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VOZ DO COOP

Suínos / Peixes Balanço de 2023

Brasil deve produzir um milhão de toneladas de peixes pela primeira vez

Projeção da Peixe BR é de que 80% de tudo que se cultiva no país será tilápia até 2030.

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Fotos: Shutterstock

O cenário da piscicultura brasileira em 2023 foi marcado por desafios que frearam o crescimento do setor, sobretudo nas principais regiões produtoras do país. Em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural, o presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros, aponta quais foram os obstáculos enfrentados pela cadeia ao longo do ano, as oportunidades de mercado, perspectivas de crescimento e tendências para 2024.

O primeiro grande desafio envolveu questões sanitárias e enfermidades, especialmente nas regiões que adotam a produção de peixes em tanques redes. Este ambiente, reconhecido como mais desafiador, demandou uma resposta rápida e eficiente do setor. “Estamos conseguindo contornar a questão da sanidade com estratégias de biosseguridade, vacinação e manejo, utilizando as tecnologias disponíveis, o que assegurou um abastecimento regular aos consumidores”, expôs Medeiros.

Presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros: “Não crescemos mais no mercado internacional porque o mercado interno estava bastante aquecido” – Foto: Divulgação/Peixe BR

O segundo desafio, identificado de forma mais intensa no último trimestre de 2023, está relacionado à obtenção de outorgas para projetos em viveiros escavados no Oeste do Paraná. Nessa região, novos empreendimentos estão sendo barrados devido a critérios considerados não ideais pelo órgão responsável pela concessão da outorga. Segundo o presidente da Peixe BR, há alguns anos, os piscicultores empregavam uma grande quantidade de água em suas atividades. Atualmente, essa prática mudou, uma vez que a água utilizada se limita à reposição das perdas causadas por evaporação e infiltração. Esse volume representa apenas 1/6 do total utilizado anteriormente. No entanto, conforme explica Medeiros, o Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná ainda adota a metodologia antiga, realizando um cálculo baseado na disponibilidade versus quantidade que cada produtor  vai utilizar de determinado corpo hídrico, o que impossibilita que outros produtores acessem esse recurso hídrico. “Com a aplicação das novas tecnologias e práticas sustentáveis pelos produtores, a quantidade de água utilizada diminuiu significativamente. Isso, por sua vez, abre espaço para novos projetos. A discussão atualmente em pauta junto ao Governo do Paraná busca a revisão dessa normativa para viabilizar a liberação de novos empreendimentos no estado”, menciona Medeiros.

Produção nacional

Nos últimos oito anos, a produção de peixes de cultivo cresceu quase 50% no Brasil, resultado da estruturação do setor, do emprego de tecnologias e do olhar atento dos piscicultores para que o produto chegue à mesa do consumidor com o mais alto padrão de qualidade.

A tilápia coloca o Brasil entre os quatros maiores produtores do planeta, representando atualmente 64% da produção total de peixes de cultivo do país, enquanto que dos peixes nativos o tambaqui é a espécie que lidera a produção nacional. Em 2022, foram produzidos 860.355 toneladas e a projeção da PeixeBR é crescer 20% em 2023, podendo superar um milhão de toneladas de peixes de cultivo. “Estamos bastante otimistas de que a produção nacional de peixes de cultivo deva crescer cerca de 20% em 2023, tanto que há várias empresas fazendo investimentos nesse momento. Ainda não fechamos os números, mas pelo que temos acompanhado Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul cresceram em produção, porém, por outro lado, tivemos regiões que foram impactadas por problemas sanitários, o que deve reduzir o volume final produzido no país. Contudo, temos a certeza de que 2024 será um bom ano para o setor”, anseia Medeiros.

