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Bovinos / Grãos / Máquinas

Sombra, água fresca e muito mais! Vacas retribuem bem-estar com produtividade

Em 1,6 mil metros quadrados, pecuarista do Paraná produz 1,6 mil litros de leite por dia, e pode produzir mais

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Sabe o ditado sombra e água fresca. Pois as 50 vacas de Adelar Konzen gozam de muito mais que isso. Sombra para proteger do sol e da chuva, água fresca, nutrição balanceada três vezes ao dia, cama macia para descansar, ventiladores e chuveirinho para espantar o calor, coçador para não cair no tédio, tudo isso 24 horas por dia. Elas agradecem, com média de 33 litros de leite por dia. Com um grande detalhe: todo o sistema usa 1,6 mil metros quadrados da fazenda, menos de 0,2 hectare.

A receita de sucesso chamou atenção até da Frimesa, cooperativa para quem Adelar entrega o leite, que decidiu gravar um vídeo institucional na propriedade, no interior de Santa Helena, Extremo-Oeste paranaense. Primar pelo sistema foi o que Adelar fez desde que iniciou na atividade, em meados de 2015. “Desde que comecei procuro usar o que existe de melhor e mais eficiente em tecnologia. Nós temos uma genética diferenciada, mas junto a isso tem que zelar pelo conforto do animal, para que ele se sinta bem e responda com produtividade. Aqui nós criamos um ambiente propício para o animal produzir mais. O conforto está muito relacionado com a produtividade”, aponta o pecuarista.

Adelar tem o sistema compost barn, quando o animal é mantido em confinamento durante todo seu período produtivo. “É um sistema que gera bem-estar para o animal, que sofre menos com estresse térmico, tem uma cama de compostagem muito macia para deitar. A vaca adora deitar, é gostoso para elas”, explica o paranaense. A cama, revirada com um pequeno trator arrastando uma grade duas vezes ao dia, também evita, por exemplo, problemas de casco. “Nesse ambiente, as vacas ficam extremamente limpas”, aponta.

Adelar revela que algumas ações são importantes para não deixar os animais entediados e com estresse térmico, já que na maioria do tempo, é calor no Oeste do Paraná. “Temos vários ventiladores. Agora, comprei dois mais potentes, que vão fazer bastante vento e refrescar o ambiente ainda mais”, comenta. Se o som do ventilador é silenciado, o som de uma ducha fina de água atrai as holandesas para uma repartição ao lado da sala principal, onde elas dissipam calor com um banho de água fresca e limpa. É bonito de ver.

A mais nova aquisição são dois coçadores, que definitivamente conquistaram a atenção e o gosto dos animais. “Eu sabia que elas iriam gostar, mas não achei que fosse tanto. De manhã cedo chega a ter fila no coçador. Elas adoraram”, descreve o produtor. Em menos de duas horas de entrevista, diversas vezes o coçador foi acionado. A partir do momento em que a vaca empurra o equipamento e ele sai de seu eixo central, as cerdas que formam uma grande escova redonda começam a girar, por meio elétrico. O equipamento trabalha por pouco mais de um minuto até se desligar. Caso a vaca queira mais uma cosquinha, basta empurrar o coçador de novo. Caso não, é só dar a vez para a próxima candidata.

Rendimento

Adelar explica que em dois anos e meio de atividade, a produtividade de leite da fazenda dobrou. “Quando começamos, tínhamos média de 16 litros por dia. Hoje, no pico, estamos com 33, ou cerca de 1,6 mil litros por dia. Nos dias mais quentes do ano, diminui um pouco, mas mesmo assim não baixamos de 1,4 mil litros (por dia)”, destaca. Além de bem-estar, o produtor explica que o segredo é uma boa genética. “Tem vaca que me dá 40 litros por dia com bastante frequência. Trabalhar com genética é muito importante hoje na atividade leiteira. Além disso, temos sempre consultoria veterinária, realizamos ultrassom e buscamos sempre melhorar a gestão da propriedade”, explica Adelar, “rato” de eventos sobre a atividade leiteira na região.

Ele explica que o sistema, que hoje está com 50 vacas holandesas, é capaz de ser ampliado em mais 50%. “Esse galpão tem espaço para 74 vacas. Vou ampliar até chegar a 70 e ter uma produtividade entre 2,1 e 2,2 mil litros de leite por dia”, aponta.

