Conectado com
VOZ DO COOP

Bovinos / Grãos / Máquinas Dica do especialista

Pecuarista deve dar mais atenção a índices zootécnicos, afirma Luciano Penteado

Médico veterinário, empresário e um dos especialistas no Brasil em reprodução e produção bovina, ele embasa seu discurso com casos de sucesso

Publicado em

em

Arquivo/OP Rural

 Os indicadores zootécnicos de uma fazenda são pontos essenciais que devem ser atentamente analisados pelo pecuarista que deseja ter uma produção rentável e sustentável na propriedade. Mesmo sendo um tema recorrente e que produtores ouvem muito, muitas vezes estes dados não são usados adequadamente, fazendo com que os resultados não saiam como o esperado e as contas não fechem no final do mês. São pequenas atitudes em manejo, administração da propriedade e planejamento que fazem a diferença tanto nos resultados quanto nos lucros.

Para o médico veterinário, empresário e um dos especialistas no Brasil em reprodução e produção bovina, Luciano Penteado, são estes indicadores que dão o norte ao pecuarista para onde ele precisa ir e o que precisar produzir ou não. “São as referências dos indicadores zootécnicos que vão monitorar a nossa produtividade e, juntamente com a análise financeira e econômica, é que vamos conseguir fazer com que possamos ter uma pecuária rentável”, afirma. Ele explica que é importante que o pecuarista consiga aproveitar ao máximo os indicadores para tirar proveito do que eles mostram e assim aumentar a produtividade.

Penteado fez palestra durante o Intercorte, em novembro, na cidade de São Paulo, SP. O evento fechou o calendário pecuário em 2018 e trouxe luz aos desafios para a pecuária moderna. A Reportagem do jornal O Presente Rural estava lá.

Para mostrar como analisar os indicadores e assim realizar mudanças na propriedade, Penteado deu um exemplo da base de uma produção: a cria. “Vamos começar pela taxa de prenhez”, informa. Segundo o médico veterinário, é possível uma propriedade ter 90% de taxa de prenhez, que é um índice satisfatório, mas que o pecuarista precisa se atentar, porque não é por possuir este índice que a fazenda está sendo eficaz. “Ou seja, eficiente deve ser ter rentabilidade e me dar retorno”, diz. Ele comenta que mesmo tendo estes 90% de taxa, o ideal é que a maioria deste índice de prenhez esteja no início da estação de monta.

Nascimento na hora certa

Penteado conta que foi feito um trabalho de prenhez no tempo certo em uma fazenda no Noroeste do Paraná que possui 3,5 mil matrizes. “Começamos a estação de monta no período de 2012/13. A distribuição era até setembro a melhor época de nascimentos, de outubro a dezembro uma época ruim e a partir de janeiro a época indesejada de nascimentos. Vale lembrar que este sistema funciona para esta fazenda, nesta localidade”, informa.

Quando o projeto foi iniciado, eram 9% dos nascimentos na melhor época, 55% na ruim e 36% na época indesejada. “Fizemos mudanças sem investimentos, somente mudamos o manejo reprodutivo, passando a fazer a estação de monta com IATF para antecipar os nascimentos”, conta. Quatro anos depois, na estação de monta 2016/17, a mesma fazenda já tinha um resultado completamente diferente. “Eram 50% dos nascimentos na melhor época, 49% na época ruim e somente 1% na indesejada. Vemos como que em três estações de monta evoluiu, como conseguimos mudar a estação de monta e, consequentemente, os nascimentos, sem fazer investimento extremamente alto, somente fazendo IATF e o manejo reprodutivo”, diz.

Penteado afirma que não adianta o pecuarista somente fazer uma taxa de prenhez muito alta. “Precisamos saber exatamente em que época do ano vamos conseguir emprenhar o mais cedo possível nossas vacas para desmamar os bezerros na melhor época possível”, diz. Ele comenta no Brasil cada região tem a sua característica de melhor época de desmame e para emprenhar. “Mas com estudo e planejamento conseguimos saber qual a melhor opção. O ideal é mostrar que fazendo o planejamento e trabalhando com os índices zootécnicos podemos melhorar muito mais os resultados”, reitera.

Importância do intervalo de parto

Outro índice zootécnico extremamente importante e que o pecuarista deve se atentar é o intervalo de parto. “O que é eficiência reprodutiva? É produzir uma vaca por bezerro ao ano”, afirma Penteado. O médico veterinário diz que para produzir isso, algumas premissas são necessárias. “O intervalo de parto de 12 meses é fundamental para acontecer a concepção no início da estação de monta. Se eu não tiver isso, na IATF não vamos ter eficiência produtiva”, comenta.

O profissional afirma que o esforço para ter este intervalo de parto vale a pena. “Fizemos uma simulação e pegamos 10 anos de vida útil da vaca. Quando tenho 12 meses de intervalo, a vaca pari no início de agosto e vai parir sempre em agosto. Assim, ele terá 10 crias na vida útil dela”, explica. Ele informa que quando este tempo aumenta, o número de crias diminui. “Quando tenho 12 meses são 10 crias. Quando são 13 meses serão nove crias; 14 meses serão oito crias, e assim sucessivamente”, diz.

O impacto econômico disso, explica, será significativo. “Se eu considerar uma fazenda de mil matrizes, onde todas tem intervalo de parto de 12 meses e cada cria será um bezerro desmamado de R$ 1 mil, eu vou ter um faturamento de R$ 10 milhões para cada mil vacas”, conta.

Penteado menciona ainda que, somente para se ter uma ideia, é possível afirmar que a cada um mês a mais de intervalo de parto o pecuarista perde 10% de produtividade da fazenda. “O intervalo de parto é um índice de desempenho zootécnico extremamente importante, e pouca gente da a devida importância”, reitera.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de março/abril de 2019.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
Continue Lendo
CBNA – Cong. Tec.

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.