Bovinos / Grãos / Máquinas
Exportações de soja crescem 39,4% desde abril de 2015
Segundo a CNA, exportações de produtos do setor agropecuário crescem e têm excelente desempenho no comércio externo do país no mês de abril
Com o saldo de US$ 4,86 bilhões na balança comercial, no último mês de abril, o Brasil obtém o maior superávit mensal de 2016. As exportações totalizaram US$ 15,37 bilhões, com US$ 10,51 de importações, conforme os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na segunda-feira, (02/05). O resultado é quase nove vezes superior ao obtido no mesmo mês do ano passado, quando o saldo foi de US$ 490,21 milhões. O setor agropecuário permanece como destaque na pauta de exportação, contribuindo para a melhoria da economia do país.
O desempenho dos 15 principais produtos do agronegócio exportados, em abril, garantiu ao país US$ 6,72 bilhões, o que representa 43,7% do total das exportações brasileiras. No mês, os destaques foram a soja em grãos (US$ 3,53 bilhões em vendas), a carne de frango (US$ 533 milhões) e o farelo de soja (US$ 452 milhões).
Com a exceção do farelo de soja, os demais produtos tiveram aumento nas exportações, frente a abril de 2015, o que indica tendência de crescimento nas vendas externas e queda nas importações. No último mês, as exportações cresceram 1,4%. Já as importações retraíram em 28,3%, em parte, por causa da alta cotação do dólar. A moeda americana, que custou em média R$ 3,04, em abril de 2015, teve um valor médio de R$ 3,55 no mesmo mês de 2016. Simultaneamente, o esfriamento da economia brasileira tem contribuído para a redução das importações do país. Apesar disso, o MDIC revela que as importações de alimentos e bebidas ficaram praticamente estáveis no período, caindo apenas 2,3% entre os meses de abril de 2015 e 2016.
Um produto se destacou em meio aos bons resultados de exportações do agronegócio. Entre abril de 2015 e 2016, o valor das exportações de soja em grãos cresceu 39,4%. Os US$ 3,53 bilhões arrecadados com a venda da oleaginosa representaram 23% das exportações brasileiras no mês. Em volume, essas exportações somaram 10,09 milhões de toneladas, sendo as maiores em um mês de abril, desde o início da série histórica, em 1997, conforme o gráfico.
Exportações de soja em grãos em abril
O resultado é explicado, em parte, pelo crescimento do preço internacional da soja, verificado na última semana de abril, chegando a R$ 81,91/saca no último dia 29 de abril. Esse valor foi 26% maior que no mesmo dia de 2015, segundo o indicador Soja ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá.
Além disso, o cumprimento dos contratos futuros, firmados no fim do ano passado, contribuiu para o desempenho das exportações, deste mês. Ainda que, entre outubro e dezembro de 2015, o preço da soja tenha atingido o seu ponto mais baixo no mercado internacional, a desvalorização do real frente ao dólar americano fez com que o valor da saca registrasse seu maior valor no mercado interno. A boa cotação da saca incentivou o produtor brasileiro a antecipar suas vendas e a firmar contratos futuros de venda de soja, que estão sendo cumpridos neste período do ano.
Por outro lado, a moeda brasileira, que vinha perdendo valor frente ao dólar, voltou a se valorizar nos últimos meses. Essa valorização, no entanto, foi compensada pelo aumento nos preços internacionais da soja. Assim, o produtor brasileiro conseguiu manter sua rentabilidade e ampliar a quantidade de suas exportações em 25,7% frente a abril de 2015.
Além desses fatores, a variação das exportações entre 2015 e 2016 é, também, explicada por questões internas. Em abril do ano passado, importadores de soja brasileira esperavam uma safra recorde no Brasil e comercializaram menos produtos naquele mês, na expectativa de uma redução futura nos preços, decorrente do aumento da oferta, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA). Entretanto, houve atraso na colheita, greve dos caminhoneiros e o incêndio na região do Porto de Santos, o que prejudicou os embarques de soja naquele ano.
O crescimento nas exportações de soja em abril de 2016 se deveu, portanto, a uma combinação de diversos fatores, domésticos e internacionais, contribuindo para melhorar ainda mais a situação do exportador brasileiro, que bate recordes de vendas externas de soja.
Fonte: CNA
Bovinos / Grãos / Máquinas
Apesar de cinco meses de aumento, preço ao produtor de leite segue abaixo de 2023
Com alta acumulada de 12,9% no primeiro trimestre de 2024, valor ainda está 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais.
O preço médio do leite captado em março foi de R$ 2,3290/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, 4,1% maior que o do mês anterior, mas 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). Com esse resultado, o preço ao produtor acumula alta real de 12,9% neste primeiro trimestre. Porém, a média dos três primeiros meses deste ano está 21,7% inferior à igual intervalo de 2023.