Mas Adelar garante que a rentabilidade da atividade não está necessariamente no leite. Ele explica melhor: “Aqui o foco principal não é o leite, mas a prenhez. A vaca tem que emprenhar o mais rápido possível e criar bem”, explica. O produtor rural trabalha com inseminação artificial já no primeiro cio da vaca.

Os animais que estão emprenhados são separados dos demais cerca de 30 dias antes do parto. O galpão pré-parto ajuda o animal a ter um parto mais tranquilo, explica Adelar. Quando estão secas, as vacas vão para um piquete.

Nutrição e Outros “Detalhes”

Nutrição também é tratada com muita dedicação por Adelar e pelo casal de trabalhadores que se dedica à pecuária de leite na fazenda. A boa nutrição, com silagem, feno, ração e sal, segundo o produtor, garante que ele possa explorar o máximo potencial produtivo do animal.

“Na verdade, são vários fatores que interferem na produção. A atividade leiteira é uma atividade rentável se você souber trabalhar certinho, com dedicação. É uma atividade que dá trabalho, mas não é tanto como falam. É só você criar a rotina. Existem muitos desafios, mas é uma boa alternativa para diversificar renda. Existe a crise, mas eu acredito nessa atividade”, destaca o produtor.

Sala de Ordenha

Os animais caminham vagarosa e calmamente para a sala de ordenha. É hora de envasar o lucro de todo o investimento. Para isso, mais tecnologia. “Temos uma ordenhadeira computadorizada, que mede o rendimento individual de cada animal, entre outras coisas. Assim podemos saber que vaca está produzindo menos e tomar alguma providência”, argumenta. No local, o novo investimento de R$ 80 mil são dois novos resfriadores, que vão ampliar a capacidade de armazenamento.

Inquieto, Adelar diz que já está buscando novas tecnologias para empregar no sistema. Estou estudando a possibilidade de adquirir um carrossel para fazer a ordenha. É um grande investimento, mas eu consigo ordenhar as vacas ao mesmo tempo. Em poucos minutos, o serviço está feito”, assinala. “Acho que o importante é sempre se desafiar, buscar fazer sempre o melhor”, garante.

A Estância Vacaria, como Adelar nomeou o seu complexo de produção leiteira, é mais um exemplo de sucesso que permeia a agropecuária brasileira. Tecnologia e trabalho empregados com precisão para produzir cada vez mais, gastando cada vez menos e ocupando cada vez menos espaço, otimizando os lucros da fazenda e gerando alimentos e renda para as pessoas.

Outras Atividades

Para o futuro, o produtor de Santa Helena planeja expandir os negócios com a venda de genética. Para isso, tem investido cada vez mais em seu plantel de holandesas. Os melhores animais serão selecionados para povoarem outras propriedades rurais dispostas a investir na bovinocultura de leite.

Na fazenda em que Adelar tem com os sócios, também há a produção de frango de corte e grãos – soja e milho. Eles são associados à cooperativa Lar, de Medianeira, PR. Adelar garante que não para por aí. “O próximo passo é começar a produzir suínos”. Inquieto… e certeiro homem do campo.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Bovinos / Grãos / Máquinas

Apesar de cinco meses de aumento, preço ao produtor de leite segue abaixo de 2023

Com alta acumulada de 12,9% no primeiro trimestre de 2024, valor ainda está 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais.

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Foto: Ari Dias/AEN

O preço médio do leite captado em março foi de R$ 2,3290/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, 4,1% maior que o do mês anterior, mas 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). Com esse resultado, o preço ao produtor acumula alta real de 12,9% neste primeiro trimestre. Porém, a média dos três primeiros meses deste ano está 21,7% inferior à igual intervalo de 2023.

Esta é a quinta alta mensal consecutiva no preço do leite pago ao produtor, e esse movimento é explicado pela redução da oferta no campo. A limitação da produção, por sua vez, ocorre devido ao clima adverso (seca e calor) e à retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea seguiu em queda – o recuo foi de 2,5% de fevereiro para março. No acumulado do primeiro trimestre, a captação diminuiu 7,5%. Esse contexto reforça a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A valorização do leite cru, contudo, não foi repassada na mesma intensidade para o preço dos derivados lácteos. Segundo pesquisas do Cepea, as cotações do leite UHT e do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo subiram 3,9% e 0,3% em março, respectivamente. Agentes de mercado relatam consumo ainda sensível na ponta final da cadeia, de modo que os canais de distribuição pressionam a indústria por valores mais baixos.

