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Notícias Programa Sentinela em ação

Fiscais agropecuários iniciam operação conjunta para combater práticas ilegais na fronteira do Rio Grande do Sul

Objetivo do Programa Sentinela é intensificar as atividades de saúde animal na zona de fronteira internacional com o Uruguai e Argentina.

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O dia de trabalho de fiscais estaduais agropecuários que integram o Programa Sentinela, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul, começa antes de o sol nascer e termina depois que o sol se põe. Na maioria das vezes. Na última quarta-feira (14), antes das 07 horas, equipes da Seapi, do Esquadrão Rural da Brigada Militar e da Polícia Civil, que atuam de forma conjunta, reuniram-se e traçaram estratégias para dar andamento a uma denúncia de produtores rurais que plantam soja sobre gado ilegal pastando em 300 hectares de sua propriedade, na localidade de Itaquatiá, em Santana do Livramento, região da Campanha do Rio Grande do Sul e fronteira com o Uruguai.

O escrivão da Polícia Civil, Paulo de Castro, que atua no Núcleo Especializado na Repressão aos Crimes Rurais de Abigeato, contou que receberam a denúncia dos granjeiros (que possuem áreas próprias e arrendadas). “A partir daí, solicitamos apoio da Inspetoria do município”. Segundo ele, nessa área é comum ter ocorrência de furto de animais, ou abigeato. “Como o Programa Sentinela já estava programado para atuar na região por esses dias, a Inspetoria organizou a ação conjunta com a BM e a Polícia Civil”, disse o médico-veterinário e fiscal estadual agropecuário Aurélio Vieira, que atua na Inspetoria de Defesa Agropecuária de Santana do Livramento e integra uma das equipes do Bloco B do Sentinela, a B1.

Fotos: Fernando Dias/Seapi

Ele explicou que o Programa é dividido em quatro blocos de atuação: A, B, C e D. “O bloco A vai do Chuí até Dom Pedrito; o B, de Santana do Livramento até Uruguaiana; o C, de Alegrete até Garruchos; e o D, de São Nicolau até Derrubadas. Cada bloco tem três equipes”, especificou. “Aqui estamos no Bloco B, que contempla os municípios de Santana do Livramento, Quaraí, Uruguaiana e Barra do Quaraí”. De acordo com Vieira, o período de atuação é normalmente de uma semana, e uma das sistemáticas do programa é que os servidores atuem em localidades diferentes das deles, por uma questão de segurança.

Operação

Às 08 horas, partiu o comboio de cinco viaturas, mais um caminhão da Seapi levando seis cavalos da BM para participarem da operação. Vinte servidores das três instituições percorreram 40 quilômetros pela Estrada da Linha (de chão), que divide o Brasil do Uruguai. Depois de cerca de mais de uma hora, chegaram ao destino e iniciaram a busca pelo gado invasor. Quando encontrado, alguns integrantes da BM montaram em seus cavalos e foram recolher os 220 bovinos e os 8 equinos irregulares.

Após, os animais foram colocados na mangueira para serem resenhados (identificados). “Equipes da Secretaria verificaram a idade, a marca e o sinal de cada um para saber quem são os verdadeiros donos”, explicou o 2º sargento da Patrulha Rural da Brigada Militar, Fabrício dos Santos Madeira. “No caso, eles foram identificados como sendo de produtores vizinhos, não se configurando fruto de abigeato”, pontuou Madeira.

“Aqui identificamos que não havia animais sem origem”, reiterou o médico veterinário e fiscal estadual agropecuário Francisco Coelho, responsável pela equipe B2 do Programa Sentinela.  “São animais que quatro produtores diferentes colocaram dentro da propriedade dos agricultores de soja sem autorização”, destacou Coelho.

“Esse deslocamento foi efetuado sem a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA). E o que isso acarreta? Um auto de infração, porque não pode haver esse movimento de animais de unidades epidemiológicas (propriedades rurais) sem a emissão da guia, que é o documento zoossanitário que autoriza esse trânsito”, esclareceu o fiscal.

