Conectado com
VOZ DO COOP

Notícias

Pesquisa que ajuda a controlar o carrapato bovino

Publicado em

em

Quando o produtor rural Valdo Vieira corria pelos campos do Instituto de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor (IPVDF) durante sua infância, não imaginava que um dia pudesse se beneficiar diretamente das pesquisas ali desenvolvidas. Filho de servidor, Vieira nasceu e morou no Instituto até os 18 anos. Hoje, é dono de terras em Guaíba e Lavras do Sul, onde cria gado da raça Braford. E, há 15 anos, aplica a pesquisa desenvolvida na Fepagro Saúde Animal – IPVDF – "Epidemiologia e controle do carrapato em bovinos".
E no que consiste o projeto? Quem explica é o pesquisador responsável pelo Laboratório de Parasitologia da Fepagro Saúde Animal, João Ricardo Martins. Segundo ele, o comportamento do carrapato bovino Rhipicephalus (Boophilus) microplus foi estudado durante as diferentes épocas do ano, em suas fases parasitárias e não-parasitárias, identificando-se os períodos críticos que possam recomendar táticas que minimizem o parasitismo e auxiliem em seu controle.
A pesquisa foi desenvolvida no IPVDF, em parceria que envolveu um projeto de cooperação técnica com o governo britânico, apoio do CNPq e do governo do Estado. "A difusão dessas informações, associada ao conhecimento da sensibilidade das diversas populações aos carrapaticidas disponíveis, tem sido uma tarefa desafiadora e permanente, a qual tem sido discutida com produtores e técnicos que atuam no campo", esclarece Martins.

O pesquisador da Fepagro conta que o produtor Vieira vem aplicando essa informação em seu manejo sanitário, usufruindo da aplicação prática de um resultado de pesquisa direcionada a uma demanda da cadeia produtiva da bovinocultura, uma das atividades econômicas mais importantes do agronegócio gaúcho.

De acordo com Vieira, antes de se beneficiar da orientação técnica da Fepagro, seu gado perdia em crescimento e peso, devido ao estresse do manejo sanitário mais seguido. "Antes, os animais iam mais vezes à mangueira para serem tratados, o que reduzia sua produção. A gente primeiro tinha que ver o carrapato, para depois combatê-lo. Agora, com o manejo estratégico, aplicamos o carrapaticida indicado antes da manifestação. E o manejo caiu pela metade", comenta.

Vieira acredita que o trabalho desenvolvido pela Fepagro é fundamental para reduzir os custos do produtor. "E aumentando a produtividade, aumenta a economia do Rio Grande do Sul", acredita.

Seminário Regional de Ciência e Tecnologia da Região da Serra

O pesquisador Martins abordou esse tema recentemente no Seminário Regional de Ciência e Tecnologia da Região da Serra, em Bento Gonçalves. Ele palestrou sobre "O controle estratégico do carrapato dos bovinos: um desafio aos produtores".

Ele afirmou que o carrapato comum dos bovinos, Rhipicephalus (Boophilus) microplus, representa o maior interesse econômico entre as parasitoses. "Estimam-se perdas anuais superiores a 3,9 bilhões com esse parasito no Brasil. O controle deste ectoparasito é motivo de grandes preocupações para os bovinocultores, direcionando a atenção por parte de órgãos governamentais, indústria química e instituições de ensino e pesquisa", explanou.
Disse também que os carrapaticidas químicos ainda representam as principais ferramentas utilizadas para o controle efetivo dos carrapatos. "Entretanto, ao longo dos anos, os carrapatos foram capazes de sobreviver à maioria dos produtos químicos utilizados para controlá-los, fenômeno denominado de resistência". Embora haja consenso de que os carrapaticidas não ofereçam uma solução permanente para o problema, eles ainda são essenciais a curto e a médio prazos. Relatos de resistência aos carrapaticidas foram registrados em todas as regiões do mundo onde a espécie R. (B.) microplus representa um problema econômico. Em termos gerais, a escolha e o uso dos acaricidas baseia-se na pressão do mercado comercial, não havendo suficientes informações técnicas.

