Notícias Gestão
BRF reporta lucro de aproximadamente R$ 1 bilhão no último trimestre de 2021
Mesmo com cenário econômico desafiador, Companhia atingiu receita operacional recorde de R$ 48,3 bilhões em 2021 e reforçou estrutura de capital com follow on no início deste ano.
A BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, encerrou o ano de 2021 com uma receita operacional líquida de R$ 48,3 bilhões, aumento de 22,5% em relação ao ano anterior e o EBITDA ajustado anual totalizou R$ 5,56 bilhões, com crescimento de 7,2% na comparação 2020 x 2021. No quarto trimestre do ano (4T21), o lucro líquido da Companhia foi de R$ 964 milhões, 6,9% superior ao do mesmo período de 2020, fruto de uma receita líquida de R$ 13,7 bilhões, 19,6% maior que a do 4T20. Mesmo diante de um cenário inflacionário que afetou a cadeia de suprimentos, com alta na taxa de juros e desvalorização cambial, a empresa registrou crescimento nos seus principais indicadores durante o ano.
De acordo com o CEO global da BRF, Lorival Luz, os resultados de 2021 mostram o acerto da estratégia e da gestão, além da capacidade da Companhia de atuar em cenários adversos. O executivo se refere à jornada iniciada em 2018 que possibilitou a empresa retomar a estabilidade dos resultados e construir sua visão de longo prazo. “No primeiro ano de execução da Visão 2030, mesmo em um contexto desafiador, realizamos investimentos estratégicos e demonstramos agilidade para adaptar nosso negócio, austeridade em custos e resiliência dos resultados”, comenta. “Hoje, olhamos para o futuro e trabalhamos para alcançar todos os objetivos propostos em nosso planejamento, por meio de avanços em nosso portfólio de valor agregado e na receita advinda de inovação, que no Brasil já representa 7%.”
A estratégia internacional, um dos focos da Visão 2030, foi destaque de performance no último trimestre. Com a reabertura econômica em diversos países, o mercado halal e as exportações diretas ganharam força, com crescimento na participação de produtos de maior valor agregado. Alguns países tiveram forte desempenho, como a Turquia, onde a marca Banvit é a líder de mercado com mais de 50% da preferência. Já na Arábia Saudita, a BRF consolida sua liderança com cerca de 37% de market share.
Para reforçar sua presença no mercado halal, a Companhia renovou em 2021 sua sociedade na Turquia com o Fundo Soberano do Catar (QIA) e assinou, em janeiro de 2022, um Memorando de Entendimentos com o Public Investment Fund (PIF) da Arábia Saudita, um dos maiores fundos soberanos do mundo, para atuar na cadeia completa de produção de carne de frango congelada e resfriada, além de produtos industrializados de alto valor agregado.
A BRF também celebra o êxito da estratégia em relação às suas marcas de alimentos no mercado nacional. Todas as marcas apresentaram crescimento na preferência dos consumidores, com destaque especial para a Sadia, que, além da marca de alimentos mais valiosa do País, se tornou a marca de alimentos favorita do brasileiro. Junto com a Perdigão, as duas marcas somam quase 45% de preferência.
Já a Qualy se consolidou como líder absoluta entre as margarinas. Em vendas, a força das marcas se refletiu no aumento de 11% na comercialização de kits comemorativos, característicos do fim do ano, e no expressivo crescimento de vendas via canais proprietários da BRF.
Outro segmento que ganhou destaque no ano foi o de Pet Food com a aquisição das operações do Grupo Hercosul e da Mogiana. A integração de ambas as operações permitiu que a Companhia seja hoje a terceira colocada no mercado brasileiro deste segmento, com aproximadamente 10% de market share. A marca Balance alcançou a segunda posição no segmento de supermercados.
Além disso, investimos na expansão do portfólio de produtos com 12 SKUs lançados no 2S21. A divisão de ingredientes, que realiza o aproveitamento e otimização de resíduos dos processos agroindustriais – representada pela BRF Ingredients – atingiu recorde de receitas e rentabilidade, com cerca de 8% do EBITDA ajustado global da BRF, graças à sua estratégia de co-desenvolvimento de produtos com clientes dos setores de nutrição animal, humana, cosmética e farmacêutica.
