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Notícias 16ª ExpoGenética

ABCZ vai homenagear personalidades que contribuem para o desenvolvimento da pecuária zebuína com o ‘Mérito ExpoGenética’ e ‘Mérito ABCZ Mulher’

A cerimônia de premiação será realizada no Pavilhão Multiuso, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), antecedendo o anúncio dos touros PNAT 2023.

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Foto: Divulgação

Nesta quinta-feira (24), durante a programação da 16ª ExpoGenética, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), irá homenagear personalidades que têm desempenhado papéis significativos no avanço da pecuária zebuína.

Através das comendas ‘Mérito ExpoGenética’ e ‘Mérito ABCZ Mulher’, a Associação pretende reconhecer e destacar o trabalhado incansável para o desenvolvimento e aprimoramento do setor.

A cerimônia de premiação será realizada no Pavilhão Multiuso, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), antecedendo o anúncio dos touros PNAT 2023.

Confira abaixo a lista de homenageados:

Mérito ABCZ Mulher:

Cláudia Helena Monteiro: Cláudia iniciou sua trajetória na agropecuária há 20 anos, na extinta revista O Zebu no Brasil. Em 2014, fundou, juntamente com seu marido, Gustavo Miguel, a Revista Pecuária Brasil, publicação especializada em pecuária com foco nas raças zebuínas. Cláudia conheceu e divulgou o trabalho de pecuaristas em todos os estados do Brasil, e também da Bolívia e Paraguai. Em 2020, idealizou, editou e publicou o livro Genética de Ouro – O DNA da Pecuária, obra biográfica de Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges, que reúne a história dos mais importantes pecuaristas da história do Zebu na América do Sul. Cláudia tem três filhos: Arthur, Augusto e Matheus. Em síntese, uma mulher do agro, que muito se orgulha do seu trabalho em prol das raças zebuínas.

Giovana Alcantara Maciel: Giovana é graduada em Zootecnia pela Universidade Federal de Lavras, tem mestrado e doutorado em Solos e Nutrição de Plantas. Trabalha na Embrapa desde 2008 com forragicultura e pastagens, sistemas integrados de produção. Em 2015 foi agraciada com o Prêmio Jabuti, na categoria Meio Ambiente, pela edição técnica do livro Agricultura Conservacionista no Brasil. Desde 2019, através de um acordo cooperação técnica entre Embrapa Cerrados e ABCZ, está lotada na ABCZ desenvolvendo pesquisa e inovação na Fazenda Experimental da ABCZ, Epamig e IFTM. Também faz parte do conselho gestor do Parque Tecnológico de Uberaba.

Maria do Carmo dos Mares Guia Dias: Maria do Carmo, carinhosamente chamada de Dona Zicaca, é mineira de Santa Bárbara, formada em Ciências Biológicas pela UFMG e em espanhol como língua estrangeira, com diploma superior de espanhol expedido por El Ministro de Educación y Ciencia del Reino de Espanha, tendo lecionado o idioma durante 16 anos. Casada há 58 anos com Milton Dias Filho, tem 3 filhas e 5 netos, encontrou tempo para se dedicar de corpo e alma à família e ao trabalho voluntário em uma comunidade rural na fazenda ICIL, município de Itacarambi (MG). Criou grupos de aulas voluntárias de bordados e costura, com o objetivo de organizar um bazar de bordados voltado para gerar renda para as famílias envolvidas. Em 2022, publicou o livro ‘O Dom de Cuidar’, após se dedicar a acompanhar e perceber as nuances de sua mãe em idade avançada e que necessitou de cuidadores ao viver até os 110 anos. Continua prestando assistência e ajuda às pessoas que têm familiares idosos e cadeirantes que necessitam de acompanhamento de cuidadores.

