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Incerteza econômica global preocupa e gera dúvidas sobre sustentação dos preços do leite 

Oferta nos principais exportadores tem mostrado pequeno crescimento, enquanto que o cenário econômico e de consumo de lácteos continua fraco no mercado interno.

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Foto: Ari Dias

O nível de incerteza econômica global segue relativamente mais elevado, após a quebra de bancos norte-americanos e sentimento de instabilidade financeira aponta a Nota de Conjuntura de abril do Centro de Inteligência do Leite (CiLeite)

No mercado de leite, a oferta nos principais exportadores tem mostrado pequeno crescimento. Estados Unidos e União Europeia vêm registrando aumento na produção desde agosto de 2022. Por outro lado, a demanda continua tímida e com importações chinesas mais fracas, contribuindo para a manutenção de preços dos lácteos mais baixos. O leite em pó integral está no menor valor desde novembro de 2020, segundo o GDT. Os demais mercados, de queijo, manteiga e leite em pó desnatado também vem recuando.

No mercado brasileiro, o cenário econômico e de consumo de lácteos continua fraco. Após um crescimento de 2,9% do PIB em 2022, a mediana das projeções dos agentes econômicos indica apenas 0,91% de crescimento do PIB em 2023. Os indicadores do mercado de trabalho também têm registrado desaceleração, com queda no número de ocupados pelo terceiro mês consecutivo. Além disso, os preços dos lácteos ao consumidor têm ficado acima da inflação.

Na comparação de março com o mesmo mês do ano passado, a alta dos laticínios foi de 17,7% enquanto a inflação brasileira ficou em 4,6%. Portanto, preços mais altos, baixo crescimento de renda e piora relativa no mercado de trabalho, tem inibido o consumo. De acordo com dados da Scanntech, o volume de vendas no varejo em janeiro e fevereiro caiu em torno de 7% e 8% na comparação anual, respectivamente.

Oferta

Se pelo lado da demanda o cenário é de baixo consumo, pelo lado da oferta a preocupação se volta para as elevadas importações. Nos três primeiros meses do ano o volume de importações fechou em 506 milhões de litros de leite equivalente. Em março foram importados 203 milhões de litros, o que representa cerca de 10% da produção inspecionada do Brasil.

Esse maior volume de leite, via importação, tem gerado pressões baixistas nos preços. Os principais derivados no mercado atacadista registraram desvalorização de preços ao longo de fevereiro e início de março. Mas apesar disso, a sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologia. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acabou refletindo nos preços neste momento.

Valorização

Nos últimos 30 dias, observa-se valorização no mercado atacadista e no mercado Spot. O leite UHT registrou alta de 10% nos últimos quinze dias finalizados em 11 de abril. No mercado de queijo muçarela, a alta foi mais fraca, mas houve elevação de 4,6% no mesmo período. O leite no mercado Spot também reagiu, subindo 8,4% em Minas Gerais, na primeira quinzena de abril ante a segunda de março, de acordo com levantamentos do Cepea.

Portanto, os preços apresentaram tendência de valorização, sustentados pela entressafra, auxiliando na recomposição de margens no setor. A elevação dos preços não tem sido superior em função do maior volume de importação, o que aumenta a disponibilidade interna.

Custos de produção

Pelo lado dos custos de produção de leite, o movimento recente também foi positivo. Nos últimos 12 meses houve queda de 3,5% no ICPLeite/Embrapa. Já o preço pago ao produtor, em termos nominais, subiu 23,4%. Ou seja, houve importante melhoria no poder de compra da pecuária de leite em relação ao início de 2022 (Figura 1).

Figura 1. Preço real líquido do leite ao produtor: média Brasil, em R$/Litro. Deflacionado pelo ICPLeite/Embrapa. Fonte: Cepea/Embrapa Gado de Leite.Além disso, a expectativa de boa safra de grãos, especialmente de milho e soja, tem deixado o preço da ração em patamar mais baixo, após forte incremento observado nos últimos três anos.

Portanto, o momento ainda é de bastante incerteza, com complicações no cenário econômico global e preços internacionais dos lácteos mais baixos. Internamente, a entressafra deu fôlego para a alta recente dos preços de leite e derivados e o custo de produção tem ficado relativamente mais estável.

Por outro lado, a valorização do real frente ao dólar e maior competitividade do produto importado poderá colocar dúvidas sobre a sustentação dos preços no mercado brasileiro, sobretudo a partir de julho/agosto, quando a produção doméstica começa a crescer.

