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Notícias Produção de suínos

Mais colostro e imunidade para os leitões. Como?

Dentre as estratégias para aumentar a produção e melhorar a composição do colostro, os Beta-glucanos de algas, quando fornecido na fase final de gestação e durante a lactação, promoveu maior produção de colostro e maior consumo pelos leitões, promovendo maior ganho de peso nas primeiras horas após o nascimento.

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Foto: Shutterstock

A produção e a ingestão de colostro se tornaram um desafio na produção de suínos. O grande número de leitões nascidos supera o número de tetos, e a necessidade de leitões mais saudáveis para melhor performance com menor uso de antibióticos nas fases seguintes fazem o tema ser fonte de atenção e investimento na busca de maior rentabilidade.

A produção do colostro se inicia momentos antes do parto e tem duração média de 12 a 24 horas, sendo a fonte primária de nutrientes, imunidade e fatores de desenvolvimento para o trato gastrointestinal. Como os leitões nascem com baixa reserva energética, é essencial garantir que todos os leitões tenham uma ingestão mínima de 250 gramas de colostro, reduzindo o risco de mortalidade por hipotermia e hipoglicemia e fornecendo a imunidade necessária. O baixo consumo de colostro está associado com as altas taxas de mortalidade nas primeiras 72 horas.

Existe grande variação na produção e composição do colostro (1 a 6 kg, sendo a média de 3,5 kg/matriz). A produção e composição tem fatores ligados à matriz como status endócrino, nutricional, imune e níveis de estresse e a características da leitegada. A produção não está associada com o número de leitões nascidos vivos, e sim, com a habilidade inicial dos leitões nas primeiras mamadas e a menor variabilidade de peso ao nascimento, pois os leitões que conseguem mamar colostro, têm acesso à fonte de nutriente e mais agilidade para continuar com a mamada, estimulando a matriz na produção. A ordem de parto é um fator que influencia a produção: matrizes de primeiro e segundo parto apresentam baixa produção tanto em quantidade como qualidade na questão de imunidade (imunoglobulinas).

Os suínos apresentam placenta epiteliocorial difusa, em que não há passagem de imunidade entre as matrizes e leitões via placenta, sendo o colostro fonte única de imunidade inata. A IgG é a principal imunoglobulina presente no colostro e é responsável pela imunidade sistêmica, sua concentração máxima no colostro ocorre 6 horas após o parto, e 12 horas após o parto já cai para 50%. A IgA, responsável pela proteção de mucosa, está presente no colostro e no leite e garantem proteção ao animal nas fases seguintes.

Maior produção de colostro: é possível?

Dentre as estratégias nutricionais desenvolvidas e avaliadas, o aumento na gordura e imunoglobulinas foram as que tiveram mais sucesso, por serem mais sensíveis às mudanças nutricionais. Na busca por aumento na quantidade, foram avaliados níveis e fontes de energia sendo verificado que a condição corporal da matriz na entrada da lactação tem mais impacto na produção que os níveis nutricionais avaliados na pré lactação. Tipos de fibras dietéticas mostraram sucesso no aumento de ingestão de colostro em leitões de baixo peso ao nascimento e podem estar associados à sua maior produção, entretanto os pesquisadores afirmam a necessidades de mais estudos para conhecer seu modo de ação. E entre os aditivos, quando fornecidos na fase final de gestação e lactação, os beta-glucanos apresentaram sucesso no aumento da produção de colostro.

Qual a fonte dos Beta-glucanos?

Beta-glucanos são polissacarídeos não amiláceos que compõe a estrutura das paredes celulares de bactérias, leveduras, algas e cereais e conforme a fonte, os Beta-glucanos têm diferentes estruturas. Os Beta-glucanos de leveduras apresentam cadeia lineares com ligações 1,3 e 1,6. Grãos como trigo, aveia e cevada contêm uma forma de Beta-glucano com ligações 1,3 e 1,4 alternadas e os Beta-glucanos de algas (BG ALGA), cadeias lineares com ligações 1,3. A diferença na estrutura, tamanho e grau de ramificação diferencia a solubilidade, ação e benefício na nutrição animal, principalmente sobre a regulação do sistema imune.

Os Beta-glucanos das algas, com cadeia linear e menores, são mais facilmente fagocitados pelos macrófagos e células dendríticas. Pois estes apresentam receptores que se ligam especificamente na posição 1,3 do Beta-glucanos, ou seja, os Beta-glucanos 1,3 têm mais ação por apenas possuir essa cadeia, que os Beta-glucanos 1,3 e 1,6. Ao comparar o efeito dos Beta-glucanos de diferentes fontes sobre a ativação de células imunes de suínos, foi verificado que os beta-glucanos de algas foram os que tiveram ação mais consistente, pois tinham maior ação conforme a concentração aumentava, enquanto os Beta glucanos de levedura em baixa concentração não apresentavam efeito, e em concentrações mais alta tiveram efeito citotóxico, segundo os autores do trabalho.