Milena Menezes Palhares Corrêa: Milena se formou em Nutrição no ano de 2000, após exercer durante anos a profissão, viu seus olhos brilharem em uma nova direção, quando conheceu, durante um dia de campo na fazenda Tabaju, a raça Sindi. O encanto foi imediato. Em 2014 começa a criação da raça com a compra, através do Sr. Adaldio Castilho, de duas espetaculares doadoras, duas filhas da Jangada da Estiva. Sua primeira participação em pistas foi na inauguração da raça Sindi na Expogrande de 2017, já levando premiações. Participou da criação do Núcleo de Criadores da Raça Sindi, pela Acrissul, também no ano de 2017, em Campo Grande (MS). Realizou seu primeiro leilão Sindi da própria marca em 2020, com 100% de liquidez. Também participou como convidada de vários leilões de reprodutores pelos estados do MS e MG, contribuindo para a divulgação da raça e todo o seu potencial.

Sônia Maria de Paula Rezende: Sônia é filha de Geraldo Soares de Paula e Carmen Mascarenhas de Paula. Casada com Luiz Carlos Carvalho Rezende, mãe de Guilherme de Paula Rezende e André de Paula Rezende. Como sucessora do legado genético então deixado por Geraldo, ao tempo em que esse ano se comemoram 145 anos de linhagem Lemgruber no Brasil, Soninha, como é conhecida carinhosamente por todos, segue firme, com tecnicidade, intuição e sensibilidade, na seleção do Nelore GP na Fazenda Papagaio, distrito de Tomás Gonzaga, Curvelo (MG). Além de associada da ABCZ, participa ativamente da difusão da linhagem Lemgruber no cenário nacional, assim o fazendo como diretora do Núcleo dos Criadores de Nelore do Centro de Minas, bem como da Associação Mineira dos Criadores de Zebu (AMCZ). Por seu trabalho, foi, em 2015, laureada pela Federação da Agricultura e Pecuária do estado de Minas Gerais (Faemg) com a medalha de Mérito Rural, então instituída pela Assembleia Legislativa mineira.

Tatiane Almeida Drummond Tetzner: Tatiane Tetzner é Médica Veterinária pela Famev-UFU, Mestre e Doutora em Reprodução Animal pela Unesp, tem MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Organizações Sustentáveis pela USP. É especialista em julgamento das raças zebuínas pela Fazu e jurada efetiva pela ABCZ e Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Atualmente membro do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da ABCZ. É Diretora de Relações Internacionais da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e Diretora e proprietária da Padma Consultoria Pecuária. É orientadora e co-orientadora de teses de estudantes de pós-graduação e de cursos de graduação em Medicina Veterinária e Zootecnia. Já atuou como jurada efetiva nas raças Gir Leiteiro, Guzerá, Nelore, Sindi, Tabapuã, Brahman e Indubrasil, bem como na raça Girolando. Teve atuação técnica em cursos e julgamentos no exterior em vários países da América Latina: México, Colômbia, Equador, Venezuela, Bolívia, Panamá, Costa Rica, Honduras, El Salvador, Guatemala e República Dominicana. Tatiane soma diversas publicações científicas e técnico-científicas em revistas especializadas, de extensão, anais de congressos e capítulos de livros. Autora do livro Gir Leiteiro: A Nossa Raça e co-autora no livro Grandezas do Gir Leiteiro.

Valéria Cunha Campos Guimarães: Valéria Guimarães é Doutora em Endocrinologia pela Faculdade de Medicina de São Paulo e pela Universidade de Chicago. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, onde desenvolveu, liderou e contribuiu com inúmeras realizações na saúde pública de nosso país. Teve participação na elaboração do documento que implantou a estratégia global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre dieta, atividade física e saúde, e auxiliou na redação da emenda à Constituição Brasileira que abriu o caminho para que o pet-scan pudesse ser usado hoje. Por estes feitos e por muitas contribuições em várias sociedades científicas das quais participa ativamente, a Dra. Valéria recebeu o prêmio máximo da Sociedade Americana de Endocrinologia. Também foi premiada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e recebeu a medalha Brasília 60 anos. Nos últimos três anos, abraçou a tradição familiar na pecuária, que soma 70 anos sob a bandeira do Tabapuã. Agora, na quarta geração, com prática de cientista e DNA de pecuarista, lidera o projeto ‘Mais Carne, Mais Rápido e de Melhor Qualidade’ de sua propriedade, utilizando inovação e tecnologia aliadas à genética de ponta na Fazenda Balsas – Onda Verde, em Mimoso (GO).