Para fortalecer a estrutura de capital neste contexto macroeconômico e possibilitar os investimentos previstos na Visão 2030, a Companhia realizou em fevereiro deste ano um importante movimento no mercado de capitais, o follow-on (oferta subsequente de ações), que levantou R$ 5,4 bilhões. “O processo de follow-on demonstrou a confiança dos nossos investidores e acionistas no futuro da BRF, com uma operação cada vez mais direcionada para produtos de alto valor agregado”, salientou Lorival Luz.
Com a expectativa de continuidade da disciplina na gestão da política financeira e manutenção do controle da alavancagem financeira líquida, a S&P elevou a nota de crédito da Companhia em escala corporativa global de “BB-” para “BB” e em escala nacional de “brAA+” para “brAAA”, ambas com perspectiva estável.
ESG
A BRF segue avançando nas metas e compromissos, com importantes anúncios ao longo do ano de 2021. Entre os destaques, a Companhia apresentou seu compromisso em se tornar Net Zero em emissões de gases de efeito estufa (GEE) até 2040, tanto nas operações como na cadeia produtiva. A BRF se manteve, em 2021, em importantes índices que atestam o compromisso sustentável, como o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3) e o Índice de Carbono Eficiente (ICO2 – B3).
A Companhia foi melhor empresa brasileira avaliada no ranking “The 100 Most Sustainably Managed Companies in the World”, do The Wall Street Journal e a única empresa brasileira do setor de alimentos do país no ranking global “World’s Best Employers” da Forbes. A BRF também se consagrou como a “Empresa do Ano em Comunicação” pelo Prêmio Aberje.
Vale ressaltar ainda o lançamento do primeiro frango vegetal carbono neutro da Sadia Veg&Tal e da Qualy como primeira margarina a compensar 100% das embalagens no Brasil. A Companhia também implementou a Política de Compra Sustentável de Grãos e estabeleceu o compromisso de rastreabilidade de 100% dos grãos da Amazônia e Cerrado até 2025.
Na área social, mais de 170 mil pessoas foram impactadas pelo Instituto BRF, por meio de parcerias como Cozinhas Solidárias, Comida Invisível e projetos do fundo Nossa Parte Pelo Todo. A BRF ainda doou mais R$ 50 milhões para enfrentamento à Covid-19.
Colunistas
Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.
A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.
O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.
Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.
Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.
Notícias
A importância da pesquisa agropecuária
A pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
O acelerado desenvolvimento do setor primário da economia, nas últimas décadas, resultou dos avanços da pesquisa científica na esfera da Embrapa, das Universidades, dos centos de pesquisa privados e dos grandes grupos da indústria da alimentação. De um lado, a pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
Apesar disso, ainda é necessário fomentar a pesquisa agropecuária brasileira para turbinar os níveis de investimento público em patamares equivalentes aos dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial. O caminho natural é a Embrapa, capitaneando uma cadeia de pesquisa, que envolve as Universidades e outros centros de pesquisa. A ideia é fortalecer as ferramentas de gestão de órgãos públicos e estimular as parcerias público-privadas, inclusive com cooperativas agropecuárias, com o fomento de estudos que efetivamente contribuam para o maior desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade do setor agropecuário. Essa integração pode facilitar a captação de investimentos na geração de inovações de alto impacto para o enfrentamento dos desafios do agro brasileiro.
Em Santa Catarina, por exemplo, que se destaca no incremento da produção de leite, esse reforço na pesquisa poderia começar com a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras. Nas pequenas unidades de produção a atividade proporciona importante fonte de renda para as famílias rurais. A atividade exibe notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade.
Quinto produtor nacional, o setor tem sofrido uma intensa concentração da produção. Para a pecuária leiteira tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da produção e da renda dos produtores.
A proposta consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.
A empresa mantém em Concórdia a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. O novo núcleo de pesquisa poderia ser criado junto a Embrapa de Concórdia (SC). O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto.
Atualmente, a Embrapa desenvolve pesquisas voltadas à pecuária de leite em três unidades: a de gado de leite, voltada às soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite em Juiz de Fora (MG); a unidade Pecuária Sudeste, com ênfase na eficiência e sustentabilidade da produção em São Carlos (SP) e a unidade Pecuária Sul que desenvolve pesquisas em bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos campos sulbrasileiros, compreendidos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em Bagé (RS).
As cooperativas agropecuárias são atores estratégicos no apoio aos programas de pesquisa científica, como testemunham inúmeras ações em passado recente.
Notícias Atenção produtor rural
Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc
Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.
O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.
De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.
A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.
O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.
A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).
O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).
No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.
A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.
O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.