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Suínos / Peixes

Otimização da absorção de Cálcio e Fósforo em Suínos

Farinha de carne e ossos é uma opção, por seu baixo custo, e por agregar proteína e aminoácidos essenciais à formulação, além de ser um ingrediente sustentável

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Foto: Marina Beatriz

Cálcio (Ca) e fósforo (P) são dois macroelementos minerais fundamentais para a produção de suínos, sendo ambos de suplementação obrigatória. A farinha de carne e ossos é uma opção, por seu baixo custo, e por agregar proteína e aminoácidos essenciais à formulação, além de ser um ingrediente sustentável. Entretanto, representa alto risco sanitário, sendo a principal fonte de patógenos como salmonela e clostridium. Além disso, a farinha de carne e ossos é muito utilizada em petfood e aquacultura, o que tende a fazer subir seu custo. Assim sendo, observa-se crescente uso de fosfato bicálcico como a principal fonte de P para produção animal. O fosfato bicálcico é um ingrediente finito, não sustentável, e de alta demanda para agricultura, com custos em elevação e risco crescente de escassez. A redução do uso de fontes de P é um tema central dentro do moderno conceito de gestão ESG, com respeito às questões de ambientais, sociais e de governança.

Para a redução do uso de fontes de Ca e P, dois pontos devem ser considerados. Um diz respeito aos requerimentos nutricionais de cada categoria animal, para cada um dos elementos. O outro ponto diz respeito à digestibilidade das fontes de cada um, sejam os grãos, farinhas de origem animal, ou ingredientes de origem mineral. Vale observar que o estudo de um aspecto sempre estará intimamente associado ao outro, nos experimentos com animais.

Quanto aos requerimentos de P e Ca, o constante melhoramento genético dos suínos cria um desafio recorrente aos nutricionistas, que precisam acompanhar a evolução da capacidade produtiva de cada linhagem e cada cruzamento. Particularmente, no que diz respeito a matrizes e leitões, convive-se com a constante probabilidade de que a quantidade de fósforo efetivamente absorvida seja limitante à produção. A seleção para aumento de prolificidade e habilidade materna gera um incremento proporcional dos requerimentos. Durante a gestação, a demanda nutricional é relativamente baixa, mas a lactação representa uma demanda muito superior à manutenção. Limitações na quantidade de P disponível nesses períodos terão um reflexo direto na qualidade e desenvolvimento dos leitões, não só no período de aleitamento/maternidade, como também no período pós-desmame.

Figura 1. Desempenho zootécnico no período de aleitamento (T1, Controle, sem inclusão da molécula; T2, Inclusão de 100g da molécula por ton de ração; T3, 200g da molécula por ton de ração)

Observa-se então que essas categorias animais respondem positivamente ao aumento da disponibilidade de nutrientes, com melhor performance reprodutiva das matrizes e melhor desempenho zootécnico dos leitões. É importante lembrar que o P participa da transferência de energia em praticamente todas as vias metabólicas do organismo, na forma de ATP, GTP, etc.

Recentemente, algumas linhagens de matrizes têm apresentado alta incidência de prolapsos retais ou vaginais/uterinos, ao ponto de a mortalidade de matrizes impactar significativamente a economia da produção. A causa desses prolapsos ainda não é totalmente conhecida. Estudos têm sido feitos sobre o papel da fibra e do teor de energia das dietas na incidência de prolapsos, porém são inconclusivos. Outra causa provável é a hipocalcemia que acomete as parturientes, assim como acontece em vacas leiteiras. A falta de cálcio compromete a manutenção do tônus muscular visceral, favorecendo o deslocamento e perda da relação anatômica. Garantir a correta disponibilidade de cálcio e fósforo nesse período pode auxiliar na prevenção dessa ocorrência.

O estudo da digestibilidade desses minerais pelos suínos tem sido uma preocupação recente. Apesar de sua importância, a realidade é que é bastante difícil avaliar com precisão a digestibilidade de cada um desses minerais. Há vários fatores em ação simultaneamente, como pH de cada parte do trato digestivo, presença de outros íons, relação entre Ca e P, vitamina D, grau de hidratação, granulometria, etc. Se cada um deles não for cuidadosamente abordado nos experimentos, resultados discrepantes serão obtidos, inclusive com digestibilidade negativa. Essa ocorrência se deve ao fato de que tanto Ca como P endógenos são também excretados ao longo do trato digestivo, dificultando a mensuração de quanto de cada mineral de fonte exógena foi retido no organismo.

A eficácia das fitases microbianas na liberação do P fítico das matérias-primas de origem vegetal, como os grãos e farelos é amplamente conhecida. O valor exato de quanto P e quanto Ca serão efetivamente utilizados pelos animais, por outro lado, ainda deixa espaço para discussão, justamente pela interferência de vários outros fatores. Este fato, aliado à digestibilidade variável dos ingredientes, nos permite concluir que há espaço para melhoria na absorção e retenção de Ca e P pelos suínos, permitindo a melhoria da produção, além da redução do impacto ambiental pela excreção dos mesmos.