Fonte: Assessoria Embrapa Gado de Leite

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Faesc celebra publicação da lei que reduz burocracia para Declaração do Imposto Territorial Rural 

Medida retira a obrigatoriedade de utilização do ADA para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do CAR para o cálculo de área.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) celebra a conquista da Lei 14.932/2024 que reduz a burocracia da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) para os produtores. A legislação foi publicada, na última quarta-feira (24), no Diário Oficial da União pelo Governo Federal.

A medida retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o cálculo de área tributável do imóvel.

O presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, ressalta que a publicação da Lei representa um avanço para o agronegócio. “Nós, da Faesc, e demais federações, trabalhamos em conjunto com a CNA, pela desburocratização e simplificação da declaração do ITR para o produtor rural. Essa conquista significa menos burocracia, mais agilidade e redução de custos para o campo, o que é fundamental para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento do setor produtivo”.

De acordo com o assessor técnico da CNA, José Henrique Pereira, com a publicação da Lei 14.932/2024, o setor espera a adequação da Instrução Normativa 2.206/2024 que ainda obriga o produtor rural a apresentar o ADA neste ano, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural. “A nova Lei já está em vigor e desobriga a declaração do Ato Declaratório Ambiental, então esperamos que a Receita Federal altere a Instrução Normativa e que a lei sancionada comece a valer a partir da DITR 2024”, explicou.

A norma é originária do Projeto de Lei 7611/17, do ex-senador Donizeti Nogueira (TO) e de relatoria do deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR). O texto tramitou em caráter conclusivo e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

De acordo com a IN 2.206/2024, o prazo para apresentação da DITR 2024 começa a partir do dia 12 de agosto e vai até 30 de setembro de 2024.

Fonte: Assessoria Faesc
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Sancionada lei que permite o uso do CAR para cálculo do ITR

Nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental.

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Foto: Roberto Dziura Jr

A nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental (ADA). O governo federal sancionou na última terça-feira (23) a Lei 14932/2024, uma medida que visa modernizar o sistema de apuração do Imposto Territorial Rural (ITR) e reduzir a burocracia para os produtores rurais.

Ex-presidente da FPA, deputado Sérgio Souza, destaca que medida visa a modernização do sistema tributário rural – Foto: Divulgação/FPA

Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados em dezembro de 2023, o projeto de lei (PL 7611/2017) foi relatado pelo ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR). O parlamentar destacou a importância da nova lei, afirmando que o CAR é um dos instrumentos mais avançados hoje para compatibilizar a produção com a preservação ambiental.

“O Cadastro Ambiental Rural é uma das ferramentas mais importantes do mundo em termos de compatibilização da produção agropecuária com os ditames da preservação ecológica. É, certamente, um instrumento que cada vez mais deve ser valorizado”, afirmou Sérgio Souza.

Atualmente, para apurar o valor do ITR, os produtores devem subtrair da área total do imóvel as áreas de preservação ambiental, apresentando essas informações anualmente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do ADA. Esses mesmos dados também são incluídos no CAR, conforme exigência do Código Florestal.

Com a nova lei, essa duplicidade de informações será eliminada, facilitando o processo para os produtores. “Não faz sentido que o produtor rural seja obrigado a continuar realizando anualmente o ADA, uma vez que todas as informações necessárias à apuração do valor tributável do ITR estão à disposição do Ibama e da Receita Federal por meio do CAR”, ressaltou Sérgio Souza.

Fonte: Assessoria FPA
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Governo gaúcho anuncia medidas para atenuar perdas causadas pelas enchentes na cadeia leiteira

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó.

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Foto: Gisele Rosso

O pacote de medidas do Governo do Rio Grande do Sul para reerguer a agricultura gaúcha após a tragédia climática que assolou a produção primária inclui ações específicas destinadas ao setor do leite: bônus de 25% em financiamentos e compra de leite em pó. “Chegam em boa hora e são importantes porque beneficiam o pequeno produtor com subvenção, que é fundamental. Além da compra do leite em pó num volume considerável”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó. A aquisição será feita junto às cooperativas gaúchas que não tenham importado leite, ao longo do ano vigente do programa, para atender mais de 100 mil crianças em municípios com Decreto de Calamidade.

O dirigente, que acompanhou o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, na manhã desta quinta-feira (25/07), lembra que o setor ainda aguarda uma posição sobre a liberação do Fundoleite. “Recentemente, foi solicitado junto à Secretaria Estadual da Fazenda a atualização de saldos. A estimativa é dos valores se aproximem de R$ 40 milhões”, indica Palharini.

Fonte: Assessoria Sindilat-RS
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