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Grãos avariados determinam a qualidade e o uso da soja

Para garantir a qualidade é essencial interpretar com precisão todas as condições estabelecidas nos padrões de classificação dos grãos.

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Marcelo Alvares da Silva - Foto: Divulgação

A qualidade da soja brasileira depende muito da identificação do percentual de grãos avariados, que são aqueles que apresentam defeitos, como fermentação, ardência, picadas de percevejos, imaturidade, entre outros fatores prejudiciais.

Para a consultora técnica da ANEC, Fátima Chieppe Parizzi, palestrante do painel que debateu o “Pós-colheita e a qualidade da soja brasileira” durante a VIII Conferência Brasileira de Pós-colheita e V Simpósio Goiano de Pós Colheita de Grãos, quando se lida com grãos é essencial interpretar com precisão todas as condições de qualidade estabelecidas nos padrões. Isso implica observar rigorosamente os procedimentos operacionais corretos e utilizar equipamentos adequados.

“Entretanto, o trabalho não termina aí. O resultado da classificação deve passar por uma avaliação crítica. É como se fosse um exame de sangue: você o faz, mas é o médico que avalia os resultados. No caso da classificação, o técnico responsável pelo produto classificado deverá realizar uma análise crítica para entender a qualidade do grão e determinar as ações necessárias para o gerenciamento subsequente do produto”, compara.

Na soja, por exemplo, uma dos principais parâmetros de qualidade a serem observadas é com relação ao percentual de grãos com defeitos, cujo aproveitamento não é considerado normal. Esses defeitos podem afetar significativamente o processamento dos grãos, prejudicando o rendimento e a qualidade dos produtos obtidos, como o óleo de soja, o farelo, entre outros. “Mesmo os biocombustíveis possuem requisitos rigorosos de qualidade em relação aos grãos que serão processados”, afirmou.

Segundo ela, a classificação desempenha um papel fundamental na determinação da qualidade e do valor do produto. “Embora seja uma norma regulatória em que não sejam especificados os termos ágio ou deságio, esses conceitos podem ser referenciados quando as empresas decidem vender ou adquirir produtos com base em sua qualidade. Esta informação é muitas vezes especificada em contratos entre fornecedores e compradores”, informa.

Outro fator crucial a ser considerado em termos de qualidade é a umidade dos grãos. A umidade desempenha um papel essencial na evolução dos defeitos, uma vez que muitos deles estão relacionados a processos químicos que ocorrem em ambientes úmidos. “Um grão fermenta e deteriora-se mais rapidamente em condições de alta umidade e temperatura. Portanto, a redução do teor de umidade dos grãos é uma estratégia importante para garantir a conservação e a qualidade dos produtos agrícolas. Isso é especialmente relevante no Brasil, um país tropical com temperaturas de armazenamento significativamente mais elevadas do que em outras regiões, como os Estados Unidos”, enfatizou.

O pesquisador da Embrapa Soja, Marcelo Alvares de Oliveira, apresentou durante sua palestra os números do Projeto Qualigrãos, realizado pela Embrapa no Brasil entre os anos de 2015 e 2019. Ele também analisou a safra (2021/2022) nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde ocorreram problemas climáticos que influenciam a qualidade do grão.

“Coletamos cerca de mil amostras por ano durante quatro anos e realizamos várias análises. Entre elas, medimos o teor de óleo, proteína, acidez, clorofila, grãos avariados, germinados, picado por percevejo, presença de Penicillium e presença de Aspergillus”, afirma Marcelo.

A partir desses dados, segundo ele, foi realizada uma análise estatística para verificar as correlações entre as variáveis. “Algumas correlações já eram esperadas, como a relação inversa entre óleo e proteína e a relação direta entre grãos avariados e fermentados e picados por percevejo. Outras correlações que chamaram a atenção foram as que envolviam a acidez do grão, que estava fortemente associada com grãos picados por percevejo, fermentados e avariados”, afirmou o pesquisador.

“Sabemos que há uma relação inversa entre o teor de óleo e o teor de proteína na soja: quanto mais óleo, menos proteína, e vice-versa. Sabemos que existem algumas cultivares que são “outliers” e não seguem esse padrão. Isso é normal, pois a soma dos dois é mais ou menos constante, em torno de 60%. Por isso, quem compra o grão para farelo quer uma soja com uma maior porcentagem de proteína e óleo possível, para que a proteína esperada no farelo seja elevada, quando você realizar a extração do óleo”, explica, lembrando que na composição da soja brasileira a média de óleo atinge cerca de 22,5% e a proteína situando-se em torno de 37%.

