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EuroTier 2022 evidencia tendências na criação mundial de animais
Depois de quatro anos, a principal feira mundial de criação profissional e gestão de animais promoveu um amplo debate com especialistas do setor sobre tendências atuais e futuras da pecuária bovina, suína e avícola, bem como conhecerem em primeira mão as mais importantes tendências, inovações e tecnologias em produtos e serviços para criação e manutenção de animais de produção.
A busca por tecnologias e soluções inteligentes sem dispensar a otimização contínua dos sistemas existentes para uma produção animal bem-sucedida e sustentável levou mais de 106 mil congressistas de 141 países para a EuroTier 2022, realizada entre os dias 15 e 18 de novembro, em Hanôver, na Alemanha. Em paralelo aconteceu a EnergyDecentral, maior feira comercial do mundo para fornecimento descentralizado de energia, que contou com 1,8 mil expositores de 55 países para ofertarem produtos e serviços relacionados com o agro-PV, biometano e estratégias voltadas à flexibilidade das usinas de biogás.
Depois de quatro anos, a principal feira mundial de criação profissional e gestão de animais promoveu um amplo debate com especialistas do setor sobre tendências atuais e futuras da pecuária bovina, suína e avícola, bem como conhecerem em primeira mão as mais importantes tendências, inovações e tecnologias em produtos e serviços para criação e manutenção de animais de produção, com foco na carne bovina, suína, aves e aquicultura – processamento de ração em carne, leite e ovos.
Além dos pavilhões de feiras, que apresentaram tecnologias e inovações, foram realizados paralelamente vários fóruns sobre produção animal, ambiência, bem-estar, nutrição, custos de produção, impactos das doenças na avicultura, sistemas de granjas alternativas, proteção climática e ambiental, digitalização, processamento e redução de emissões de CO₂ no meio ambiente.
Durante a edição 2022 foi feito o lançamento do primeiro aditivo alimentar aprovado na União Europeia, com impacto positivo comprovado no meio ambiente, uma vez que influencia nas emissões de metano, reduzindo significativamente as emissões de gases nocivos no ar.
Outro estudo apresentado pela Universidade da Califórnia mostrou que o uso de algas vermelhas na alimentação animal é capaz de diminuir em até 80% as emissões de metano.
Avicultura
As tendências na avicultura estão mudando na direção de aumentar o bem-estar animal e reduzir a poluição ambiental. À medida que a demanda do consumidor muda, novas espécies animais também estão se tornando interessantes para a produção. Essa tendência é indicada, por exemplo, pelos sistemas de alimentação de insetos. Novas abordagens estão, portanto, constantemente surgindo para a produção animal agrícola.
Entre as tendências e estratégias para o setor avícola, equipamentos que otimizam funções chamaram a atenção dos visitantes, como da máquina que reaproveita melhor o calor dos galpões na troca de ar, fazendo o produtor economizar lenha e gás ao manter a temperatura do ambiente mais homogênea para o frango. “Esse equipamento filtra o ar retirando a amônia e reaproveitando o calor da granja para aquecer o ar frio que entra no galpão, não precisando fazer a troca de calor o tempo todo dentro da granja”, explica o diretor de Comunicação e Marketing de O Presente Rural, Selmar Franck Marquesin, que participou pela quinta vez da EuroTier.
Nos painéis sobre dietas nutricionais foram apresentados aditivos capazes de fazer com que os animais absorvam melhor os nutrientes, melhorando sua performance produtiva, além de emitir menos gases do efeito estufa através dos seus dejetos.
Outro equipamento que chamou atenção do público é um sistema para filtragem de odores, podendo ser usado tanto em granjas avícolas como suinícolas, para transformar os dejetos em um subproduto.
Com uma pegada forte em relação ao bem-estar animal, foi apresentado uma amostra com aviários móveis voltados à avicultura de postura. Cada dia as galinhas dentro dos aviários móveis são levadas ao campo e liberadas em um espaço pré-determinado pelo produtor para ciscar, mais tarde as aves retornam para dentro das gaiolas para colocar os ovos. Cada dia são levadas para um espaço separado, sendo criadas soltas na grama.
Bovinocultura
No setor de bovinos, destaque para as teteiras de silicone com ranhuras que se adaptam conforme o tamanho da teta, exercendo menos pressão nas tetas da vaca, garantindo o bem-estar do animal durante a ordenha. “Começamos a produzir para atender clientes que criavam camelos, mais tarde adaptamos o equipamento para vacas leiteiras, o que tem dado bons resultados, pois o material usado nas teteiras é de silicone e além de ser mais macio também possui ranhuras, exercendo menos pressão nas tetas das vacas. Este equipamento também é adaptável ao tamanho das tetas dos animais”, relata Verena Walllor, da Silicon Form, empresa produtora das teteiras e premiada com medalha de ouro pela inovação na EuroTier.
