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VOZ DO COOP

Notícias Impactos na cadeia produtiva

Duração do conflito entre Rússia e Ucrânia ditará movimentos do mercado de grãos  

Fórum Nacional da Soja realizado durante a Expodireto Cotrijal discutiu cenários para o setor e as mudanças climáticas e seus impactos na agricultura.

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AgroEffective/Divulgação

Discussões e apresentações de especialistas da cadeia produtiva para ter uma visão de futuro e os desafios da cadeia produtiva. Foi assim que o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, apresentou o Fórum da Soja, que chegou à sua 32ª edição e foi realizado de forma híbrida durante a programação da Expodireto Cotrijal na terça-feira (08). Complementando, o presidente da CCGL, Caio Vianna, lembrou também que no fórum foram travadas lutas do setor agropecuário e demandas saíram do evento direto para as autoridades.

Presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires

O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires, em sua manifestação, frisou que o Fórum da Soja sempre foi um espaço para discutir questões da comercialização e precificação. “Desde então, a cada ano, tentamos fazer os temas mais pontuais possíveis no evento. E este ano optamos a dar mais significado às questões estruturantes. Uma questão já mexe com muita coisa, e tivemos nos últimos tempos uma estiagem, uma pandemia e uma guerra”, observou.

Presencialmente no Fórum, o professor sênior de agronegócio global do Insper e coordenador do centro Insper Agro Global, Marcos Jank, abordou o tema “A inserção global do agronegócio brasileiro em tempos turbulentos (Guerra Ucrânia x  Rússia)”. Disse que desde o início da pandemia houve muitas incertezas que paralisaram parte da economia, mas o agronegócio continuou produzindo. “A pandemia surpreendeu com uma demanda muito firme pelos nossos produtos. Em um primeiro momento achamos que a demanda cairia, haveria um excesso de oferta e queda nos preços. Porém, não foi o que aconteceu.  Observamos que principalmente as nossas exportações atingiram níveis nunca antes vistos”, pontuou, colocando que em 2021 foram exportados U$ 120,8 bilhões, 20% a mais do que em 2020.

Segundo Jank, esse crescimento nos embarques brasileiros do agronegócio ocorreu especialmente devido à demanda aquecida na Ásia, com destaque para a China na compra de soja e milho. “Com isso, vimos vários preços subirem. Porém, houve um aumento também nos custos de produtos que adquirimos como glifosato, adubos, máquinas e equipamentos. Também tivemos problemas com suprimento de peças. E, agora, para fechar este ciclo temos esta guerra entre Rússia e Ucrânia”, ressaltou.

Produtos mais afetados

De acordo com o especialista, os produtos mais afetados com este conflito são o trigo e os fertilizantes. Em relação ao cereal, os dois países representam juntos 30% da exportação mundial do produto. Lembrou que o Brasil está cada vez mais dependente do mercado em relação aos fertilizantes, “já que não aumentou a sua produção doméstica e teve queda em termos relativos”. Conforme Jank, Rússia e Bielorrúsia são os nossos maiores fornecedores. “Tivemos um salto na importação de fertilizantes, portanto temos que trabalhar com outros fornecedores porque não tem agricultura sem adubo”, observou.

Planejamento

Para finalizar sua palestra enfatizou o que o produtor precisa pensar no seu dia a dia levando em conta questões como clima, comercialização, riscos institucionais e financeiros. Também citou os principais desafios internacionais para o desafio do Brasil no mercado mundial: competitividade, sustentabilidade, acesso a mercados, valor adicionado, melhoria de imagem e internacionalização. “Em relação ao acesso aos mercados, é preciso brigar  para entrar na China, no Sudeste da Ásia, na África, na Índia, e brigar pelo fertilizante, pelo glifosato, ou seja, ter acesso aos suprimentos”, concluiu.

Sustentabilidade da agropecuária

Diretor do Instituto Ciência e Fé e pesquisador da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda

No formato virtual, o diretor do Instituto Ciência e Fé e pesquisador da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, falou sobre “A sustentabilidade da agropecuária frente às incertezas climáticas”, apresentou dados sobre as áreas preservadas em propriedades além das áreas protegidas no Brasil. “Quando juntamos as áreas conservadas pelos produtores e as áreas protegidas chegamos a 66,3% da área do Brasil, ou seja, 564.235.949 hectares, o equivalente à área de 48 países da Europa. Os produtores brasileiros devem ter orgulho”, destacou.

