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Bovinos / Grãos / Máquinas

Pré-secado é opção barata para a pecuária, mas exige atenção

Para profissional, principal motivo para fazer este tipo de silagem é atender as necessidades da vaca

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Uma preocupação do pecuarista é oferecer ao seu rebanho um alimento rico nutricionalmente e que auxilie a aumentar a sua produtividade. O doutor Igor de Carvalho falou durante o Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite, que aconteceu em Chapecó, SC, sobre os “Pontos críticos de sucesso na produção de silagem pré-secada”. De acordo com ele, o principal motivo para fazer este tipo de silagem é atender as necessidades dela. “Temos que atender a necessidade da vaca em quantidade e qualidade para que ela converta esse alimento em leite”, afirma.

Carvalho explica que a fibra é um fator importante em uma dieta de ruminantes. “Para quem faz volumoso a fibra vem de graça. Isso também acontece para quem faz pré-secado, silagem e pasto”, diz. Porém, ele afirma que o foco deve estar concentrado principalmente em dois principais nutrientes: o amido e a proteína. “O nosso foco com o pré-secado é atender a proteína”, explica. “A folha é a parte da planta em que você vai encontrar a maior parte de proteína, por isso fazemos pastagens verdes com muita folha. Em qualquer planta a proteína se concentra na folha”, explica.

Por conta disso, Carvalho comenta que é importante o produtor não confundir. “Ao produzir o pré-secado nós queremos produzir proteína. Se o material tem grãos ele vai ser fonte de energia ao animal. Não podemos confundir: proteína vem da folha e a energia vem do grão. Um material com folha é proteico, e sem grãos e sem folha é um material com fibra”, diz.

O doutor comenta que ao invés de fazer uma dieta de pré-secado, o pecuarista pode substituir por pasto. “Têm produtores que usam o pasto como fonte de proteína. A vaca precisa de 16% de proteína, por isso precisamos fornecer esse energia e proteína ao animal, e isso conseguimos com pasto e feno”, conta. Porém, ele alerta que não é possível substituir 100% a silagem pré-secada pelo feno. “É possível substituir parcialmente, porque o feno tem qualidade de proteína melhor que o pré-secado. Porém, a velocidade de degradação no rumem é muito mais lenta e assim a sincronia de digestão com proteína da silagem de milho é perfeita”, afirma.

O segundo principal motivo em fazer uma silagem pré-secada, de acordo com Carvalho, é por conta de pecuaristas que trabalham com animais em confinamento. “Uma vez que você confinou o animal, você precisa dar alimento para ele. Fazemos o pré-secado para alimentar o animal porque no final normalmente a proteína mais barata que existe é o pasto e a segunda a silagem pré-secada”, conta. Ele afirma que quanto mais silagem de milho o produtor usar na dieta, que é a energia mais barata que existe, e quanto mais usar pré-silagem em confinamento, mais barato será o custo da dieta.

Pré-Secado X Silagem de planta inteira

Carvalho explica ser importante o produtor saber a diferença entre o pré-secado e a silagem de planta inteira. “Na silagem de planta inteira é quando fazemos o corte direto, seja de milho, sorgo ou aveia. A planta já tem matéria seca adequada para fazer o corte direto”, conta. Já sobre as cultivares que podem ser utilizadas o doutor explica que a proteína mais usada no Brasil é o azevém, porém, outras culturas como a forrageira, gramífera, trevos, entre outras podem ser usadas. “Praticamente tudo que tem folha podemos usar para fazer o pré-secado”, diz.

Carvalho informa que o que se busca nas cultivares são principalmente quatro fatores: a alta produção de massa, já que “quanto mais massa produzir, mais alimento vai ter e menor será o custo. O que reduz o custo de forragem é produzir sempre mais”, conta. O segundo fator é a planta ter um porte ereto. “Nós queremos um material alto, uma planta íntegra e que tenha mais facilidade de uso”, diz. O terceiro fator é a sanidade, “principalmente por questões de doenças. Se possível não usar fungicidas por dois motivos: primeiro pelo custo, porque fungicida custa caro; e o segundo porque isso pode levar resíduos dos fungicidas para o silo e também para o leite”, afirma. O quarto item é a alta qualidade, “porque se eu pegar a pior cultivar e fizer um manejo bem feito, com adubação, cotar certo, vai dar no mínimo 15% de proteína bruta e 60% de digestibilidade”, conta. Carvalho acrescenta que mesmo o pior material se bem feito é ainda melhor que a melhor cultivar sem cuidado nenhum. “Se fizer o manejo bem feito, até a pior cultivar é a melhor”, afirma.

