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Suínos / Peixes

Claudicação é o maior problema de bem-estar animal da suinocultura hoje, afirma PhD em veterinária

Profissional diz que as porcas estão mancando há muito tempo, mas que isso não vem sendo observado e solucionado pela cadeia suinícola.

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Foto: Shutterstock

O tema bem-estar animal ganha cada vez mais força e está presente na maioria dos eventos ligados ao agronegócio. Nesta reportagem especial, exclusiva do O Presente Rural, o PhD em Medicina-Veterinária e professor da Universidade de São Paulo (USP), Adroaldo Zanella apresenta informações valiosas que mostram que muito do potencial genético dos suínos pode estar sendo perdido pela falta de atenção ao bem-estar animal.

PhD em Medicina-Veterinária e professor da Universidade de São Paulo (USP), Adroaldo Zanella – Foto: Sarah Nunes

Adroaldo é enfático ao dizer que a claudicação é o maior problema de bem-estar da suinocultura hoje e que é necessário observar e buscar mecanismos para vencer este desafio, que vem prejudicando o potencial da cadeia. De acordo com ele, hoje no Brasil e no mundo, mais da metade das fêmeas claudicam. “Esses dados são comprovados e são conservadores, provavelmente, mais de 60% das fêmeas claudicam/mancam e isso é muito sério, pois traz prejuízos para a prole e para toda a cadeia”, aponta.

Ele apresentou pesquisas científicas realizadas desde 2003, na Universidade de São Paulo (USP), que buscam entender o que acontece na trajetória do leitão, desde a coleta do sêmen até a gestação das porcas, mostrando a influência e os ganhos genéticos que os profissionais da suinocultura têm buscado, apresentando exemplos e experiências de como o enriquecimento ambiental impacta de forma positiva nos leitões. “Temos convicção de que os resultados no melhoramento genético podem ser impulsionados em situações nas quais o bem-estar do animal é considerado”, pontua.

O docente abordou as temáticas: 1. Indicadores de agressividade. 2. Indicadores de medo. 3. Consequências associadas à claudicação (dor). 4. Enriquecimento ambiental. Ele destacou que a modulação destes quatro indicadores traz benefícios ao ambiente pré-natal e neonatal. “Desejo abordar um desafio que permeia todas as etapas do ciclo de criação de suínos: a agressividade e sua relação com diversos aspectos”, destaca.

Indicadores de agressividade

Zanella afirmou que a questão de agressividade é severa nos animais, mas que este comportamento pode ser modulado. “Foi isso que descobrimos em um experimento no qual medimos, de forma objetiva, o nível de agressividade dos animais. Ficou evidente que alguns animais têm mais propensão de adquirir comportamentos agressivos e verificamos que isso tem a ver com a maternidade e a paternidade. Ou seja, com a porca e com o cachaço também”, declara.

Um dos fatores que contribui para o aumento da agressividade está relacionado à fome que as porcas experimentam durante a gestação. “Às vezes nem é fome, mas a falta de saciedade. Desta maneira, este problema pode ser corrigido fornecendo mais fibras na alimentação durante a gestação. Descobrimos que é possível reduzir as brigas de leitões melhorando a saciedade da fêmea durante a gestação”, declara.

Indicadores de medo

O profissional também disse que um dos grandes inimigos da suinocultura e que traz muito prejuízo para a produção é o medo nos animais. “Isso porque o medo tem o poder de jogar na circulação sanguínea dos animais hormônios que são capazes de acabar com tudo o que falamos de boas condições de nutrição/nutrientes. Temos que lembrar e levar em consideração que os animais também sentem emoções e que elas são fundamentais na seleção de informações sobre as condições do animal”, destaca.

O profissional pontua que as emoções se referem aos processos que, provavelmente, evoluíram de mecanismos básicos que permitiram que os animais tivessem a habilidade de evitar riscos e buscar valiosos recursos/recompensas. “Temos que entender que os animais sentem medo, dor e podem ficar agressivos, além de entender que muitas das ações que fazemos na granja podem gerar estes sentimentos e até mesmo ações muito simples podem favorecer o surgimento da agressividade nos animais”, pontua.

Os problemas começam no útero

Segundo o médico-veterinário, as fêmeas gestantes enfrentam muitos desafios, tais como restrição de espaço e movimento, redução de estímulos externos e a redução de saciedade. “A boa notícia é que estes aspectos podem ser amenizados e, na verdade, é muito necessário, porque melhorar o bem-estar vai fazer sentido e melhorar toda a produção”, recomenda, lembrando também que o desmame de leitões antes dos 21 dias pode fazer muito mal, pois pode prejudicar o desenvolvimento deles. “O desmame precoce faz mal, pois faz com que os animais fiquem mais ansiosos e compromete a memória deles”, informa.

Claudicação é coisa séria

O enriquecimento ambiental são atitudes simples que podem ser facilmente adaptáveis ao dia a dia da granja – Foto: Arquivo Pessoal

O pesquisador informou que existem sistemas inteligentes que podem acompanhar e amenizar este problema. “Os produtores precisam conhecer estas alternativas e buscar melhorar estes números. Nosso estudo comprovou, pela primeira vez, que o leitão que nasce de porca claudicando é um leitão que briga mais”, informa.

Segundo o professor, a hipótese do grupo de estudo é que a prole nascida de porcas com claudicação, durante a gestação, apresentam mudanças nas respostas de medo a situações novas e também no comportamento agressivo. “É importante lembrarmos que a placenta das fêmeas é um órgão muito eficiente e que ele consegue neutralizar estímulos ruins, como os liberados pelo estresse. Por outro lado, quando o hormônio está presente em demasia, ela não consegue e aí isso passa para os fetos”, informa.

