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Focos de ferrugem-asiática no Sul de Mato Grosso acendem alerta
Fundação MT confirma detecção da doença em lavouras comerciais de Itiquira e pede que a classe produtora e profissionais do setor fiquem ainda mais atentos a partir de agora
Já é sabido que a Ferrugem-asiática tem um grande potencial de dano na produção da soja. Mas, a cada ano, sua incidência vinha ocorrendo apenas em sojas plantadas tardiamente e sendo pouco preocupante. A Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT), acaba de confirmar por meio do seu Laboratório de Fitopatologia, mais focos da doença em lavoura comercial, safra 2022/2023, desta vez no Sul do Estado, em Itiquira.
Os dados já foram inseridos no site do Consórcio Anti-ferrugem. Outros casos já foram detectados antes em Mato Grosso, em dezembro do ano passado, na cidade de Campo Verde, identificado pelo Grupo Bom Futuro e confirmado pela Fundação MT, mas o que chamou a atenção da instituição e de seus pesquisadores é a severidade observada desta vez em áreas plantadas no início da janela de semeadura. “Outro detalhe muito importante é que encontramos foco da doença em soja plantada na primeira quinzena de outubro. Nessa região temos ainda soja semeada na segunda quinzena de outubro e novembro. Ou seja, soja um mês mais nova do que a lavoura que confirmamos a Ferrugem”, explica Mônica Müller, doutora e pesquisadora de Fitopatologia e Biológicos da Fundação MT.
A preocupação, segundo ela, é que essa soja plantada mais tardiamente vai receber uma pressão da doença muito maior. “Historicamente encontramos focos nesse município, mas em semeaduras mais tardias, ou seja, da segunda quinzena de outubro e primeira de novembro”, completa.
A alta ocorrência de chuvas é o principal motivo que levou a soja mais nova a já estar infectada, já que este cenário é extremamente propício à doença. “Viemos de um período anterior mais seco, em que o produtor controlava melhor a sanidade da lavoura, e logo depois passamos para grande volume de precipitações”, diz a pesquisadora.
Outro problema trazido pelo excesso de chuvas é a eficácia dos fungicidas para o controle da Ferrugem-asiática, que com a água em grande quantidade pode ser mais facilmente “lavado” e não alcançar o objetivo. “Com período chuvoso é mais difícil até para o produtor entrar na lavoura com maquinário, encontrando um recesso das chuvas, com tempo mais seco, sem vento, para fazer a aplicação correta do produto”, salienta a pesquisadora.
Orientações importantes
Encontrei Ferrugem-asiática na lavoura, e agora? A primeira orientação é para que o agricultor não deixe de fazer nenhuma aplicação de fungicida, mantenha todas as aplicações programadas, e se necessário adicione uma aplicação, fazendo assim uma cobertura até o final do ciclo da soja.
Outro ponto importante é o cuidado com a fitotoxidez. É preciso cautela com as misturas que serão feitas, já que a soja está em um momento mais sensível. “Vale ressaltar que não recomendamos começar agora aplicações sequenciais com uma carga grande de produto em intervalos pequenos, de três, cinco ou sete dias. O fungicida vai funcionar preventivamente, na maior parte dos casos, então a aplicação é feita para evitar novas infecções da doença e intervalos de aplicação muito curtos podem gerar uma sobrecarga de produto na planta”, aponta a fitopatologista.
Colheita pode piorar a situação
As chuvas continuam no Sul de Mato Grosso e Mônica lembra que a doença consegue fazer um novo ciclo em sete dias, e assim liberar novos esporos e além disso, coincidindo com o período de início de colheita na região. “Parte dos produtores deve intensificar a colheita nos próximos dias, no final do mês, e com isso a doença vai se disseminar muito mais facilmente. A ferrugem presente nessas lavouras, com o vento, vai acabar se deslocando para áreas próximas, aumentando os inóculos em áreas que foram semeadas no final de outubro e novembro. Então agora é hora de ter cautela e ficar ainda mais em alerta”, reforça.
A Fundação MT através da equipe de Fitopatologia e Biológicos, composta por Mônica Müller, Karla Kudlawiec e João Paulo Ascari, acompanham de perto o cenário e trazem notícias atualizadas nos eventos da Fundação MT e rede sociais, entre em contato.
Fundação MT: Criada em 1993, a instituição tem um importante papel no desenvolvimento da agricultura, servindo de suporte ao meio agrícola na missão de prover informação técnica, imparcial e confiável que oriente a tomada de decisão do produtor. A sede está situada em Rondonópolis-MT, contando com três laboratórios e casas de vegetação, seis Centros de Aprendizagem e Difusão (CAD) distribuídos pelo Estado nos municípios de Sapezal, Sorriso, Nova Mutum, Itiquira, Primavera do Leste com ponto de apoio em Campo Verde e Serra da Petrovina em Pedra Preta. Para mais informações acesse www.fundacaomt.com.br e baixe o aplicativo da instituição.
Notícias Na cidade de São Roque
Fiscalização do Ministério da Agricultura fecha fábrica clandestina de fertilizantes em São Paulo
Empresa atuava sem registro junto ao Ministério, podendo causar prejuízo aos agricultores. 52,5 toneladas foram apreendidas.
Fiscais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) fecharam uma fábrica clandestina de fertilizantes em São Roque, no interior de São Paulo. A operação ocorreu nos dias 8 e 9 de outubro, com a participação de fiscais da regional de Araraquara. A denúncia foi recebida pela equipe por meio da Ouvidoria do Ministério.
A fábrica não possuía registro de estabelecimento nem de produtos junto ao Mapa, não tinha licença ambiental para operar e não possuía equipamentos adequados para a produção de fertilizantes minerais mistos.