Enfardamento

Carvalho afirma que o enfardamento é também uma parte importante da pastagem pré-secada. De acordo com ele, os fardos podem ser redondos ou quadrados, mas “é importante compactar o máximo possível para ter uma boa fermentação”. “Se possível picar, porque para o animal consumir a fibra ela precisar estar picada”, conta.

Porém, algo que os produtores reclamam muito sobre o enfardamento é o preço do plástico. “É preciso dar seis voltas de plástico. É um material caro e muitas vezes o pessoal quer economizar e não dá as seis voltas, mas depois fura, entra ar, fungo e o produtor acaba perdendo muito mais do que se fosse dar todas as voltas. Não se discute, são seis voltas”, comenta. E para tentar reduzir esse valor, Carvalho apresentou alguns jeitos: fazer o fardo maior é um deles. “Fazer a matéria seca mais alta, até 60% ainda fermenta bem, e assim o produtor consegue colocar mais quantidade de matéria seca por bola”, conta. Outra dica é picar e compactar. A terceira forma é fazer tudo no ponto certo, já que se passou do ponto o material não está bom e pode não dar peso. “Não economizar plástico e tentar fazer uma bola maior, com um material bem picado e compactado, cortado no ponto certo são algumas dicas que podem fazer este valor ficar mais acessível”, comenta.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Inundações no estado gaúcho geram grande preocupação entre agentes do setor pecuário

Mesmo nas regiões que não foram inundadas, os solos estão encharcados, dificultando o manejo dos rebanhos. Entre os frigoríficos, várias unidades consultadas pelo Cepea interromperam atividades por terem sido atingidos pela água ou pela dificuldade de locomoção dos funcionários.

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Foto: Ricardo Stuckert/PR

A exemplo de outros setores, a pecuária bovina de corte do Rio Grande do Sul tem sido impactada pelo maior desastre da história desse estado.

Segundo indicam pesquisadores do Cepea, além de pontes e estradas destruídas, pastagens estão embaixo d’água e animais foram arrastados pela enxurrada.

Mesmo nas regiões que não foram inundadas, os solos estão encharcados, dificultando o manejo dos rebanhos. Pecuaristas consultados pelo Cepea mostram um misto de desespero e desânimo.

Entre os frigoríficos, várias unidades consultadas pelo Cepea interromperam atividades por terem sido atingidos pela água ou pela dificuldade de locomoção dos funcionários. O transporte dos animais e da carne também está comprometido.

Representantes da indústria informam ao Cepea que alguns poucos permanecem ativos apenas para compras, mas sem previsão para os embarques. Feiras e exposições previstas para maio têm sido suspensas.

O segmento de insumos também enfrenta dificuldades de escoar rações e outros itens essenciais para as propriedades rurais.

Diante da gravidade da situação, agentes de todos os elos da pecuária consultados pelo Cepea ainda têm dificuldades de planejar os próximos dias.

Quanto a possíveis impactos desse cenário ao restante do Brasil, pesquisadores do Cepea destacam que, no Rio Grande do Sul, são criadas predominantemente raças europeias, mais adaptadas ao clima frio.

Assim, o gado e a carne desse estado não têm grande circulação em outras regiões, e, por isso, as ocorrências recentes não devem influenciar significativamente as negociações pecuárias do País. Em 2023, pelo porto de Rio Grande (RS), foram exportados 2,9% da carne bovina.

Fonte: Assessoria Cepea
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Chuvas no Rio Grande do Sul prejudicam setor lácteo e podem alterar sazonalidade de preços

Há laticínios que interromperam a produção, seja por danos causados em suas estruturas industriais, falta de energia elétrica ou pela impossibilidade de efetuar a captação do leite cru nas fazendas.

