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CRMV-RJ relaciona dicas de cuidados para os animais
Lembrem-se que calor pode impactar negativamente os animais de estimação, e é dever dos responsáveis garantir que eles estejam seguros e confortáveis.

Com as temperaturas subindo, é hora de garantir que os animais de estimação também estejam seguros e confortáveis durante o calor intenso. O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) compartilha dicas práticas para assegurar o bem-estar pets nesse período.
Lembrem-se que calor pode impactar negativamente os animais de estimação, e é dever dos responsáveis garantir que eles estejam seguros e confortáveis. Confira:
Hidratação: Certifique-se de que os pets tenham acesso constante a água fresca, pois ajuda muito na diminuição da temperatura corporal. A desidratação é um risco real no calor, então mantenha os recipientes cheios e com fácil acesso.
Abrigo contra o sol: Proporcione áreas sombreadas para que os pets possam se proteger do sol forte. Lugares frescos são essenciais, especialmente para raças mais sensíveis ao calor.
Atenção aos passeios: Escolha horários mais amenos para os passeios, evitando o asfalto quente e o risco de queimadura dos coxins. O ideal é que aconteçam no início da manhã, quando o sol está mais fraco, ou à noite, quando ele está se pondo, evitando, assim, uma hipertermia – quando a temperatura fica mais alta que o normal, o que pode provocar, inclusive, a morte do animal
Pelagem: Escovar regularmente ajuda na ventilação da pele. Considerando a raça, um corte de pelo pode ser benéfico, mas sempre consulte um médico-veterinário primeiro.
Parasitas: Em épocas de altas temperaturas, parasitas externos como pulgas e carrapatos encontram condições perfeitas para se reproduzir. Por isso, estejam com os cuidados preventivos em dia para evitar esse tipo de situação.
Doenças: A Leptospirose é uma doença infecciosa causada pelas bactérias do gênero Leptospira. É bastante conhecida, e prevalente em boa parte do mundo. Além de poder evoluir a óbito (se não for tratada corretamente), a Leptospirose chama a atenção por ser uma zoonose, ou seja, transmitida entre animais domésticos, silvestres e humanos. A enfermidade pode aparecer tanto no ambiente urbano como no rural, sendo o verão a época com maior número de casos. Fiquem atentos ao calendário vacinal.
Atenção aos sinais: Esteja atento a sinais de desconforto, como ofegância excessiva. Se notar algo incomum, não hesite em buscar ajuda de um profissional.

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Quarto ciclo do Castrapet vai chegar a 165 cidades de todas as regiões em 2024
Programa é executado com recursos de emendas parlamentares e do Tesouro do Estado, além do suporte logístico dos municípios. O investimento nesta fase será de quase R$ 9 milhões.

O Instituto Água e Terra (IAT) divulgou nesta terça-feira (28) a atualização da lista de municípios incluídos no quarto ciclo do Programa Permanente de Esterilização de Cães e Gatos, o CastraPet. Prevista para iniciar no primeiro trimestre de 2024, esta nova etapa vai contemplar 165 cidades de todas as regiões do Paraná, representando aproximadamente 42% do território estadual.
Inserido no Plano Paraná Mais Cidades (PPMC), estabelecido pelo Governo do Estado para promover o desenvolvimento dos municípios paranaenses, o programa terá investimento nesta fase de R$ 8.980.000,00. Ele visa atender especificamente os pets da população de baixa renda, organizações da sociedade civil e protetores independentes.

Fotos: Divulgação/IAT
Desde o seu início em 2019, o Programa Permanente de Esterilização de Cães e Gatos já alcançou quase 70% dos municípios do Estado nas três fases anteriores. Nesse período, foram castrados 75 mil animais em 275 cidades paranaenses, demonstrando o impacto positivo e abrangente do projeto. “A iniciativa não se limita apenas a controlar a reprodução de animais, almeja promover uma comunidade mais compassiva, desempenhando um papel crucial na sensibilização sobre a importância da esterilização e na prática da tutela responsável”, afirma a coordenadora técnica e fiscal do Castrapet, a médica veterinária Girlene Jacob.
Com o compromisso de abranger diversas comunidades e regiões do Paraná, o quarto ciclo do CastraPet reafirma o esforço contínuo em atender às necessidades das populações de baixa renda e contribuir para a saúde e o bem-estar dos animais de estimação em todo o Estado. “O grande objetivo é atender as famílias de baixa renda do Paraná. Ao alcançá-las, prevenimos problemas de saúde dos animais e das pessoas que convivem com eles”, diz o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.
