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Pneumonias em bovinos: entenda o processo de A a Z

Por ser uma bactéria presente e frequente em bovinos, não há como liquidá-la e neste caso devemos apenas controlar sua população.

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Foto: Arquivo/OP Rural

O frio chegou e, apesar de estarmos em pleno outono, temos notado grandes quedas de temperaturas, com oscilações diárias em quase todo Brasil. Durante o dia temos de 18 a 25ºC,  mas ao final de tarde e durante a madrugada os termômetros batem 5, 4 e 1ºC, dessa forma, não há saúde que aguente! A gripe aparece mesmo!

Assim como nós humanos, os animais padecem do mesmo mal. Sabemos que animais de origem de Bos taurus, como bovinos de leite da raça holandesa ou gados de corte, como Angus ou Hereford, desempenham e produzem mais em condições amenas de temperaturas, devido ao maior conforto térmico. Já os animais de origem Bos indicus, como o Nelore, sentem mais quando a temperatura baixa, pois estão acostumados a desempenhar seu potencial produtivo em temperaturas mais elevadas. Contudo, variações térmicas bruscas impactam diretamente no sistema imunológico, fragilizando-o e, assim, predispondo a quadros respiratórios independente da origem animal.

O trato respiratório dos bovinos apresenta dois tipos de barreiras: a física e a imunológica. A barreira física é formada por cílios que movimentam constantemente de dentro para fora, expulsando assim agentes patológicos causadores de doenças. Já a barreira imunológica é composta por células de defesa que agem contra os invasores que adentram o sistema do animal. As barreiras físicas são comprometidas principalmente nos meses secos do ano, pois há uma grande presença de poeiras que “grudam” nos cílios impedindo suas movimentações e, com isso, as bactérias entram e colonizam os pulmões com facilidade. Por isso é comum que animais que vivem próximos a estradas, áreas de lavouras descampadas e somente com terra preparada, assim como confinamentos, sejam os mais acometidos devido à intensa presença de poeira ao redor.

Entretanto, na atual situação de oscilação térmica, não há imunidade que suporte tamanha oscilação e com isso, a pneumonia surge mesmo fora de época! E é fácil notar os animais doentes no rebanho.

Sintomas

O quadro de pneumonia é similar ao nosso, ou seja, observam-se secreções sero-mucosas no início (com aspecto de clara de ovo), e com o passar dos dias e gravidade da doença, evoluem para muco purulentas (catarro amarelo-esverdeado) a purulentas (catarro esverdeado, espesso e intenso). Também é comum observar uma leve depressão, perda de apetite, isolamento dos demais do lote, tosse, vazio fundo e quadros febris (temperatura acima dos 40 graus), ainda lacrimejamento, corrimentos nasais e dificuldades respiratórias. Além disso, os animais apresentam queda na produtividade, reduzindo a produção de carne ou leite.

Impacto

Já pararam para fazer as contas do tamanho do impacto produtivo? Vamos lá: a incidência de pneumonia apontada em um estudo nacional mostrou que 8,3% dos animais apresentaram algum grau de consolidação pulmonar, ou seja, a “cicatriz” pulmonar de pneumonias tratadas ou de cura espontânea.

Quanto ao desempenho zootécnico, um boi de corte com pneumonia chega a perder de 50 a 200g/dia e, no gado de leite, o impacto produtivo chega a ser de 10 a 30% de quebra no leite.

Em bovinos de corte, a cada 100 animais, de oito a nove têm um certo grau de pneumonia e se estiverem em regime de engorda confinada, que dura de 90 a 120 dias no cocho, podemos ter de seis a 24kg a menos na balança por animal. Ou seja, no mesmo lote, o impacto seria de 54 a 216kg que foram perdidos e, convertidos em arrobas, o prejuízo foi de 3,6 a 7,2@. Com a atual cotação da arroba na praça de São Paulo – R$ 301, o impacto financeiro seria de R$ 1.083 a R$ 2.167. Um baita prejuízo nos dias de hoje em que os preços/custos têm subido no cenário nacional.