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Fotos: JM Alvarenga

O setor lácteo brasileiro também tem sentido os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, na última terça-feira (07), com áreas afetadas em todo o estado e estradas/rodovias interrompidas, a circulação de insumos, do leite cru e dos lácteos vem sendo prejudicada. Além disso, a falta de energia elétrica e de água assolam diversas regiões, refletindo em toda cadeia produtiva. Pesquisadores do Cepea alertam, ainda, que o comportamento sazonal dos preços ao produtor pode ser alterado.

Há laticínios que interromperam a produção, seja por danos causados em suas estruturas industriais, falta de energia elétrica ou pela impossibilidade de efetuar a captação do leite cru nas fazendas.

Laticínios e cooperativas que ainda mantêm suas atividades relatam esforços em conjunto para conseguir viabilizar a captação de leite cru. Apesar das perdas, buscam alternativas para captar o leite de propriedades menos afetadas e para realizar a distribuição de lácteos. Essas rotas, porém, elevam o custo logístico da operação, conforme apontado pelos agentes de mercado.

A dificuldade de acesso às fazendas prejudica a aquisição sobretudo de ração, com relatos de racionamento e menor produção devido à má alimentação do rebanho. Há, também, relatos de situações mais críticas que resultam em descarte de leite no campo, devido à falta de ração, energia elétrica e combustível.

A falta de energia elétrica impacta sobremaneira o setor: no campo, impede a automação da ordenha e o resfriamento do leite; na indústria, o processamento dos lácteos e sua conservação. Fazendas e laticínios que seguiram operando contaram com geradores e combustível para sua alimentação. A falta desses itens inviabiliza a produção do leite cru e dos lácteos em muitas regiões do estado nesse momento.

O abastecimento de lácteos para os canais de distribuição tem sido bastante prejudicado, principalmente por conta da situação calamitosa de Porto Alegre e da região central do estado. Com isso, há grande dificuldade de escoamento, o que compromete o abastecimento não apenas no Rio Grande do Sul, mas também em outros estados.

Colaboradores do Cepea afirmam que os prejuízos são visivelmente enormes, mas ainda incalculáveis.

Expectativa de preços

Sazonalmente, a produção de leite no Rio Grande do Sul tende a se elevar a partir da metade de abril, de modo que maio, junho e julho são meses em que, normalmente, a oferta sobe, devido às pastagens de inverno – e os preços, consequentemente, caem. Essa janela de produção possibilita que os lácteos do Sul abasteçam outros estados – já que, tipicamente, esse período marca a entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Neste ano, contudo, o cenário deve ser diferente ao refletir os problemas causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Com redução da produção do leite no estado em maio, os preços ao produtor podem se comportar de maneira atípica.

Agentes de mercado consultados pelo Cepea acreditam que as perdas estruturais no campo e nas indústrias podem retardar a recuperação da oferta do leite cru e dos lácteos. Com isso, a perspectiva de preços ao produtor em alta se fortalece para este e para os próximos meses.

Em paralelo, acredita-se que, mesmo com muitas famílias desabrigadas, as compras institucionais de lácteos podem sustentar a demanda. De qualquer maneira, o aumento dos custos logísticos deve ser repassado às cotações dos lácteos.

Entretanto, não se tem, até o momento, uma projeção da intensidade dessas variações nos preços do leite cru e dos lácteos, na medida em que os agentes da cadeia ainda calculam os impactos e prejuízos das enchentes no Rio Grande do Sul. Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br).

Fonte: Assessoria Cepea
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Nova tecnologia produtiva melhora desempenho da pecuária de cria

Animais ganham mais peso quando pastejam na integração lavoura-pecuária e podem ter melhor produção de hormônios sexuais e maior produção de anticorpos em sistemas com árvores. Sistema PPS traz resultados para a fazenda além do ganho de peso e da precocidade sexual do rebanho, abarcando também a sustentabilidade. Recomendação de manejo é feita para cada categoria animal ao longo de todo o ano.

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Sistemas com baixa emissão de carbono ou que neutralizam as emissões favorecem uma produção pecuária mais sustentável - Fotos: Gabriel Farias

Pesquisadores da Embrapa Agrossilvipastoril (MT) reuniram resultados de mais de 10 anos de estudos com sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em uma recomendação de manejo específica para a pecuária de cria. O Sistema PPS, iniciais de precocidade, produtividade e sustentabilidade, é destinado a fazendas que trabalham com a raça Nelore no Brasil Central. A proposta é a de aproveitar os benefícios da integração lavoura-pecuária (ILP) e dos sistemas silvipastoris conforme a fase de vida do animal.