Educação Ambiental
Além da promoção da saúde pública, um esforço contínuo é direcionado à educação sobre a tutela responsável de cães e gatos. Sendo assim, a iniciativa assumiu um papel crucial na conscientização ambiental, especialmente entre crianças e adolescentes. Para isso, o Governo do Estado monitora de perto as atividades de educação ambiental organizadas pelas cidades parceiras, uma das condições para que os municípios sejam integrados ao Castrapet.
O governo oferece ainda palestras sobre zoonoses e orientações sobre a vacinação e desvermifugação de animais. A colaboração se estende a uma rede que une diversas ONGs e milhares de protetores independentes, todos compartilhando o objetivo comum de elevar a conscientização da sociedade em relação aos animais. “O foco está sempre em melhorar a conscientização da sociedade para com os animais”, destaca Girlene.
Municípios contemplados
Os municípios contemplados serão Almirante Tamandaré, Alto Paraná, Alto Piquiri, Amaporã, Ampére, Andirá, Apucarana, Arapongas, Arapuã, Assaí, Astorga, Bandeirantes, Barbosa Ferraz, Bela Vista do Paraíso, Bocaiúva do Sul, Cafelândia, Califórnia, Cambará, Cambé, Cambira, Campina da Lagoa, Campo Bonito, Campo do Tenente, Campo Mourão, Candói, Capanema, Capitão Leônidas Marques, Carlópolis, Cascavel, Catanduvas, Centenário do Sul, Cerro Azul, Cianorte, Colombo, Colorado, Conselheiro Mairinck, Contenda, Corbélia, Coronel Vivida, Corumbataí do Sul, Cruzeiro do Oeste, Cruzmaltina, Douradina, Doutor Camargo, Faxinal, Fazenda Rio Grande, Flor da Serra do Sul, Floraí, Floresta, Flórida, Formosa do Oeste, Foz do Iguaçu, Francisco Alves, General Carneiro, Godoy Moreira, Goioerê, Grandes Rios, Guaíra, Guaraci, Guaraniaçu, Guarapuava, Ibaiti, Ibema, Icaraíma, Iguaraçu, Imbituva, Inajá, Iporã, Irati, Itaguajé, Itambé, Itaperuçu, Ivatuba, Jaboti, Jacarezinho, Japurá, Jesuítas, Jundiaí do Sul, Lapa, Laranjeiras do Sul, Loanda, Londrina, Luiziana, Lunardelli, Lupionópolis, Mamborê, Mandaguaçu, Mandaguari, Manoel Ribas, Marechal Cândido Rondon, Marialva, Marilândia do Sul, Marilena, Mariluz, Maringá, Mariópolis, Marumbi, Mauá da Serra, Medianeira, Mirador, Missal, Munhoz de Mello, Nova Aliança do Ivaí, Nova Esperança, Nova Fátima, Ortigueira, Ourizona, Ouro Verde do Oeste, Paiçandu, Palotina, Paranacity, Paranapoema, Paranavaí, Pato branco, Peabiru, Pérola, Piraquara, Pitangueiras, Pontal do Paraná, Porecatu, Prado Ferreira, Presidente Castelo Branco, Primeiro de Maio, Quatiguá, Quatro Pontes, Rancho Alegre, Rebouças, Ribeirão Claro, Rio Azul, Rio Bonito do Iguaçu, Rio Negro, Rolândia, Rosário do Ivaí, Sabaúdia, Salto do Itararé, Santa Amélia, Santa Fé, Santa Inês, Santa Isabel do Ivaí, Santa Maria do Oeste, Santa Mônica, Santana do Itararé, Santo Antônio da Platina, Santo Antônio do Sudoeste, Santo Inácio, São João, São João do Ivaí, São Jorge do Ivaí, São José dos Pinhais, São Mateus do Sul, São Pedro do Iguaçu, Sapopema, Sarandi, Tapejara, Tapira, Terra Boa, Terra Rica, Tijucas do Sul, Toledo, Três Barras do Paraná, Tunas do Paraná, Tuneiras do Oeste, Ubiratã, Umuarama e Wenceslau Braz.
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Paraná estabelece normas para destinação de animais mortos por esporotricose
Doença é causada por um fungo que pode afetar humanos e animais. A resolução foi elaborada conjuntamente pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável Instituto Água e Terra e secretaria estadual da Saúde.

O Governo do Paraná emitiu uma resolução que estabelece procedimentos para o recolhimento e destinação final adequada de carcaças de felinos e demais animais com suspeita ou confirmação diagnóstica de esporotricose, uma doença causada por um fungo que pode afetar humanos e animais, principalmente os gatos. A resolução publicada nesta semana no Diário Oficial foi elaborada conjuntamente pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Instituto Água e Terra e secretaria estadual da Saúde.
