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Suínos / Peixes

Mais saúde e menos efeito do estresse no desmame

Após o desmame o leitão demora um tempo para se recuperar do estresse, levando até dois dias para iniciar o consumo de ração, e junto com o efeito do estresse sobre a saúde intestinal, os episódios de diarreia se tornam pontos de preocupação pelo impacto da perda de performance nesta fase.

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Foto: Arquivo/OP Rural

Ao falar em desmame, não tem como não falar em estresse e seus efeitos na sobrevivência e performance futura do animal. Enquanto não é possível desmamar leitões mais velhos, se busca o melhor peso ao desmame, entretanto, o status imune do leitão é um tema que merece atenção. Na idade do desmame, o animal não está com o sistema imunológico totalmente formado, e o próprio manejo do desmame leva ao desbalanço da microbiota intestinal e danos que afetam a integridade intestinal, pois o intestino é a primeira barreira física do animal.

Após o desmame o leitão demora um tempo para se recuperar do estresse, levando até dois dias para iniciar o consumo de ração, e junto com o efeito do estresse sobre a saúde intestinal, os episódios de diarreia se tornam pontos de preocupação pelo impacto da perda de performance nesta fase. Somado ao efeito da diarreia no animal, ao ser ativado, o sistema imune requer energia, e essa energia deixa de ir para a performance.

Garantir a rápida recuperação do animal é fundamental para a sobrevivência e performance com rentabilidade na fase de creche. Com o objetivo de minimizar o efeito negativo e buscar pela rápida recuperação, o uso dos melhoradores de desempenho e óxido de zinco são aditivos presentes em grande parte da dieta de leitões. O uso dos melhoradores de desempenho já está limitado pelo risco de resistência no uso de antibióticos em humanos, e o óxido de zinco em altas dosagens já foi banido na Europa e já é tema de atenção no nosso sistema de produção.

Os aditivos com foco em saúde intestinal estão presentes no programa de nutrição, entretanto aditivos que buscam preparar o animal para o desafio, através da imunidade, começam a ser utilizados. Os Beta-glucanos são conhecidos pela comprovada ação na regulação da resposta imune, entretanto não são todos os Beta-glucanos que apresentam esta ação. Existe variação entre as fontes pelas diferenças nas propriedades fisicoquímicas, incluindo pureza, solubilidade, massa molecular, grau de ramificação. Os Beta-glucanos oriundos da alga Euglena gracilis têm apenas Beta-glucanos 1,3, e tiveram seu efeito comprovado na regulação do sistema imune com maior produção de citocinas anti-inflamatórias e menor produção de citocinas pró inflamatórias. Outro fator de atenção é a forma de processamento, no caso das algas, não é necessário extração e sim, secagem, garantindo assim, alta biodisponibilidade. Ao apresentar partículas menores e maior grau de pureza (50% de Beta-glucanos), os Beta-glucanos 1,3 de algas são indicados para leitões em situações de estresse, como o desmame.

Beta-glucanos 1,3 de alga e a saúde intestinal

Ao regular o sistema imune, os Beta-glucanos 1,3 de algas têm ação sobre a saúde intestinal. Leitões desmamados foram desafiados por E. coli F18 durante 3 dias, antes (Dia 0) e nos Dia 2, Dia 5, Dia 8 e Dia 12 após o desafio, foram avaliados score de diarreia, marcadores séricos para estresse (cortisol), inflamação (haptoglobina) e status imune, e no final da avaliação (Dia 12), foi verificado a permeabilidade intestinal utilizando amostras do íleo. Os leitões que receberam Beta-glucanos 1,3 tiveram menor frequência de diarreia causada pela E. coli. Esse resultado é consequência da ação dos Beta-glucanos 1,3 de algas melhorarem a função da barreira intestinal ao atuar em genes responsáveis pela maior produção de mucina e assim, ação sobre a permeabilidade intestinal. Os Beta-glucanos 1,3 atuam na regulação do sistema imune (maior ativação de células T) e com redução da inflamação, o que pode ser verificado ao reduzir os níveis de cortisol e haptoglobina nos gráficos 1 e 2, respectivamente.

Em uma avaliação em leitões na fase de creche, utilizando marcadores de saúde intestinal, foi verificado que os Beta-glucanos 1,3 de algas promoveram melhor saúde intestinal ao aumentar o comprimento de microvilosidades, a concentração de IgA (imunoglobulina de mucosa) e a concentração e a quantidade de células TNF α (Gráfico 3 e 4).

Recupera o leitão no pós desmame

Após o desmame, os leitões podem demorar até 24h para iniciar o consumo de água e até 1,5 dia para iniciar o consumo de ração. Quanto antes eles iniciarem o consumo, melhor será a performance nesta fase. Os Beta-glucanos 1,3 de alga, atuando sobre o estresse, possibilitam a rápida recuperação do leitão. Ao avaliar o uso aos 7 dias após o desmame, foi verificado que os leitões que receberam Beta-glucanos 1,3 de alga tiveram melhor ganho diário de peso (p<0.01), melhor consumo de ração (p<0.01) e com melhor eficiência (p<0.01), verificados nos gráficos 5, 6 e 7, respectivamente. Ao final da primeira semana pós desmame, leitões que receberam Beta-glucanos 1,3 de alga ganharam 360 gramas a mais (p<0.01) que o grupo controle (Gráfico 8).

Imunidade

DSc Mara Costa, grente de Serviços Técnicos – Suínos – Kemin Nutrição e Saúde Animal – Foto: Divulgação/Kemin

No sistema de produção atual, em que se busca alta performance, com vazio sanitário nem sempre possível de ser realizado de maneira ideal, instalações antigas, creches com mistura de animais de diferentes origens, e com uso dos melhoradores de performance limitado, e, logo, banimento do uso do óxido de zinco em altas doses, a saúde intestinal continua sendo importante, mas melhorar a saúde através da imunidade será fundamental, principalmente quando o objetivo final é reduzir a necessidade do uso de antibióticos.

As referências bibliográficas estão com a autora. Contato: lilian.maluf@kemin.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

Fonte: Por DSc Mara Costa, gerente de Serviços Técnicos – Suínos - Kemin Nutrição e Saúde Animal - América do Sul

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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