Conforme Coelho, essa informação é importantíssima para o Estado, que hoje é zona livre de febre aftosa sem vacinação. “Nas inspetorias, temos que ter a nítida informação de onde estão os animais, quantos são em cada propriedade, para, caso tenhamos um foco de qualquer doença, possamos agir rapidamente”.

A operação durou o dia todo, com a companhia do vento Minuano, que “soprava” sem parar. “Mas podia ter durado mais dias até”, alertou Coelho. Segundo ele, se os animais fossem fruto de abigeato e não tivessem sido identificados, a legislação manda aguardar três dias (72 horas), e, caso não apareçam os responsáveis, eles são encaminhados para o abate sanitário em um frigorífico de inspeção oficial, e a carne é doada a entidades assistenciais. “Os animais sem origem são abatidos porque podem trazer riscos sanitários para o rebanho do Rio Grande do Sul. Temos que ter cuidado, principalmente agora, devido ao novo status sanitário do Estado”, afirmou Coelho, ampliando: “E aqui estamos em uma linha de fronteira, podendo ser até animais contrabandeados, o que requer mais atenção para não trazer doenças para os nossos rebanhos”.

E o saldo da operação? Foram aplicados quatro autos de infração, que podem gerar multas. “Esses autos substituem a GTA, e eles podem voltar para suas propriedades, o que é chamado de retorno à origem. A situação toda é acompanhada pelas forças policiais”, pontuou Coelho. Segundo ele, a região possui várias pequenas propriedades. “Nessa que foi invadida, existe plantação de soja e, nessa época que ela já foi colhida, há pastagem em abundância. Por isso, os produtores, que são vizinhos de cerca de três quilômetros, resolveram colocar os animais aqui sem autorização dos proprietários, ressalta.

Final do dia e operação concluída, as equipes iniciaram o caminho de volta ao centro de Santana do Livramento. Fim de expediente? Ainda não. No caminho, encontraram e abordaram, já à noite, um caminhão que transportava 43 terneiros, para verificar se a GTA e a nota fiscal estavam regulares. Não estavam. “A rota e a GTA estavam destinadas a uma propriedade no Sarandi, próximo da divisa com Quaraí, e o caminhão estava indo para o lado oposto, na divisa de Dom Pedrito. O que caracterizou um trânsito sem GTA. Então foi emitido um auto de infração, que pode gerar uma multa. Por entendermos que não havia risco sanitário, o veículo foi liberado para seguir viagem”, esclareceu Coelho.

Sobre o sentinela

Segundo o coordenador do Programa, Francisco Lopes, o Sentinela foi instituído em julho de 2020 como uma importante ferramenta em substituição à vacinação para febre aftosa, com o objetivo de intensificar as atividades de saúde animal na zona de fronteira internacional com o Uruguai e Argentina. “O método de atuação foi baseado no planejamento estratégico e na ação volante das equipes do Sentinela em toda a região, realizando ações de fiscalização em propriedades rurais, fiscalização de trânsito, utilização de drones e, quando possível, fiscalização embarcada”, destacou. “Além da realização de análises do Sistema de Defesa Agropecuária, aliada à tecnologia de análises de rede disponível através de um convênio entre o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) e a Universidade Estadual da Carolina do Norte (NCSU) desde 2020”.

De acordo com Lopes, os resultados foram visíveis já nos dois primeiros anos de atuação. Desde então, o Programa Sentinela ganhou destaque nacional junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que hoje “propagandeia” o Programa a outros Serviços Veterinários Estaduais da União para servir de referência. “Possibilitou em grande peso a evolução do status sanitário do Estado como livre de febre aftosa sem vacinação, reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal, o que gerou a possibilidade de grandes aberturas de mercados”, disse.

