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Fundo JBS pela Amazônia apresenta na COP programa de apoio a pequenos produtores na transição para a pecuária de baixo carbono
Programa JUNTOS: Pessoas+Floresta+Pecuária planeja atender mais de 3,5 mil famílias nos estados da Amazônia Legal, a começar pelo Pará, com suporte também em busca do desmatamento zero.
O Fundo JBS pela Amazônia apresentou oficialmente no último domingo (10), na COP, o seu programa JUNTOS: Pessoas + Florestas + Pecuária, iniciativa que integra modelos de negócios escaláveis que geram valor a partir da melhoria do uso da terra e aumento de produtividade, liberando áreas para a recuperação florestal e outras atividades produtivas, garantindo a rastreabilidade e promovendo uma renda digna para as famílias de pequenos produtores de pecuária da Amazônia.
A apresentação, realizada pela diretora de Sustentabilidade da JBS, Liège Correia, ocorreu durante o painel “Como apoiar o Pequeno Produtor numa Transição Justa para uma Agropecuária de Baixo Carbono na Amazônia”, organizado pelo Hub da Amazônia Legal e conduzido pelo secretário adjunto de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Raul Protázio. Também participaram da discussão Leonardo Botelho Ferreira, head de Cooperação Internacional do BNDES; Valmir Ortega, CEO da Rio Capim Agrossilvipastoril; Mariana Pereira, gerente de programas da Fundação Solidariedade; e Petra Tanos, diretora de Engajamento com Setor Privado e Parcerias Estratégicas na Tropical Forest Alliance (TFA).
Ao longo dos próximos dez anos, o Fundo JBS espera destinar R$ 100 milhões ao JUNTOS, alavancando outros capitais entre públicos, privados e doações, que possam fomentar mais de R$ 900 milhões em investimento nos hubs e nas propriedades atendidas.
A primeira etapa da iniciativa favorece a inclusão do produtor de bezerros e garrotes na transição para a pecuária de baixo carbono. A iniciativa estima mais que dobrar a renda do produtor, considerando toda a propriedade. Nas áreas intensificadas, a rentabilidade pode aumentar em até seis vezes. A proposta também prevê uma cadeia rastreada desde a origem e com compliance socioambiental. A ideia é ter hubs de negócios que deem suporte ao pequeno produtor na reforma de pastagem, no acesso a tecnologias para a melhoria de produtividade, por meio de técnicas agrossilvipastoris, suprindo o mercado com um animal de boa qualidade e de baixo carbono.
“Hoje, a estrutura da pecuária no Brasil é um ciclo longo, e você tem muitos intermediários para fazer a rastreabilidade. O pequeno acaba vendendo seus animais de cria para compradores e estes passam para um produtor de cria, que por sua vez passa para um produtor de engorda até chegar na indústria. Então, a ideia é encurtar essa cadeia. Com mais rastreabilidade a gente passa a ter mais controle, e pode retirar da produção aqueles que têm alguma irregularidade no seu processo”, disse Liège Correia.
“É muito comum ouvirmos dos agricultores familiares frases do tipo: nos trouxeram para cá e depois nos viraram as costas. Fato é que hoje 90% das propriedades rurais do Pará, e esse cenário se multiplica pela Amazônia, são de agricultores familiares. E eles retém 50% do rebanho e da pecuária do estado. O contexto é de baixíssima produtividade. Nossa média de produção está em 60 quilos por hectare/ano, quando a média que deveria ser perseguida é de 300 quilos por hectare/ano. Abaixo disso, há quem diga que uma propriedade se torna inviável economicamente”, afirmou Protázio. “Esse, portanto, é o cenário: baixa produtividade, tecnologia, regularização ambiental, fundiária e pouco acesso a crédito”.
“Esse é um problema que deve ter como centro o produtor. Eles devem estar no centro das discussões e das soluções porque é o comportamento deles que estamos tentando mudar e eles é que podem aplicar soluções para reduzir emissões, para aplicar agricultura regenerativa e diminuir o desmatamento, no caso da produção de gado no Brasil”, afirmou a representante da Tropical Forest Alliance (TFA), Petra Tanos. “Não acho que eles querem destruir a natureza, eles só querem prover um meio de vida para suas famílias. Projetos que fazem isso acontecer são os que vão ter sucesso. Estamos falando de uma quantidade enorme de produtores e como podemos escalar essas soluções e ferramentas? Para isso é necessário ter uma abordagem de todo o setor. Uma empresa individualmente pode fazer muito, mas os atores da cadeia de fornecimento têm que vir para a discussão”, afirmou Tanos.