Esta é a quinta alta mensal consecutiva no preço do leite pago ao produtor, e esse movimento é explicado pela redução da oferta no campo. A limitação da produção, por sua vez, ocorre devido ao clima adverso (seca e calor) e à retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira.
O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea seguiu em queda – o recuo foi de 2,5% de fevereiro para março. No acumulado do primeiro trimestre, a captação diminuiu 7,5%. Esse contexto reforça a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.
A valorização do leite cru, contudo, não foi repassada na mesma intensidade para o preço dos derivados lácteos. Segundo pesquisas do Cepea, as cotações do leite UHT e do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo subiram 3,9% e 0,3% em março, respectivamente. Agentes de mercado relatam consumo ainda sensível na ponta final da cadeia, de modo que os canais de distribuição pressionam a indústria por valores mais baixos.
Ainda assim, a média dos lácteos no primeiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano passado registra queda menor que a verificada para o preço pago ao produtor. De janeiro a março, a baixa real nos valores do UHT e também da muçarela foi de 10,4%.
Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para agentes do mercado. Embora as compras externas de lácteos estejam em queda, o volume internalizado neste ano ainda supera o do ano passado. Dados da Secex apontam que, em março, as importações caíram 3,3% frente a fevereiro. Porém, essa quantidade ainda é 14,4% maior que a do mesmo período do ano passado. Considerando-se o primeiro trimestre do ano, as aquisições somaram quase 577,5 milhões de litros em equivalente leite, 10,4% acima do registrado nos três primeiros meses de 2023.
Nesse contexto, a expectativa de agentes de mercado é que o ritmo de valorização do leite ao produtor perca força em abril.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Efeito do uso de levedura viva probiótica na eficiência alimentar de bovinos leiteiros
Consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes, as leveduras vivas probióticas promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta.
O uso de microrganismos vivos fornecidos diretamente como aditivo probiótico para bovinos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um desses exemplos é o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae, responsável pela melhoria no desempenho e na eficiência alimentar de bovinos.
Para vacas em lactação, por exemplo, o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae melhora o desempenho em todas as etapas de produção. Uma meta-análise realizada em 2010 envolvendo 14 experimentos e um total de 1.600 vacas leiteiras mostrou que o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 melhorou significativamente a eficiência alimentar (+3% em kg de Leite Corrigido para Gordura/kg de Matéria Seca Ingerida) para vacas em início e no final da lactação (Figura 1).
Esses ganhos obtidos em aumento da produtividade ou eficiência alimentar podem ser explicados pela capacidade que a levedura viva tem em modificar o ambiente ruminal. Uma vez presente no rúmen, a levedura viva interage com a população microbiana (bactérias, fungos e protozoários) e os nutrientes (fibra, amido e proteína) em um ambiente anaeróbico e essas interações promovem maior estabilidade do pH ruminal (reduzindo o risco de acidose subaguda), estímulo ao desenvolvimento de bactérias fibrolíticas e aumento da digestibilidade da fibra.
Exemplo dessas modificações do ambiente ruminal foram observados em um trabalho conduzido ainda em 2007. Esse experimento mostrou que vacas suplementadas com a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 apresentaram aumento do pH ruminal (Figura 2). A análise de dados da literatura mostra que esse aumento do pH ocorre porque a levedura viva estimula o crescimento das espécies de bactérias utilizadores do ácido lático ruminal, principalmente Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium.
Além de promover melhora no pH ruminal, o uso da levedura viva também apresenta efeitos positivos na digestibilidade da fibra. Outro estudo mostrou que a levedura viva probiótica aumentou em 4% a digestibilidade da fibra em relação ao tratamento controle (Figura 3). Esses autores observaram também melhora na eficiência alimentar para os animais tratados com a levedura viva.
A digestibilidade da fibra é item primordial para maximizar o retorno sobre os custos com alimentação. Desafios ambientais (tais como estresse térmico) comprometem a função ruminal e, consequentemente, aumentam a concentração de nutrientes nas fezes. A suplementação com leveduras tem demonstrado efeitos positivos para a colonização de bactérias celulolíticas (tais como R. flavefaciens, por exemplo) e fungos, sugerindo um impacto particularmente marcante na quebra de ligações lignina-polissacarídeo e melhorando o aproveitamento dos nutrientes ingeridos.
Em conclusão, leveduras vivas são consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes porque promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta. Os benefícios para os produtores são vários: redução do risco problemas metabólicos e maior retorno sobre o investimento com alimentação, pois o uso da levedura viva como aditivo probiótico melhora tanto a produção de leite quanto a eficiência alimentar.
As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: jmoro@lallemand.com.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!
Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)
Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu
A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.
Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.
A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.
Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.
A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.
Competições
A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.