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Suínos / Peixes

Xilanase em dietas para suínos melhora a eficiência e reduz custos de produção

Ela contribui para a quebra de polissacarídeos não amiláceos (PNAs), componentes que fazem parte da fração fibrosa dos vegetais.

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Foto: Shutterstock

A busca pela redução de custos na produção de suínos é fator determinante para o sucesso da atividade. O principal componente do custo é a alimentação, que corresponde a cerca de 73% do custo total de produção na suinocultura. Levando em conta essa questão, torna-se cada vez mais importante utilizarmos ferramentas para otimizar o aproveitamento dos nutrientes da dieta e melhorar os dados de desempenho zootécnico como conversão alimentar e ganho de peso diário. O uso de enzimas exógenas, mais especificamente a xilanase, adicionada à ração, tem contribuído para esse tema.

A xilanase contribui para a quebra de polissacarídeos não amiláceos (PNAs), componentes que fazem parte da fração fibrosa dos vegetais. Os PNAs presentes nas paredes das células dos vegetais encapsulam nutrientes, tornando-os indisponíveis para a ação das enzimas digestivas do próprio animal e, assim, prejudicando a digestibilidade como um todo dos ingredientes de origem vegetal, ou seja, para monogástricos se torna-se mais difícil sua digestão, piorando o aproveitamento de porções dos ingredientes encontrados na dieta. Os PNAs absorvem a água presente no trato gastrointestinal, resultando no aumento da viscosidade da digesta; diminuem a velocidade de passagem dos alimentos ao longo do trato gastrointestinal, favorecendo a proliferação de bactérias patogênicas; prejudicam o contato entre os nutrientes e as secreções digestivas, levando à menor digestibilidade dos nutrientes.

Os PNAs insolúveis, como a celulose, arabinoxinalanas, xilanas, mananas, galactosanas, β-glucana e ácido urônico são os de maior preocupação, pois não são digeridos e estão presentes em grande percentual nos ingredientes vegetais que usualmente utilizamos em rações para suínos, conforme apresentado na tabela 1.

Benefícios

A principal ação da xilanase é sobre as ligações das arabinoxilanas e xilanas. Ela hidrolisa as ligações glicosídicas internas β-1,4 das xilanas dos PNAs, dessa forma libera os nutrientes dos ingredientes vegetais para ação das enzimas endógenas. Com isso, o efeito mais pronunciado é o maior aproveitamento da energia dos ingredientes e menor eliminação nas excretas, ou seja, melhor aproveitamento do que está sendo ofertado ao animal e claro, como consequência, maior economia por tonelada de ração quando valorizamos matriz nutricional da enzima em questão.

Outro ponto de relevância da ação da xilanase, é que a hidrólise das ligações glicosídicas β-1,4 produz xilooligossacarídeos (XOS) que são pequenos fragmentos de PNAs, contendo dois ou três moléculas de xilose. Esses XOS são fermentados por bactérias produtoras de ácido lático, principalmente no íleo, e propionato, principalmente no ceco, favorecendo o crescimento de bactérias benéficas no intestino. Portanto, o uso de xilanase também contribui para uma melhor saúde intestinal, por promover a eubiose no intestino, em função do maior equilíbrio da microbiota.

Aplicabilidade

Por muito tempo nutricionistas implementaram uso de xilanase apenas em dietas contendo cereais de inverno (aveia, cevada, trigo), levando em conta que a ação de uma enzima exógena está totalmente relacionada à presença do substrato na dieta. Tendo em vistas os dados da tabela apresentada, realmente são os cereais de inverno que possuem maior nível de xilose, dificultando o aproveitamento energético desses ingredientes. Entretanto, a grande gama de trabalhos científicos evidenciando a eficiência da xilanase na melhora da digestibilidade e metabolização energética em dietas a base de milho e farelo de soja mudou esse conceito. Como é exposto por pesquisas, foi possível recuperar 170 kcal/kg de energia metabolizável (EM), fornecendo xilanase para leitões no período pós desmame, de 0 a 14 dias.

Em outro trabalho os autores testaram dietas com xilanase para suínos em crescimento/terminação dos 70 dias aos 100 dias de idade, na dose de 1000 unidades de xilanase/kg, sendo que a dieta contendo xilanase continha 100 kcal/kg a menos de energia metabolizável em relação à dieta controle sem xilanase. Os resultados apresentados de conversão alimentar não diferiram entre os tratamentos, demostrando que a xilanase é também eficiente em rações a base de milho e farelo de soja (mais comuns às realidades brasileiras). Neste mesmo experimento foi realizada a avaliação econômica que resultou em uma melhora de 2% de retorno econômico em relação a não utilização da enzima. O custo médio da dieta nesse caso, utilizando xilanase, foi de R$ 55 a menos por tonelada. Exemplificado na tabela 2.

Conclusão

Foto: Divulgação/Salus

Para concluir, o uso da enzima xilanase é uma estratégia consagrada, de grande eficiência para melhorar o aproveitamento energético das dietas, através da melhor digestibilidade da fibra presente nos ingredientes vegetais das rações, o que acarreta uma série de benefícios inclusive à saúde entérica. O suinocultor é beneficiado com a redução de custos das dietas, o que concorre diretamente para uma melhor rentabilidade da atividade.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: dirceu.junior@salusgroup.com.br.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

Fonte: Por: Dirceu Vicari Junior Zootecnista, mestre em Ciência e Produção Animal, líder de suínos na Salus Nutrição Animal

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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