eu atinjo essa capacidade, o crescimento passa a ser nulo. Por isso é muito importante conhecermos essa informação”, afirma.

Bom manejo é essencial

Segundo Signor, o grande desafio do produtor é entender as interações que acontecem na propriedade e tomar as decisões mais assertivas. “Em muitos locais temos produtores muito capacitados. Porém, tem muita gente entrando na piscicultura porque acha que é “moda”, que é fácil. Por isso entender da atividade e as capacitações são tão importantes”, comenta.

O profissional ainda acrescenta que dois pontos essenciais que o piscicultor não pode esquecer estão relacionados à sanidade e enfermidades. “Algo que devemos começar a fazer no ambiente aquático é o vazio sanitário. Porque, se não fizer, podemos levar o problema de um cultivo para o outro. Para não ter problemas com patógenos e doenças, a solução mais fácil é prevenir”, diz. Prevenir, cita Signor, é oferecer uma nutrição adequada e boa qualidade água. “Patógenos estão no meio, devemos aprender a conviver com eles. Mas, peixes saudáveis, alimentados com ração que atenda as exigências, em uma água de qualidade e que tem um manejo adequado, os impactos são bastante reduzidos”, expõe.

Outro ponto importante que o produtor deve fazer é ter o controle de seus viveiros. “É preciso controlar as séries históricas de cada um deles. Estamos fazendo isso? Por exemplo: meu viveiro um deu problema há dois anos, o viveiro três tem um comportamento diferente do dois. É preciso fazer estas anotações para sabermos o que acontece em cada um para saber como agir se acontecer algum problema, além de saber se prevenir”, alerta.

Signor destaca que é imprescindível que o piscicultor cultive primeiro a água para depois somente cultivar o peixe. “Precisamos saber tratar da água, porque ele é o bem mais precioso para o produtor. O peixe vive lá, por isso precisamos cultivá-la, porque se ela estiver ruim, eu vou ter um peixe ruim”, assegura.

Para o engenheiro de pesca, é preciso que o piscicultor mantenha o equilíbrio entre todas as questões que envolvem a atividade: qualidade de água e de produtividade, nutrição, atenção às doenças, boas práticas de manejo e bom planejamento no começo da produção. “São pontos fundamentais”, assegura. Outra boa estratégia que deve ser utilizada é uma análise sobre o que deu certo e o que não deu após a despesca de cada lote. “As vezes em um tanque aconteceu surtos de problemas. Analisando, o produtor entende o que aconteceu e busca as melhores soluções para não dar problema nos próximos”, diz.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2019 ou online

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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