Ainda assim, a média dos lácteos no primeiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano passado registra queda menor que a verificada para o preço pago ao produtor. De janeiro a março, a baixa real nos valores do UHT e também da muçarela foi de 10,4%.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para agentes do mercado. Embora as compras externas de lácteos estejam em queda, o volume internalizado neste ano ainda supera o do ano passado. Dados da Secex apontam que, em março, as importações caíram 3,3% frente a fevereiro. Porém, essa quantidade ainda é 14,4% maior que a do mesmo período do ano passado. Considerando-se o primeiro trimestre do ano, as aquisições somaram quase 577,5 milhões de litros em equivalente leite, 10,4% acima do registrado nos três primeiros meses de 2023.

Nesse contexto, a expectativa de agentes de mercado é que o ritmo de valorização do leite ao produtor perca força em abril.

Gráfico 1 – Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de março/2024). Fonte: Cepea-Esalq/USP.

 

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Efeito do uso de levedura viva probiótica na eficiência alimentar de bovinos leiteiros

Consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes, as leveduras vivas probióticas promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta.

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Foto: Shutterstock

O uso de microrganismos vivos fornecidos diretamente como aditivo probiótico para bovinos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um desses exemplos é o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae, responsável pela melhoria no desempenho e na eficiência alimentar de bovinos.

Para vacas em lactação, por exemplo, o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae melhora o desempenho em todas as etapas de produção. Uma meta-análise realizada em 2010 envolvendo 14 experimentos e um total de 1.600 vacas leiteiras mostrou que o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 melhorou significativamente a eficiência alimentar (+3% em kg de Leite Corrigido para Gordura/kg de Matéria Seca Ingerida) para vacas em início e no final da lactação (Figura 1).

Figura 1: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 na eficiência alimentar de vacas em lactação. (LCG = Leite Corrigido para Gordura; MSI = Matéria Seca Ingerida).

Esses ganhos obtidos em aumento da produtividade ou eficiência alimentar podem ser explicados pela capacidade que a levedura viva tem em modificar o ambiente ruminal. Uma vez presente no rúmen, a levedura viva interage com a população microbiana (bactérias, fungos e protozoários) e os nutrientes (fibra, amido e proteína) em um ambiente anaeróbico e essas interações promovem maior estabilidade do pH ruminal (reduzindo o risco de acidose subaguda), estímulo ao desenvolvimento de bactérias fibrolíticas e aumento da digestibilidade da fibra.

Exemplo dessas modificações do ambiente ruminal foram observados em um trabalho conduzido ainda em 2007. Esse experimento mostrou que vacas suplementadas com a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 apresentaram aumento do pH ruminal (Figura 2). A análise de dados da literatura mostra que esse aumento do pH ocorre porque a levedura viva estimula o crescimento das espécies de bactérias utilizadores do ácido lático ruminal, principalmente Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium.

Figura 2: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento do pH ruminal.

Além de promover melhora no pH ruminal, o uso da levedura viva também apresenta efeitos positivos na digestibilidade da fibra. Outro estudo mostrou que a levedura viva probiótica aumentou em 4% a digestibilidade da fibra em relação ao tratamento controle (Figura 3). Esses autores observaram também melhora na eficiência alimentar para os animais tratados com a levedura viva.

Figura 3: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento da digestibilidade da fibra.

A digestibilidade da fibra é item primordial para maximizar o retorno sobre os custos com alimentação. Desafios ambientais (tais como estresse térmico) comprometem a função ruminal e, consequentemente, aumentam a concentração de nutrientes nas fezes. A suplementação com leveduras tem demonstrado efeitos positivos para a colonização de bactérias celulolíticas (tais como R. flavefaciens, por exemplo) e fungos, sugerindo um impacto particularmente marcante na quebra de ligações lignina-polissacarídeo e melhorando o aproveitamento dos nutrientes ingeridos.

Em conclusão, leveduras vivas são consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes porque promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta. Os benefícios para os produtores são vários: redução do risco problemas metabólicos e maior retorno sobre o investimento com alimentação, pois o uso da levedura viva como aditivo probiótico melhora tanto a produção de leite quanto a eficiência alimentar.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: jmoro@lallemand.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Mateus Castilho Santos / Divulgação

Fonte: Por Mateus Castilho Santos, engenheiro agrônomo, mestre em Ciência Animal e Pastagens, PhD em Ciências Animais e Alimentares e gerente técnico da Lallemand Animal Nutrition para a América do Sul.
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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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