Beta-glucanos de algas e seus benefícios na produção de colostro

Os Beta-glucanos de algas apresentam maior ação imune, com maior produção de macrófagos e células dendríticas, porém, com maior produção de citocinas anti-inflamatórias, que permite o animal estar melhor preparado imunologicamente para o desafio e/ou estresse com menor gasto energético.

Ao avaliar o efeito dos Beta-glucanos de algas em matrizes nas fases de pré lactação e lactação, não foi observado diferença (p>0.05) no número de leitões nascidos, nascidos vivos e peso no nascimento. Contudo, foi verificado efeito sobre a produção de colostro, com maior produção nas matrizes que receberam os Beta-glucanos de algas (p<0.05), possibilitando maior ingestão de colostro pelos leitões (p<0.06), e consequentemente maior ganho de peso em leitões 18 horas após o parto (p<0.05) demonstrados nos Gráficos 1 e 2.

 

Os Beta-glucanos de algas tiveram ação também sobre a concentração de imunoglobulinas no colostro, promovendo maior produção de IgG, IgA e IgM com 18 horas após o parto, e consequentemente, aumento da concentração sérica dessas imunoglobulinas nos leitões das matrizes avaliadas aos 4 dias de idade (Gráfico 3 e 4).

A fase de creche é uma fase de alto desafio, o consumo do colostro tem grande reflexo sobre a performance e suporte ao desafio nesta fase.

Observou-se menor concentração de hepatoglobina em leitões de 42 dias de matrizes suplementadas com Beta-glucanos de algas durante a pré-lactação e a lactação, indicando menor inflamação com menor custo energético para o animal e maior contração de IgA, indicando maior proteção de mucosa, já que este é um marcador para verificar a saúde intestinal em leitões.

Conclusão

O consumo de colostro é essencial para os leitões como fonte de nutrientes e imunidade. A produção tem relação com fatores ligados a matriz e com peso da leitegada ao nascimento e sua viabilidade. O período de maior desafio da vida dos leitões é a fase de creche, e assim como o peso ao desmame, o status imune é crucial para a performance futura e sobrevivência. Dentre as estratégias para aumentar a produção e melhorar a composição do colostro, os Beta-glucanos de algas, quando fornecido na fase final de gestação e durante a lactação, promoveu maior produção de colostro e maior consumo pelos leitões, promovendo maior ganho de peso nas primeiras horas após o nascimento. O uso de Beta-glucanos de algas nas matrizes também promove melhor saúde intestinal e imunidade na fase de creche.

As referências bibliográficas estão com a autora. Contato via: gisele.neri@kemin.com.

Fonte: Por Mara Costa, DSc, gerente de Serviços Técnicos - Suínos da Kemin Nutrição e Saúde Animal na América do Sul.

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Instituto Ovos Brasil apresenta nova diretoria e estabelece metas ambiciosas para o futuro

Edival Veras segue como presidente e Ricardo Santin continua como presidente do Conselho Deliberativo.

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Edival Veras foi reconduzido ao cargo de presidente do IOB: "Com esta nova equipe, estamos mais preparados do que nunca para promover o desenvolvimento sustentável da avicultura e informar sobre os benefícios do ovo" - Foto: Divulgação/IOB

Foi realizada no dia 10 de abril, a Assembleia Geral Ordinária do Instituto Ovos Brasil (IOB) na qual foram realizadas eleições para gestão do próximo triênio. Para composição da nova diretoria, Airton Junior cedeu seu posto de diretor comercial a Anderson Herbert, enquanto Gustavo Crosara foi nomeado novo diretor técnico, sucedendo Daniela Duarte.

Anderson Herbert, que também desempenha o papel de diretor de exportação na Naturovos, traz ao instituto uma experiência de mais de vinte anos no setor alimentício. “Estou honrado em contribuir para esta nova fase do IOB. Com minha experiência, espero fortalecer a atuação do Instituto no mercado”, afirmou Herbert.

Gustavo Crosara, médico veterinário com vasta experiência no setor de ovos, tendo contribuído incessamente como os temas regulatórios e de articulação do setor, liderando hoje a Somai Nordeste, expressou entusiasmo com sua nova posição. “A oportunidade de contribuir com o IOB é estimulante. Tenho grande confiança no potencial do setor e estou comprometido com o crescimento e a inovação contínua da instituição”, destacou Crosara.

Edival Veras segue na presidência e também foram eleitos os Conselhos Deliberativo e Fiscal. Ricardo Santin segue como presidente do Conselho Deliberativo e seguem na diretoria da entidade Tabatha Lacerda como diretora administrativa, e Nélio Hand como diretor financeiro. Veras compartilhou suas expectativas para este novo ciclo: “Com esta nova equipe, estamos mais preparados do que nunca para promover o desenvolvimento sustentável da avicultura e informar sobre os benefícios do ovo. Estamos ansiosos para trabalhar juntos e atingir nossos objetivos ambiciosos que beneficiarão a indústria e a sociedade como um todo. Quero também expressar nossa gratidão a Airton Junior e Daniela Duarte por sua dedicação e contribuições durante suas gestões, que foram fundamentais para o nosso progresso”, ressalta.