Mérito ExpoGenética 2023:

Categoria Criador

Eduardo Folley Coelho: Eduardo é Engenheiro Civil, pós-graduado em Marketing, proprietário da Genética Aditiva Agropecuária. É p
residente do Instituto das Águas da Serra da Bodoquena e Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Miranda. Atua como conselheiro do Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Mato Grosso do Sul. É proprietário de passeios de ecoturismo na região de Bonito (MS), entre eles o Recanto Ecológico Rio da Prata, Estância Mimosa Ecoturismo e Lagoa Misteriosa Ecoturismo.

João Cruz Reis Filho: João Cruz é natural de Belo Horizonte (MG), mas tem raízes familiares e afetivas na Zona da Matta mineira. Possui graduação em Agronomia (2003), mestrado (2006) e doutorado (2009) em Genética e Melhoramento – todos pela Universidade Federal de Viçosa. É pós-doutor pelo Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável da UFV. Criador de Gir Leiteiro, Girolando e Mangalarga Machador (Fazenda Sumaúma) e ex-presidente do Sindicato Rural de Miradouro. Servidor afetivo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no cargo de auditor fiscal federal agropecuário. No Ministério, foi chefe da assessoria de Gestão Estratégica (2013/2014). Foi Secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (2015/2016) e presidiu o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Agricultura – Conseagri (2016). De 2019 a 2022 foi diretor técnico do Sebrae Minas. É ex-diretor da Abraleite, ABCGIL e ABCZ.

Shiro Nishimura: Shiro é filho de imigrantes japoneses e viveu uma infância simples em Pompéia (SP). Junto à sua família, migrou para o Mato Grosso. É Engenheiro Agrônomo pela Unesp de Jaboticabal e pecuarista. Contribuiu para fortalecer a Jacto, empresa do segmento de máquinas e implementos agrícolas fundada pelo seu pai, o senhor Shunji Nishimura. Tornou-se presidente da Jacto e destacou-se na seleção da raça Nelore. Foi presidente da CSMIA (Câmaras Setoriais de Máquinas e Implementos Agrícolas) e Abismaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos). Atualmente é presidente da Confraria da Carcaça Nelore. Shiro é uma das personalidades de destaque do agronegócio brasileiro.

Categoria Especial

Fernando Augusto S. Santos: Fernando é formado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). É chefe da unidade técnica regional do Ministério da Agricultura em Uberaba (MG) e, dentro de suas atribuições, está a fiscalização de todo o processo relacionado à exportação e importação de animais vivos, material de multiplicação animal (sêmen, embriões, ovos férteis de galinha), junto a empresas, bem como ao porto seco de Uberaba. Com relação ao porto seco de Uberaba, destacam-se ainda as atividades relacionadas à exportação / importação de produtos destinados à alimentação animal e medicamentos de uso veterinário, fiscalização dos centros de coleta e processamento de sêmen bovino, centros de coleta e processamento de embriões, centros de produção in vitro de embriões e registrados no Mapa e fiscalização das quarentenas relacionadas à exportação / importação de bovinos vivos. É membro do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ).

Categoria Pesquisador

Fábio Luiz Buranelo Toral: Fábio Toral é natural de Jandaia do Sul (PR). É formado em Zootecnia pela Universidade Estadual de Maringá, mestre em Genética e Melhoramento Animal pela Universidade Estadual Paulista, Jabotical. É doutor em Zootecnia pela Universidade Federal de Viçosa, além de pós-doutor em Genetics And Genomics pelo Instituto Roslin da Universidade de Edimburgo, Escócia. Atua como professor titular do departamento de Zootecnia da Escola de Veterinária, UFMG. É coordenador do programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UFMG, bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Programa de Melhoramento Genético Embrapa – Geneplus e assessor técnico de melhoramento genético PMG2B.