Para o pesquisador, a implementação de estratégias de controle que visem diminuir a probabilidade da emergência da resistência contra os carrapaticidas existentes deve ser considerada em qualquer programa de controle que venha a ser adotado. Em sua opinião, os fatores que influenciam significativamente esta decisão estão relacionados com a frequência, época de tratamentos, escolha e uso corretos dos carrapaticidas. Por outro lado, a rotação dos produtos com diferentes princípios ativos, em contraponto ao uso sucessivo de um único princípio ativo até o seu esgotamento, ainda não tem sido suficientemente testado como medida para se recomendar uniformemente este procedimento. 

"Entretanto, na prática, tem sido uma ferramenta útil e recomendada no enfrentamento em situações onde a resistência tem sido detectada. Da mesma forma, os tratamentos parciais com a intenção de manutenção de ‘refúgios’ (populações sem tratamentos em esquemas táticos) para diluir os genes resistentes também necessitam reavaliações, no que se refere ao controle do carrapato". 

Em consequência, não se dispõe de uma sugestão única para retardar o aparecimento da resistência. As recomendações, segundo Martins, para contornar este problema e adiá-lo são baseadas em algumas prerrogativas: 

– Faz-se necessário diminuir ao máximo o uso de químicos para controlar os carrapatos e, quando possível, evitar o uso desnecessário; 
– No caso de não haver alternativa, o uso de carrapaticida adequado deve ser baseado em informações epidemiológicas, expondo os produtos disponíveis a um número mínimo de indivíduos dentro de um esquema de controle estratégico, por exemplo; 
– Considerar o uso de diferentes ingredientes ativos em esquemas de rotação de tratamentos e, quando possível, a introdução de algumas medidas que possam melhorar o controle (raças mais resistentes, limpeza e descanso de pastagens, por exemplo); 
– Adotar uma política educacional que possa estimular apoio oficial é indispensável; 
– Além disso, deve-se estimular que, periodicamente, seja feito um monitoramento, através de testes carrapaticidas in vitro, do comportamento das populações de carrapatos frente aos carrapaticidas em uso. 
"O controle do carrapato não deve ser baseado em uma única alternativa, ainda que o uso do tratamento químico seja a opção viável e comprovadamente eficaz", alerta. 

Para o pesquisador, a dependência dos químicos e a questão do impacto ambiental, aliadas aos custos e ao surgimento dos problemas de resistência, encaminham à necessidade de pesquisas e outras formas de controle. Neste aspecto, a ecologia oferece informações básicas para o uso de outros instrumentos na tentativa de melhorar o controle dos carrapatos, como, por exemplo, indicando as épocas mais apropriadas para tratamento em determinada região. O uso de raças mais resistentes, descanso e rotação de pastagens, e os recentes avanços nos métodos imunológicos, são medidas que, no contexto com a aplicação dos químicos acaricidas, formam o que se denomina controle integrado de parasitas. 

"O caminho para tratar carrapatos, em termos práticos, deve ter por objetivo reduzir a população ao longo das sucessivas gerações e, como consequência, reduzir a necessidade de uso dos químicos", sugere.

Fonte: VS Comunicação- Fepagro/RS

Continue Lendo

Notícias

Brasil avança na regulamentação do mercado de carbono: entenda o impacto e as oportunidades

Mercado de carbono é uma ferramenta estratégica para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e combater as mudanças climáticas.

Publicado em

em

Foto: Gisele Rosso

O Brasil está cada vez mais próximo de regulamentar o mercado de carbono, uma medida que promete revolucionar o cenário socioeconômico e ambiental do país. Com a discussão do Projeto de Lei n.º 2.148/2015 no Senado Federal, a atenção se volta para as implicações e oportunidades que essa regulamentação trará.

O PL estabelece o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), que funcionará com base no sistema internacionalmente conhecido cap-and-trade, onde se impõe um limite máximo de emissões e é possível comercializar direitos de emissão, internacionalmente conhecidos como allowances e definidos como Cotas Brasileiras de Emissões (CBE) no projeto de lei.

O mercado de carbono é uma ferramenta estratégica para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e combater as mudanças climáticas. Funciona como um sistema de compra e venda de créditos de carbono, incentivando a adoção de práticas sustentáveis pelas empresas e promovendo a transição para uma economia de baixo carbono.

