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Suínos / Peixes

Sanidade Suína: Onde estamos e para onde queremos ir?

A boa sanidade é um dos pilares de sustentação da suinocultura industrial, e tem impacto direto na economia da granja

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Artigo escrito por Adrienny Trindade Reis, médico veterinário, MS, do Instituto de Pesquisas Veterinárias Especializadas (Ipeve)

A suinocultura tem evoluído continuamente ao longo dos últimos anos, em termos de eficiência e produção custo – efetiva, oriundas da melhoria genética, nutricional, desenvolvimento de biológicos e farmacêuticos mais eficientes, incluindo vacinas autógenas continuamente atualizadas, gerando aumentos substanciais na produtividade do setor.

Da mesma maneira, houve uma evolução significativa nas técnicas laboratoriais, contribuindo para a identificação precoce dos agentes patogênicos.

Por outro lado, com a intensificação dinâmica da produção, os desafios continuam crescentes, especialmente no desenvolvimento de programas de controle do chamado “complexo de doenças”, haja visto a importância da somatória de vários fatores infecciosos e não infecciosos no desenvolvimento das mesmas.

A boa sanidade é um dos pilares de sustentação da suinocultura industrial, e tem impacto direto na economia da granja. O complexo das doenças respiratórias dos suínos continua sendo o alvo número 1 dos trabalhos de pesquisas apresentados nos últimos congressos, em função dos prejuízos econômicos nos índices de produtividade.

Dentre os patógenos envolvidos no complexo respiratório, podemos relacionar alguns vírus e bactérias ou ambos. A nível mundial, vírus emergentes como o PCV2, PRRS, infuenza, sozinhos ou associados, talvez sejam as etiologias mais frequentes.

No Brasil, as doenças respiratórias tem sido causadas essencialmente pelo vírus da influenza e PCV2, associados a diferentes agentes bacterianos como o haemophilus parasuis, mycoplasma hyopneumoniae, actinobacillus suis, pasteurella multocida, streptococcus suis e salmonella spp.

Na medida que controlamos ou mesmo erradicamos algumas doenças, outras novas, a exemplo do circovirus, a influenza e mais recentemente o seneca virus, vêm surgindo, complicando os quadros clínicos já existentes.

Associado ao aumento dos agentes infecciosos, temos no Brasil sistemas de produção intensiva e contínua, sem práticas regulares de vazio sanitário associados a uma biosseguridade insuficiente, propiciando o aumento significativo dos problemas sanitários.

As exigências e tendências globais e de mercado, políticas públicas, redução ou uso restrito de antimicrobianos, segurança alimentar, têm proporcionado oportunidades para investimentos na área de biosseguridade, ambiência, comportamento animal, desenvolvimento de novos produtos biológicos e programas, visando a estabilização da imunidade dos rebanhos, além de uso de produtos alternativos, que têm sido explorados de forma consistente para a suinocultura do futuro.

Diagnóstico Laboratorial

Uma das principais limitações no controle adequado das doenças infecciosas é a falta de um diagnóstico laboratorial e diferencial consistente, preciso e rápido. A seleção de no mínimo cinco animais, o estágio da infecção do animal, o número de amostras isoladas a serem caracterizadas, são por exemplos fatores essenciais na conclusão do diagnóstico laboratorial.

O conhecimento das patologias primárias, secundárias, associações que participam do quadro clínico são fundamentais para o estabelecimento de programas de controle específicos e efetivos. Apesar do domínio das diferentes técnicas modernas para identificação precoce dos patógenos, a falta de aprofundamento e uso destas técnicas têm levado a erros ou aplicação inadequada em programas preventivos de antimicrobianos e vacinas. É essencial ampliar e introduzir como rotina o diagnóstico laboratorial completo como a base técnica para estabelecimento de programas dinâmicos de controle das doenças. Protocolos bem definidos, tanto na seleção adequada de animais quanto no uso da metodologia de coleta e eleição das técnicas laboratoriais devem ser mantidos de forma regular, no exercício profissional.