Agora imagine no gado de leite. Se tiver os mesmos 100 animais, porém de vacas leiteiras e produzindo em média 12 litros/leite/dia, sua produção estimada é de 1.200 litros e dentro desse lote, teremos também 8 a 9 animais com pneumonia subclínica, que produzirão de 10,8 a 8,4 litros ou seja, sua produção diária é de 1.190 a 1.167. No resumo, de 10 a 33 litros a menos dia e, com preço médio de R$ 2,5/litro, nosso amigo produtor deixaria de embolsar de R$ 25 a R$ 82,5/dia. Sendo no final do mês, de R$ 750 a R$ 2.475. Mas, diferente do gado de corte que fica até 120 dias, a vaca de leite produz por 240 a 270 dias. o prejuízo final é muito grande!

Prevenção e tratamento 

Mas fique calmo que a pneumonia tem tratamento e prevenção! Desde que identificado rapidamente, o animal voltará a produzir normalmente e o impacto econômico será muito pequeno. Devemos ficar atentos aos primeiros sinais mencionados anteriormente e tratá-los rapidamente. Como a principal bactéria que acomete os bovinos advém das vias aéreas superiores e faz parte da flora da cavidade oro-nasal, estamos falando da Mannheimia haemolytica (Antiga Pasteurella haemolytica). O uso de antibioticoterapia é imprescindível.

Por ser uma bactéria presente e frequente em bovinos, não há como liquidá-la e neste caso devemos apenas controlar sua população. Traduzindo, os produtos à base de antibióticos devem ser os com características bacteriostáticas, como os à base de oxitetracilina, florfenicol, doxiciclinas, entre outros. Estes por sua vez devem ser administrados seguindo as recomendações dos fabricantes e sempre com a orientação de profissionais da área, como os médicos veterinários.

E como é sabido que toda infecção sempre está associada a uma inflamação, para melhor ação antimicrobiana, o uso de anti-inflamatório é fundamental. Entretanto, existem diversos produtos anti-inflamatórios no mercado. Os que agem nas inflamações e no trato gastro-intestinal (aqueles que atuam na COX1 e COX2 da inflamação) como medicamentos à base de diclofenaco sódico, flunixin meglumine e fenilbutazona que, se forem usados por mais de 3 a 5 dias, podem ocasionar lesões gástricas e, com isso, maior tempo de retorno a produção. E aqueles à base de meloxicam, seletivo somente para COX2, ou seja, que age estritamente no local inflamado, sem impacto algum no trato gastro-intestinal e, assim, permitem o uso pelo tempo em que se fizer necessário o tratamento, excedendo os 5 dias podendo chegar a 10, 15 ou 20 dias que não haverá nenhum tipo de complicação gástrica. São produtos modernos, com maior segurança e que trazem maior conforto e bem-estar aos animais.

Feito o tratamento dos doentes, vamos às formas de prevenções. O uso de aspersores instalados para redução de poeiras, quarentena na propriedade em caso de animais recém adquiridos, cumprimento dos períodos de adaptação aos novos manejos, na tentativa de redução de estresse e vacinas respiratórias, são medidas que trazem maior segurança aos criadores de bovinos, sejam de corte ou de leite, e auxiliam na redução de quadros respiratórios da propriedade.

Porém, tomando as medidas preventivas descritas estamos parcialmente precavidos, pois como não controlamos os fatores climáticos, sempre que houver grandes amplitudes térmicas, como as que passamos recentemente, dê atenção redobrada na ronda sanitária dos piquetes dos animais e, ao menor sinal clínico apresentado, já sabe o que fazer: separar os animais, levar ao curral de manejo e administrar antibiótico e anti-inflamatório neles. Assim seu animal e seu investimento estarão realmente protegidos.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura, commodities e maquinários agrícolas acesse gratuitamente a edição digital Bovinos, Grãos e Máquinas.

Fonte: Por Thales Vechiato, médico-veterinário, mestre em Clínica Médica e gerente de Produtos de Grandes Animais na Syntec

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Estoques elevados e demanda incerta devem desacelerar mercado de fertilizantes até o fim do ano

Esse fator fundamenta a estimativa de que as importações deverão cair em relação ao ano anterior, mesmo que as vendas no mercado interno apresentem crescimento.