A Resolução Conjunta Sedest/Sesa/IAT Nº 11/2023 , resultado de um grupo de trabalho instituído em agosto deste ano, determina que a destinação final adequada para as carcaças de animais com esporotricose é a incineração, e que os tutores de animais com suspeita ou diagnóstico da doença devem informar a sua morte aos serviços de meio ambiente, vigilância em saúde ou outro serviço municipal responsável para recolhimento da carcaça, que deve ser mantida isolada em saco plástico.
Segundo Fernanda Góss Braga, bióloga e coordenadora de Patrimônio Natural e Educação Ambiental da Sedest, as medidas são necessárias para conter a disseminação da doença. “A resolução faz parte das estratégias empregadas para contenção da esporotricose, que é uma doença que tem se alastrado, tanto em animais como em humanos”, enfatiza.
Ela ressalta que as carcaças não devem ser enterradas, pois podem contaminar o solo e contribuir para a disseminação da doença. “A destinação correta das carcaças é necessária para diminuir o risco de contaminação do ambiente, de tutores e de outros animais”, afirma.
No último ano, os casos da doença mais do que dobraram no Paraná. Segundo dados da Secretaria da Saúde, foram 793 animais notificados com esporotricose em todo o ano de 2022, número que subiu para 2.274 em 2023 (até o mês de outubro). Já em humanos, os casos saltaram de 215 para 660, na comparação entre os dois períodos citados. As regionais de saúde Metropolitana de Curitiba, de Foz de Iguaçu e de Paranaguá são que apresentam maior incidência.
A esporotricose é uma doença causada pelo fungo Sporothrix spp., que pode ser transmitido por arranhaduras, mordeduras ou contato direto com a lesão dos felinos infectados. Nos humanos, se manifesta comumente como lesões na pele, mas podem chegar, em casos raros, a infecções oculares ou em articulações e pulmões.
O tratamento é feito com medicamentos antifúngicos, e a prevenção envolve cuidados com a higiene e o manejo dos animais. Atualmente, no Paraná, a população pode receber a medicação contra a doença gratuitamente, desde que haja diagnóstico por um médico. Já os animais recebem o medicamento (Itraconazol) a partir da notificação na Vigilância em Saúde, com o diagnóstico fornecido pelo médico-veterinário. “O Paraná é o primeiro estado a disponibilizar o Itraconazol para o tratamento animal. Com o tratamento adequado e iniciado o mais rápido possível, poderemos diminuir a morte destes animais evitando a contaminação do ambiente e de outros animais que poderão transmitir aos humanos”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
É importante também que o diagnóstico da doença seja feito o mais rápido possível, segundo Góss Braga. “O tratamento é demorado, mas tem ótimos resultados. Recomendamos que as pessoas que tenham animais com suspeita de esporotricose que os levem ao veterinário para começar o tratamento o mais breve possível, deixando o animal isolado para que não contamine outros animais ou mesmo seus tutores”, diz.
Para animais encontrados mortos em espaços públicos ou terrenos vazios, a resolução adota os mesmos procedimentos e condições estabelecidos para o recolhimento e acondicionamento das carcaças, e prevê que qualquer pessoa deve comunicar o fato aos serviços municipais para que procedam ao seu recolhimento.
A resolução também define que o recolhimento da carcaça pelo serviço municipal de coleta ou por empresa contratada deve ocorrer em um prazo máximo de 12 horas, e que o serviço público responsável ou a empresa contratada deve seguir todos os procedimentos de biossegurança e usar equipamentos de proteção individual (EPIs) durante a manipulação da carcaça. Os municípios têm 120 dias para se adaptar e atender a nova regulamentação.
Para o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge, é necessário o envolvimento também da sociedade para o controle da doença. “É fundamental que a população colabore com essa medida, comunicando o óbito dos animais aos serviços municipais e mantendo as carcaças isoladas em saco plástico até o seu recolhimento. Essa é uma iniciativa que visa a promoção da saúde única, já que cuida da saúde das pessoas, do ambiente e dos animais”, afirma.
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Animais também estão sujeitos a estresse devido às altas temperaturas
Mesmo animais que são alojados em galpões que, em tese, são ambientes sombreados, o calor muito excessivo pode ampliar o índice de mortalidade. As aves são um exemplo.

