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Suínos

Ractopamina na ração produz até dois suínos a mais por hectare, afirma pesquisador

De acordo com o profissional, em apenas três a quatro semanas é possível obter um aumento de cinco a oito quilos por animal com o uso da ractopamina.

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Foto: Shutterstock

Para melhorar a eficiência alimentar e aumentar a massa muscular dos animais, a ractopamina se mostra como uma alternativa de aditivo alimentar para ser usado na produção animal, principalmente na criação de suínos e bovinos. Pertencente a classe de compostos conhecidos como beta-agonistas, que agem como estimulantes do crescimento, a ractopamina é adicionada à ração dos animais por um período limitado antes do abate, com o objetivo de aumentar a quantidade de carne magra e reduzir a gordura corporal, resultando em uma carne com melhor qualidade e maior valor comercial. No entanto, seu uso é controverso devido a preocupações sobre seus efeitos na saúde dos animais, no meio ambiente e na segurança alimentar humana.

Professor e pesquisador do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Vinícius Cantarelli – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

O professor e pesquisador do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Vinícius Cantarelli, apresentou durante o 17º Encontro Regional da Abraves/PR, realizado em Toledo, no Oeste paranaense, os benefícios do uso deste aditivo, bem como defendeu que a ractopamina deve entrar na agenda ESG da suinocultura brasileira.

Seu uso no Brasil é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que estabelecem limites de concentração e períodos de carência antes do abate para garantir a segurança alimentar e a saúde dos animais. Contudo, o uso da ractopamina ainda é proibido em diversos países, como na União Europeia, na China e na Rússia, e pode haver restrições comerciais para a exportação de carne produzida com o uso deste aditivo.

De acordo com Cantarelli, em um estudo com ractopamina algumas granjas de suínos relataram melhorias significativas em termos de ganho de peso diário (GPD) e conversão alimentar, alcançando um acréscimo de 20 a 25%. “Em apenas três a quatro semanas é possível obter um aumento de cinco a oito quilos por animal com o uso da ractopamina. Quando a biologia suína é mais produtiva, há uma redução na excreção de nitrogênio devido ao menor consumo desse nutriente”, afirma o pesquisador.

Conforme o professor da UFLA, a utilização da ractopamina pode resultar em melhorias significativas no impacto ambiental, com uma redução de 12% na demanda por área de produção de grãos, o que pode levar a uma diminuição nos cálculos do ciclo de vida dos animais.

Em um experimento simples que considerou a média de produção por hectare, avaliou-se o efeito da ractopamina em uma granja com cinco mil matrizes, utilizando uma dieta composta por 75% de milho e 20% de farelo de soja (2,8 kg de ração por dia), durante um período de 28 dias, com e sem o uso do aditivo.

Com o uso da ractopamina, a produção de milho e soja necessária para alimentar uma granja de cinco mil matrizes foi reduzida de 2.681 hectares para 2.342 hectares, resultando em uma economia de área de 339 hectares. No Brasil, essa economia de área representa cerca de 140 mil hectares, enquanto no mundo, o número chega próximo a três milhões de hectares. “Essa tecnologia tem um impacto significativo na produção animal. Com o uso da ractopamina é possível produzir dois suínos a mais por hectare, em comparação com a produção sem o aditivo. Se o setor ainda não está fazendo esses cálculos em breve terá que começar a fazer para avaliar a viabilidade dessa tecnologia, no entanto indústrias brasileiras já estão adotando essa prática em suas operações”, menciona o pesquisador.

Benefícios para o meio ambiente

A ractopamina apresenta benefícios significativos para o meio ambiente. Em um estudo conduzido em 2011, o uso de 10ppm de ractopamina resultou em uma redução de 5,7g/dia de excreção de nitrogênio por animal. Com um período de uso de 28 dias do aditivo, a redução poderia chegar a quase 160 gramas por animal.