Categoria Técnico

Fernando J. Garcia de Carvalho: De Pouso Alegre (MG), Fernando Garcia de Carvalho, também conhecido como Fernando Bigode, é Zootecnista, formado pela Fazu em 1986. É jurado efetivo da ABCZ com pós-graduação em Julgamento das Raças Zebuínas. Foi gerente pecuário da Fazenda Moradas do Prata (Batatais/SP) de 1991 a 2010. Atualmente é técnico habilitado do PMGZ e faz parte do Conselho Deliberativo Técnico da ABCZ, RAÇA Tabapuã. É diretor proprietário da FB-GAP (Fernando Bigode – Gestão e Assessoria Pecuária) atuando na área de melhoramento genético (acasalamentos dirigidos/PMGZ) e gestão de fazendas e manejo de rebanhos nos estados de SP, MG, BA, GO e MS).

Vanessa Barbosa: Vanessa é graduada em Zootecnia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Tem mestrado em Medicina Veterinária e Sanidade e Produção Animal pela Universidade Federal de Goiás, e especialização em Zootecnia pela mesma instituição. Sua experiência em Zootecnia, com Ênfase em Produção Animal e Melhoramento Genético, a trouxeram para a ABCZ. De 2008 a 2011 foi Responsável Técnica do Escritório Técnico Regional (ETR) de Belo Horizonte (MG). Desde 2012 é Responsável Técnica pelo ETR de Goiânia (GO), e Supervisora do PMGZ na região Centro-Norte.

Fonte: Assessoria
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Os benefícios da formalização do trabalho rural

No ano de 2023, 26% da ocupação profissional total do Brasil estava no campo. 

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), 28 milhões de pessoas trabalham no agro, isso significa pouco mais de ¼ da população brasileira empregada no campo (um estudo divulgado em 03/2024).

Com as crescentes discussões sobre direitos trabalhistas e a crescente demanda de oportunidades no campo, essa questão ressalta o quanto o empregador do agro precisa ficar atento à formalização do trabalho rural, seja ele pelos meios da contratação temporária ou fixa, por meio da CLT. Para organizar de forma preventiva e Legal, a advocacia trabalhista atua no agro de forma preventiva, auxiliando às empresas rurais ao resguardo de possíveis litígios com empregados.

A formalização do trabalho rural agrega benefícios de via dupla: tanto para o empregador como para o empregado.

Entre eles podemos destacar cinco pontos:

  • Esclarecer ao empregado que a formalização não significa um ônus em seus rendimentos mas, sim, uma segurança em diversos aspectos;
  • Assegurar ao empregado seus direitos trabalhistas;
  • Aliviar os desafios diários do produtor e empregador rural em relação a muitos pontos, entre eles, ausências não justificadas ou doenças;
  • Facilitar ao produtor rural o controle de jornada e a correta remuneração por horas adicionais trabalhadas, o que também favorece o trabalhador rural;
  • Treinamento adequado para prevenção de acidentes de trabalho e entre outros.

Trabalho no campo

Existem diversas normas exclusivas para reger o trabalho realizado pelos profissionais do campo. Como base, temos a Lei 5879: que institui normas regulatórias para o Trabalhador Rural, de 08 de junho de 1973. Esse estatuto contempla 21 artigos, alguns atualizados em 2008. “A interpretação e aplicação correta dessas bases Legais no ambiente de trabalho rural é fundamental para proteger tanto o trabalhador como o empregador”, ressalta a advogada Nayara Marcato Sanders, especialista em advocacia preventiva trabalhista.

