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Bovinos / Grãos / Máquinas

Especialista aborda estratégias eficientes para reduzir emissão de metano na pecuária

São alternativas para produzir uma pecuária de baixa emissão de GEE citando investimento em melhoramento genético e intensificação de pastagens, ampliação do processo de integração lavoura-pecuária.

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Foto: Shutterstock

Detentor de um dos maiores rebanhos comerciais do mundo e líder global na exportação de carne bovina, o Brasil está no centro das discussões quando se trata dos impactos que a pecuária brasileira tem nas mudanças climáticas. Emitido naturalmente pela fermentação entérica que ocorre no processo digestivo dos animais ruminantes, o metano (CH4) é um dos principais gases do efeito estufa (GEE), considerado altamente prejudicial para o aquecimento global porque, junto com o CO2 e o óxido nitroso (N₂O), impede o calor gerado pelos raios solares de deixar a superfície da Terra e as camadas mais baixas da atmosfera.

Engenheiro agrônomo, PhD em Zootecnia e professor da FZEA/USP, Ives Cláudio da Silva Bueno – Foto: Divulgação/FZEA/USP

O engenheiro agrônomo, PhD em Zootecnia e professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de São Paulo (USP), Ives Cláudio da Silva Bueno, aponta alternativas para produzir uma pecuária de baixa emissão de GEE citando investimento em melhoramento genético e intensificação de pastagens, ampliação do processo de integração lavoura-pecuária, manipulação da fermentação entérica por meio do uso de suplementos alimentares e redução da idade de abate dos animais. A elevação da produtividade na pecuária reduzindo os impactos do efeito estufa será tema da sua palestra na 34ª Reunião Anual do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal, que acontece de 21 a 23 de março, no Hotel Premium, em Campinas, SP.

De acordo com o especialista, a cadeia de ruminantes evoluiu com o passar das décadas e os animais passaram a ter uma dieta com alimentos de alta qualidade, com a utilização de enzimas microbianas para controlar a velocidade e regular as reações que ocorrem no organismo, no entanto para que ocorra a transferência de energia do alimento para o animal alguns gases são liberados. “O que podemos fazer é tentar otimizar essa transferência de energia para o animal, porque essa energia emitida em forma de gás é uma energia perdida, o que caracteriza uma baixa eficiência que o animal tem. Quando conseguimos aumentar a produtividade intensificando a produção podemos reduzir o abate dos animais, o que consequentemente vai se traduzir em menor emissão de metano no meio ambiente e em um maior aproveitamento de energia dos alimentos”, menciona Bueno, ampliando: “Além disso, nós temos que ver o sistema como um todo, porque o sistema tem diversos mecanismos de retenção de carbono da atmosfera através do solo e das plantas”.

Bueno destaca que o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) é uma das estratégias mais eficientes de produção sustentável, uma vez que busca otimizar o aumento de produtividade com a conservação de recursos naturais. “Quando agregamos a floresta ao sistema consorciado de produção de gado e atividades agrícolas temos muito a ganhar, porque as árvores são grandes armazenadoras de carbono, absorvendo CO2 em seus troncos, galhos e folhas, o que gera um balanço bastante positivo no meio ambiente, fator esse que deve ser cada vez mais mostrado para a sociedade, para que as pessoas entendam que os gases emitidos pela produção de ruminantes também são retidos em grande parte pela cadeia”, expõe.

O professor da FZEA/USP ressalta a importância da mídia, como do Jornal O Presente Rural, para que a cadeia informe as medidas que estão sendo tomadas para diminuir os impactos da atividade no aquecimento global. “O papel da mídia é muito importante, até porque a campanha contrária está muito bem estabelecida, enquanto que a cadeia agropecuária apresenta uma baixa defesa. É preciso defender o nosso sistema de produção, que inclusive é bastante eficiente, desde que bem utilizado. O Brasil tem ainda muitas terras em processo de degradação ou já degradadas, é preciso recuperar essas áreas e isso só é possível quando todos os elos se unem em busca de um objetivo em comum. Por outro lado, a cadeia já promove a intensificação do uso das pastagens, o manejo correto do solo e a proteção dos mananciais, ações que geram impactos positivos ao meio ambiente e que devem ganhar voz para que a sociedade desmistifique essa visão que tem sobre o agro”, salienta Bueno.

Porque os bovinos emitem metano

O PhD em Zootecnia explica que os bovinos emitem metano porque no ambiente ruminal há uma intensa geração de hidrogênio, o qual pode tornar esse espaço inapropriado para a sobrevivência do animal. “É preciso ter um mecanismo para retirar esse hidrogênio do ambiente ruminal e o mecanismo encontrado na evolução animal em torno de milhões de anos foi a utilização de Arqueas Metanogênicas, que coloca o hidrogênio junto com o carbono, formando o metano. Agora, para mitigar a emissão de metano precisamos apresentar uma alternativa para retirar esse excesso de hidrogênio gerado no rúmen”, pontua.