“Entre as recentes, podemos citar a Missão Internacional do Chile, que esteve no Estado em dezembro de 2022, para avaliar como um todo o Serviço Veterinário Oficial do RS, assim como de outras unidades da federação”, destacou o coordenador. “A Missão reconheceu o Estado do RS como área livre de febre aftosa sem vacinação para comercialização com o Chile (um grande player de mercado). No anexo do informe de reconhecimento, é citado o Programa Sentinela como destaque às estratégias de mitigação de ingresso e controle de fronteira”, afirmou Lopes com orgulho.

Fonte: Assessoria Seapi
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ABCS reforça práticas de bem-estar animal realizadas pelos produtores e agroindústrias

Prática foi ressaltada durante Audiência Pública na Câmara dos Deputados.

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Foto: Shutterstock

A diretora técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Charli Ludtke participou, na (30) de Audiência Pública na Câmara dos Deputados e solicitada pelos deputados Marcelo Queiroz (Progressistas/RJ) e Aureo Ribeiro (Solidariedade/RJ) com o objetivo de promover o bem-estar na suinocultura, uso prudente de antimicrobianos e de reforçar a transparência no atendimento dos requisitos de bem-estar animal (BEA). Na oportunidade, também foi apresentado a 4ª edição do relatório Observatório Suíno. O Relatório é uma iniciativa da ONG Alianima, que estruturou o Observatório Animal para o acompanhamento de políticas de boas práticas nas agroindústrias de suínos, dando transparência aos compromissos públicos assumidos pelas principais empresas do país.

Para a diretora técnica da ABCS, a Audiência é uma forma de unir os debates e informações dos diversos atores institucionais que atuam em prol do bem estar animal, como o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ONGs e demais instituições que representam o segmento da suinocultura. “O bem estar animal e o uso prudente aos antimicrobianos são pautas fundamentais no segmento da suinocultura, e devem ser tratados integrando a saúde única, e visando cada vez mais promover um melhor grau de BEA nas criações e nos procedimentos relacionados ao abate dos animais”, disse Charli Ludtke. Ela também reforçou a necessidade de se trabalhar o conceito de bem estar junto a políticas de créditos. “É essencial ter incentivos subsidiados que possam auxiliar o produtor a investir nas adequações, já que o suinocultor tem aceitado e apoiado a adoção das boas práticas de produção”.

Na ocasião, a diretora explicou o trabalho desenvolvido pela a ABCS, que atua em sinergia com as normas estabelecidas pelo MAPA. “Capacitar e auxiliar os nossos produtores e agroindústrias a implementar as diretrizes estabelecidas pelo MAPA é fundamental. Principalmente para simplificar e obter maior adoção quanto a importância de se adequar às exigências do uso prudente dos antimicrobianos e o bem estar animal”. Charli ainda reforçou o conceito de Saúde Única e como a ABCS vem trabalhando o tema para auxiliar o produtor nessa evolução e adequação. “Assegurar o bem-estar é agregar valor à produção, e contribuir para uma suinocultura mais sustentável, priorizando apoio para a transição e buscando políticas de crédito, e tempo de adequação para as normas”, disse Charli.

Para o Consultor da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, Iuri Pinheiro Machado,a suinocultura é a única cadeia que que já tem uma norma sobre o tema (Instrução Normativa 113 de 2020), e por isso ela está a frente de outros setores. “A IN 113 mostra a evolução do setor produtivo de suínos, que absorveu bem o conceito de saúde única e da evolução no bem-estar animal apesar das dificuldades econômicas diante das últimas crises”.

Ainda participaram da Audiência: Valéria Stacchini Ferreira Homem – Coordenadora de Saúde Única e Boas Práticas (CSBP) do Ministério da Agricultura e Pecuária; Vanessa Negrini – Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais (DPDA) do Ministério do Meio Ambiente; Denizard André de Abreu Delfino – Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde; Patrycia Sato – Presidente e Diretora Técnica da Organização de Proteção dos Animais– Alianima.