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Foto: Divulgação

Atualmente, Brasil e Índia são os principais compradores de fertilizantes, no entanto, seus estoques relativamente altos podem atrasar as novas aquisições e esfriar o mercado. Por outro lado, a China e o Egito mantêm volumes fracos de exportação no mercado internacional de ureia, enquanto a oferta de fosfatados segue baixa entre os grandes produtores globais. Já nos potássicos, a oferta abundante não traz sustentação para os preços.

No setor de nitrogenados, após a ureia CFR Brasil atingir o mínimo de quase US$ 300/t em meados de abril, os preços se recuperaram para US$ 365/t no final de julho, impulsionados por problemas de oferta. “A menor produção no Egito e a retirada do produtor chinês do mercado internacional restringiram a oferta e contribuíram para essa recuperação nos preços”, avalia o analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, Lucas Brunetti.

No Brasil, as importações de fertilizantes nos primeiros quatro meses de 2024 totalizaram 10 milhões de toneladas, uma redução de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA). Esse menor volume pode ser atribuído aos altos estoques remanescentes de 2023. Com um estoque inicial de 8,7 milhões de toneladas, era esperado que as importações fossem menores em comparação ao ano anterior. “A previsão é que as importações de fertilizantes em 2024 sejam 1% menores que as de 2023, totalizando 39 milhões de toneladas”, aponta Brunetti.

Além disso, 2024 começou com entregas de fertilizantes ligeiramente superiores às do ano passado. Segundo os dados mais recentes da ANDA, de janeiro a abril, as entregas somaram 11 milhões de toneladas, um aumento de 1% em relação ao mesmo período de 2023. “Estimamos que o crescimento das entregas em 2024 seja de 1% ano contra ano, atingindo 46,7 milhões de toneladas”, expõe o analista.

Apesar do segundo semestre ser o período mais importante do ano, em termos de volume de entregas, Brunetti diz que não acredita que a velocidade da entrega seja alterada de maneira significativa. “Com a redução das margens dos grãos, o mercado deve perder dinamismo. Todavia, mesmo assim, estimamos aumento da área destinada aos grãos em 2024, menos que nos últimos anos, mas ainda positiva”, afirma.

Analista da Consultoria Agro do Itaú BBA, Lucas Brunetti: “A previsão é que as importações de fertilizantes em 2024 sejam 1% menores que as de 2023” – Foto: Arquivo pessoal

Segundo o especialista, é importante considerar que a indústria e as revendas locais precisam diminuir seus estoques de fertilizantes, que começaram 2024 acima da média dos últimos anos. “Esse fator fundamenta a estimativa de que as importações deverão cair em relação ao ano anterior, mesmo que as vendas no mercado interno apresentem crescimento”, pontua Brunetti, enfatizando que enquanto os estoques estiverem acima do normal, as margens das revendas devem ficar pressionadas.

Conforme o analista, ainda há aquisições de fertilizantes no Brasil a serem feitas para a safra de grãos que será plantada no segundo semestre, e os preços de alguns macronutrientes já começaram a subir. “Além disso, os riscos operacionais de atraso no recebimento dos produtos no momento ideal de aplicação aumentam, principalmente se houver grande concentração no período de aquisição, tanto na logística portuária quanto em eventuais interrupções no fluxo de carga até as fazendas”, ressalta Brunetti.

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Fonte: O Presente Rural
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Dietas com DL-Metionina protegida melhoram produção de leite, proteínas e sólidos totais em dias de calor extremo

Estudo conduzido em parceria com UFLA mostrou aumento significativo da produção de leite, da proteína, da lactose e dos sólidos totais durante o período de estresse térmico.