Outro destaque do setor foram os robôs da empresa alemã Zauberzeug, que também foi agraciada com a medalha de ouro como destaque em inovação. Segundo o CEO da Zauberzeug, Rodja Trappe, os robôs trabalham de forma autônoma e são capazes de auxiliar na limpeza das fazendas diminuindo o esforço físico dos trabalhadores. “A limpeza dos estábulos ou galpões requer grandes esforços físicos e é demorada. Com a utilização de robôs é possível fazer a limpeza de estercos ou de outras substâncias sem fazer esforços, ganhando tempo também para outros trabalhos na fazenda”, realça.
Trappe salienta que podem ter usados vários robôs ao mesmo tempo, pois eles possuem dispositivos que se comunicam entre si e são capazes de identificar vários acúmulos de esterco, calcular automaticamente a rota ideal, coletar o material de forma automática, avaliar o tamanho e a quantidade, bem como descarregar os resíduos em local determinado. “Testes práticos demonstram de forma impressionante o enorme potencial desta inovação para melhorar o trabalho diário em uma fazenda”, frisa.
Digitalização e gestão de rebanhos
A digitalização continua a ser uma megatendência na agricultura. Os desenvolvimentos vão desde o registro automatizado de dados com tecnologias de sensores em rede e sistemas de banco de dados até a automação de análises e processos e gerenciamento inteligente de galpões.
A abordagem do sistema que leva em consideração a lucratividade e a sustentabilidade continuam em alta. As opções oferecidas pela rede específica de dados na área animal são demonstradas pela premiada função de gerenciamento de secagem para vacas, que combina dados de várias áreas.
No entanto, as dificuldades causadas pela falta de uma interface de dados universal na área animal também estão se tornando aparentes. O potencial para o bem-estar animal e a sustentabilidade está sendo desperdiçado nesse sentido.
Suinocultura
Um avanço significativo na tecnologia de sensores está surgindo no setor de suínos, os quais não mais precisam ser fixados aos animais porque promovem abordagens inovadoras como análise de imagem ou som, estão permitindo a coleta de dados individuais, mesmo sem fixação direta nos animais. Novos conceitos que antes eram difíceis de implementar em termos estruturais ou econômicos são agora possíveis. As novas tecnologias também apresentam possibilidades de redução de carga de trabalho, meio-ambiente e economia sejam atendidos simultaneamente por meio de sistemas de coleta digitalizados e automatizados.
Os pavilhões de suínos da EuroTier apresentaram um grande número de inovações para auxiliar a produção em sinergia com o meio ambiente. São tecnologias que visam facilitar a vida de quem produz, mas com ênfase muito forte em redução de custos, ambiência, bem-estar animal e principalmente no que diz respeito à redução de emissão de CO2.
Durante os quatro dias de feira, a linha de equipamentos voltados ao setor suinícola despertou grande interesse dos visitantes, que foram ao evento em busca de tecnologias que auxiliam no controle mais efetivo das granjas e que o produtor possa acompanhar sua propriedade em tempo real por meio de aplicativos.
Entre as inovações estão sistemas que através do som dos animais conseguem detectar de forma preventiva indícios de alguma doença no rebanho, tecnologias que movimentam a gaiola elevando a matriz para não haver esmagamento de leitão, autolimpeza das gaiolas para evitar contaminação através de dejetos dos animais, pesagem dos animais por análise corporal, avanços em melhoramento genético, sistemas de filtragem para diminuir odores nas granjas, principalmente de amônia, a fim de evitar que esse gás seja lançado no ar, reduzindo desta forma a contaminação e a emissão de CO₂ no meio ambiente; aditivos na alimentação dos animais visando melhor absorção dos nutrientes, contribuindo para que os suínos excretem menos contaminantes, fator que reduz as emissões de gases do efeito estufa pela atividade pecuária, entre outros.
“Através destas tecnologias no campo espera-se baixar os níveis de CO₂ nas diversas cadeias produtivas. A indústria e as cadeias de produção animal europeias têm buscado em conjunto alternativas para baixar os custos, principalmente com alimentação, usando subprodutos que sanem as necessidades nutricionais dos animais, garantam performance eficiente e melhorem a lucratividade dos produtores. Outra preocupação do setor é com os surtos de Peste Suína Africana, o que tem exigido melhorias constantes em ambiência”, detalha Marquesin.
