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Suínos / Peixes Entrevista

Aquicultura atende mais de 50% da demanda mundial por pescado

O Jornal O Presente Rural conversou com o presidente da PeixesBR, Francisco Medeiros, para saber das oportunidades de mercado nos primeiros meses do ano para os peixes de cultivo, das perspectivas do setor ao longo de 2022 no Brasil e no mundo. Confira.

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Presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), Francisco Medeiros: "“Peixes de cultivo devem cada dia mais ter uma participação maior no prato do consumidor brasileiro, principalmente pelo aspecto relacionado à saudabilidade” - Foto: Arquivo pessoal

Os peixes de cultivo estão cada vez mais conquistando espaço na mesa do brasileiro e pedindo espaço para adentrar em território internacional. Prova disso é que em 2021 a piscicultura nacional produziu 841.005 mil toneladas, desempenho que alcançou cerca de R$ 8 bilhões em receita. A atividade gera anualmente mais de três milhões de empregos diretos e indiretos, profissionais que contribuem diariamente para o Brasil avançar a passos largos no setor entre os principais produtores mundiais de peixes de cultivo.

A preferida do consumidor brasileiro é a tilápia, espécie que hoje coloca o país na 4ª posição entre os maiores produtores mundiais e representa 63,5% da produção nacional. Os peixes nativos, liderados pelo tambaqui, participam com 31,2% e outras espécies com 5,3%.

Segundo levantamento da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), nos últimos sete anos a produção de peixes saltou 45,4% no país, saindo de 578.800 toneladas produzidas por ano para mais de 841 mil toneladas.

O Jornal O Presente Rural conversou com o presidente da PeixesBR, Francisco Medeiros, para saber das oportunidades de mercado nos primeiros meses do ano para os peixes de cultivo, das perspectivas do setor ao longo de 2022 no Brasil e no mundo. Confira.

O Presente Rural – As estimativas previstas pela Peixes BR para 2022 estão se concretizando ou superando as projeções iniciais?

Francisco Medeiros – No primeiro semestre de 2022 o mercado de proteína de peixe de cultivo esteve mais retraído do que a expectativa, retração essa que aconteceu também para suínos, aves e bovinos, ocasionado principalmente pela perda do poder aquisitivo. Agora no segundo semestre espera-se uma recuperação do setor, que já acumula nas três primeiras semanas de agosto uma recuperação consecutiva de preços pagos ao produtor, tendência que deve permanecer até o fim deste ano. As expectativas são de crescimento, contudo o primeiro semestre de 2023 tende a ser bastante difícil. Esperamos compensar agora no segundo semestre as vendas para que possamos manter a taxa de crescimento e de comercialização dos nossos produtos.

O Presente Rural – Nos primeiros meses as exportações de produtos da piscicultura brasileira cresceram exponencialmente. Quais foram os principais produtos que impulsionaram esse crescimento?

Francisco Medeiros – O ano de 2021 já foi um ano com bastante resultado positivo para as exportações, com um crescimento em 78% (em receita) em relação a 2020, sendo os Estados Unidos o principal cliente do Brasil. No total foram exportadas 9,9 mil toneladas em 2021 contra 6,7 mil toneladas no ano anterior, crescimento de 49%, gerando uma receita de US$ 20,7 milhões diante de US$ 11,7 milhões em 2020. Esse ano os números já são ainda melhores do que foram no ano passado.

No primeiro semestre nós tivemos um crescimento nas exportações de 100% em relação a 2021, ou seja, apesar do mercado ter sido bastante retraído nos primeiros meses do ano a cadeia apresentou crescimento, reflexo da movimentação das empresas que aproveitaram sua disponibilidade de estoque para comercializar no mercado externo.

As exportações da piscicultura brasileira totalizaram no primeiro trimestre de 2022 um montante de US$ 7 milhões, apresentando aumento de 119% quando comparadas ao mesmo período de 2021. Quando analisado em peso, o aumento verificado no primeiro trimestre de 2022 foi de 46%, atingindo 2.509 mil toneladas (Figura 1).