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Fotos: Divulgação/Evonik

Artigo escrito por Tales Lelis, médico-veterinário, mestre em Produção Animal e Diretor Regional de Negócios e Soluções para Ruminantes da Evonik

Nutrição, sanidade, manejo, mão de obra, gestão e sucessão familiar são alguns dos desafios diários da produção de leite. As altas temperaturas aliadas a fenômenos como seca e incêndios em todo o mundo se tornam o mais recente obstáculo a ser enfrentado pelo produtor. Para se ter uma ideia, no final do mês de julho o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, da União Europeia, indicou que o mundo teve o dia mais quente já registrado, quando a temperatura média global atingiu 17,09º C. O recorde anterior havia sido registrado em julho de 2023, quando a média global foi de 17,08º C. O último mês de junho também registrou o décimo terceiro mês consecutivo de recordes de calor na Terra.

Para o mês de agosto, por exemplo, a projeção é que, na Alemanha, as temperaturas cheguem aos seus maiores níveis, oito graus Celsius acima da média dos últimos 30 anos. Nos Estados Unidos, mais de 30 milhões de pessoas estarão em regiões onde ondas de calor prometem ser intensificadas.

No Brasil, o cenário não é diferente. Estamos vivendo um inverno mais quente e com máximas preocupantes, ultrapassando os 35ºC em muitas cidades, algo pouco comum para esta época do ano. Uma onda de calor elevou as temperaturas em diversas regiões do país e dados meteorológicos recentes indicam que essa tendência de alta vai se intensificar, potencialmente alcançando até 38ºC em algumas localidades em pleno inverno.

O ano passado entrou para a história como o mais quente. E a projeção é de que 2024 pode superar essa marca. Todos estes dados mostram que as ondas de calor extremo que temos vivenciado nos últimos anos devem permanecer e este quadro tem impacto especialmente importante na agricultura e, sobretudo, na produção animal.

Efeitos na produção de leite

O desempenho produtivo e as funções metabólicas de vacas leiteiras são fortemente afetados pelo estresse térmico. Queda de produtividade, aumento das perdas embrionárias ou perdas gestacionais e distúrbios metabólicos em função do combate ao estresse provocado pelo calor são alguns dos efeitos dos dias mais quentes nos animais. Então, como identificar os sinais de uma vaca em estresse térmico? Bom, o sinal amarelo pode ser aceso quando observarmos sintomas como: aumento da taxa respiratória, alta da salivação do animal, redução de ingestão de alimento e comportamento de se manter em pé por muito tempo, reduzindo assim a sua ingestão de alimento e o tempo de ruminação. Quando estes sintomas são observados é importante agir porque já está ocorrendo perdas produtivas.

Ambiência

Neste cenário, a ambiência é um fator primordial para reduzir este impacto negativo que o calor exerce sobre os animais. Isso exige melhorias na qualidade do alojamento, garantindo conforto. O fornecimento de sombra, ventilação e aspersão de água são algumas das técnicas de resfriamento mais utilizadas. A disponibilidade de água, em qualidade e quantidade, também é primordial.

Além da ambiência, a nutrição também pode ser um aliado de primeira hora diante deste quadro. Uma estratégia nutricional bem direcionada pode reduzir os efeitos negativos do calor no desempenho do rebanho. Um exemplo é a suplementação de DL-Metionina protegida. O modelo de ação desta ferramenta reduz os efeitos do estresse térmico através de um incremento dos agentes antioxidantes, de uma redução da inflamação e da melhoria da função imunológica da vaca. O que ocorre é que o estresse provocado pelo calor excessivo aumenta as concentrações de radicais livres circulantes com potencial efeito deletério em diversas funções fisiológicas. A inclusão de DL-Metionina protegida contribui com um aumento dos agentes antioxidantes e a consequente redução dos radicais livres.

Estudo

Um estudo conduzido no período do verão em uma fazenda comercial no sudoeste brasileiro em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) mostrou que a suplementação da dieta com DL-Metionina protegida melhorou o desempenho de vacas leiteiras sob estresse térmico. Neste levantamento o objetivo foi avaliar os efeitos da metionina protegida no rúmen (RPM), na produção e na composição do leite, bem como nas respostas fisiológicas de vacas leiteiras lactantes durante a estação mais quente.