Sobre O Instituto Ovos Brasil
O Instituto Ovos Brasil é uma entidade sem fins lucrativos, que foi criada em 2007 com objetivo de educar e esclarecer a população sobre as propriedades nutricionais do ovo e os benefícios que o alimento proporciona à saúde. Entre seus propósitos, também destaca-se a missão de desfazer mitos sobre seu consumo. O IOB tem atuação em todo o território nacional e hoje é referência em informação sobre ovos no Brasil.

Fonte: Assessoria Instituto Ovos Brasil
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Asbia: 50 anos de ações para o avanço da inseminação artificial em bovinos

Por meio de importantes iniciativas para democratizar cada vez mais o acesso à genética de qualidade a todos os pecuaristas, associação teve papel crucial no crescimento da adoção pela tecnologia no Brasil.

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Foto: Divulgação/Asbia

A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) completa 50 anos de sua fundação em 26 de novembro de 2024. Foi nesse dia, em 1974, que a criação da entidade foi oficializada no Parque Estadual da Água Branca, na Barra Funda, em São Paulo (SP). “De lá para cá, a Asbia colaborou com a evolução da pecuária, tomando iniciativas importantes de compartilhamento de conhecimento com o Index Sêmen, Index Embriões e com o Manual de Inseminação Artificial em Bovinos, entre outros”, detalha Nelson Eduardo Ziehlsdorff, presidente da Asbia.

Há 50 anos, entre diferentes gestões, a entidade segue sendo a representação do produtor em importantes frentes, garantindo que as esferas federais, estaduais e municipais ouçam a voz dos pecuaristas por melhores condições. Além disso, a Asbia compartilha conhecimento e dados estatísticos importantes sobre a evolução da adoção da biotécnica reprodutiva. “O Index Sêmen é uma das nossas iniciativas mais antigas, com 40 anos de história. Temos o orgulho de ter ao nosso lado o Centro de Estudos em Economia Aplicada, da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), nessa missão de compilar dados estatísticos sobre o mercado de genética bovina brasileira para disseminarmos de tempos em tempos um panorama completo do uso da genética bovina com toda a cadeia de produção”, destaca Nelson.

A Asbia nasceu com alguns papéis bem definidos, que são executados em sua totalidade desde o início, como busca por consecução de linhas de crédito para pecuaristas, participação ativa em congressos, exposições, feiras, leilões, torneios e eventos de abrangência nacional, buscando a promoção do desenvolvimento das biotecnologias reprodutivas para fomentar o uso da inseminação artificial em todo o país. “A produção de carne e leite brasileira já é uma das mais importantes do mundo, mas sabemos que há oportunidade para ampliarmos bem essa produtividade. Isso porque, de acordo com dados do Index Sêmen de 2023, apenas 23% das fêmeas de corte e 12% das fêmeas leiteiras foram inseminadas no Brasil. O ganho genético na adoção da inseminação é imensurável e beneficia toda a cadeia a longo prazo, e é inegável o mar de oportunidades que temos para crescer”, ressalta o presidente.

Por meio de importantes iniciativas para democratizar cada vez mais o acesso à genética de qualidade a todos os pecuaristas, a Asbia teve papel crucial no crescimento da adoção pela tecnologia. Desde 1996, o número de doses adquiridas por pecuaristas para melhoria do rebanho cresceu de forma exponencial, saindo de cinco milhões de doses para as 25 milhões comercializadas em 2021 – um recorde histórico.

Com um número de associados sólido – composto por empresas de genética, saúde e nutrição animal, agropecuárias e outras entidades importantes do agro, a Asbia tem buscado potencializar a sinergia entre seus 40 membros para esclarecer a importância da inseminação como um fator de vantagem competitiva sustentável para toda a cadeia produtiva da pecuária – buscando otimizar a produção de forma sustentável.

Fonte: Assessoria Asbia
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Notícias No Brasil

Após crescer 70% nas últimas quatro safras, área dedicada ao trigo pode diminuir

Menores patamares de preços do cereal somados a incertezas climáticas e aos altos custos explicam a possível redução no cultivo.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Após aumentar nas últimas quatro safras, com salto de mais de 70% entre 2019 e 2023, a área dedicada ao trigo sinaliza queda neste ano.

Segundo pesquisadores do Cepea, os menores patamares de preços do cereal somados a incertezas climáticas e aos altos custos explicam a possível redução no cultivo.

A Conab projeta recuo médio de 4,7% na área semeada com a cultura em relação à temporada anterior, pressionada pelo Sul, com queda estimada em 7%.

No Paraná, o Deral aponta forte redução de 19% na área destinada ao trigo, para 1,14 milhão de hectares.

Apesar disso, a produção deverá crescer 4% no mesmo comparativo, atingindo 3,8 milhões de hectares no estado, em decorrência da maior produtividade.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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