Fonte: Assessoria
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Plantio Direto e sucessão de culturas contribuem para mitigar emissões de óxido nitroso no Cerrado

Pesquisa mostrou que o manejo convencional com soja ou milho na safra principal, sem uma sucessão cultural, mais a fertilização nitrogenada intensificam as emissões de N2O do solo no Cerrado. Pesquisadores recomendam o SPD associado à escolha da cultura da segunda safra, o que pode alterar o padrão de emissões. Nitrogênio disponível no solo e regime de chuvas são fatores que influenciam as emissões do gás.

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Sistema Plantio Direto apresentou, em relação ao plantio convencional, menores emissões cumulativas de óxido nitroso - Foto: Marcos Carolino de Sá

Pesquisadores da Embrapa Cerrados (DF) e da Universidade de Brasília (UnB) avaliaram possíveis efeitos de diferentes manejos do solo, rotações e sequências de culturas, além de fatores de clima e solo que propiciam emissões de óxido nitroso (N2O) de solos no bioma Cerrado e constataram que o Sistema Plantio Direto (SPD) apresentou, em relação ao plantio convencional, menores emissões cumulativas desse que é um dos principais gases de efeito estufa (GEE), com longo tempo de permanência na atmosfera e significativa contribuição para o aquecimento global.

Os resultados do estudo indicaram, ainda, que o manejo convencional com soja ou milho na safra principal, sem uma sucessão cultural, e a fertilização nitrogenada intensificam as emissões de N2O do solo no Cerrado.

No Cerrado, poucos estudos de longo prazo abordam a influência do manejo de culturas e dos sistemas de rotação nas emissões de N2O do solo. “Os efeitos dos sistemas de uso da terra nas emissões desse gás são o resultado de múltiplas variáveis cujas interações precisam ser melhor compreendidas”, justifica a pesquisadora Alexsandra de Oliveira, uma dos autores do artigo Effects of soil management, rotation and sequence of crops on soil nitrous oxide emissions in the Cerrado: A multi-factor assessment, publicado no Journal of Environmental Management.

Como foi feita a pesquisa
O estudo foi realizado numa área da Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF), durante 25 meses, em um experimento de longa duração instalado em 1996. Foram avaliados três sistemas de uso da terra: plantio direto com rotações e sequências bienais de sorgo após a soja nos dois primeiros anos e feijão-guandu após o milho nos dois anos seguintes (sistema plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu); plantio direto com rotações e sequências bienais de milho-feijão guandu nos dois primeiros anos e sorgo após a soja nos dois anos seguintes (sistema plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo); plantio convencional com grade de discos e rotação bienal soja-milho (plantio convencional soja/milho); além do Cerrado nativo sem uso agrícola. Os dados foram coletados entre outubro de 2013 e outubro de 2015.

Ilustração: Wellington Cavalcanti com base em conteúdo de Fabiana Ribeiro.

Com o uso de câmaras estáticas fechadas instaladas nos tratamentos, os fluxos de gases do solo foram amostrados 230 vezes ao longo do período da avaliação dos sistemas, com intervalos definidos por eventos como aplicação de insumos, preparo do solo (sob manejo convencional), chuvas, data de plantio, reumedecimento do solo após veranicos, data de colheita, senescência (envelhecimento das plantas), pousio, entre outros fatores que podem influenciar os picos de N2O.

A concentração de N2O das amostras foi determinada em laboratório por cromatografia gasosa.

Resultados
Os autores observaram que as emissões acumuladas de N2O foram influenciadas pelo tipo de manejo do solo e da cultura. Os fluxos cumulativos tanto no primeiro como no segundo ano foram maiores no preparo convencional, sendo que para todo o período analisado (2013-2015), as emissões acumuladas no plantio convencional soja/milho foram de 4,87 kg por hectare (ha), seguidas pelo plantio direto (SPD), sendo 3,47 kg/ha em sistema plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-gundu e 2,29 kg/ha em plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo; além de 0,26 kg/ha na área com vegetação natural do Cerrado.