Fonte: Assessoria ABCS
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Confira como será o clima no Brasil em dezembro

Segundo o Inmet, o mês será marcado por volumes mais regulares na parte central do país, continuidade das chuvas na Região Sul e, na Região Nordeste e parte da Região Norte, volumes abaixo da média histórica.

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Foto: Divulgação/Mapa

Em dezembro, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de chuvas próximas ou abaixo da climatologia do mês em áreas da Região Norte, como o oeste do Amazonas, leste do Pará e Tocantins e grande parte da Região Nordeste (tons em cinza, amarelo e laranja – figura 1a), com volumes previstos inferiores a 200 milímetros (mm). Já a parte leste da Região Nordeste, ainda estará em seu período seco e é normal que os acumulados de chuva não ultrapassem os 100 mm.

Em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão indica chuvas acima da média e chuvas mais regulares (tons em azul – figura 1a), com volumes que podem superar os 300 mm em áreas de Mato Grosso, Goiás, centro-sul de Minas Gerais, nordeste de São Paulo e sul do Rio de Janeiro. No norte dos estados de Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo, as chuvas previstas poderão ser abaixo da média, com volumes inferiores a 200 mm.

Para a Região Sul, ainda são previstas chuvas acima da média nos estados do Paraná e Santa Catarina (tons em azul – figura 1a), onde são previstos volumes acima de 180 mm. Volumes inferiores, são previstos para o centro-sul do Rio Grande do Sul, onde as chuvas devem ser próximas ou ligeiramente abaixo da média.

O prognóstico climático do Inmet para o mês de dezembro de 2023 e seu possível impacto na safra 2023/24 para as diferentes regiões produtoras indica que em áreas do Matopiba (região que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), os baixos volumes de chuva previstos ainda manterão os níveis de água no solo baixos, exceto em áreas do sul de Tocantins e extremo sudoeste da Bahia, onde haverá uma ligeira recuperação da umidade no solo. Essa condição poderá impactar a evolução do plantio e desenvolvimento inicial dos cultivos de primeira safra que já estão em andamento.

Em grande parte do Brasil Central, o retorno gradual das chuvas está sendo importante para a recuperação do armazenamento de água no solo, especialmente em áreas do norte de Mato Grosso e sul de Goiás. No geral, a umidade no solo será favorável para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, exceto em áreas do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, bem como no noroeste do Mato Grosso do Sul e sudoeste de Mato Grosso, onde os níveis de umidade poderão ser mais baixos.

Na Região Sul, os níveis de água no solo podem continuar elevados e beneficiar as fases iniciais dos cultivos de primeira safra. Contudo, em algumas áreas o excesso de chuvas poderá resultar em excedente hídrico e encharcamento do solo, impactando a colheita dos cultivos de inverno e impedir o avanço da semeadura dos cultivos de primeira safra.

Temperatura

A previsão também indica que as temperaturas que deverão ser acima da média em grande parte do País (tons em amarelo e laranja – figura 1b), principalmente no leste da Região Norte e grande parte da Região Nordeste, onde as temperaturas médias podem superar 28ºC. Ressalta-se que, a ocorrência de dias consecutivos com chuva sobre o oeste da Regiões Sul, poderá amenizar as temperaturas, chegando a valores inferiores a 24°C.

Fonte: Assessoria Mapa
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Balança comercial tem superávit recorde de US$ 8,776 bi em novembro

Safra recorde de soja e queda nas importações puxaram resultado.

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Foto: Claudio Neves

Beneficiada pela queda nas importações de combustíveis e compostos químicos e pela safra recorde de soja, a balança comercial – diferença entre exportações e importações – fechou novembro com superávit de US$ 8,776 bilhões, divulgou nesta sexta-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado é o melhor para meses de novembro e representa alta de 41,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, pelo critério da média diária.

Com o resultado de novembro, a balança comercial acumula superávit de US$ 89,285 bilhões em 2023, maior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989. Desde agosto, o saldo positivo acumulado supera o superávit comercial recorde de US$ 61,525 bilhões de todo o ano passado.