Consumo per capita

No acumulado dos últimos sete anos, com exceção do ano passado, o consumo per capita registrou um crescimento de 5,5%. “O que é muito bom para uma proteína animal, visto que não temos no histórico da produção agropecuária brasileira nenhuma proteína animal que tenha mantido uma série histórica de sete anos com crescimento nesses níveis”, exalta Medeiros.

De acordo com o presidente da Peixe BR, as perspectivas de aumento de consumo são promissoras, apesar de não mencionar nenhum percentual. Segundo ele, os números consolidados serão apresentados na segunda quinzena de janeiro deste ano. “Qualquer número agora é uma parcial do que pudemos alcançar. No início de 2024 fazemos o fechamento do ano para ver quais áreas cresceram, para só então apresentar à sociedade. Mas as perspectivas são muito boas, porque apesar das dificuldades o setor continuou crescendo”, afirmou.

Exportação

Os produtos da piscicultura brasileira foram enviados para mais de 40 países, totalizando um faturamento de US$ 18,7 milhões nos primeiros nove meses do ano passado. Somente no terceiro trimestre, os embarques apresentaram aumento de 48% em receita quando comparado com o mesmo período de 2022, totalizando US$ 6,7 milhões. Porém, em toneladas houve queda de 11% no trimestre. “Essa diferença se deu devido ao aumento das exportações de filés, que possuem maior valor agregado, o que levou a um crescimento em valor apesar da queda em volume”, explica Medeiros, acrescentando: “Não crescemos mais no mercado internacional porque o mercado interno estava bastante aquecido”.

A exemplo de 2022, julho foi o mês com maior valor exportado no acumulado de 2023, atingindo US$ 2,5 milhões, enquanto setembro foi o mês com o segundo maior volume embarcado, chegando a US$ 2,3 milhões.

Diferente do ano anterior, em que a tilápia inteira congelada dominou as vendas externas, em 2023 os filés frescos foram os mais comercializados, registrando crescimento de 367% em valor no terceiro trimestre, atingindo US$ 4,4 milhões.

Contudo, a categoria de peixes inteiros frescos teve aumento de 520% em valor, porém o volume exportado foi bem inferior, alcançando uma receita de US$ 222 mil no período. Por outro lado, as categorias de peixes inteiros congelados registraram queda de 44% e de filés congelados de 45%, assim como a categoria de subprodutos impróprios para alimentação humana, que também apresentou queda. Enquanto os peixes inteiros frescos tiveram crescimento de 1.150% frente ao mesmo período de 2022.

Os embarques de tilápia totalizaram US$ 6,6 milhões, mantendo a posição de principal espécie exportada, e crescimento de 47% frente ao terceiro trimestre de 2022. No mesmo período, o tambaqui seguiu sendo a segunda espécie mais exportada, crescendo 276% e tendo uma receita de pouco mais de US$ 82 mil. Dentre as demais espécies exportadas estão bagres, surubins e curimatá.

Líder absoluto das exportações brasileiras de tilápia, os Estados Unidos representam 90% do total embarcado, totalizando no acumulado do ano um faturamento de US$ 16 milhões. Completam o ranking dos cinco principais importadores Japão, com receita de US$ 479 mil; China, com receita de US$ 420 mil; Canadá, com receita de US$ 143 mil; e Taiwan, com receita de US$ 250 mil. “Em 2022 nós exportamos para 42 países, de 2023 ainda não terminamos esse levantamento. Sabemos que muitos desses países são vendas pequenas, mas o importante é que o nosso produto adentrou nesse mercado”, enaltece Medeiros.

Estados maiores produtores e exportadores

O Paraná mantém sua posição de maior exportador de tilápia, tendo como carro chefe das vendas os filés frescos e a tilápia inteira congelada, registrando uma receita de US$ 14 milhões entre janeiro e setembro do ano passado.

São Paulo ocupa o segundo lugar, com filés e a tilápia inteira frescas como principais itens exportados, acumulando nos primeiros nove meses do ano US$ 2,1 milhões em faturamento. E a Bahia figura na terceira posição, com US$ 1,08 milhão embarcado. Destaque para os filés de tilápia congelada, além de filés frescos, que ampliaram seus embarques em 10.743% no terceiro trimestre.