Alternativas

Entre as alternativas para alterar o perfil de fermentação está o uso de aditivos artificiais e naturais na dieta dos bovinos. “À medida que colocamos fibra de melhor qualidade ou mais concentrada na dieta dos animais também melhoramos o processo de fermentação, diminuindo assim a produção de metano, no entanto reduzir a idade de abate dos animais ainda é uma das melhores alternativas para baixar o nível de emissão de metano pelos bovinos”, salienta Bueno, ampliando: “Qualquer diminuição na idade do abate do animal traz reflexos positivos ao meio ambiente. O padrão médio de abate de bovinos no país é de cerca de 42 meses, mas há a possibilidade de chegar a abater o animal entre 18 e 20 meses. Então ainda tem um trajeto muito grande a ser percorrido”.

Em relação aos investimentos necessários para reduzir as emissões de metano, o engenheiro agrônomo destaca que toda nova tecnologia começa com custo mais alto, mas que com o maior uso da cadeia esse custo vai se reduzindo, citando a monensina sódica como exemplo. “Quando foi lançada tinha um custo muito alto e hoje é tão barata que dificilmente tem um produtor que não inclua esse aditivo na alimentação do rebanho. Porém, por ser um antibiótico inócuo, a monensina tem restrições no mercado internacional, então é preciso promover algumas alternativas para isso, entre elas o uso de óleos essenciais, alguns produtos que já estão presentes nas plantas, como taninos e saponinas, além de compostos nitrogenados não proteicos, como o nitrato, tudo isso são possibilidades para diminuir a produção de metano através de algumas alterações de rotas fermentativas do próprio animal”, explica o docente da USP.

Mais arrobas por hectare

Para o pecuarista elevar a produtividade de arrobas por hectare ao ano por meio das pastagens de forma sustentável, Bueno diz que o primeiro passo é executar um bom manejo do pasto para que não entre em degradação, começando pelo manejo nas águas para que as pastagens tenham uma estrutura radicular e reserva para a seca, aplicação de nitrogênio antes do término do período das chuvas e o cultivo de gramíneas de maior tolerância à seca. “Infelizmente o Brasil está em uma estacionalidade de produção de pastagens, então ter algumas estratégias para tentar diminuir essas variações de produção ao longo do ano é muito importante”, afirma o especialista.

Outro ponto é fazer a suplementação alimentar na seca, enriquecido com todos os nutrientes necessários para suprir as carências nutricionais do animal e maximizar seu potencial de ganho de peso. No entanto, para que essa complementação ao pasto seja eficiente é necessário considerar a idade dos animais, para que o ganho biológico e o financeiro sejam bem aproveitados. “Além de suprir o rebanho com proteínas e minerais, os insumos nutritivos contêm aditivos que promovem o crescimento e melhoram a digestibilidade no trato digestório, melhorando a conversão alimentar dos animais. É preciso planejar muito bem a alimentação para que sejam fornecidas as quantidades necessárias de nutrientes para que os bovinos aproveitem melhor a energia dos alimentos, passando a emitir menos metano”, aponta Bueno.

Balanço do metano

Há alguns anos, segundo o especialista, a pecuária nacional tinha um destaque no mercado internacional por produzir o que chamavam de boi verde, que é aquele animal produzido principalmente a pasto, mas como a quantidade de metano produzido no pasto é maior do que em confinamento atualmente há uma certa crítica do mercado internacional quanto ao sistema de produção da pecuária brasileira mais adotado. “A gente esquece que quando é feito a mensuração das emissões de metano é apenas medido o que o animal emite, quando na verdade teríamos que mensurar qual que é o balanço do sistema como um todo. Por exemplo, se um produtor tem uma propriedade com uma forragem muito produtiva e adota o sistema de integração iLPF está drenando os gases produzidos, retendo no próprio sistema de produção. É preciso entender que todas essas tecnologias que são implementadas nos sistemas de produção de gado de corte, além de mitigar a emissão de metano, também melhoram a relação com a natureza e quase sempre implicam no aumento da produtividade por área”, destaca o PhD em Zootecnia.

Bueno diz que é importante lembrar que todo ruminante emite metano, seja ele produtivo ou improdutivo, doméstico ou selvagem. “O que a gente tem que aproveitar ao produzir qualquer produto de origem animal é utilizar todo o metabolismo do animal para que ele consiga produzir proteína de alta qualidade no menor tempo possível e, com isso, diminuir a produção de metano”, enfatiza.
O especialista pontua ainda que por vezes é esquecido que todo ruminante emite metano, justamente porque é pouco falado sobre como vai diminuir a emissão de metano em rebanhos selvagens, que são altamente emissores porque comem uma dieta de baixa qualidade, enquanto que no sistema de produção comercial os animais são alimentados com uma dieta altamente nutritiva.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor pecuário acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
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CBNA – Cong. Tec.

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