Em relação ao resultado mensal, as exportações ficaram estáveis, enquanto as importações despencaram em novembro. No mês passado, o Brasil vendeu US$ 27,82 bilhões para o exterior, alta de 0,6% em relação ao mesmo mês de 2022 pelo critério da média diária. As compras do exterior somaram US$ 19,044 bilhões, recuo de 11,2% pelo mesmo critério.

Do lado das exportações, a safra recorde de grãos e a recuperação do preço do minério de ferro compensaram a queda internacional no preço de algumas commodities (bens primários com cotação internacional). Do lado das importações, o recuo no preço do petróleo, de derivados e de compostos químicos foi o principal responsável pela retração.

Após baterem recorde no primeiro semestre do ano passado, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuaram nos últimos meses. Apesar da subida do petróleo e de outros produtos em novembro, os valores continuam inferiores aos do mesmo mês do ano passado.

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 5,1%, enquanto os preços caíram 4% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada caiu 1,8%, e os preços médios recuaram 9%.

Setores

No setor agropecuário, a safra recorde de grãos pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas subiu 46,6% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2022, enquanto o preço médio caiu 15,2%. Na indústria de transformação, a quantidade subiu 5%, com o preço médio recuando 2,2%. Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada caiu 6,5%, enquanto os preços médios caíram 0,7%.

Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram soja (+76%); frutas e nozes não oleaginosas (+81,6%) e animais vivos, exceto pescados ou crustáceos (+12,2%). Em valores absolutos, o destaque positivo é a soja, cujas exportações subiram US$ 1,178 bilhão em relação a novembro do ano passado. A safra recorde fez o volume de embarques de soja aumentar 105,8%, mesmo com o preço médio caindo 14,5%.

Na indústria extrativa, as principais altas foram registradas em minérios de ferro e concentrados (+27,5%) e pedra, areia e cascalho (+37,7%). No caso do ferro, a quantidade exportada aumentou 5,6%, e o preço médio subiu 20,7%, puxados principalmente pelos estímulos para a economia chinesa.

Quanto aos óleos brutos de petróleo, também classificados dentro da indústria extrativa, as exportações caíram 7,4%. Os preços médios recuaram 8,2% em relação a novembro do ano passado, enquanto a quantidade embarcada aumentou apenas 0,9%.

Na indústria de transformação, as maiores altas ocorreram em açúcares e melaços (+36,8%), farelos de soja (+15,3%) e carne bovina (+11%). A crise econômica na Argentina, principal destino das manufaturas brasileiras, também interferiu no recuo das exportações dessa categoria.

Entre os importados, os produtos que tiveram os maiores recuos foram trigo e centeio não moídos (-30,3%); milho não moído, exceto milho doce (-40,1%) e látex e borracha natural (-60,6%), na agropecuária; óleos brutos de petróleo (-35,4%) e gás natural (-11,4%), na indústria extrativa; e compostos organoinorgânicos (-46,9%) e válvulas e tubos termiônicos (-25,4%), na indústria de transformação.

Quanto aos fertilizantes, cujas compras do exterior ainda são impactadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia, as importações subiram 2,7% na comparação com novembro do ano passado. No entanto, o crescimento seria maior não fosse a diminuição de 37,7% nos preços. A quantidade importada subiu 64,7%.

Estimativa

Apesar da desvalorização das commodities, o governo prevê saldo positivo recorde de US$ 93 bilhões, contra projeção anterior de US$ 84,7 bilhões, feita em julho.

Segundo o MDIC, as exportações ficarão estáveis em 2023, subindo apenas 0,02% e encerrando o ano em US$ 334,2 bilhões. As estimativas são atualizadas a cada três meses. As importações recuarão 11,5% e fecharão o ano em US$ 241,1 bilhões.

As previsões estão um pouco mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 83,05 bilhões neste ano.

Fonte: Agência Brasil
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