Segundo a advogada Nailia Aguado Ribeiro Franco, existem dois tipos de mercados de carbono: voluntário e regulamentado. No mercado voluntário, as partes podem cooperar de forma voluntária para implementar suas contribuições determinadas nacionalmente, conforme estabelecido no Acordo de Paris.

O Brasil, ao ratificar o Acordo em 2016, comprometeu-se a reduzir emissões até 2025 e atualizou sua meta na COP 26 para uma redução de 50% das emissões de GEE até 2030. “Este mercado é amplo e permite a participação de empresas, pessoas físicas e jurídicas, ONGs, governos e outras instituições na compensação de suas emissões adquirindo créditos de carbono de projetos que reduzem efetivamente as emissões ou capturam carbono”, diz a advogada

Ela explica ainda que a regulamentação do mercado de carbono traz uma série de oportunidades para a economia brasileira. “Setores como o agronegócio, empresas e startups poderão se beneficiar com incentivos para adotar práticas sustentáveis e investir em projetos de mitigação das emissões de carbono”, afima

De acordo com a advogada, o mercado de carbono pode impulsionar a inovação e a competitividade das empresas brasileiras, fortalecendo a posição do país como um líder global em soluções climáticas. “Diante desse cenário, é fundamental que o Brasil avance na regulamentação do mercado de carbono, garantindo uma transição justa e sustentável para todos os setores da sociedade. O futuro do país e do planeta depende das ações que tomarmos hoje para enfrentar os desafios das mudanças climáticas”, finaliza

Fonte: Assessoria Andersen Ballão Advocacia
Continue Lendo

Notícias

Santa Catarina alcança em abril o melhor desempenho do ano na exportação de carnes

Estado alcançou os melhores resultados do ano na exportação de frangos e suínos.

Publicado em

em

Foto: Cláudio Neves

Em abril, Santa Catarina alcançou os melhores resultados do ano na exportação de frangos e suínos. No total, o estado exportou 173,2 mil toneladas de carnes de frangos, suínos, perus, patos e marrecos, bovinos, entre outras, com altas de 11,7% em relação aos embarques do mês anterior e de 14,5% na comparação com os do mesmo mês de 2023.

Em receitas, o estado exportou US$ 358,3 milhões, crescimento de 15,5% em relação às de março e de 6,0% na comparação com os valores de abril de 2023.

Foto: Divulgação/SAR

No acumulado do 1º quadrimestre, foram exportadas 631,7 mil toneladas de carnes, alta de 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Suínos

Santa Catarina foi responsável por 57,6% da quantidade e 59,7% das receitas das exportações brasileiras de carne suína dos quatro primeiros meses deste ano. O estado exportou 60,5 mil toneladas de carne suína in natura, industrializada e miúdos em abril, alta de 14% em relação aos embarques do mês anterior e de 7,1% na comparação com os de abril de 2023. As receitas de abril foram de US$ 138,7 milhões, alta de 18,1% na comparação com as do mês anterior.

O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária Valdir Colatto, avalia que esses são resultados do comprometimento de toda cadeia produtiva com a qualidade dos produtos catarinenses, “nosso estado dá exemplo e está sempre vigilante para garantir a sanidade e segurança alimentar, ampliando assim as relações comerciais externas”, afirma Colatto.

Foto: Ari Dias

A maioria dos principais destinos ampliaram suas aquisições em relação ao 1º. quadrimestre de 2023, com destaque para Filipinas (altas de 89,7% em quantidade e de 78,8% em receitas), Japão (101,8% e 94,0%) e Coreia do Sul (190,2% e 257,0%). Por outro lado, a China registrou queda de 40,1% em quantidade e 51,9% em receitas na comparação entre o 1º quadrimestre deste ano e o mesmo período de 2023. Com isso, a China perdeu a liderança do ranking das exportações catarinenses de carne suína, posição que ocupava desde 2018. O principal destino, atualmente, são as Filipinas (22,7% das exportações do estado).