A EuroTier congrega um número volumoso de equipamentos expostos, voltados principalmente para o melhoramento nutricional, com foco no bem-estar animal e na ambiência para reduzir a emissão de CO₂.
Reconhecimento
Reunidos em Hanôver, líderes da indústria pecuária internacional foram reconhecidos por seus produtos e serviços inovadores. Na categoria inovação em produção animal, a DLG, organizadora da EuroTier, reconheceu quatro empresas com a medalha de ouro e outras 14 com a medalha de prata.
O Prêmio Bem-Estar Animal é concedido em conjunto com a Associação Federal de Médicos Veterinários desde 2018. Para ganhar um dos prêmios desta categoria é preciso ter um produto que atenda os mais altos requisitos de bem-estar animal. Nesta categoria foram premiadas três empresas com a medalha de ouro: Boehringer Ingelheim Vetmedica GmbH, Siliconform Vertriebs GmbH & Co. KG e Cowhouse International BV.
A companhia Below2 Inc. foi agraciada com a medalha de ouro do Prêmio Inovação EnergyDecentral ao desenvolver um padrão inovador e de alta qualidade para a verificação de certificados de CO₂ no mercado voluntário. Nesta categoria ainda foram premiadas mais cinco empresas com a medalha prata.
E na categoria Conceito DLG-Agrifuture 2022, que reconhece conquistas pioneiras e visões futuras que ainda não atingiram a maturidade do mercado, porém estão em fase de desenvolvimento, foram premiados seis empreendimentos.
O Presente Rural na EuroTier 2022
Veículo oficial dos principais eventos do agronegócio nacional, o jornal O Presente Rural participou da feira líder mundial no segmento de produção animal pela quinta vez a convite da Sociedade Agrícola Alemã (DLG – sigla em alemão), organizadora das feiras. Representaram o jornal o diretor de Comunicação e Marketing, Selmar Franck Marquesin, e o gerente comercial Klaus Zachow.
Próxima edição
Realizada a cada dois anos, a edição de 2024 da EuroTier e da EnergyDecentral acontece de 12 a 15 de novembro em Hanôver.
Confira mais informações na edição 2022 de Nutrição e Saúde Animal clicando aqui. Boa leitura!
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Plantio de soja avança no Paraná e já cobre 1,3 milhão de hectares, 22% da área prevista
Lavouras estão em boas condições, mantendo-se a previsão de 22,4 milhões de toneladas para a safra de verão 2024/25. Analistas do Deral apontam que 78% da lavoura está em germinação e 22% em desenvolvimento vegetativo.
As condições climáticas ajudaram e o plantio de soja pôde evoluir na última semana ultrapassando 1,3 milhão (22%) dos 5,8 milhões de hectares previstos para a safra 2024/25. A semeadura é mais adiantada no Núcleo Regional de Toledo, que tem pelo menos 85% dos 493 mil hectares previstos já plantados. A região de Campo Mourão congrega a maior área de produção, com 714 mil hectares. Ali o plantio já se estendeu por 40% da extensão.
A informação sobre o plantio faz parte do Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 27 de setembro a 3 de outubro, preparado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Os analistas do Deral apontam que 78% da lavoura está em germinação e 22% em desenvolvimento vegetativo. Em razão das boas condições observadas em campo, a previsão de colheita de 22,4 milhões nesta safra está mantida.
Feijão – O boletim registra, também, que os produtores paranaenses de feijão preto receberam uma média de R$ 306,88 por saca em setembro. Representa aumento de 30% em relação aos R$ 236,83 de agosto e de 36% comparativamente aos R$ 225,43 recebidos em setembro do ano passado.
O valor em alta motivou uma aposta maior dos produtores na primeira safra, que tem área estimada em 138,5 mil hectares. Mais da metade já está semeada. Com condições climáticas favoráveis, a produção pode chegar a 266,8 mil toneladas, uma oferta 66% superior às 160 mil toneladas colhidas entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024.
Grama – Os gramados geraram renda bruta de R$ 158,3 milhões em 17,7 milhões de metros quadrados no Paraná. Isso representa 63,4% dos R$ 249,6 milhões de
Valor Bruto da Produção (VBP) da floricultura em 2023. A produção é maior no Núcleo Regional de Maringá, com 30,1% do total, e Curitiba, com 29,3%.
Entre os municípios, a maior produção de gramados concentra-se em São José dos Pinhais, com 3,9 milhões de metros quadrados e valor de R$ 34,4 milhões no ano passado. Marialva, no Noroeste, é o segundo com 3,6 milhões de metros quadrados e R$ 32,4 milhões em valores. Os dois municípios respondem por 42,2% do total cultivado no Estado.