Ingredientes (% de matéria seca):

•          Silagem de milho da safra: 41,0%

•          Silagem de milho fora de época: 11,1%

•          Farelo de soja (46%): 16,9%

•          Polpa de citros: 8,9%

•          Silagem de grãos de milho reidratada: 7,6%

•          Grãos secos de destiladores: 4,4%

•          Casca de soja: 2,3%

•          Algodão inteiro: 4,2%

•          Gordura de palma: 1,0%

•          Minerais + aditivos: 2,5%

 

Desenho experimental e medições

Neste estudo, 80 vacas primíparas da raça Holandesa (43,7 ± 4 quilos de leite e 182 ± 63 dias em lactação) divididas em dois grupos experimentais, pareados por produção de leite e dias em lactação. Elas foram alimentadas com uma dieta sem (controle) ou com 0,75 gramas por quilo de matéria seca de DL-Metionina protegida (85% de DL-metionina; RPM) misturado em uma dieta totalmente misturada basal (Tabela 1) por 9 semanas.

As vacas foram alojadas em um sistema de Compost Barn equipado com ventiladores e aspersores. E a temperatura do ar e a umidade foram registradas diariamente a cada 10 minutos para o cálculo do índice de temperatura e umidade (THI). A produção de leite também foi registrada diariamente e amostras de leite foram coletadas para análises de proteína, gordura, lactose, ureia e contagem de células somáticas nas semanas 3, 6 e 9.

Durante estas semanas, a temperatura intravaginal (IT) e a taxa respiratória (RR) foram medidas em 15 vacas por grupo; a IT foi registrada a cada 5 minutos durante 4 dias por semana e a RR foi estimada às 10h e às 17h, contando os movimentos do flanco por 30 segundos durante dois dias.

Resultados

As vacas que tiveram a dieta suplementada com DL-Metionina protegida tiveram um aumento significativo da produção de leite (+2,0 kg/d, P<0,01), da proteína (+50 g/d, P=0,03), da lactose (+108 g/d, P=0,03) e dos sólidos totais (+176 g/d, P=0,03) durante o período de estresse térmico. A conversão alimentar também foi melhor no grupo que recebeu a dieta suplementada com a DL-Metionina protegida na comparação com o grupo controle (1,74 vs. 1,62).

Esta suplementação com a metionina não impactou a ingestão de matéria seca dos animais. Apesar de a temperatura intravaginal (IT) não ser afetada pelo tratamento, houve uma tendência de aumento do tempo acima de 39°C com uso de metionina em relação ao grupo controle. A taxa respiratória (RR) também apresentou uma tendência de elevação para o grupo RPM na comparação com o grupo controle.

Em resumo, podemos concluir que a suplementação de vacas leiteiras com DL-Metionina protegida durante a estação mais quente contribui com aumento na produção de leite, proteína e sólidos totais. Os resultados demonstram que a DL-Metionina protegida é uma ferramenta valiosa para enfrentar o estresse térmico em sistemas de produção de leite.

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Fonte: O Presente Rural com Tales Lelis
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Mercado de cria e recria sinaliza recuperação em 2025 com retenção de fêmeas e reação nos preços

A produção formal de carne bovina no Brasil deve crescer cerca de 15% neste ano, ultrapassando 10 milhões de toneladas em equivalente carcaça.

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Foto: Shutterstock

Apesar de 2024 estar sendo marcado por elevados abates no Brasil, começa a surgir um sinal de mudança com a redução na intensidade dos descartes de fêmeas. Contudo, o preço do bezerro, principal indicador de uma possível virada no ciclo, continua desvalorizado.

A expectativa é que o mercado de cria possa reagir em 2025, após três anos consecutivos de aumento nos abates de fêmeas. Com a contração na produção de crias, os preços do bezerro devem iniciar um processo de recuperação, o que pode fortalecer a retenção de fêmeas e, consequentemente, reduzir o excesso de gado disponível para abate.

Esse cenário de 2024 e 2025 apresenta semelhanças com os períodos de 2014/2015 e 2019/2020, quando a retenção de fêmeas começou e ganhou força. “Nos dois biênios, o preço do bezerro subiu 41% e 56% em termos reais, respectivamente, ao longo dos dois anos. Entretanto, até julho de 2024, o bezerro acumulou uma queda de 14%. No entanto, em ciclos anteriores, antes de uma disparada nos preços do bezerro, houve uma fase de estabilidade nos valores”, relembra o gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA, Cesar de Castro Alves.