MOLÉCULA SENDO ESTUDADA

Com este objetivo, uma molécula inovadora vem sendo estudada. Trata-se de um ácido graxo de cadeia longa, com hidroxilas em substituição a hidrogênio. A mesma tem alta ação emulsificante, mas, além disso, age também como carreadora de Ca e P. Uma vez ionizados pelo baixo pH do estômago, e liberados do inositol pelas fitases, os íons fosfato e Ca formam complexos com essa molécula, seja por ligação iônica entre o fosfato e a hidroxila, seja por reação de saponificação com a carboxila terminal. Nessa forma de sabões de Ca e fosfolipídeos, os íons são absorvidos pela via de absorção de lipídeos, em micelas contendo sais biliares, esteróides, mono e diglicerídeos, e vitaminas lipossolúveis. Sua ação emulsificante inclusive melhora a formação dessas micelas, aumentando a absorção de lipídeos da dieta, e a consequente energia metabolizável da mesma.

Com a finalidade de avaliar o efeito dessa molécula no desempenho de matrizes e leitões, um experimento foi realizado na Unidade Experimental Bom Sucesso do Sul (UEBSS) conveniada com a Universidade Federal do Paraná – Setor Palotina. Um total de 52 matrizes foram distribuídas em três tratamentos: T1 (Controle), T2 (100g da molécula por ton de ração lactação) e T3 (200g/Ton de ração lactação). Para tanto, foram considerados a ordem de parto e o escore corporal pré-parto (Caliper). Após o desmame, os leitões foram classificados por peso, sexo e tratamento da mãe.  No total 540 leitões receberam uma de duas rações, sem produto ou com 200g da molécula por tonelada de ração, nas fases Pré-Inicial 1(1kg), Pré-Inicial 2 (3kg), Inicial 1 (5kg) e Inicial 2 (14kg). Dessa forma, os leitões foram distribuídos em seis tratamentos, em função dos 3 tratamentos das mães versus os dois tratamentos dos leitões.

Durante o período de aleitamento, ainda que as diferenças não tenham sido significativas, há uma clara tendência de melhor desempenho das matrizes e leitões tratados com a molécula, com resultados melhores para consumo de ração pela matriz, consumo de ração pelos leitões, conversão alimentar das matrizes, conversão alimentar dos leitões, ganho médio diário dos leitões e peso final da leitegada. Já nos períodos posteriores à desmama, diferenças estatísticas foram obtidas. Os leitões tratados apresentaram melhor ganho de peso diário e melhor conversão alimentar do que os leitões não tratados. Entre os leitões não tratados, aqueles cujas mães receberam a molécula tiveram melhor desempenho do que os filhos das mães controle. Em geral, o melhor desempenho foi do tratamento em que tanto mães como leitões receberam rações contendo 200g da molécula por tonelada de ração. Com esse protocolo, obtivemos o melhor arranque dos leitões, com maior ganho médio diário e melhor conversão, tanto das mães como dos leitões, com um enorme potencial de retorno econômico. Conclui-se que o uso da molécula é efetivo em suínos, assim como já observado em aves, e que apresenta excelente potencial para otimizar a produção, com alta relação custo:benefício, especialmente no cenário desafiador da hiperprolificidade.

Figura 2. Desempenho dos leitões pós desmame. Colunas em laranja se referem á ração Pré-inicial 2, colunas em cinza se referem á ração Inicial 1. Tratamentos ímpares não receberam a molécula, tratamentos pares receberam 200g por ton de ração. T1 e T2 são os leitões cujas mães não receberam a molécula. T3 e T4 são os leitões cujas mães receberam 100g por ton de ração. T5 e T6 são os leitões cujas mães receberam 200g por ton de ração.

As referências bibliográficas estão com os autores. Contato: fernando.blini@gfs.group.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Médicos veterinários José Luciano Andriguetto, Luiz Romulo Alberton, Geraldo Camilo Alberton e Daiane Güllich Donin

Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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Suínos / Peixes

O que faz o Vale do Piranga ser o polo mineiro de incentivo à suinocultura?

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, feira facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Suinfair, maior feira de suinocultura de Minas Gerais, acontece no Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura, situado no Vale do Piranga, uma área que se destaca nacionalmente pela sua produção suinícola. Esta região representa, aproximadamente, 35% do rebanho de suínos de Minas Gerais, produzindo anualmente cerca de 370 milhões de quilos de carne suína. O trabalho diário de levar alimento à mesa de diversas famílias faz com que mais de cinco mil empregos sejam gerados diretamente pela suinocultura, além das mais de trinta e cinco mil pessoas que trabalham indiretamente na área.