O professor e pesquisador da UFPEL, Maurício Oliveira, que coordena o Lab Grão, laboratório da Universidade Federal de Pelotas, explicou que os fatores básicos da conservação do grão são temperatura e umidade. “Se o grão for bem seco e mantido em baixa temperatura, ele terá menos risco de perder qualidade.

Ele também destacou que há outros fatores importantes antes da lavoura, como a escolha do genótipo certo. Segundo ele, já existem genótipos que podem ser armazenados por menor tempo e outros que suportam longos prazos.

Maurício Oliveira também comentou sobre uma prática que é muito associada à perda de qualidade, que é a dessecação. Ele alertou que quando se disseca o grão, tem que colher logo. “Porque se tiver chuva, ou se tiver alguns fatores de estresse depois da dessecação, o grão vai ter perda de qualidade acelerada, muito intensa”, afirmou.

Os eventos se encerram nesta quinta-feira (dia 26) no Centro Tecnológico Comigo, em Rio Verde (GO). São promovidos pela Associação Brasileira de Pós-Colheita (Abrapos) e realização e colaboração da Caramuru Alimentos, Cooperativa Comigo, Instituto Federal Goiano e Sindicato de Armazéns Gerais de Goiás.

Fonte: Assessoria Abrapos

Notícias Relações internacionais

Ministro da Agricultura apresenta propostas de cooperação a embaixadores da Liga Árabe

Representantes de 16 países discutiram parcerias agrícolas com o Brasil

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu com embaixadores da Liga dos Estados Árabes para tratar de propostas de cooperação técnica e agrícola entre os países. O encontro foi realizado na Embaixada da Palestina, em Brasília, na quarta-feira (08) e contou com representantes de 16 países do grupo (Arábia Saudita, Argélia, Egito, Iraque, Mauritânia, Tunísia, Líbia, Sudão, Jordânia, Kuwait, Qatar, Bahrein, Omã, Síria e Palestina).

Durante a reunião, o ministro destacou a determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no estreitamento das relações diplomáticas com os países árabes e a aproximação, cada vez maior, do Brasil com o Sul Global tendo sempre como foco principal o combate à fome a segurança alimentar. Neste ano, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) já realizou missões oficiais em três países da Liga Árabe: Emirados Árabes Unidos, Omã e Marrocos.

Fotos: Divulgação/Mapa

Anfitrião do evento, o embaixador da Palestina no Brasil, ponderou que este primeiro encontro é de suma importância para os países presentes. “Sob o comando do presidente Lula, sentimos que Brasil e os países árabes trabalham como uma família unida e essa reunião é um indício de que esse trabalho de estreitamento está sendo feito”, destacou o embaixador da Jordânia, Maen Moh’d Sodii Salem Masadeh.

Fundada em 1945 com o objetivo de fomentar as relações culturais, econômicas, sociais e políticas entre seus membros, a Liga Árabe é uma organização internacional que reúne 22 estados-membro e, atualmente, representa uma importante parceira para o Brasil em termos diplomáticos e econômicos. Em 2023, os países integrantes do grupo importaram cerca de U$ 13,5 bilhões em produtos da agropecuária brasileira. “O Brasil é maior produtor e exportador de proteína halal do mundo. Temos muito orgulho desse título e queremos fortalecer ainda mais esta relação pois o Brasil tem um grande potencial de ampliar sua produção de forma sustentável”, destacou Fávaro.

Para isso, uma das maiores ações que o Mapa vem desenvolvendo é o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD), que visa aumentar a área de produção de alimentos no país sem avançar sobre áreas preservadas e com a recuperação dos solos, contribuindo para a segurança alimentar e climática do planeta. “Em momento de mudanças climáticas evidentes, que o mundo pensa de forma sustentável, o Brasil tem obrigação de manter políticas públicas de preservação da Amazônia”, ressaltou o ministro. “A Amazônia é um grande patrimônio brasileiro, mas também mundial com relação ao sequestro de carbono. Mas a preservação da Amazônia não significa que o Brasil ainda não pode expandir sua produção de alimentos”, completou.