Frango

O estado foi responsável por 24,3% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango nos quatro primeiros meses deste ano. Em abril, Santa Catarina exportou 104 mil toneladas de carne de frango com alta de 10% em relação aos embarques do mês anterior e de 19,7% na comparação com os de abril de 2023. As receitas foram de US$ 200,7 milhões, crescimento de 11,9% em relação às do mês anterior e de 9,2% na comparação com as de abril de 2023.

Segundo explica o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Alexandre Luís Giehl, o aumento no volume exportado, deve-se ao crescimento nas quantidades embarcadas para os principais destinos ao longo dos quatro primeiros meses do ano, com destaque para Japão (+11,2% em relação ao 1º quadrimestre de 2023), Países Baixos (20,3%) e Emirados Árabes Unidos (30,1%). A China, por sua vez, que foi o principal destino do frango catarinense no ano passado, registrou queda expressiva nas aquisições do produto neste ano: -31,9% em quantidade e -44,1% em receitas.

Fonte: Assessoria SAR
Continue Lendo

Notícias

Aprovação na CCJ garante mais segurança ao seguro rural

Mudanças no PL 4720/16 favorecem melhor gestão dos recursos e evitam contingenciamentos.

Publicado em

em

Foto: Roberto Dziura Jr

Com 34 votos a favor, foi aprovada, nesta quarta-feira (15), na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, a relatoria do deputado Sérgio Souza (MDB-PR) ao Projeto de Lei 4.720/16, que aprimora a gestão dos recursos destinados ao seguro rural. A proposta visa garantir mais segurança e previsibilidade para os produtores rurais, especialmente os pequenos e médios, que são os mais impactados por eventos climáticos adversos.

Deputado Sérgio Souza (MDB-PR): “O Seguro Rural garante a continuidade da produção agropecuária e a segurança alimentar, responsabilidade que o Brasil tem com o planeta” – Fotos: Divulgação/FPA

O Seguro Rural é essencial para proteger a produção agropecuária contra riscos climáticos, como secas, geadas e inundações, que podem provocar perdas significativas. Nas últimas safras, o Brasil enfrentou os efeitos dos fenômenos La Niña e El Niño, causando prejuízos consideráveis aos agricultores. “O Seguro Rural garante a continuidade da produção agropecuária e a segurança alimentar, responsabilidade que o Brasil tem com o planeta”, enfatiza Souza.

Menos burocracia, mais previsibilidade

O PL 4720/16 propõe transferir as responsabilidades financeiras do Seguro Rural do Ministério da Agricultura para as Operações Oficiais de Crédito, vinculadas à Secretaria do Tesouro Nacional. Essa alteração assegura que os recursos para o seguro não sejam contingenciados, como ocorreu nos últimos anos.

“Esta mudança trará mais previsibilidade aos produtores rurais, permitindo que contem com o Seguro Rural de maneira mais eficaz”, explica Sérgio Souza. “Além disso, reduzirá o custo do seguro, aumentando a transparência e a segurança jurídica na aplicação dos recursos.”

Presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR): “No Rio Grande do Sul, se os produtores tivessem garantia mínima de seguro rural pelo governo brasileiro, o impacto no orçamento federal para auxiliar na reestruturação das dívidas seria substancialmente menor”

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), ressaltou a importância do PL 4720/16 para o desenvolvimento do agronegócio no Brasil. “Este é um tema crucial. Recentemente, foi debatido na Comissão de Agricultura outro projeto similar, tratando da legislação sobre o Seguro Rural”, destacou Lupion. “A demanda por seguro foi muito alta este ano; precisamos endereçar essa questão urgentemente.”

Após a aprovação na CCJ, o deputado Sérgio Souza agradeceu aos colegas que apoiaram a medida e destacou que a proposta proporcionará segurança ao produtor rural, especialmente aos mais afetados por intempéries, como os do Rio Grande do Sul nesse momento. “No Rio Grande do Sul, se os produtores tivessem garantia mínima de seguro rural pelo governo brasileiro, o impacto no orçamento federal para auxiliar na reestruturação das dívidas seria substancialmente menor”, frisou o parlamentar.

 

 

Fonte: Assessoria FPA
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.