Suínos – O Paraná foi o principal fornecedor de carne suína para o mercado interno no primeiro semestre deste ano, de acordo com a Pesquisa Trimestral de Abate do IBGE e com o Agrostat/Mapa. Cerca de 486 mil toneladas, ou aproximadamente 86% do produzido no Estado, foram comercializadas no Brasil.
Devido principalmente à proximidade com grandes centros consumidores, o Paraná mantém a liderança desde 2018, com Santa Catarina passando à segunda colocação. No primeiro semestre de 2024 o estado vizinho forneceu 457 mil toneladas ao mercado interno, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 328 mil toneladas.
Mel – Sobre o mel, o documento do Deral registra que nos oito primeiros meses do ano as empresas nacionais exportaram 24.240 toneladas in natura. O volume é 27% superior às 19.085 toneladas do mesmo período de 2023. O faturamento chegou a US$ 62,3 milhões, contra US$ 60,8 no ano passado.
O Paraná está na quarta colocação, com 2.415 toneladas exportadas e US$ 6,1 milhões em receitas. No ano anterior o volume tinha sido de 1.084 toneladas para US$ 3,2 milhões. Piauí lidera a exportação, com 7.794 toneladas e US$ 19,3 milhões de faturamento.
Ovos– A Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), do IBGE, em setembro, mostrou uma produção de 4,995 bilhões de dúzias de ovos em 2023 no Brasil, marcando um novo recorde no segmento que tem crescido ininterruptamente desde 1999.
São Paulo ficou na liderança, com produção de 1,1 bilhão de dúzias. O Paraná ocupa a segunda posição desde 2011, quando ultrapassou Minas Gerais. No ano passado o Estado produziu 492,4 milhões de dúzias.
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Brasil alcança mais um recorde histórico com número de novos mercados abertos para o agro brasileiro
Até o momento, são 246 novos mercados internacionais em 60 destinos, ultrapassando o número registrado em gestões anteriores
Outubro começou com uma conquista histórica para o governo brasileiro, marcando um novo patamar nas exportações agrícolas do país sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Em apenas 21 meses, o Mapa atingiu a abertura de 246 novos mercados internacionais em 60 destinos, ultrapassando o número registrado nos quatro anos da gestão anterior, que alcançou 239 aberturas.
“Esse resultado é reflexo do nosso compromisso em fortalecer a agropecuária brasileira e abrir novas oportunidades para agricultores e pecuaristas. As aberturas de mercado representam uma vitória não apenas para o setor, mas para toda a economia do país. Nosso trabalho continua, e temos a certeza de que ainda há muito a ser conquistado”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Desde o início de 2023, setembro foi o mês com o maior número de mercados alcançados. Foram 50 mercados em 14 países, superando o recorde da série histórica registrado em junho deste ano, quando 26 mercados foram abertos em apenas 30 dias.
Neste mês de outubro, já ocorreram aberturas de mercado em Cuba (para sêmen e embriões bovinos e caprinos) e no Japão (para farelo de mandioca, feno, polpa cítrica desidratada, flor seca de cravo-da-índia, flor seca de erva-mate e fruto seco de macadâmia, com ou sem casca).
Ao longo dos últimos anos, o crescimento é evidente. Em 2023, foram 78 aberturas em 39 países; em 2022, 53 mercados em 26 países; em 2021, 77 aberturas em 33 países; em 2020, 74 mercados em 24 países; e em 2019, 35 mercados em 18 países.
Neste ano, o Mapa abriu 168 novos mercados, com recordes sendo estabelecidos quase todos os meses. Essa diversificação abrange uma ampla variedade de produtos além dos tradicionais, como carnes e soja, incluindo pescados, sementes, colágeno, café verde e açaí em pó.
“Esse recorde, com as novas aberturas de mercado, é resultado da retomada do diálogo internacional e das boas relações diplomáticas, lideradas pelo presidente Lula e pelo ministro Carlos Fávaro. Isso cria novas oportunidades para produtores do agro nacional exportarem dezenas de produtos e acessarem destinos até então inéditos, gerando renda e emprego em todo o país”, destaca Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.
O resultado positivo é fruto dos esforços conjuntos entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
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Missão do Mapa em Honduras e Cuba traz avanços na cooperação e quatro novos mercados para produtos do agro
A equipe se reuniu com autoridades e entidades do setor privado locais para discutir parcerias estratégicas
Entre os dias 26 de setembro e 2 de outubro, uma delegação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou uma missão oficial em Tegucigalpa, Honduras, e Havana, Cuba, com o objetivo de fortalecer a cooperação e o comércio no setor agropecuário. A equipe se reuniu com autoridades e entidades do setor privado locais para discutir parcerias estratégicas.