Segundo Miranda, com base em dados da Embrapa, hoje a preservação em terras privadas de produtores estão dedicadas em 2,8 milhões de quilômetros quadrados em todo o Brasil, o que dá um total de um patrimônio de cerca de R$ 3 trilhões em investimentos em preservação nestas áreas. “Que categoria profissional do Brasil dedica do seu patrimônio privado R$ 3 trilhões para a preservação do meio ambiente?”, questionou.

Conforme o especialista, os próprios relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o Brasil é o país que mais preserva áreas no mundo e a prática agrícola auxiliou neste desenvolvimento. “A nossa agricultura desenvolveu um modelo sustentável em que não existe paralelo no mundo, em especial de forma tropical”, salientou, lembrando de exemplos como o plantio direto, fixação biológica do nitrogênio, integração lavoura-pecuária, entre outras atividades sustentáveis.

Sobre as incertezas climáticas, Miranda reforçou que o produtor pensa no passado, presente e futuro para fazer seu planejamento. “Temos incertezas até sobre os nossos próprios modelos, e não sabemos também qual a adaptação da agricultura a diversos cenários climáticos”, ressaltou, finalizando que o produtor precisa ver quais as ferramentas tecnológicas deve adotar com as suas condições, a fim de se proteger destas incertezas, entre elas a irrigação. “A irrigação tem que se colocar como destaque”, completou.

Fonte: Assessoria

Colunistas

Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.

O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.

Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.

Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.

Fonte: Por Bruno Sampaio, gestor do Bmg Agro e do Guima Café
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Notícias

A importância da pesquisa agropecuária

A pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.

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Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), Vanir Zanatta - Foto: Divulgação/MB Comunicação

O acelerado desenvolvimento do setor primário da economia, nas últimas décadas, resultou dos avanços da pesquisa científica na esfera da Embrapa, das Universidades, dos centos de pesquisa privados e dos grandes grupos da indústria da alimentação. De um lado, a pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.

Apesar disso, ainda é necessário fomentar a pesquisa agropecuária brasileira para turbinar os níveis de investimento público em patamares equivalentes aos dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial. O caminho natural é a Embrapa, capitaneando uma cadeia de pesquisa, que envolve as Universidades e outros centros de pesquisa. A ideia é fortalecer as ferramentas de gestão de órgãos públicos e estimular as parcerias público-privadas, inclusive com cooperativas agropecuárias, com o fomento de estudos que efetivamente contribuam para o maior desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade do setor agropecuário. Essa integração pode facilitar a captação de investimentos na geração de inovações de alto impacto para o enfrentamento dos desafios do agro brasileiro.

Em Santa Catarina, por exemplo, que se destaca no incremento da produção de leite, esse reforço na pesquisa poderia começar com a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras. Nas pequenas unidades de produção a atividade proporciona importante fonte de renda para as famílias rurais. A atividade exibe notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade.

Quinto produtor nacional, o setor tem sofrido uma intensa concentração da produção. Para a pecuária leiteira tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da produção e da renda dos produtores.

A proposta consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.

A empresa mantém em Concórdia a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. O novo núcleo de pesquisa poderia ser criado junto a Embrapa de Concórdia (SC). O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto.

Atualmente, a Embrapa desenvolve pesquisas voltadas à pecuária de leite em três unidades: a de gado de leite, voltada às soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite em Juiz de Fora (MG); a unidade  Pecuária Sudeste, com ênfase na eficiência e sustentabilidade da produção em São Carlos (SP) e a unidade Pecuária Sul que desenvolve pesquisas em bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos campos sulbrasileiros, compreendidos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em Bagé (RS).

As cooperativas agropecuárias são atores estratégicos no apoio aos programas de  pesquisa científica, como testemunham inúmeras ações em passado recente.

Fonte: Por Vanir Zanatta, Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
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Notícias Atenção produtor rural

Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc

Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.

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Foto: José Fernando Ogura

O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.

De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.

A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.

O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.

A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).

O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).

No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.

A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.

O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.

Fonte: Assessoria Faesc
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ABMRA 2024

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