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Suínos / Peixes

Entender fisiologia do parto normal facilita intervenções do trabalhador

Conhecimento é necessário para que não haja interferência desnecessária durante situação normal

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Artigo escrito por William Costa, médico veterinário e gerente Técnico Nacional da Ceva

O entendimento do processo do nascimento dos leitões e dos mecanismos que controlam o parto permitem que anormalidades sejam reconhecidas e a necessidade de intervenções avaliada com exatidão. Esse conhecimento é necessário para que não haja interferência desnecessária durante situação normal, mas deve também servir para controlar o momento da parição para que colaboradores estejam presentes e, assim, estejam preparados para realizar as intervenções necessárias de modo a reduzir as perdas de leitões por natimortalidade.

O parto normal exige a interrupção de mecanismos que mantêm a gestação, a ativa preparação dos conceptos e da mãe para a abertura do canal do parto e para as contrações que irão expulsar os fetos. Esta expulsão dos fetos requer a sincronização das contrações uterinas com as contrações da parede abdominal, atividade muscular que é precedida de mudanças estruturais do tecido conjuntivo dos ligamentos pélvicos, cérvix, vagina e útero, associadas principalmente à ação do hormônio relaxina.

O parto é desencadeado pelos fetos e é completado por uma complexa interação de fatores endócrinos, nervosos e mecânicos e é dependente basicamente de dois processos mecânicos: a contração do útero e a dilatação da cérvix em grau suficiente para permitir a passagem dos fetos. Durante a gestação, as contrações do miométrio possuem amplitude e frequência baixas, de modo a facilitar o crescimento dos fetos, sem transtornos. Durante o trabalho de parto essas contrações são substituídas por outras mais vigorosas e mais frequentes.

A maturação dos fetos leva à ativação do seu eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, o que é essencial para o desencadeamento do parto. Após estímulo hipotalâmico, a hipófise anterior do feto libera hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) que, por sua vez, estimula a produção de corticosteroides pela adrenal fetal. O aumento de corticosteroides fetais inicia uma cascata de eventos endócrinos no organismo materno, representada principalmente por declínio da progesterona, aumento do estrógeno e liberação de PGF2α, eventos que culminam com as contrações uterinas e expulsão dos leitões.

A preparação para o parto inicia 10 a 14 dias antes da data prevista, com o desenvolvimento da glândula mamária e edema da vulva como sinais mais evidentes nesta fase. Há aumento de volume do úbere, na última semana de gestação, de modo que as glândulas ficam individualmente delineadas. Quando faltam de 6 a 48 horas para o início da expulsão do primeiro leitão, há secreção de colostro na glândula e com massagem suave é possível extrair a secreção. Quando a secreção láctea torna-se facilmente disponível, sendo obtida em jatos, o parto pode ser esperado entre 6 a 8 horas.

Nas 24 horas que precedem o parto, há mudanças comportamentais da fêmea que aumentam o estado de alerta, manifesto pela agitação e o fato de levantar e deitar com frequência. A fêmea reduz o apetite e as tentativas de defecar ou urinar são mais frequentes. Geralmente, estes sinais podem ser expressos por remexer ou mastigar, morder barras ou outros objetos que estejam na baia ou gaiola. Suspeita-se que estes sinais estejam associados com o início das dores do parto, mas há evidências de que este comportamento já inicia antes da atividade uterina intensa. Finalmente, há um período de relativa aquiescência, 1 a 2 horas antes do parto, quando a porca se acalma, se deita e começa a esticar e encolher os membros posteriores, em direção ao abdômen.

Ocorre edema e hiperemia da vulva, 1 a 7 dias antes do parto. Uma pequena porção de fluído contendo sangue pode ser liberada 1-2 horas antes do início da fase de expulsão.

Durante a fase de dilatação, as contrações são dolorosas e causam agitação, com sinais de desconforto abdominal. A abertura cervical para a passagem do feto ocorre em função do aumento de pressão intrauterina e pelo fato de ter sofrido a ação da relaxina e estradiol, que aumentam o edema e elasticidade dos tecidos. À medida que o feto progride em direção à cérvix, há ruptura do alanto-córion com liberação de um fluído semelhante à urina que marca o final da fase de dilatação, cuja duração varia de 2 a 12 horas.

As contrações uterinas são mais frequentes durante a expulsão dos fetos, quando a concentração de ocitocina está no seu máximo. A ocitocina liberada na circulação sistêmica atua nas contrações do miométrio, iniciadas pelo estradiol e prostaglandina. Quanto mais aumenta a pressão na região cervical, maior é a liberação de ocitocina e mais intensas são as contrações.

No canal do parto, o feto entra em hipóxia, a qual promove movimentos fetais que, por sua vez, estimulam ainda mais as contrações miometriais. Este feedback positivo cria as condições para que o tempo de expulsão seja reduzido, pois um aumento na força de contração se segue aos movimentos fetais. Desta maneira, o próprio feto estaria controlando a sua saída do útero. As fortes contrações do útero associadas às contrações dos músculos abdominais são fundamentais para a expulsão dos fetos.