Diante dessas irregularidades, a fiscalização apreendeu 40 toneladas de fertilizantes a granel, usados como matéria-prima, 500 sacas de 25 quilos de produtos já embalados e prontos para comercialização, além de todo o estoque de embalagens e rótulos. A empresa foi interditada e tem um prazo de 30 dias para regularizar sua situação junto aos órgãos competentes.
De acordo com os fiscais do Mapa, além de embalar fertilizantes sem a devida habilitação, havia indícios de fraude, pois as embalagens indicavam se tratar de fertilizantes minerais mistos, quando, na realidade, o produto apreendido era fertilizante mineral simples.
Fertilizantes produzidos sem registro junto ao Mapa não são confiáveis e podem causar prejuízos aos agricultores por apresentarem formulações desequilibradas. Seu uso, como consequência, provoca desequilíbrio fisiológico das plantas. O fato de não ter licença ambiental também indica que a produção pode causar danos ao meio ambiente.
Os fiscais envolvidos com a ação se basearam na lei n. 14.515/22, no decreto federal 4.954/2004, alterado pelo decreto federal 8.384/2014, que regulamenta a lei 6.894 de 15 de dezembro de 1980, além da respectiva legislação complementar.
A Ouvidoria do Mapa funciona por meio da plataforma Fala BR, encontrada no site do Ministério. É um instrumento criado pela Controladoria Geral da União que serve para os clientes do Mapa fazerem denúncias, elogios, solicitações ou enviar sugestões – de forma anônima ou não. Essa ferramenta auxilia muito as ações de fiscalização.
Notícias
Colheita do trigo no Rio Grande do Sul deve superar 4 milhões de toneladas
Com esse clima de otimismo, a Colheita do Trigo foi aberta oficialmente no último sábado (12) no município de Cruz Alta.
A expectativa para a safra 2023/2024 de trigo é de 4,2 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul, em uma área plantada de 1,3 milhão de hectares. Com esse clima de otimismo, a Colheita do Trigo foi aberta oficialmente no último sábado (12) no município de Cruz Alta. O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Clair Kuhn, esteve presente no ato, representando o governador Eduardo Leite.
O trigo é tradicionalmente a cultura de inverno mais semeada no Rio Grande do Sul. Em 2022, o Estado foi o maior produtor do Brasil, com uma produção histórica de 5,7 milhões de toneladas. Em 2023, o estado do Paraná, com 3,6 milhões de toneladas, superou a produção gaúcha de apenas 2,9 milhões de toneladas, devido ao clima adverso enfrentado no solo gaúcho.
O secretário da Agricultura destacou que Cruz Alta é um grande cenário da triticultura do Estado, com a Fenatrigo sendo realizada no município, e se destaca na produção do cereal. “Ano passado o plantio do trigo apresentou algumas dificuldades, depois de uma grande safra em 2022, e agora espera-se novamente uma boa safra com mais de 4 milhões de toneladas. O trigo é, numa rotação de cultura e plantio de inverno, o cereal mais plantado no Rio Grande do Sul”, afirmou.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo), a moagem no Rio Grande do Sul chegou a 2,17 milhões de toneladas no ano de 2023 em 38 moinhos ativos (17% da moagem nacional).
A prefeita de Cruz Alta, Paula Librelotto, destacou o compromisso da gestão municipal com os produtores rurais. “Nosso papel é não atrapalhar quem produz e buscando melhorar as estradas rurais e a segurança rural. Seguiremos na defesa do que é mais precioso, que são as pessoas. Afinal, a comida que está na mesa da cidade vem das mãos de uma família do campo, que é forte e resiliente”, ressaltou.
Notícias Em São Paulo
Safra de trigo paulista será conhecida em última reunião da Câmara Setorial
Números da produção no estado serão apresentados no dia 17 de outubro, em Itaberá.
O setor triticultor paulista volta a se reunir no dia 17 de outubro, na cidade de Itaberá (SP) para conhecer os números da safra de trigo do estado na última reunião da Câmara Setorial de São Paulo. O evento será híbrido, com transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo) e o presencial na Cooperativa Castrolanda – Entreposto Itaberá I, às 10h.
Segundo o presidente da Câmara, Nelson Montagna a colheita nos campos do estado já está quase finalizada e, com isso, os números do trigo paulista já estão mais definidos. “Até o momento, estamos com mais de 90% da colheita realizada, o que indica que a safra está praticamente concluída. Embora o início do plantio tenha sido marcado por dificuldades climáticas, como a seca entre abril e maio, o clima se estabilizou posteriormente, sem geadas ou chuvas excessivas, permitindo a normalização da safra”, afirma.
O volume de produção paulista será conhecido a partir do reporte das cooperativas do estado, que apresentaram os números registrados neste ano. Além disso, a reunião também contará com a apresentação do Risk Management Consultant de Trigo na StoneX Brasil, Jonathan Pinheiro, que apresentará a conjuntura mundial e nacional do trigo, além do representante da Cooperativa Castrolanda, Joany A. Simão, que falará da metodologia no beneficiamento de trigo. Montagna também fará uma breve apresentação dos resultados da pesquisa do volume e qualidade do trigo paulista.
“Esperamos uma safra maior do que a projetada na última reunião, quando ainda não tínhamos a certeza quanto ao desenvolvimento das lavouras e o comportamento do clima ao longo do ano. São Paulo tem um potencial muito positivo que indica o crescimento constante da produção do trigo. Essas reuniões auxiliam o setor como um todo a debater os desafios e, juntos, pensar em melhorias e oportunidades para garantir esse desenvolvimento”, finaliza Montagna.