“Essa redução tem um impacto significativo na escala da produção. Em uma granja de cinco mil matrizes, a economia de nitrogênio seria de 20 toneladas. Já na suinocultura do Brasil, a economia chegaria a oito mil toneladas de resíduos não produzidos por dois milhões de matrizes, e a nível mundial, a economia alcançaria 160 mil toneladas de dejetos não produzidos por 40 milhões de matrizes”, enaltece Cantarelli.

Estima-se que, em média, o uso do aditivo possa reduzir entre 15 e 20 litros de dejetos por animal. Para uma granja de cinco mil matrizes, essa redução representaria 2,45 milhões de litros de dejetos a menos por ano. Em nível nacional, essa redução chega a um bilhão de litros, enquanto na suinocultura mundial, o uso de ractopamina pode evitar a produção de até 25 bilhões de litros de dejetos por ano.

 

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Fonte: O Presente Rural

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Os desafios da salmonelose na suinocultura

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A contaminação por salmonela na criação de suínos, além de causar perdas consideráveis na produção, pode gerar também problemas na saúde dos consumidores.
Para falar sobre o assunto, convidamos o gerente Nacional de Serviços Técnicos da Ceva Saúde Animal, Pedro Filsner.

 

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Consumo de carne suína no Brasil ultrapassa 20 quilos per capita em 2023

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No Minuto Agro de hoje, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, faz um resumo da produção de suínos desse ano e destaca as projeções do setor para 2024.

 

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Suínos

Especialista alerta para pontos críticos e de maior atenção na limpeza e desinfecção

Profissional enaltece a importância destas etapas e reforça que elas podem ser grandes aliadas na prevenção e tratamento de doenças e no controle de pontos críticos da granja.

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Foto: Giuliano De Luca/OPR

A suinocultura é uma atividade complexa, e a biosseguridade desempenha um papel crucial para manter a saúde dos animais e garantir o sucesso da produção. A médica-veterinária, mestra em Patologia Animal, Thaiane Kasmanas, enaltece nesta matéria a importância da temática “Limpeza, desinfecção e a pirâmide do bom senso”, apresentando contribuições significativas para esta etapa da produção, o que pode contribuir para a evolução e o aprimoramento contínuo da atividade.

De acordo com Thaiane, a limpeza e a desinfecção acabam sendo, no dia-a-dia da granja, atividades bastante operacionais. Ela enalteceu que muitas propriedades já possuem equipes que são responsáveis por fazer este serviço. “Meu objetivo hoje é mostrar a grande importância destas práticas que podem interferir em todo o processo produtivo da suinocultura. É preciso capacitar os profissionais”, recomenda.

Médica-veterinária, mestra em Patologia Animal, Thaiane Kasmanas – Foto: Divulgação/Pork Meet Rio Verde

A médica-veterinária distinguiu dois conceitos que muitas vezes acabam sendo confundidos como se fossem o mesmo: a biosseguridade e a biossegurança. Conforme ela, a biosseguridade são as práticas e medidas que visam minimizar os riscos sanitários em populações animais, já a biossegurança está relacionada com as normas e procedimentos que são realizados com os seres humanos. “Desta forma podemos dizer que a biosseguridade diz respeito aos animais e que ela está sendo melhorada a todo momento. Já a biossegurança, por se tratar de aspectos relacionados à saúde humana, é mais inflexível e muito mais rígida, sendo que muitas vezes uma medida de biossegurança pode ser tornar uma lei”, disse.

A profissional pontuou que embora as duas palavras sejam parecidas, elas possuem conceitos diferentes, enaltecendo que esta abordagem sobre limpeza e desinfecção vai focar o complexo programa de biosseguridade. “É claro que o programa de biosseguridade vai além da limpeza e desinfecção, ele engloba os controles de entrada e saída na granja, bem como auxilia a dificultar a entrada de patógenos, controla o nível de contaminação interna, busca evitar a disseminação de doenças, bem como reduz gastos com tratamento medicamentoso e aumenta a produtividade e qualidade do produto final”, observou.