O novo sistema preconiza a rotação do rebanho em diferentes sistemas produtivos, de forma a obter maior ganho de peso na ILP e a ter maior produção hormonal e de anticorpos no sistema com árvores, resultando em precocidade sexual e melhor resposta do sistema imune. Ao mesmo tempo, ao adotar sistemas com baixa emissão de carbono ou que neutralizam as emissões, tem-se uma produção pecuária mais sustentável.

De acordo com o pesquisador Luciano Lopes, a definição da estratégia de manejo do Sistema PPS se baseou em diferentes resultados de pesquisas obtidos nos experimentos de ILPF da Embrapa Agrossilvipastoril. “Esses resultados envolveram comportamento e saúde animal, produtividade e alguns indicadores de precocidade sexual. A partir de então, pudemos perceber que alguns sistemas produtivos são melhores para cada categoria, de acordo com as suas necessidades e com o objetivo do produtor”, explica o pesquisador.

Lopes destaca que o Sistema PPS tem como característica o uso de mais de um sistema produtivo na fazenda. O planejamento deve ser feito de modo a se ter áreas com integração lavoura-pecuária e também áreas com ILPF ou silvipastoril (integração pecuária-floresta: IPF). “Apesar de ser um pouco mais complexo do ponto de vista operacional, esse manejo traz ganhos além do componente animal. A parte ambiental também é beneficiada em termos de dinâmica de carbono, por exemplo”, detalha.

Estratégia de rotação
Quando as matrizes entram na estação de monta precisam ter níveis hormonais mais elevados para que possam ciclar. Ao reduzir o estresse calórico, por meio do acesso à sombra das árvores, tem-se um melhor balanço hormonal. Dessa forma, recomenda-se que esta categoria animal seja levada para áreas com integração pecuária-floresta até que sejam emprenhadas.

Na etapa seguinte, quando o ganho de peso passa a ser importante para o desenvolvimento e o crescimento do feto e para melhoria do escore corporal da vaca, o lote de matrizes é conduzido para a ILP.

 

Próximo ao parto, as vacas retornam ao pasto sombreado, onde poderão reforçar seu sistema imunológico, passando anticorpos para os bezerros. Os partos ocorrem no sistema silvipastoril, proporcionando melhor conforto térmico para os recém-nascidos.

O Sistema PPS traz as recomendações de manejo e rotação dos lotes na fazenda, como as exemplificadas para cada categoria animal. Além das matrizes, há recomendações para vacas de primeira cria, bezerras desmamadas, novilhas em crescimento e animais de cria, engorda e descarte. Todas essas instruções estão em uma publicação da Série Sistemas de Produção lançada pela Embrapa Agrossilvipastoril e disponível para download gratuito aqui.

A publicação também traz orientações sobre o calendário de controle parasitário do rebanho, conforme a categoria e calendário sanitário e sobre a infraestrutura necessária para adoção do Sistema PPS. “O Sistema PPS se baseia nas vantagens que cada modalidade de consórcio oferece. As condições microclimáticas da IPF e os benefícios da ILP para o solo são aqui explorados em sua plenitude, podendo trazer vários outros benefícios além do ganho de peso para fazendas que trabalham com cria e recria e terminação de novilhas a pasto”, relata o pesquisador.

As pesquisas usadas para validar esta recomendação de manejo foram obtidas em experimentos com uso de rebanho Nelore, nas condições climáticas de Mato Grosso; por isso, a

Foto: Mylene Dias

restrição a esta raça. Novos trabalhos precisam ser feitos para que se valide o manejo para outras raças.

A Embrapa Agrossilvipastoril está trabalhando também em uma versão do Sistema PPS com foco no ganho de peso de machos.

Parcerias
As pesquisas que possibilitaram o desenvolvimento do Sistema PPS contaram com uma parceria com o setor produtivo, por meio da Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte), que forneceu o rebanho e parte do custeio durante todas as pesquisas, e da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), que participou durante alguns anos do custeio das despesas de manejo do gado. Também participaram dos trabalhos o pesquisador Fabiano Alvim Barbosa e professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Fonte: Assessoria Embrapa Agrossilvipastoril 
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