As temperaturas elevadas não provocam efeitos negativos somente no ser humano. Também os animais, sejam domésticos ou de produção, estão sujeitos a perigos provocados pelo calor extremo, alertou na última terça-feira (14) a professora do Instituto de Zootecnia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Ana Lúcia Puerro de Melo. “Todos eles estão sujeitos a estresse pelo calor com essas ondas de calor tão extremas”.
Quando se pensa em animais domésticos, que vivem dentro das casas, os principais cuidados que devem ser tomados incluem propiciar um ambiente com conforto térmico, isto é, com sombra, água fresca, verificar se a vasilha está limpa e com água fresca, trocar a água com frequência, verificar o comportamento do animal, se está se alimentando, defecando e urinando normalmente, recomenda a professora.
Diante de qualquer comportamento ou indício de desconforto ou de que ele não está bem, a recomendação é procurar um veterinário. “No caso de animais de produção, o nível de estresse de calor é bastante grave. Dependendo da espécie e da raça, pode aumentar a taxa de mortalidade”, esclareceu a professora da UFRRJ.
Mesmo animais que são alojados em galpões que, em tese, são ambientes sombreados, o calor muito excessivo pode ampliar o índice de mortalidade. As aves são um exemplo.
Instalações
Quando são animais de produção, há cuidados que podem ser tomados antes da instalação da atividade, que seria pela escolha das raças que são mais adaptadas, e também pela instrução da construção das instalações, que devem garantir sombreamento, com fornecimento de água limpa. No manejo, podem ser feitas também alterações, como evitar estressar os animais com manejos em momentos de maior pico de temperatura, mas deixá-los em repouso, tentar fazer compensações. “Se você notar que o animal diminuiu a ingestão de comida, deve-se tentar compensar isso no momento em que a temperatura diminui, com colocação de novo alimento fresco para incentivar a compensação dos períodos de calor”.
Ana Lucia disse que a cães e gatos podem ser oferecidos alimentos diferentes, palatáveis, que já vêm com um nível de umidade maior, porque isso também estimula a ingestão de líquidos, que é essencial. “Apesar de ser muito similar ao que se recomenda para os seres humanos, como diminuir a atividade, a movimentação, isso serve também em relação ao manejo dos animais, que é deixá-los em repouso em momentos de maior calor, evitar exposição ao sol desnecessária, manter o fluxo de água limpa e fresca, para que isso estimule o consumo. Serve para eles e para nós também”.
Segundo Ana Lúcia, o estresse pelo calor é negligenciado até para os seres humanos. “A gente vê muitas campanhas do agasalho, no frio, mas nesses dias quentes, inclusive para os seres humanos que estão em situação de vulnerabilidade, muitas vezes não dispõem de um local decente para tomar um banho ou beber uma água potável em temperatura adequada, é essencial que haja conscientização sobre isso também”.
Oceanos
O professor Francisco Gerson de Araújo, coordenador do Laboratório de Ecologia de Peixes da UFRRJ, explicou que esse calor excessivo é, primariamente, efeito de um forte El Niño, que é aumento da temperatura no Oceano Pacífico central, que gera um calor muito grande, muda a direção das correntes e faz com que o ar suba e desça sob a forma de barreira no Sul, mais ou menos a 5º de latitude. “É por isso que no Sul continua chovendo e, aqui, está seco e quente. Essa é a consequência do El Niño, que faz com que aumente a temperatura global”.
Gerson de Araújo disse que todos os peixes, como os demais organismos que vivem na água, têm uma temperatura interna vinculada à temperatura do ambiente. Quando a temperatura do ambiente aumenta de forma excessiva, eles tendem a se deslocar para áreas de temperatura mais amena, como estão acostumados.
Em nível global, os peixes vão se deslocando para latitudes mais altas, ou seja, da costa do Rio de Janeiro para a costa de São Paulo e de Santa Catarina. “Quer dizer, para lugares em que a temperatura não esteja tão diferente da temperatura onde estão acostumados a viver. Há um deslocamento de massa geral, mas isso não acontece tão rapidamente. É aos poucos”, explicou.
O efeito desse deslocamento em função do calor excessivo é muito negativo, porque causa prejuízo a toda a cadeia trófica, ou cadeia alimentar. Algumas espécies começam a migrar para outras regiões e quebram a cadeia trófica onde vivem. As consequências são muito ruins. Algumas espécies podem, inclusive, desaparecer. “Essa temperatura alta não é boa. É muito ruim”. Esse é um efeito global, em termos de oceano.
Já o efeito local também é negativo porque, toda vez que a temperatura aumenta, a quantidade de oxigênio diminui e pode haver mortandade de peixes, disse o professor da UFRRJ.