PED ou Coronavirus

A Introdução do vírus da diarreia epidêmica suína (PEDv), nos Estados Unidos, em 2013, afetou 56% da população de fêmeas dos rebanhos e resultou em uma mortalidade significativa de leitões. A partir das perdas econômicas causadas, os produtores têm buscado reforçar a imunidade dos rebanhos positivos. Vacinas inativadas e recombinantes têm sido utilizada em alguns países, além do uso da retroinfecção ou “feedback”, objetivando aumentar o nível de anticorpos colostrais neutralizantes, com duração de até 24 semanas. Embora hoje o número de casos tenha reduzido consideravelmente na América do Norte, é uma doença contagiosa de grande importância econômica. No Brasil, não foram relatados nem confirmados casos até o momento.

A PRRS, síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos, é a doença infecciosa de maior significação econômica do mundo. Devido ao grande impacto na América do Norte, Europa e Ásia e a reemergência de novos casos clínicos desde 2014, muitos estudos ainda continuam em curso, no sentido de se estabelecer programas efetivos de controle e erradicação. O desafio atual para os produtores de suínos que convivem com o problema reside no desenvolvimento de ferramentas necessárias para garantir a erradicação viral. Esta se baseia essencialmente em medidas de biosseguridade e desenvolvimento de vacinas protetoras e efetivas para as variedades dos vírus circulantes. Pesquisas recentes, no laboratório da Universidade de Nebraska, têm desenvolvido uma nova geração de vacinas vivas atenuadas com marcadores, a partir de um vírus sintético que confere ampla proteção contra os principais vírus circulantes, sendo uma esperança real no controle desta importante enfermidade. Até o momento, este vírus, juntamente com o PEDv não foi identificado no Brasil.

O senecavirus A, descrito pela primeira vez como contaminante de cultivo celular, era, até então, considerado um vírus de baixa patogenicidade e importância para suínos. O primeiro novo relato deste vírus ocorreu no Brasil, em 2014, por Vannucci e colaboradores, que observaram casos de laminite aguda, morte súbita de leitões ao nascimento e lesões vesiculares, sendo sua confirmação realizada por sequenciamento do genoma viral associado a identificação do vírus por hibridização in situ.

Após esta descrição, a doença tem sido relatada e identificada nos Estados Unidos, Canadá, China, Austrália, Nova Zelândia, Itália e outros países. Pesquisas recentes realizadas no USDA conseguiram reproduzir a doença vesicular, preenchendo os postulados de Koch, através de inoculação experimental. Foi também demonstrado que a amostra brasileira possui 97-98% de homologia na sequência genômica com as amostras americanas, porém ambas diferentes da amostra identificada no passado.

Estudos têm sido realizados a fim de esclarecer a patogenia e transmissão deste vírus, bem como a epidemiologia da doença. Quanto ao diagnóstico, além do isolamento, têm sido utilizado técnicas moleculares, microscopia eletrônica e mais recentemente desenvolvido anticorpos monoclonais para produção de teste Elisa de competição. Ainda não existem vacinas disponíveis, porém protocolos de feedback utilizando fezes e fluídos orais positivos por PCR e administrado para fêmeas, associados a protocolos de desinfecção com hipoclorito de sódio, têm sido utilizados, associado à restrição de entrada de novos animais nos rebanhos, visando ao controle da doença. Mais estudos são necessários para melhor conhecimento da disseminação e potencial patogênico deste vírus para outras espécies, incluindo a espécie humana. Não existem recomendações da OIE relativas à importação de suínos de países ou zonas afetadas por este vírus.

Tremor Congênito

O tremor congênito é uma doença esporádica de leitões recém-nascidos, relatada há quase 100 anos, caracterizada por quadro de mioclonia repetitiva. A maioria dos surtos tem sido atribuída a fatores não específicos. Recentemente, Arruda e colaboradores conseguiram reproduzir a doença a partir de inoculação experimental de fêmeas gestantes, sendo que os leitões filhos destas fêmeas apresentaram sintomatologia clássica da doença. Desta forma, o pestivirus foi considerado a causa do tremor congênito em suínos. Novos estudos têm sido realizados para melhor compreensão da patogenia e epidemiologia da doença, bem como desenvolvimento de métodos precisos e específicos de diagnóstico laboratorial.