Segundo Thaiane, a biosseguridade pode ser dividida em três grandes áreas: a bioexclusão, bio-manejo e bio-contenção. “Na bioexclusão temos as ações que a gente usa para prevenir a entrada de um patógeno na granja. No bio-manejo temos os aspectos operacionais padrões, além da implementação de processos para evitar a proliferação de doenças, como a vacinação, a limpeza e desinfecção. Já a bio-contenção é a parte mais complexa, ela precisa estar sempre no radar, já que ela trata do manejo de resíduos, de animais mortos, da composteira, do biodigestor e a própria água de lagoa”, observou.

Ela pontuou que é possível redividir a biosseguridade em três grandes componentes. Físico, químico e lógico. “As barreiras físicas são usadas para sinalizar o que é área limpa, o que é área suja, elas tratam das partes da estrutura. Já o componente químico é a utilização dos detergentes e desinfetantes. E a parte lógica é bastante curioso, porque ela abrange com que o conceito de biosseguridade seja assimilado por todos aqueles que fazem parte da propriedade. Assim, quando acontecer algum evento, todos saberão o que fazer para resolver aquele problema”, recomendou.

De acordo com ela, ter fluxo e estrutura facilita esta gestão, pois promove de forma eficiente e com clareza os procedimentos que devem ser feitos. “Saber o conceito, ter as condições de estrutura necessárias e realizar os procedimentos adequados é o que faz a diferença na biosseguridade”, pontua. Por outro lado, a médica-veterinária também reforçou que a biosseguridade não é só a limpeza e desinfecção e que a nutrição e a sanidade também fazem parte desta importante engrenagem.

Custos menores

A especialista também ressaltou uma notável mudança de perspectiva que tem se desenvolvido ao longo do tempo. Essa mudança está relacionada com a redução da dependência de antibióticos, seja no tratamento ou em doses reduzidas. Em vez disso, a ênfase está sendo colocada na prevenção, com destaque para práticas como vacinação, limpeza e desinfecção. “Essas abordagens emergentes desempenham um papel crucial na redução da necessidade de recorrer a antibióticos, reservando seu uso para situações pontuais. Além disso, essa mudança de abordagem demonstra benefícios econômicos e produtivos substanciais, uma vez que o investimento em limpeza e prevenção é notavelmente menor em comparação com os custos associados ao tratamento com antibióticos”, pontuou.

 

 

Outros pontos

“Todos estes pontos são críticos e merecem atenção. Mas ainda precisamos reforçar que existem pontos críticos que precisam de controle redobrado, como o isolamento, controle de vetores, limpeza e desinfecção, a monitoria da saúde dos animais, a verificação e a validação do sistema com auditoria”, frisou.

Foco na limpeza

A médica-veterinária enalteceu que apesar da etapa da limpeza ser uma ferramenta e um processo operacional, ela impacta diretamente na saúde dos animais. “Esta etapa representa 90% do sucesso, porque nenhum desinfetante consegue atuar em cima de matéria orgânica. Portanto, a ideia é que a gente sempre foque nossos esforços na limpeza e finalize com a cereja do bolo, que é a etapa da desinfecção”, recomendou.

De acordo com ela, o principal objetivo da limpeza é reduzir a pressão de infecção nas granjas, pois ela visa eliminar vírus, bactérias e fungos. “É importante reconhecer que não existe um produto mágico que serve para tudo, mas que é necessário utilizar o conjunto de ferramentas, pois é este conjunto que vai beneficiar a produção”, mencionou.

Reprodução, maternidade e creche

A médica-veterinária alertou sobre a importância do rigor sanitário ser ainda maior com os animais que participam da reprodução, tanto fêmeas como machos, já que eles são animais de alto valor agregado. No contexto da maternidade, ela apontou um desafio crítico relacionado à temperatura. Enquanto os animais mais velhos requerem ambientes com temperaturas mais baixas, os leitões necessitam de temperaturas mais elevadas. Essa disparidade térmica torna crucial o controle rigoroso da temperatura e a manutenção adequada da higiene do escamoteador. “A superfície do escamoteador, frequentemente feita de materiais porosos, como madeira, papelão ou plástico, apresenta desafios adicionais à limpeza e é suscetível à formação de biofilmes devido à variação de temperatura”, alertou.