De acordo com Medeiros, a projeção é de que 80% de tudo que se cultiva no país será tilápia até 2030. “Ano a ano a produção de tilápia está crescendo e hoje, entre os pescados, é a nossa principal commodity no mercado internacional. Se continuarmos neste ritmo de crescimento, projetamos que a produção de tilápia alcance 80% de tudo o que se cultiva no país nos próximos sete anos”, evidencia o presidente da Peixe BR.

Foto: Jefferson Christofoletti

Preços médios

Com relação aos preços médios da tilápia, os maiores aumentos foram registrados na tilápia inteira fresca, que chegou a 94% no terceiro trimestre de 2023, sendo comercializada a R$ 4,91 kg, frente aos R$ 2,53 kg no mesmo período de 2022. “O consumidor pagou um preço maior, porque o custo é repassado para o consumidor, mas mesmo com esse preço maior ainda mantivemos o mercado aquecido. Mas isso nos preocupa porque o objetivo é levar o produto ao maior número de pessoas possível”, pontua Medeiros.

Já os filés frescos e congelados tiveram 23% de aumento nos seus preços. “Esse aumento dos preços da tilápia tem relação com a queda na produção de países da América Latina como Colômbia e Honduras, que são importantes fornecedores dos Estados Unidos”, menciona o presidente da Peixe BR.

De outro lado, o valor médio pago pela tilápia em 2023 foi de R$ 5 Kg, um aumento de 10% em relação a 2022. Isso se deve a uma série de fatores, incluindo o aumento da demanda por tilápia no mercado interno e externo, a redução da oferta de peixes importados e a valorização do real em relação ao dólar. “Não tivemos nenhuma outra atividade de origem animal que tenha acompanhado, pelo contrário, a maioria das proteínas de origem animal teve uma queda no preço pago ao produtor. A tilápia foi a única proteína, que é comodity, que teve no Brasil ganho real para o produtor no ano passado”, salienta.

Tendências para 2024

Conforme o presidente da Peixe BR, entre os principais concorrentes mundiais na piscicultura, o Brasil deve continuar liderando em termos de crescimento global, impulsionado por sua competitividade na produção de insumos como milho e soja, componentes fundamentais na elaboração da ração. “O Brasil ao produzir esses insumos em larga escala mantém uma posição de destaque, porque os outros países produtores dependem do mercado brasileiro para adquirir esses grãos, com isso nós temos a obrigação de sermos mais competitivos do que eles”, reforça Medeiros.

Com a quarta maior produção mundial de tilápia, a expectativa é que o Brasil alcance a posição de terceiro ou segundo maior produtor até 2030. Contudo, o otimismo é moderado devido aos desafios apresentados pelo mercado de grãos. “Apesar do mercado interno aquecido para a tilapicultura, nossa preocupação reside na safra de grãos, cujo custo impacta diretamente na produção e, consequentemente, nos preços ao consumidor. A região Sul se mantém dentro do prazo de plantio, mas o atraso na região Centro-Oeste gera apreensões. Precisamos aguardar as próximas semanas para avaliar se haverá um aumento significativo nos custos de produção, refletindo nos preços ao consumidor”, comenta.

Ainda que o mercado consumidor esteja aquecido, a perda de poder aquisitivo do consumidor é um ponto de atenção para o setor. O aumento nos custos de produção, eventualmente repassados aos consumidores, pode restringir ainda mais o poder de compra, configurando um desafio para a sustentabilidade do crescimento do setor.

Para conferir o desempenho das principais atividades agropecuárias de 2023 e as expectativas para 2024 acesse a versão on-line do Anuário do Agronegócio Brasileiro clicando aqui. Boa leitura e um excelente 2024!

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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