As tilápias inteiras congeladas foram os produtos mais exportados, apresentando um crescimento de 475% nas vendas do primeiro trimestre de 2022, com US$ 3,8 milhões em exportações, e aumento de 1.265% comparado a 2021. Na segunda posição ficaram os filés frescos ou refrigerados, com US$ 1,6 milhão; e a terceira posição foi ocupada pelos filés congelados, atingindo US$ 843 mil.

A tilápia foi a principal espécie com maior volume embarcado no primeiro trimestre de 2022, com US$ 6,8 milhões, respondendo por 97% do total exportado. Esse valor representa um aumento de 166% comparado com o primeiro trimestre de 2021. O tambaqui ocupa o segundo lugar com US$ 153 mil, porém com queda de 24% em comparação com 2021.

Com exceção do filé congelado e dos subprodutos de tilápia impróprios para alimentação humana, todos os itens de exportação de tilápia apresentaram aumento nos seus preços médios. O maior aumento ocorreu na tilápia inteira congelada, que passou de US$ 1,96/kg para US$ 2,63/kg, ou seja, um incremento de 34%.

Entre os principais Estados exportadores de tilápia, o Paraná ocupa a primeira posição com crescimento de 330% comparado com 2021, ao alcançar nos três primeiros meses do ano US$ 3 milhões em exportação. Mato Grosso do Sul e Bahia vieram na sequência.

E os Estados Unidos continua sendo o principal cliente do Brasil, sozinho importou 78%, um aumento de 249% comparado com o primeiro trimestre de 2021. O Canadá foi o segundo principal destino, totalizando US$ 748 mil em importações, aumento de 675%. O Chile foi o terceiro principal destino, com US$ 176 mil, porém com queda de 44% comparado com 2021.

Os maiores volumes exportados foram em janeiro, que totalizaram US$ 2,5 milhões e 895 toneladas. Os dados referentes ao segundo trimestre de 2022 ainda estão sendo quantificados e analisados para posteriormente serem divulgados.

O Presente Rural – Quais outros fatores contribuíram para esse aumento significativo de embarques para o mercado externo?

Francisco Medeiros – Nós temos uma série de fatores que levam ao aumento das exportações, entre eles o dólar alto é um fator competitivo para a exportação da piscicultura brasileira; e o drawback, uma política implantada em 2019 de regime aduaneiro em que desonera de impostos federais os insumos utilizados na produção, o que traz uma vantagem competitiva ao produto brasileiro.

Foto: Arquivo/Jonathan Campos/AEN

Nós tivemos em 2021 uma mudança dos tipos de produtos exportados, antes o nosso carro chefe era o filé fresco, hoje é a tilápia inteira e o filé congelado, são produtos de menor margem, mas se faz mais volume, tanto é que hoje se considerar toda a indústria de pescado, tanto peixe de cultivo quanto a pesca, a tilápia é o produto mais exportado, ou seja, os resultados que nós estamos colhendo hoje são reflexos de decisões tomadas lá atrás, inclusive de participações em feiras internacionais, com apoio da Apex-Brasil, em que os resultados começam agora a serem colhidos.

No entanto, o mais importante é que o produtor e a indústria melhoraram de forma significativa os seus índices de competitividade, esse é um trabalho também de colheita de alguns anos em busca de aperfeiçoar todos os processos em busca de melhores os resultados na cadeia produtiva.

O Presente Rural – A cadeia da produção de peixes cultivados no Brasil cresce ano após ano. Em 2021 apresentou um crescimento de 4,7%, com os Estados do Sul assumindo a dianteira como a maior região produtora do país, esse cenário vem se mantendo em 2022?

Francisco Medeiros – A produção brasileira de peixes de cultivo, em 2021 foi de 841.005 toneladas, um crescimento de 4,7% em relação ao ano anterior, com a tilápia liderando esse crescimento. A espécie já representa 65,3% da produção de peixes de cultivo no Brasil, sendo no ano passado produzidas 534.005 toneladas no país, aumento de 9,8% sobre o desempenho de 2020, que havia sido de 486.155 toneladas.

Já a coleta de dados sistemáticos da produção em 2022 é feita durante todo ano e disponibilizada no início do ano seguinte. Essas informações parciais nós já temos, mas ainda não estão disponíveis para serem apresentadas. O que posso dizer é que tivemos um primeiro semestre retraído, no entanto começamos o segundo semestre com um cenário mais promissor, tanto no mercado interno quanto no mercado externo.