Historicamente, o preço do boi gordo tende a seguir o movimento do bezerro, o que sugere que o animal terminado não ficará para trás quando o processo de recuperação do bezerro começar.

No que diz respeito à demanda, as exportações têm sido robustas, alcançando recordes e ajudando a escoar a crescente produção. Mesmo com esses embarques consistentes, espera-se uma elevação significativa no consumo interno de carne bovina em 2024. “Esse aumento será impulsionado pela maior oferta, que deverá resultar em preços mais acessíveis para o consumidor final”, expõe Alves.

De acordo com o especialista de mercado, a produção formal de carne bovina no Brasil deve crescer cerca de 15% neste ano, ultrapassando 10 milhões de toneladas em equivalente carcaça. As exportações, por sua vez, devem aumentar em 20%, atingindo 3,4 milhões de toneladas equivalentes carcaça. “Apesar desse forte desempenho no mercado externo, a oferta interna também vai expandir, com um crescimento estimado de 13%, elevando o consumo per capita de carne bovina para 32 kg/habitante, igualando o recorde histórico de 2013”, ressalta Alves.

Gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA, Cesar de Castro Alves: “Apesar do desempenho robusto nas exportações, oferta interna deve crescer 13%, elevando o consumo per capita de carne bovina para 32 kg/habitante” – Foto: Arquivo pessoal

Momento é de reposição do rebanho

Após anos difíceis, com pressão sobre os preços pecuários e margens reduzidas para os produtores, o cenário começa a apresentar sinais de melhora.

Com a expectativa de uma recuperação no mercado de cria, a estratégia de reter fêmeas se torna cada vez mais atrativa. “Essa retenção visa aproveitar a futura valorização do bezerro, que, uma vez em alta, tende a seguir um ciclo prolongado de crescimento, como observado em ciclos anteriores”, aponta Alves.

Para os segmentos de recria e engorda, o momento é propício, pois o preço do bezerro ainda está em patamares baixos. Conforme Alves, a aquisição dessas arrobas de entrada deve contribuir positivamente para as margens, uma vez que os preços estão projetados para se recuperarem gradualmente.

No segundo semestre de 2024, Alves diz que a expectativa de crescimento no volume de gado confinado em relação ao ano anterior, impulsionado por boas margens, decorrentes dos baixos custos da ração e do boi magro, além das oportunidades favoráveis de fixação de preços no mercado futuro.

Para os confinamentos, o uso de hedge para o gado terminado é essencial quando o resultado projetado é positivo. “Isso se deve ao ciclo rápido de produção, que não permite ao produtor aguardar por melhores condições de mercado quando o animal está pronto para o abate”, salienta.

De acordo com o profissional, os anos anteriores demonstraram que, mesmo durante a entressafra, os preços do boi gordo podem sofrer quedas bruscas, comprometendo os resultados planejados. “Seja por fatores externos, como embargos, ou simplesmente por uma oferta confortável, o investimento em proteção se mostra essencial para mitigar riscos e garantir a rentabilidade do pecuarista”, evidencia.

Margens dos frigoríficos

Para a indústria, Alves afirma que o cenário deve seguir favorável, apoiado nos preços mais retraídos do boi em relação aos da carne, embora o spread no mercado doméstico, que tem se mostrado muito positivo neste ano, possa acomodar um pouco dos patamares atuais.

As exportações devem continuar apresentando resultados favoráveis, impulsionadas pelo boi barato em dólares, mesmo diante da queda nos preços da carne na China e da desvalorização cambial no país asiático, que têm limitado uma recuperação nos valores de embarque.

Embora a China permaneça como principal destino das exportações, absorvendo cerca de metade do volume total, outros mercados como Emirados Árabes, Estados Unidos e Chile, têm mostrado um crescimento robusto, com margens mais atrativas do que as obtidas nas vendas para o mercado chinês.

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Fonte: O Presente Rural
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