A questão do acesso ao crédito pela agricultura familiar foi um dos destaques da apresentação Leonardo Botelho Ferreira, head de Cooperação Internacional do BNDES. “A Amazônia tem diversos tipos de empreendimentos e cada um deles precisa de um tipo de financiamento. Nesse sentido, o BNDES pretende criar diferentes produtos. Nós já conseguimos praticamente dobrar os recursos do banco para projetos ligados à agricultura familiar. Isso representa um salto de R$ 5,7 bilhões no período 2022/2023 para R$11,6 bilhões em 2023/2024”, afirmou.
Na ocasião, Liège Correa também detalhou outras iniciativas do Fundo JBS para avançar na região. “Nosso objetivo é desenvolver a economia sustentável no bioma Amazônia. Então, o Fundo JBS parte de três pilares: bioeconomia, o das cadeias produtivas e o da ciência e tecnologia. A entidade já tem algumas frentes de atuação e já investiu, nos últimos três anos, R$ 73 milhões, beneficiando mais de cinco mil famílias com mais de 20 projetos apoiados. Algumas das iniciativas não estão relacionadas à pecuária, como por exemplo aquelas que atuam junto às cadeias de pirarucu, açaí, cacau, justamente para promover o desenvolvimento da economia do bioma”, afirmou a executiva.
“Outro projeto apoiado pelo Fundo JBS é o RestaurAmazônia, que já tem 1.500 famílias assistidas hoje com SAF de cacau e pecuária, fazendo a recuperação de pastagens degradadas”, disse Correia. A iniciativa promove a agricultura de baixo carbono com a implantação de agroflorestas – tendo o cacau como carro-chefe –, aliada à pecuária sustentável e à conservação florestal na região da Transamazônica paraense. O projeto oferece assistência técnica para que os agricultores familiares da região tenham acesso a novas tecnologias e a boas práticas, além de investir na incubação do negócio em cooperativas da região.
Segundo Liège Correia, a JBS pretende agora expandir esse modelo e adicionar o módulo de rastreabilidade individual. “A gente sabe que tem esse desafio de produção de floresta, mas é muito importante levar em consideração as pessoas. Quando a gente fala em agricultura, em pecuária familiar, a gente tem que pensar nessas famílias que estão no campo. A outra parte do que a gente quer levar para pecuária do Pará é o projeto de rastreabilidade individual que se conecta muito com a estratégia do governo estadual”, afirmou. Na penúltima sexta-feira (01/12), a Companhia anunciou sua adesão à Plataforma Territórios Sustentáveis, por meio do qual o governo do Pará está reunindo esforços para alcançar a meta acordada de produzir 140 mil hectares de agricultura e pecuária regenerativas no estado até 2025.
Investimentos em pesquisa e avanço técnico no campo
Durante o domingo (10), a diretora de Sustentabilidade da JBS, Liège Correia, também participou do painel “Diálogos de Produção Sustentável: Revelando Práticas Sustentáveis e os casos de sucesso em Carne Bovina e Algodão”, em que apontou que uma das frentes com maior oportunidade de avançar na pecuária de baixo carbono no Brasil é no investimento em ciência e em pesquisas.
“O Brasil tem uma grande oportunidade de avançar com a ciência para ter seus próprios dados de emissões e pesquisas próprias, pensando nas condições de produção aqui dentro do país. Porque a dinâmica da pecuária tropical é muito diferente daquela de fazendas nos Estados Unidos ou na Europa. E, nessa frente, temos trabalhado, em relação à agricultura regenerativa, um ponto importante, que é o pasto. Ele nunca tinha sido tratado como agricultura, sempre foi uma coisa muito marginal, mas hoje a pecuária já é considerada uma terceira safra, com a integração lavoura-pecuária-floresta. Então agora a pecuária vem como oportunidade de produzir mais em uma mesma área, sem necessidade de abrir novos pastos, complementando o uso de uma safra, por exemplo”, afirma.