Influenza A

A influenza suína é uma doença muito significativa para a indústria suína. Três subtipos do vírus são endêmicos no mundo: H1N1, H1N2 e H3N2, com grande diversidade genética e antigênica. Desde sua introdução em 2009, o H1N1 pandêmico tem sido repetidamente transmitido de humanos para suínos, além de ter se estabelecido em suínos em algumas regiões. No Brasil, os subtipos H1N1 e H3N2 são os mais frequentes, porém poucos trabalhos de isolamento e caracterização dos vírus circulantes têm sido realizados como rotina.

Os exames de PCR e imuno-histoquímica utilizados no diagnostico direto diferencial do complexo das doenças respiratórias muitas vezes não incluem a influenza como rotina e subestimam o número de casos no Brasil. Por outro lado, a grande diversidade genética das amostras deste vírus é um obstáculo para a eficácia de vacinas disponíveis no mercado, e quando utilizadas, não possuem avaliação em relação aos resultados. Mundialmente, programas com diferentes plataformas vacinais e vacinas autógenas contendo as amostras circulantes têm sido feitos, para fêmeas ou leitões, com resultados promissores.

PCV2

A circovirose continua sendo uma das importantes doenças virais no mundo, sendo que praticamente todos os suínos são infectados pelo vírus, porém nem todo rebanho expressa a doença. A partir do desenvolvimento das vacinas o número de casos tem reduzido drasticamente no Brasil e no mundo, apesar de algumas variações já comprovadas no genoma do vírus. Em alguns rebanhos, por outro lado, novos surtos da doença têm ocorrido, sendo desta forma, uma oportunidade para revisar, a partir de métodos sorológicos ou moleculares, a dinâmica da infecção dentro destes rebanhos e rever os programas de vacinação existentes.

Doenças Bacterianas

As doenças bacterianas, sejam ligadas a problemas respiratórios ou entéricos, têm se mantido relevantes no Brasil por muitos anos. No caso do Actinobacillus pleuropneumoniae, Streptococcus suis, Haemophilus parasuis, por exemplo, sua variabilidade de sorotipos e genótipos têm dificultado sobremaneira o controle. Estudos realizados no Brasil mostram a presença de até cinco sorotipos destes agentes, ao longo do tempo, no mesmo rebanho. Isto caracteriza a importância do monitoramento regular destes patógenos nas granjas visando garantir o conhecimento das cepas circulantes e, desta forma, definir o programa de controle mais adequado a ser implementado.

Salmonelose

A salmonelose é uma das doenças bacterianas de maior impacto na suinocultura mundial, haja visto que pode participar tanto dos problemas respiratórios quanto entéricos, além de morte súbita. Trata -se também de uma zoonose, com implicações na saúde humana e na exportação. É um desafio sanitário muito importante para a suinocultura nacional, requerendo implementação de programas, tanto em granjas quanto a nível de frigoríficos, a exemplo do que ocorre em outros países.

Conclusões

O modelo industrial de produção de suínos não deverá seguir o mesmo para os próximos anos. A indústria de suínos precisará se reinventar, visando a produção de carne de alta qualidade, em ambiente e instalações satisfatórios, seguindo os padrões do bem estar animal. Programas preventivos baseados na identificação dos problemas e orientados para a saúde do rebanho serão a chave para o sucesso. A grande pergunta que nos faz refletir é por que vírus antigos de repente se tornaram tão importantes e patogênicos para suínos, como o caso do PCV2 e o senecavírus nas últimas décadas? E como fazer para minimizar as recombinações genéticas que têm gerado o surgimento de cepas cada vez mais patogênicas? Mais uma vez, precisamos estar preparados tecnicamente para enfrentar os desafios que poderão vir pela frente. Hoje, o Brasil, ainda é livre de alguns destes vírus, porém a manutenção do “status de livre” dependerá de um trabalho forte e consciente em biosseguridade, com protocolos rígidos de entrada de material genético e transito no país.

 

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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