Após o nascimento do último leitão, o comportamento da fêmea muda, ela relaxa, e começa a demonstrar interesse pelos leitões. As placentas de fetos estão, usualmente, fusionadas e, com frequência, são expelidas como uma ou mais massas intercaladas com o nascimento dos leitões. A liberação das placentas termina em alguns minutos a 12 horas após o final da expulsão dos fetos.

Tempo do parto e natimortalidade

Durante o parto alguns problemas podem ocorrer, como por exemplo, um parto muito extenso pode levar a ocorrência de natimortos. A duração do parto, estabelecida como o intervalo entre o nascimento do primeiro e último leitão, pode ser variável, com relatos de duração desde 30 minutos até mais de 16 horas. A despeito da grande variação, diversos autores relatam que a maioria das fêmeas expulsa seus leitões em 1 a 4 horas, 1 a 5 horas, 3 a 4 horas, 2 a 5 horas, 3 a 8 horas, com média em torno de 2,5 a 3 horas.

Um estudo desenvolvido para avaliar a performance de fêmeas durante o trabalho de parto analisou 211 partos de matrizes de cinco raças, e a duração média do parto foi de 166 minutos, variando entre 26 e 505 minutos. Outros estudos revelaram que fêmeas com maiores ordem de parto, número de nascidos totais e natimortos apresentaram partos mais longos (maior que 3 horas) em comparação com as fêmeas mais jovens, com menos nascidos e sem natimortos. O número e percentual de natimortos intraparto foram maiores nas fêmeas com partos mais longos, indicando que o maior tempo de permanência dos leitões no útero, após o início do trabalho do parto, está provavelmente associado com maior ocorrência de asfixia e consequente morte dos leitões.

Outros fatores importantes, como a ansiedade, o estresse e o medo, podem tornar o trabalho de parto mais longo e doloroso pela diminuição na contratilidade do útero induzida pela liberação de epinefrina. Ao se avaliar quais fatores poderiam levar à prolongação do tempo de parto, a transferência de fêmeas em trabalho de parto ou pouco tempo antes disso, de baias com espaço para as gaiolas, levaram a conclusão de que dependendo do momento e tipo de estresse, a liberação de ocitocina pode ser prejudicada.

É comum o cordão umbilical estar intacto ao nascimento, mas pode se romper antes devido aos movimentos do leitão e da mãe. Estudos revelam que pode haver uma associação da ruptura precoce do cordão umbilical com a ocorrência de natimortalidade, de modo que 94% de 63 natimortos classificados com morte intraparto estavam com cordão umbilical rompido ao nascimento. A aplicação de ocitocina após o nascimento do primeiro leitão resultou em redução do intervalo entre o nascimento dos leitões, redução na duração do parto, mas aumentou o número de natimortos intraparto, principalmente por aumento na ruptura do cordão umbilical.

Ferramentas disponíveis

O parto é uma fase crítica do processo de produção, e a natimortalidade é ainda um dos principais problemas enfrentados, em especial com a elevação da prolificidade das matrizes. Porém, essas perdas podem ser reduzidas com acompanhamento do parto e assistência aos leitões nos primeiros momentos de vida.

Para melhorar a assistência ao parto e facilitar o manejo na maternidade, a indução de partos através do uso de drogas, como as prostaglandinas (PGF2α), é uma opção. Desta forma, os partos são concentrados durante o dia, possibilitando a melhor utilização da mão de obra e também facilitando o processo de uniformização dos leitões.

A aplicação de PGF2 ou de seus análogos sintéticos é eficaz. O uso isolado de cloprostenol resultou em aproximadamente 40% dos partos com início até 24 horas após a indução e o uso de ocitocina ou carbetocina, 24 horas após a aplicação de cloprostenol, resultou em maior concentração dos partos com início do parto até 26 a 28 horas após indução. No caso do uso da carbetocina, estudos indicam que 100% dos partos ocorreram neste período, comprovando a eficiência da combinação de cloprostenol com ocitócitos de longa duração na indução e concentração dos partos.

Os partos concentrados e menos prolongados permitem um trabalho mais eficaz na maternidade. Experimentos realizados com a carbetocina demonstram que a duração do parto foi menor do que nos demais tratamentos com ocitocina. A carbetocina exerce sua ação por um período prolongado de tempo, com uma duração de efeito de cerca de duas horas, proporcionando intervalos mais uniformes entre o nascimento dos leitões e a consequente redução na duração do parto. Foi observado também que o uso de carbetocina diminui o tempo de parto, em comparação aos partos não induzidos, aos induzidos somente com cloprostenol e aos induzidos com cloprostenol somado à ocitocina.

Segundo estudos científicos, o uso de ocitocinas, mesmo em doses recomendadas, representa um risco para o aumento da natimortalidade, devido à intensidade de suas contrações na musculatura uterina, que podem causar pressão sobre o cordão umbilical, diminuindo o fluxo sanguíneo e a quantidade de oxigênio para o leitão, levando a morte por asfixia. As doses elevadas de ocitocina resultaram em maior percentual de intervenção obstétrica manual, o que confirma os riscos de complicações durante o parto com o uso de ocitocina, contribuindo para o aumento da natimortalidade. Entretanto, autores encontraram que o uso de  carbetocina resultou em partos de duração mais curta  (118-140 min.) em comparação com ocitocina (180 min.) sem significativa elevação na taxa de natimortos.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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