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Confira os Indicadores da Cadeia Produtiva do Leite no Brasil de abril

Boletim da Embrapa mostra importações em alta, preços ao produtor em ascensão e os impactos no mercado varejista.

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Foto: JM Alvarenga

O preço do leite ao produtor subiu 3,1% em março, repercutindo a entressafra e estoques industriais baixos. O preço médio nacional ficou em R$ 2,81 por litro, acumulando alta de 15,9% nos últimos 12 meses.

A relação de troca leite/mistura melhorou em relação a fevereiro de 2023 e se encontra mais favorável que em março dos últimos dois anos. Foram necessários 39,5 litros de leite para aquisição de 60 kg de mistura, contra 52,3 litros observados em março/22.

No varejo, o preço da cesta de lácteos variou 2,9% em abril/2023. Em 12 meses o aumento atingiu 14,7%, muito superior à inflação brasileira, medida pelo IPCA, que registrou 4,2%.

As importações brasileiras de leite alcançaram o equivalente a 141,9 milhões de litros em abril/23. Em relação ao mesmo mês do ano passado, as importações aumentaram 238%.

As exportações, por outro lado, sofreram queda de 74% na comparação com abril do ano passado. O volume embarcado no último mês foi de apenas 5,8 milhões de litros-equivalentes.

Nos quatro primeiros meses de 2023, o déficit na balança comercial de lácteos foi de US$ 301 milhões, com volume equivalente de 620 milhões de litros de leite.

O preço internacional do leite em pó integral fechou o início de maio cotado a US$ 3.230/tonelada, aumento de 5,2% em relação a abril de 2023. Na mesma base de comparação, o leite em pó desnatado registrou aumento de 4,1%, comercializado a US$ 2.787/ tonelada.

 

Fonte: Assessoria Embrapa Gado de Leite

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Ministro da Agricultura participa da 1ª Conferência Regional para a Transformação Sustentável da Pecuária na América Latina e Caribe

Carlos Fávaro destacou investimentos em recuperação de pastagens e reforçou seu posicionamento sobre a Lei Antidesmatamento da União Europeia.

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Foto: Divulgação/Mapa

Na última quarta-feira (6), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou da Primeira Conferência Regional para a Transformação Sustentável da Pecuária, realizada em Punta del Este, Uruguai. O evento busca promover sistemas de produção mais inovadores, resilientes e eficientes, com menor impacto ambiental e maior acesso a alimentos saudáveis.

Durante o Painel Ministerial intitulado “Quadro Político para a Transformação Sustentável da Pecuária”, Fávaro esteve ao lado dos ministros da Agricultura do Peru, Ángel Manero; do México, Julio Berdegué; e da Guatemala, Maynor Estrada. O anfitrião, ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Fernando Matos, mediou o painel, discutindo os desafios para tornar a produção pecuária mais sustentável e o papel das políticas públicas e dos acordos internacionais nesse processo.

Fotos: Shutterstock

O ministro Fávaro ressaltou o papel essencial dos produtores rurais brasileiros e a importância das políticas públicas que incentivam práticas sustentáveis. “O Brasil, nos meses do governo do presidente Lula, construiu políticas voltadas para os próximos anos. A Embrapa realizou uma pesquisa mostrando que, dos 160 milhões de hectares de pastagens brasileiras, 40 milhões estão degradados, mas possuem um altíssimo potencial produtivo e precisam ser recuperados. Por isso, lançamos um programa que destinou R$ 7 bilhões em linhas de crédito aos nossos pecuaristas, para recuperação de áreas com fertilizantes, matéria orgânica, novas sementes e tecnologias, com juros de 7% ao ano, dois anos de carência e 10 anos para amortização”, detalhou Fávaro.

O Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas visa recuperar 40 milhões de hectares, melhorando o uso produtivo da terra, reforçando a segurança alimentar e contribuindo para a preservação ambiental. Fávaro também destacou a capacidade da agropecuária brasileira de sequestrar carbono e ajudar a mitigar o aquecimento global. “Não há nada mais eficiente para sequestrar carbono do que uma pastagem bem manejada, com uma boa massa foliar. O sequestro de carbono ocorre por meio da fotossíntese, e quanto maior a área foliar, mais carbono é capturado. É uma solução simples e extremamente sustentável, mas que exige investimento e dedicação, e é exatamente isso que estamos promovendo”.

Fernando Matos enfatizou a importância do Brasil como um parceiro estratégico, lembrando que o país passou por uma transformação agrícola significativa nas últimas décadas. “Estive reunido há pouco tempo com o ministro Fávaro no G20 Agro, que aconteceu em Mato Grosso. O Brasil passou por uma grande revolução verde nos últimos 40 anos: era um grande importador de carne e hoje se tornou um dos maiores exportadores. Investimentos em pesquisa e sustentabilidade colocaram o país no centro do debate agrícola global”, afirmou Matos, destacando ainda a necessidade de respeito à soberania dos países produtores da América Latina e Caribe.

Outro ponto importante da fala de Fávaro foi a carta enviada pelo Brasil à União Europeia, pedindo a suspensão da Lei Antidesmatamento e a revisão da abordagem punitiva adotada. “Ao comissário de agricultura da Comunidade Europeia, estou solicitando providências imediatas para suspender a legislação aprovada pelo Parlamento Europeu, que restringe a compra de produtos associados ao desmatamento, prevista para entrar em vigor em janeiro de 2025. Não estamos pedindo isso porque não queremos discutir o tema ou porque não temos responsabilidade com a produção sustentável. Pelo contrário, o problema é a decisão unilateral, sem diálogo, desrespeitando a soberania dos países produtores. É essencial discutir com nações parceiras, tanto vendedoras quanto compradoras, as formas sustentáveis de produção”, afirmou o ministro, elogiando o apoio de outros países sul-americanos ao posicionamento brasileiro.

Reunião extraordinária com o IICA

Ainda no evento, o ministro Fávaro participou de uma reunião paralela com o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), que contou com a participação de 27 países toda América do Sul América Latina Caribe e América do Norte, na qual foi deliberada uma carta que será apresentada a Comunidade Europeia que restringe os efeitos da legislação Europeia no âmbito de desmatamento, que atrapalha as boas relações diplomáticas e comerciais entre a Comunidade Europeia e Américas.

Fonte: Assessoria Mapa
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Faesp reitera apoio aos agropecuaristas paranaenses

Invasões de terra levam insegurança jurídica ao produtor.

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Foto: Roberto Dziura

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Tirso Meirelles, reiterou apoio ao presidente da Federação paranaense, Ágide Eduardo Meneguette, que visitou na última sexta-feira (01) propriedades invadidas no Paraná, começando pela Fazenda Brilhante, no município de Terra Roxa. Para Meirelles, é vital que as esferas de governo estejam atentas a esses acontecimentos, que afetam a vida de milhares de famílias que trabalham para construir a economia do país.

Além da insegurança que essas questões geram em toda a região, as invasões acabam prejudicando o planejamento do setor agropecuário, uma vez que afetam a safra futura. Segundo Meneguette, os produtores foram impedidos de fazer o plantio e o impacto anual pode chegar a R$ 600 milhões no Valor Bruto da Produção e questionou quem irá ressarcir os agricultores.

A expectativa da Faesp, assim como de todas as federações, é a sanção do projeto de lei que irá penalizar os invasores. O projeto, aprovado na Câmara dos Deputados, encontra-se em tramitação no Senado. Pessoas que invadirem terras agrícolas ou imóveis urbanos ficarão oito anos sem acesso a benefícios governamentais, como Bolsa-Família e imóveis do Minha Casa, Minha Vida; não poderão ser nomeados em cargos públicos; sairão de programas de regularização fundiária; e ficam impedidos de se inscrever em concursos públicos, entre outros.