A delegação brasileira contou com o secretário-executivo adjunto do Mapa, Cleber Soares e o diretor de Promoção Comercial e Investimentos da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, Marcel Moreira.
Durante o encontro com o vice-ministro da Pecuária de Honduras, José Ángel Acosta, o diretor-geral do Serviço Nacional de Sanidade e Inocuidade Agroalimentar (SENASA), Ángel Emilio Aguilar Mejía, e o diretor executivo da Direção de Ciência e Tecnologia Agropecuária (DICTA), Arturo Galo, foram debatidas iniciativas para fortalecer a sanidade agropecuária, incentivar a inovação tecnológica e expandir o comércio de produtos agropecuários entre os dois países. O Brasil manifestou interesse em ampliar o acesso de seus produtos ao mercado hondurenho, com foco em carne suína, material genético avícola, ovos e farinhas de origem animal. As autoridades hondurenhas se comprometeram a acelerar as análises necessárias para viabilizar essas importações.
Além disso, ficou acordada a elaboração de um Memorando de Entendimento (MoU) voltado para o desenvolvimento de políticas agrícolas, cooperação técnica e científica, fortalecimento da cadeia produtiva de carne suína em Honduras e ampliação do comércio bilateral.
Em encontro com Santiago Vélez, representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) em Honduras, foram discutidos o cenário agropecuário na América Central e a promoção da cooperação e integração regional. Também foi destacado o papel do futuro adido agrícola do Mapa, que assumirá suas funções em dezembro na Costa Rica, atuando em toda a América Central e Caribe, com o objetivo de intensificar a cooperação e as oportunidades comerciais na região.
De Honduras, o secretário-executivo adjunto do Mapa seguiu para Cuba, onde se reuniu com o vice-ministro da Agricultura de Cuba, Diosnel San Loys Martinez, reafirmando o compromisso de ambos os países em avançar no comércio e cooperação, incluindo melhoramento genético, compartilhamento de recursos genéticos, cooperação científica, agroecologia e políticas agrícolas.
Em seguida, a delegação brasileira se reuniu com o diretor do Centro Nacional de Sanidad Animal (CENASA), Roymi Hernandez Cuervo, e com a chefe de Quarentena Vegetal, Rafael Pérez. Durante a visita, o CENASA anunciou a aprovação dos requisitos apresentados pelo Brasil para a exportação de sêmen e embriões de ovinos e caprinos, configurando quatro novas aberturas de mercado. Também foi realizada uma atualização do Certificado Veterinário Internacional (CVI) para ovos férteis e pintos de um dia. Além disso, as partes acordaram avançar na elaboração de um Memorando de Entendimento em defesa agropecuária, abrangendo defesa animal e vegetal, vigilância sanitária, laboratórios, quarentena e inspeção de produtos de origem vegetal e animal.
Ainda em Havana, a comitiva do Brasil se reuniu com o secretário-geral da Câmara de Comércio de Cuba, Omar Jimenez, discutindo oportunidades para ampliar o comércio e os investimentos brasileiros no setor agropecuário, com ênfase em projetos de produção de aves, suínos e grãos, além de incentivar a participação de empresários brasileiros e cubanos em feiras agropecuárias e de alimentos.
O secretário Cleber também manteve reunião com o subdiretor de Relações Internacionais do Grupo Empresarial AZCUBA, Yosbedy Pérez, discutindo oportunidades de negócios e cooperação científica no setor açucareiro. À tarde, visitou a Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel (ZEDM), onde se encontrou com a diretora de Coordenação e Trâmites, Wendy Miranda, e o diretor de Controle e Fiscalização, Ramon Daniel. Durante a visita, foram apresentadas as facilidades oferecidas pela ZEDM para atrair investimentos brasileiros no agronegócio e discutida a possibilidade de estabelecer uma planta processadora de soja em parceria com o Brasil.
Ao fim da missão, o secretário-executivo adjunto destacou o balanço positivo das visitas, enfatizando a aproximação e a definição de ações concretas de cooperação e as novas oportunidades comerciais geradas. “A missão foi extremamente produtiva, pois conseguimos definir iniciativas claras de cooperação e abrir novas frentes para o comércio agropecuário. Isso trará benefícios mútuos e reforça o papel do Brasil como um parceiro estratégico para o desenvolvimento agrícola e comercial de nossos países amigos na América Central”, afirmou Soares.