Isso porque a expertise do país, especialmente após a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), faz com que o Brasil seja a principal potência para fornecimento de suprimento alimentar com preços acessíveis e estabilidade.

Além do anfitrião, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, participaram da reunião os embaixadores da Arábia Saudita, Faisal Ghulam; do Bahrein, Bader Abbas Hasan Salem Al Zarim Alhelaibi; do Qatar, Ahmad Mohammed Al-Shebanin; do Egito, Mai Taha Khalil; da Jordânia, Maen Moh’d Sodii Salem Masadeh; do Kuwait, Talal Al Mansour; do Líbano, Carla Jazzar; da Líbia, Osama Ibrahim Ayad Sawan; da Mauritânia, Abdoulaye Idrissa Wagne; do Omã, Talal Sulaiman Alrahbi; da Síria, Rania Alhaj Ali e da Tunísia, Nabil Lakhal, e os encarregados de negócios do Iraque, Dr. Firas Hasan Hashim Al-Hamadany; da ⁠Argélia, Emira Assia Dali; do Sudão, Ahmed Etigani Mohamed Swar. Integraram a delegação do Mapa, o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart; o secretário-executivo adjunto, Cleber Soares; o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Júlio Ramos, o assessor especial do ministro, Carlos Ernesto Augustin e o diretor de Promoção e Comercial e Investimentos, Marcel Moreira.

Transferência tecnológica 
Diante da experiência exitosa do Brasil na produção de alimentos, especialmente na fruticultura em clima árido, o ministro colocou à disposição dos países da Liga Árabe a possibilidade de acordos de transferência tecnológica por meio da Embrapa.

Parcerias entre a empresa pública e a Organização Educacional, Cultural e Científica da Liga Árabe (Alecso) e instalação de centros de pesquisa da Embrapa nos países foram um dos principais temas debatidos durante o encontro.

O encarregado de negócios do Iraque, Firas Al-Hamadany, informou que seu país já trabalha numa proposta de acordo na transferência tecnológica do setor agrícola e ampliação das relações comerciais.

Já o embaixador do Qatar, Ahmad Al-Shebanin, informou que uma delegação da Hassan Food, braço de investimento agrícola e de alimentos da Autoridade de Investimentos do Qatar (QIA), visitará o Brasil ainda nesta semana com objetivo de cooperar e investir no país.

Uma parceria entre Sudão, Arábia Saudita e Brasil para a produção de alimentos e cooperações no setor de biocombustíveis também foram destacadas pelo encarregado de negócios do Sudão, Ahmed Swar.

Um dos principais fornecedores de fertilizantes para o Brasil, o Omã também terá uma delegação de investidores prospectando investimentos no país na próxima semana e, segundo o embaixador do Omã, Talal Alrahbi, está em estudo a possibilidade de realização de um projeto conjunto nessa área.

Solidariedade
No encontro, os embaixadores fizeram questão de manifestar, em nome de seus países, solidariedade às famílias do Rio Grande do Sul que estão sofrendo com os efeitos das chuvas excessivas no estado, inclusive, oferecendo apoio e parcerias para mitigar os impactos.

Fonte: Assessoria Mapa
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Notícias Exportações brasileiras

Cinco países abrem mercado para suínos vivos do Brasil

Trata-se da segunda grande abertura comercial na UEEA para produtos agrícolas brasileiros em menos de 10 meses.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os cinco países que compõem a União Econômica Eurasiática (UEEA) – Rússia, Belarus, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão – abriram seus mercados para a exportação brasileira de suínos vivos. Esta decisão marca a segunda grande abertura comercial para produtos agrícolas do Brasil na UEEA em menos de 10 meses.

A autorização para exportar suínos vivos segue uma série de iniciativas bem-sucedidas, incluindo a permissão concedida em setembro de 2023 para exportar bovinos vivos para os países membros da União. Essas conquistas resultam de esforços coordenados entre representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o apoio da Embaixada do Brasil na Rússia, fortalecendo os laços comerciais entre o Brasil e os países da UEEA.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, em 2023, o Brasil exportou mais de US$ 1,2 bilhão em produtos do agronegócio para a UEEA, incluindo produtos soja em grãos, carne bovina, café verde e açúcar bruto. Esses números refletem a importância crescente das exportações agrícolas brasileiras para a região e a confiança dos países da UEEA na qualidade e competitividade dos produtos brasileiros.