Quanto à fase de creche, a especialista destacou que é um período particularmente crítico, exigindo um rigor sanitário extremo devido à introdução de animais jovens em um novo ambiente com diferentes condições. “Essa transição pode desencadear problemas significativos, incluindo episódios frequentes de diarreia, tornando a higiene e o manejo cuidadoso de extrema importância”, recomendou.

Com relação às etapas de crescimento e terminação ela afirmou que o ideal é que elas sejam as fases menos preocupantes. “É claro que isso só vai acontecer se eu tiver tido um manejo eficiente nas fases anteriores, pois assim eu terei menor preocupação nestas fases, já que a tendência é que os animais tenham menor intercorrências”, observou.

Biofilme

A especialista disse que o biolfilme é a primeira barreira física das bactérias contra a ação química e explicou que ele forma-se gradualmente devido a fatores como temperatura e qualidade da água, tornando-se uma película protetora para as bactérias. “Para quebrar esse ciclo, a limpeza adequada é essencial, pois as bactérias também podem criar biofilmes nas tubulações de água, muitas vezes invisíveis. A estratégia para eliminar esses biofilmes envolve uma variação de pH, começando com uma limpeza alcalina para remover gordura e alternando com detergentes ácidos, expondo as bactérias para a ação subsequente do desinfetante”, recomendou.

Além disso, a profissional afirmou que a limpeza com detergentes alcalinos é crucial para a remoção de resíduos de proteínas, gorduras e carboidratos de superfícies, sendo que esses detergentes estão disponíveis em versões com ou sem cloro. Ela também recomendou que o processo de limpeza siga o fluxo de cima para baixo e de cima para frente para evitar a contaminação cruzada de áreas já limpas.

A cereja do bolo: etapa da desinfeção

Após a limpeza tem-se o processo de desinfecção. A médica-veterinária enaltece que a escolha de um desinfetante químico eficaz é crucial. “É muito importante que os produtores evitem adquirir produtos não registrados, pois muitas vezes eles não cumprem o papel de desinfecção de forma adequada. A composição do desinfetante também deve ser criteriosamente avaliada, garantindo a presença dos elementos necessários para sua eficácia. Por outro lado, as formas de aplicação são bastante variadas e o produtor deve escolher aquela que melhor atende as demandas da sua granja”, assegurou.

Outra recomendação importante nesta etapa é o cuidado correto com a secagem adequada das áreas que foram desinfetadas. “Antes de reintroduzir os animais é necessário que tudo esteja bem seco, para garantir que a desinfecção desempenhe um papel fundamental na manutenção da biosseguridade nas instalações, protegendo a saúde dos animais em ambientes de produção”, ponderou.

Salas de reprodução e gestação

A profissional ainda fez um alerta a respeito das salas da reprodução e gestação que geralmente estão sempre ocupadas. “Essas são áreas que nunca estão vazias, por isso a limpeza deve sermpre ser feita no momento em que um animal sai”, pontuou, acrescentando que outro pontpo crucial é a utilização dos EPI´s que são necessários em cada uma destas etapas.

Tecnologia para facilitar e verificar

A profissional finalizou fazendo a recomendação para que os produtores utilizem as tecnologias que estão disponíveis no mercado e que auxiliam na verificação da limpeza realizada. “A leitura de ATP pode auxiliar muito, pois ela faz a detecção de matéria orgânica, isso contribui bastante, porque contribui para melhorar a eficiência, já que é possível fazer isto antes da etapa da desinfecção. Desta maneira, você pode utilizar inúmeras ferramentas que fazem uma varredura da limpeza, e quando o resultado mostra que está tudo certo, aí é só fazer a etapa da desinfecção”, sugeriu.

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Fonte: O Presente Rural
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