Outra preocupação é com relação ao peso do animal, porque os estudos mostram que os leitões nascidos de porcas que claudicam também possuem peso menor e brigam mais. “Um leitão que nasce de uma porca que está claudicando está fadado a brigar. Isso é muito sério, porque não importa a forma como é feito o manejo deste animal, ele sempre terá tendência para brigar”, adverte.

Instrução Normativa 113 e o enriquecimento ambiental

O profissional enfatizou que embora ele observe muitas oportunidades de melhoria na suinocultura com relação ao BEA, a cadeia suinícola está muito bem amparada pela Instrução Normativa 113, a qual prevê uma série de melhorias para o setor. “Até agora falei muito sobre algumas problemáticas da suinocultura, mas também preciso admitir que muitas coisas positivas estão sendo feitas. É o caso da Instrução 113, que prevê o enriquecimento ambiental, o que promove oportunidades incríveis de melhoria nas condições do bem-estar”, evidencia.

O especialista explicou que o enriquecimento ambiental precisa ser bem administrado e tem o objetivo de diversificar o ambiente, promovendo oportunidades para que o animal faça atividades de acordo com a biologia dele. “Não é jogar lixo dentro das baias, mas possibilitar alternativa que sejam interessantes e que façam sentido para os animais. Isso é muito importante, pois está consolidado que melhora as questões de bem-estar dos animais”, expõe.

Atenção à necessidade de vida social do suíno

O professor também lembrou que é próprio da biologia do suíno fuçar, já que ele possui um olfato muito desenvolvido e que os suínos também têm necessidade de convívio social. “Outra questão que eu quero chamar a atenção é a importância de possibilitar que o suíno tenha uma vida social. Não permitir que os animais estabeleçam uma relação social é um crime, pois isso está na biologia deles. Por isso, essa história de você ficar trocando o lote é muito complicada”, adverte.

O esquecimento do cachaço e a relevância dele

Adroaldo ainda falou sobre os inúmeros trabalhos científicos que evidenciam a reação do estresse sofrido pelas porcas durante a gestação e que trazem consequências aos leitões. Por outra perspectiva, ele enfatizou que de forma surpreendente eles observaram que os cachados são esquecidos. “Isso é bem interessante, já que um cachaço pode ser o pai de mais de 15 mil leitões. É preciso cuidar e estudar as fêmeas, mas não podemos esquecer da importância dos cachaços”, assegura.

O docente apresentou um trabalho no qual eles investigaram o que acontece com o sêmen e a prole do cachaço quando você possibilita um enriquecimento ambiental para ele. “Nosso resultado foi incrível e o nosso trabalho foi oferecer feno para os animais, alojar eles em baias, ofertar água e escovar o animal, duas vezes por dia, por dois minutos. Esse foi o primeiro trabalho do mundo que mostra o impacto positivo com relação a forma com que você trata o cachaço na prole”, informa.

Segundo o professor, eles estudaram as características do sêmen dos animais que foram selecionados para a pesquisa e que foram tratados de forma diferente. Alguns com enriquecimento ambiental e baias e outros sem enriquecimento e mantidos em celas. O grupo descobriu que o índice de nascimento foi bem superior para os leitões filhos dos cachaços que estavam mantidos em baias com enriquecimento. Esses leitões também tiveram um melhor índice de desmane. Outra descoberta é que os leitões filhos dos cachaços que estavam nas selas tinham uma tendência de serem mais agressivos, e por fim, também observaram que os leitões de cachaço mantidos em cela têm tendência a ter mais medo. “Isso parece surreal, já que o leitão nunca viu seu pai, mas verificamos que isso realmente acontece. Desta maneira, concluímos que existe algo no sêmen que altera o comportamento do leitão”, reflete.

Ciência brasileira

O profissional também chamou atenção com relação a incorporação de supostas práticas de enriquecimento que não fazem sentido biológico para o animal. “Nós temos a melhor ciência sobre suínos do mundo e precisamos observar, sempre, quais são as recomendações, pois, com toda a certeza, isso vai refletir em melhor índices produtivos”, opina.

O médico-veterinário ainda enalteceu que o manejo da fêmea e do cachaço pode trazer consequências positivas ou negativas para o plantel. “O que fazemos com a fêmea e o cachaço tem consequência por muito tempo. Esses são os gargalos que eu estou falando e apresentei ferramentas que podem auxiliar a superar os desafios”, sustentou.

Descobertas importantes

Ele também reforçou sobre a descoberta que a utilização do feno no final da gestação traz ganhos imensos aos suínos, pois propicia saciedade às fêmeas. “Isso é importante porque o ambiente materno tem relação com os efeitos no desenvolvimento da crista neural no córtex frontal dos leitões e a crista neural é um importante centro de sinalização para o desenvolvimento do cérebro”, expõe.

O profissional reforçou a importância da construção de um bom cérebro para o suíno porque isso favorece muito a produção. “Um leitão que está com sistema desorganizado não vai conseguir alimentar-se no comedouro, vai brigar mais e não vai entender o seu papel. Desta maneira, um animal com o cérebro funcionando é uma bênção, pois, com toda a certeza, a produção será maior e melhor”, destaca.

Adroaldo finalizou a sua fala enfatizando que o enriquecimento ambiental é como uma terapia e que os produtores irão beneficiar-se muito se souberem aproveitar as oportunidades. “Os suinocultores precisam capitalizar no esforço de atender o BEA. Vocês têm tudo para agregar conhecimento na área de bem estar e com isso agregar valor e promover as mudanças necessárias, que vão melhorar a taxa de crescimento, a eficiência alimentar e a qualidade da carne”, menciona.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na Nutrição e Saúde Animal clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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