Com essa nova conquista, o agronegócio brasileiro alcança sua 39ª abertura de mercado em 24 países somente neste ano, totalizando 117 aberturas em 50 países desde 2023.

Fonte: Com informações do Mapa
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Notícias Ações de conscientização

Mês da Saúde Animal tem como enfoque ações do Serviço Veterinário Oficial e saúde única

Ao longo do mês serão realizadas ações entre o Mapa e organizações públicas e privadas em saúde animal com apresentações de informações relevantes para a sociedade e pecuaristas sobre produção animal segura, sustentável e para a segurança dos alimentos.   

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Durante o mês de maio é realizada a Campanha Nacional do Mês da Saúde Animal com o intuito de promover e fomentar ações de conscientização, engajamento e prevenção de doenças voltadas para a produção animal brasileira. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou o mês de maio como o Mês da Saúde Animal em 2023 por meio da portaria nº 583. A primeira campanha é realizada neste ano com a temática “Saúde Animal – É Saúde para Todos”.  

Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro destaca que rebanhos saudáveis são fundamentais para a garantia de produção de alimentos de qualidade para o mercado interno e externo, além de geração de emprego e renda. “Não se pode separar a saúde humana, o meio ambiente e a saúde animal. Integrando as ações em uma só saúde, todos são beneficiados”, disse.   

Ao longo do mês serão realizadas ações entre o Mapa e organizações públicas e privadas em saúde animal com apresentações de informações relevantes para a sociedade e pecuaristas sobre produção animal segura, sustentável e para a segurança dos alimentos.   

A ação é promovida pelo Departamento de Saúde Animal (DSA) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). Para o secretário Carlos Goulart, trata-se de uma medida de grande importância para aproximar cada vez mais a população e o Serviço Veterinário Oficial (SVO), informando sobre o seu papel como promotor de rebanhos saudáveis, permitindo, desta forma, a geração de alimentos seguros e o acesso dos produtos brasileiros aos mercados interno e externo.  

Neste ano, a campanha tem como foco o Papel dos SVOs na garantia da saúde animal e ações em saúde única, que considera a saúde humana, animal e vegetal como interdependentes e vinculadas à saúde dos ecossistemas em que existem.   

A Campanha tem quatros estratégias principais: conscientizar e incentivar os pecuaristas na atualização anual de cadastros de seus rebanhos, pois contribui para a prevenção de doenças; Promoção sobre o papel dos SVOs sobre boas práticas sanitárias na produção animal, conscientização para identificação e notificação a suspeitas de enfermidades; e o trabalho realizado pelos governos federal e estadual na garantia da saúde dos rebanhos.   

Os SVOs trabalham na garantia da qualidade sanitária, monitoramento, controle e erradicação de doenças dos animais de produção, terrestres e aquáticos e, da ambiência dos campos brasileiros, criada pela parceria com os produtores rurais. Essa ambiência abre portas para o consumo interno seguro e, para as exportações de animais e produtos de origem animal. Regulamentam e controlam o trânsito nacional e internacional de animais e produtos de origem animal, sobre o uso de prudente de antimicrobianos na medicina veterinária. Além de regulamentar, acompanhar e certificar a condição sanitária de propriedades e áreas livres de doenças animais, facilitando assim a abertura de mercados para exportação dos produtos pecuários nacionais.

Em ação e no mês que se comemora o cuidado com a saúde animal, o ministro Fávaro anunciou na última quinta-feira (2) que os todos os estados brasileiros estão livres de febre aftosa sem vacinação. No mês de abril foram intensificadas as ações para a vacinação dos rebanhos bovinos que faz parte do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PE-PNEFA).   

Produção animal

Para o ano de 2024, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revela que a expectativa é de aumento na produção de carne bovina, suína e frango com 30,88 milhões de toneladas neste ano. Destes, 21,12 milhões de toneladas serão destinados ao mercado interno e 9,85 milhões de toneladas devem ser exportadas.    

De acordo com dados da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) em 2023 o Brasil exportou oito milhões de toneladas de carnes somando mais de US$ 23,51 bilhões.     

Desde 2023 foram abertos novos mercados de carne bovina e suína para o México e República Dominicana, além de carne bovina enlatada para o Japão e carne bovina processada para Singapura. Aves na Argélia, Butão, Israel, El Salvador, Polinésia Francesa e Vanuatu.  

Fonte: Assessoria Mapa
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