Não tivemos uma mudança significativa de Estados produtores, a região Sul continua disparada na frente, com o Paraná sendo o grande responsável hoje pela produção de peixes de cultivo, especificamente a tilápia para o mercado externo. O Estado nos primeiros meses do ano também já assumiu a liderança nas exportações, que até 2021 era do Mato Grosso do Sul.

O Presente Rural – A piscicultura de cultivo está avançando para a região Norte do país, onde predomina a criação de peixes nativos, tendo apresentado em 2021 um crescimento de quase 40%. O Sudeste é outra região que vem crescendo principalmente na produção de tilápia. Qual o modelo de produção que tem impulsionado esse desenvolvimento?

Francisco Medeiros – A piscicultura brasileira cresce a passos largos nos últimos anos e deve continuar crescendo nessa década. Especificamente esse está sendo um ano em que nós vamos terminar sem mudanças significativa dos principais players.

O mais importante é que temos observado a entrada de novas empresas, que tradicionalmente são produtoras de frango, entrando na produção de tilápia e no sistema integrado, aliás, o sistema de integração hoje é o que mais cresce no Brasil, acompanhado do sistema de verticalização.

Já os produtores independentes estão com um crescimento bastante tímido, inclusive apresentando uma redução em alguns Estados em razão da perda de competitividade ocasionada principalmente pelo aumento dos custos de produção e pelo preço do produto, que não acompanhou o mesmo ritmo de elevação do custo de produção, então hoje nós verificamos que está tendo mais investimentos pelas empresas integradoras.

O Presente Rural – Qual o atual cenário da piscicultura mundial?

Francisco Medeiros – A aquicultura e a piscicultura mundial crescem a um volume bem superior à pesca, que hoje está estabilizada, com muitas regiões do planeta reduzindo a atividade pesqueira. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura fez recentemente uma projeção de que quem efetivamente está atendendo mais de 50% da demanda mundial de pescado é a aquicultura, demanda essa que vai continuar sendo atendida cada dia mais pela aquicultura, haja vista que há problemas de estoques pesqueiros no mundo inteiro, com sobrepesca.

As condições climáticas estão impactando diretamente na produção primária dos oceanos, situação que abre portas para a aquicultura, que hoje já é quem mais fornece produtos para o mercado, quando se compara com a pesca, e essa tendência não tem retorno mais, porque não é uma tendência de década, é uma tendência para o futuro, ou seja, cada vez mais o que nós vamos consumir vão ser produtos da aquicultura.

Agora produzir para atender uma demanda cada vez mais crescente é um desafio muito grande, por que diferente da pesca os insumos para a produção de ração para peixes de cultivo são limitados no mundo, uma vez que a piscicultura precisa disputar o mesmo produto com outras cadeias de proteína animal e ainda com os seres humanos, principalmente produtos como soja, milho e trigo.

O Presente Rural – Quais as perspectivas e tendências do setor para os próximos seis meses?

Francisco Medeiros – Já estamos na terceira semana de recuperação de preços da tilápia nos principais mercados brasileiros (entrevista feita no início de agosto) e nós deveremos ter um segundo semestre com melhor preço pago ao produtor. Essa é a tendência até o fim deste ano. Nos primeiros dois meses de 2023 ainda deve continuar essa tendência, com estimativa para esse cenário mudar um pouco a partir de março.

O mercado de peixe de cultivo, como da tilápia e do tambaqui, é promissor, é um setor que deve cada dia mais ter uma participação maior no prato do consumidor brasileiro, seja em função de estarmos ofertando nosso produto em mais pontos de vendas ou pela variedade e diferenciação maior de produtos, mas principalmente pelo aspecto relacionado à saudabilidade, ou seja, o consumidor hoje quer um alimento saudável, além de saciar o seu desejo por um produto saboroso que lhe traga benefícios para a saúde. E é isso que nós, produtores de peixes de cultivo, entregamos ao mercado.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na aquicultura brasileira acesse gratuitamente a versão digital 2ª edição Especial Aquicultura.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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