Com um histórico consolidado, a região foi oficialmente reconhecida como Polo Mineiro de Incentivo à Suinocultura por meio de legislação, o que fortalece ainda mais a cadeia produtiva local. Nesse contexto, a Suinfair surge como uma iniciativa voltada para as necessidades específicas dos suinocultores.

Além de oferecer oportunidades de aprendizado e capacitação por meio de seminários, ampliando as habilidades dos colaboradores de granjas e profissionais da área, a Suinfair facilita o acesso dos produtores rurais do interior mineiro às mais recentes tecnologias do agronegócio.

Desde equipamentos estruturais até grandes máquinas agrícolas e robôs, os suinocultores têm a chance de conhecer de perto as inovações do mercado e estabelecer contatos diretos com os fabricantes. Isso resulta na concretização de negócios baseados em condições justas, fomentando o crescimento dos produtores e incentivando a presença dos fornecedores na região.

A Suinfair é, portanto, um evento feito sob medida para a suinocultura, representando uma oportunidade única de aprendizado, networking e desenvolvimento para todos os envolvidos nesse importante segmento do agronegócio.

Fonte: Assessoria Suinfair
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Suínos / Peixes

PorkExpo Brasil & Latam 2024 abre inscrições para receber trabalhos científicos do mundo inteiro

Disputa científica tradicional da suinocultura vai distribuir R$ 6 mil em dinheiro e reconhecer as quatro pesquisas mais inovadoras da indústria da carne suína.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Inscrições para envio de trabalhos científicos à PorkExpo Brasil & Latam 2024 estão abertas. Esse é um convite conhecido da suinocultura internacional há mais de duas décadas. Encontro inovador, que debate de ponta a ponta a cadeia produtiva da suinocultura, vai confirmar mais uma vez a tradição de incentivar as pesquisas da indústria mundial da carne suína, com a Mostra de Trabalhos Científicos, que será realizada nos dias 23 e 24 de outubro, no Recanto Cataratas Thermas Resort & Convention, em Foz do Iguaçu (PR).

O evento reúne o 12º Congresso Latino Americano de Suinocultura e o 2º Congresso Nacional Mulheres da Suinocultura, que seguem com as inscrições abertas aqui.

A 12ª edição convida pesquisadores e estudiosos para contribuir com seus conhecimentos e inovações. “Em cada edição da PorkExpo são recebidos ao menos 200 trabalhos”, exalta a CEO da PorkExpo Brasil & Latam 2024, Flávia Roppa

Neste ano, a premiação vai premiar quatro pesquisas científicas, sendo três referencias e um grande vencedor. O total da premiação chega a R$ 6 mil.

Flávia explica que os trabalhos devem abranger temas essenciais à atividade, como produção, sanidade, bem-estar animal, marketing da carne suína, economia, extensão rural, nutrição, reprodução, aproveitamento de resíduos e meio Ambiente, refletindo a amplitude e profundidade tecnológica que o setor apresenta a cada década que passa. “A PorkExpo apoia consistentemente o conhecimento por parte dos pesquisadores, professores, profissionais e estudantes, que buscam inovações para subsidiar a produção de campo, a indústria de processamento e o aumento do consumo da nossa carne pelos consumidores. Um propósito que ratificamos em duas décadas. E esperamos pela participação máxima desses estudiosos, do mundo inteiro”, enfatizou Flávia.

Inscrições

Os trabalhos precisam ser totalmente inéditos e entregues impreterivelmente até o dia 11 de agosto, podendo ser redigidos em Português, Inglês ou Espanhol. “Todos serão submetidos pelo site da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Os inscritos precisam informar o e-mail, telefone para contato e endereço completo de uma pessoa que vai ser a responsável pelo trabalho para futuros contatos com a organização do evento”, informa a CEO da PorkExpo.

Os interessados devem enviar os trabalhos formatados em duas páginas, em papel A4 (21 x 29,7 cm), digitados no Word para Windows, padrão 6.0 ou superior e salvos na extensão .doc, fonte dos textos em Arial, para o endereço: flavia@porkexpo.com.br. “Não serão aceitos trabalhos fora do padrão”, reforça Flávia.

Todas as informações referentes às inscrições e normas de redação podem ser consultadas clicando aqui. Os autores dos trabalhos avaliados pela Comissão Científica serão comunicados da sua aceitação ou não. “Participe e faça a diferença. Não perca a chance de participar desse movimento que define o amanhã da suinocultura. Junte-se aos líderes que estão construindo o futuro da indústria mundial de carnes”, convida Flávia, acrescentando: “Esperamos por sua ideia eficiente e inovadora”.

Fonte: Com informações da assessoria PorkExpo Brasil & Latam
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