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Suínos / Peixes Monitoramento dos animais

Saiba como identificar a Franciselose na produção de peixes

A preocupação com a bactéria implica em mudança nas rotinas de monitoramento dos animais e implementação de estratégias preventivas, entre elas o uso de aditivos, no intuito de fortalecer os programas preventivos das fazendas.

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Arquivo/OP Rural

A preocupação com a Franciselose, causada pela bactéria Francisella orientalis, implica em mudança nas rotinas de monitoramento dos animais e implementação de estratégias preventivas, entre elas o uso de aditivos, no intuito de fortalecer os programas preventivos das fazendas.

Apesar do inverno ser o período com temperaturas mais baixas, estações que antecedem o inverno e início da primavera requerem uma atenção especial por parte dos piscicultores, pois são períodos de intensos desafios para os peixes, principalmente na região Sul e Sudeste do país. Baixas temperaturas, grande amplitude térmica diária, escassez de chuva e piora na qualidade da água são algumas características que impactam negativamente a saúde e os índices produtivos da tilápia durante esse período.

Além de afetar o consumo de alimento e o ganho de peso, a queda na temperatura da água deprime o sistema imunológico dos animais. Isso, somado a outros fatores geradores de estresse como a má qualidade da água, manejos (biometria, classificação, vacinação, transferência), altas densidades, entre outros, tornam os animais ainda mais suscetíveis às enfermidades parasitárias, fúngicas, bacterianas e virais.

A Francisella orientalis é uma bactéria Gram negativa intracelular facultativa, e teve seu primeiro relato científico de ocorrência no Brasil em 2012. Portanto, trata-se de uma doença “nova” para muitos produtores, ainda que mortalidades causadas por Franciselose já tenham ocorrido em mais de 10 estados brasileiros, e nos principais polos de produção de tilápia do país.

Entre os fatores que favoreceram a disseminação da doença, merecem destaque a falta de protocolos de biosseguridade, a movimentações de alevinos e juvenis doentes entre os estados, pesando também o fato de ser uma doença que pode ser transmitida de maneira vertical, dos reprodutores para os alevinos.

Apesar da Franciselose ser uma enfermidade bacteriana mais frequente e severa no outono e inverno, período em que há uma diminuição da temperatura da água na região Centro Sul do Brasil, ela não é uma doença exclusiva das regiões frias. Já foram observados casos na região Nordeste, em anos com temperaturas mais baixas, assim como na saída do inverno (setembro e outubro), fato que reforça a importância de programas específicos de monitoramento e de estratégias preventivas para esta enfermidade, também nessa região.

Identificando a Franciselose

Surtos de Franciseloses são mais comuns em alevinos e juvenis (0,5 g a 200 g) e pode-se dizer que é uma “doença silenciosa”, com mortalidades sem sinais clínicos característicos, diferente por exemplo, da streptococose ou colunariose. Além disso, sintomatologias comuns a outras doenças são vistas com frequência na franciselose, como a redução no apetite e no consumo de ração, peixes escuros, peixes nadando na superfície, acúmulo de líquido na cavidade abdominal (ascite), pontos brancos nas brânquias e olhos saltados (exoftalmia).

Entretanto, após necrópsia dos animais, observa-se uma característica muito típica de franciselose que são os nódulos de coloração branco-amarelados (granulomas), principalmente nos órgãos do sistema imune como baço e rim (Figura 1). Com o avanço da doença, os nódulos vão se espalhando para outros órgãos como fígado, brânquias, podendo chegar até mesmo ao coração, em casos mais avançados, ao ponto de acarretar perda das funções desses órgãos.

Quadro agudo de franciselose em tilápia, indicando o avanço dos nódulos pelos órgãos

A – nódulos em baço                                                    B – nódulos no rim cranial

 

 

 

 

 

 

 

Fotos: Gustavo Alves

O monitoramento preventivo dos lotes é uma rotina pouco utilizada no dia a dia das pisciculturas. Esperar o aparecimento de peixes mortos para iniciar o diagnóstico e monitoramento, assim como para iniciar as terapias com antimicrobianos, é uma estratégia reativa, pois a perda de apetite dos animais aliado às baixas temperaturas dificultará ainda mais o consumo de ração medicada e consequentemente a efetividade do tratamento no controle da doença. Portanto, criar uma rotina frequente de monitoramento de alevinos e juvenis durante este período de alto desafio é a estratégia mais recomendada. Uma das formas utilizadas a campo para o monitoramento preventivo é a técnica denominada “squash”, que consiste na coleta e análise de um fragmento de órgão, principalmente o baço.

À medida que a doença avança, os granulomas vão aumentando de tamanho nas análises de “squash” e passam a ser visualizados a olho nu em outros órgãos, podendo ser vistos em grande quantidade no baço, rim, fígado e brânquias. A técnica de “squash” é uma alternativa a campo para realização do monitoramento preventivo, e recomenda-se também o envio de amostras para confirmação em exames laboratoriais.

Impacto na Produção

O impacto causado pela franciselose na produção de tilápia é significativo, e os prejuízos vão muito além da forma aguda, que afeta, principalmente, alevinos e juvenis no inverno, e causa altas mortalidades e custos adicionais com o uso de antibióticos (altas doses e tratamentos prolongados). Existem também os impactos causados pelos quadros crônicos observados em animais que foram acometidos por franciselose no inverno e não morreram. Além de gerarem perdas expressivas de desempenho zootécnico (crescimento, conversão alimentar, sobrevivência, heterogeneidade), esses animais ficam mais suscetíveis a estreptococose no verão, com taxas de mortalidades mais altas e apresentarão maiores índices de condenações de filés e carcaças no frigorífico, devido a formação de pontos negros (melanomacrófagos) (Figura 2).

Pontos negros (melanomacrófagos) em filés de tilápia, causados pela infecção por Francisella orientalis

Fonte: Por Thiago Tetsuo Ushizima, gerente de Aquacultura Latam Adisseo; Waldo G. Nuez-Ortín, cientista chefe Aquacultura Adisseo; Maria Mercè Isern-Subich, gerente global Produtos Saúde Aquacultura Adisseo e Ulisses de Pádua Pereira, coordenador do Laboratório de Bacteriologia em Peixes LABBEP/UEL.

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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