“É preciso penalizar o invasor, para que a segurança possa voltar ao campo. O clima de tensão prejudica a vida do produtor, a economia e a sociedade”, disse Meirelles.

Fonte: Assessoria Faesp
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Quem ganha com a sustentabilidade?

Agronegócio brasileiro tem se comprometido com a pauta sustentável, com o objetivo de reduzir sua ‘pegada ambiental’.

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Foto: Valdecir Gomes da Silva

O Brasil está constantemente sob averiguação quando o assunto é a sustentabilidade de sua produção agrícola. O mercado europeu, por exemplo, vez ou outra questiona a procedência dos produtos brasileiros em relação ao desmatamento e ao uso irregular do solo para a produção de alimentos.

O agronegócio brasileiro tem se comprometido com a pauta sustentável, com o objetivo de reduzir sua ‘pegada ambiental’. Uma das práticas que precisamos incentivar, diante de um cenário de mudanças climáticas, é a agricultura regenerativa.

A prática, criada em 1983 por Robert Rodale, faz referência à necessidade de restabelecer os sistemas naturais em áreas agrícolas. Os sistemas agrícolas regenerativos propõem-se a melhorar a saúde do solo e promover a biodiversidade, beneficiando o ciclo da água, sequestrando carbono e, ao mesmo tempo, produzindo alimentos nutritivos com rentabilidade.

A adoção do sistema de plantio direto na palha no Brasil, por exemplo, que completou 50 anos em 2024, iniciada pelo agricultor Herbert Bartz em 1974, no município de Rolândia (PR), marcou o início da transição de uma agricultura exclusivamente extrativista para uma produção mais consciente.

A prática da agricultura não precisa desmatar ou expandir para áreas de proteção para produzir mais e melhor, mas precisamos da ciência. Soluções apresentadas pela própria natureza, como o plantio direto, que utiliza a palhagem da cultura anterior para proteção do solo e insumos biológicos que visam elevar os índices de produtividade, são exemplos simples e eficazes de que é possível produzir com responsabilidade ambiental e econômica.

O uso dos microrganismos que atuam na Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) reduz o uso de produtos sintéticos. Especialmente os inoculantes, que surgiram como forma de substituir os adubos nitrogenados. Aliado a redução da utilização de adubo químico, o agricultor obtém um ganho expressivo em produtividade.

De acordo com informações da Embrapa Soja, a inoculação das sementes de soja com microrganismos benéficos é uma prática indispensável para fornecer o nitrogênio (N) que a oleaginosa necessita, por meio da simbiose. A bactéria inoculada (Bradyrhizobium japonicum e Bradyrhizobium elkanii) nas sementes penetra nas raízes da soja, formando os nódulos onde ocorre o processo de Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN), essencial para o desenvolvimento da planta.

A fixação biológica pode, dependendo de sua eficiência, fornecer todo o nitrogênio necessário ao desenvolvimento da planta. O uso de inoculantes biológicos pode ser responsável por um aumento de até 6% no índice de produtividade de uma lavoura de soja.Esse adicional pode ser ainda maior se o produtor optar pelo sistema de coinoculação, que combina as bactérias do gênero Bradyrhizobium com Azospirillum, microrganismo que também atua na Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e como promotor de crescimento.

Esses exemplos comprovam ao mercado mundial que podemos praticar uma agricultura de menor impacto ambiental, utilizando recursos que se regeneram, como os microrganismos empregados como bioestimuladores, biofertilizantes e biodefensivos, garantindo ainda maior rentabilidade ao produtor. De acordo com dados fornecidos pela Croplife, nos últimos três anos, o mercado de bioinsumos agrícolas cresceu a uma taxa média anual de 21% no Brasil, percentual quatro vezes superior à média global.

A ciência está ao lado do produtor e da natureza. Por meio dela, podemos mostrar ao mundo que somos capazes de atender às necessidades das pessoas sem esquecer de que podemos minimizar os danos causados pela intervenção humana.

Fonte: Por Fernando Bonafé Sei, gerente de serviços técnicos Latam da Novonesis
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