A Companhia vem investindo em importantes frentes de pesquisa, como as de captura de carbono das pastagens por meio de pastos bem manejados, assim como outras iniciativas buscando a sustentabilidade agropecuária, como a adoção de aditivos alimentares para redução do metano entérico dos animais e a utilização do metano biogênico como combustível. Correia aponta também para oportunidades ainda mais avançadas de circularidade, como a de pesquisas de aplicação no solo do líquido ruminal gerado pelo animal enquanto ele pasteja, visando a agricultura regenerativa.
A executiva da JBS apontou a necessidade de que essas soluções de aumento de produtividade cheguem de fato aos produtores. A Companhia vem fazendo isso tanto por meio de iniciativas como seus Escritórios Verdes, que levam assistência técnica gratuita para produtores de todo o Brasil, quanto por meio de iniciativas do Fundo JBS pela Amazônia, fundado há três anos.
Sobre o Fundo JBS pela Amazônia
O Fundo JBS pela Amazônia é uma organização sem fins lucrativos criada em 2020 para recuperar áreas degradadas e apoiar modelos inclusivos e rentáveis que gerem valor para a floresta em pé. Para alcançar esses resultados, o Fundo trabalha dentro de três grandes eixos de atuação: Cadeias Produtivas em Áreas Abertas, Bioeconomia e Ciência e Tecnologia. Juntos eles alavancam e potencializam a produtividade em áreas degradadas e fortalecem o ecossistema de negócios gerados em torno da floresta em pé. O eixo Ciência e Tecnologia é transversal, e apoia soluções disruptivas e estruturantes capazes de agregar valor aos produtos das florestas e desenvolver conectividade, mobilidade e energia renováveis.
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Falta de chuva preocupa; cotações da soja têm novos aumentos
Paridade de exportação indica, ainda, valores maiores para o próximo mês, o que reforça a resistência dos sojicultores em negociar grandes quantidades no curto prazo.
A falta de chuva nas principais regiões produtoras de soja no Brasil vem deixando agentes em alerta, visto que esse cenário pode atrasar o início da semeadura na temporada 2024/25.
Segundo pesquisas do Cepea, nesse cenário, vendedores restringem o volume ofertado no spot nacional, ao passo que consumidores domésticos e internacionais disputam a aquisição de novos lotes.
Com a demanda superando a oferta, os prêmios de exportação e os preços domésticos seguem em alta, também conforme levantamentos do Cepea.
A paridade de exportação indica, ainda, valores maiores para o próximo mês, o que reforça a resistência dos sojicultores em negociar grandes quantidades no curto prazo.
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Exportação de ovos cai 42% em um ano e processados têm menor participação desde dezembro de 2022
De acordo com dados da Secex, o Brasil exportou 1,239 mil toneladas de ovos in natura e processados em agosto, quantidade 4,7% menor que a de julho e 42% inferior à de agosto de 2023.
As exportações brasileiras de ovos comerciais recuaram pelo segundo mês consecutivo, refletindo a diminuição nos embarques de produtos processados, como ovalbumina e ovos secos/cozidos.
De acordo com dados da Secex, compilados e analisados pelo Cepea, o Brasil exportou 1,239 mil toneladas de ovos in natura e processados em agosto, quantidade 4,7% menor que a de julho e 42% inferior à de agosto de 2023.
Das vendas externas registradas no último mês, apenas 24,6% (o equivalente a 305 toneladas) corresponderam a produtos processados, a menor participação dessa categoria desde dezembro de 2022, também conforme a Secex.
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Preços do milho seguem em alta no Brasil
Atentos às recentes valorizações externa e interna e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão do Brasil, vendedores vêm limitando o volume ofertado.
Levantamentos do Cepea mostram que os preços do milho seguem em alta no mercado doméstico.
Segundo pesquisadores deste Centro, atentos às recentes valorizações externa e interna e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão do Brasil, vendedores vêm limitando o volume ofertado.
Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea explicam que a procura internacional pelo milho brasileiro tem se aquecido, sustentada pela maior paridade de exportação.
Compradores internos também têm retomado as negociações, seja para recompor estoques e/ou por temerem novas valorizações nos próximos dias.
Quanto aos embarques, em agosto, somaram 6,06 milhões de toneladas do cereal, praticamente o dobro das 3,55 milhões escoadas em julho, mas ainda 35% inferiores aos de agosto de 2023, conforme dados Secex.