Na comparação anual, os valores no segundo ano foram maiores para todas as áreas avaliadas, exceto no Cerrado (ver tabela 1).

Foram avaliadas, conforme cada tratamento, as emissões da primeira safra (soja ou milho) e da segunda safra (sorgo ou feijão-guandu). Para a cultura principal (primeira safra), a única diferença significativa foi observada no segundo ano (2014-2015), com as maiores emissões observadas no plantio convencional (2,29 kg/ha), seguidas pelos tratamentos com plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu e milho-feijão-guandu/soja-sorgo e, por último, pelo Cerrado.

Mas as diferenças foram marcantes na segunda safra em ambos os anos. Embora não tenha sido plantada uma segunda safra no plantio convencional – para esse sistema, foi analisado o mesmo período em que os demais sistemas estavam com culturas, com plantio convencional soja/milho tendo emissões estatisticamente semelhantes às do sistema plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu, e ambas superiores às do sistema plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo e ao Cerrado. No segundo ano, plantio convencional soja/milho, plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu e plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo apresentaram emissões estatisticamente semelhantes entre si e superiores às do Cerrado.

O período de pousio também foi monitorado, considerando o momento em que nenhuma cultura estava sendo cultivada em nenhum dos sistemas agrícolas. As emissões foram maiores no plantio convencional no primeiro e no segundo ano (1,40 kg/ha e 0,89 kg/ha, respectivamente) que nos sistemas de plantio direto, o que, segundo os pesquisadores, sugere que a sucessão de culturas no ano agrícola é uma prática importante por promover ganhos do ponto de vista ambiental, além de outros benefícios agrícolas.

Quanto à produtividade de grãos (soja e milho) e às emissões de N2O em escala de produtividade (miligrama de gás emitido por kg de grão) para as safras 2013/2014 e 2014/2015, foi observado que os sistemas com cultura principal de milho (plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo no primeiro ano; plantio direto soja-sorgo/milho-feijão-guandu e plantio convencional no segundo ano) produziram rendimentos mais elevados (ver tabela 2).

Na estação de cultivo de 2014-2015, as emissões de N2O em escala de rendimento dos sistemas avaliados foram estatisticamente semelhantes e mais elevadas que na estação 2013-2014. No entanto, na safra 2014-2015, o plantio direto milho-feijão-guandu/soja-sorgo foi mais eficiente que o plantio convencional soja/milho, ou seja, emitiu menos N2O por kg de grãos.

As emissões acumuladas de N2O foram maiores na primeira safra (milho) no sistema plantio direto soja-sorgo;milho-feijão-guandu entre 2014 e 2015 (254,88 mg N2O/kg grão). Nesse caso, a adubação nitrogenada e a mineralização de resíduos no solo podem ter sido responsáveis ao aumentarem a concentração de nitrogênio mineral, principalmente na estação chuvosa e em temperaturas mais altas no verão.

Para a segunda safra, foram observadas diferenças entre 2013 e 2014 para o sorgo, que, assim como o milho, foi fertilizado com nitrogênio, enquanto entre 2014 e 2015 não foram observadas diferenças na segunda safra sob o sistema plantio direto. Segundo os autores do estudo, a explicação pode estar na variabilidade de variáveis climáticas como chuvas e temperatura. Já o milho em plantio convencional, apesar do elevado rendimento de grãos, apresentou as maiores emissões de N2O, sendo, portanto, o sistema menos eficiente.

Os pesquisadores acreditam que as diferenças nas emissões de N2O entre os anos possam ser atribuídas justamente à sequência de culturas utilizada no período avaliado. O cultivo do sorgo, por exemplo, apesar de estar sob SPD e de ter recebido uma única fertilização com nitrogênio, apresentou emissões semelhantes às do sistema convencional. Além disso, no primeiro ano (2013-2014), as emissões das segundas culturas sob SPD foram mais baixas no caso da cultura de cobertura não fertilizada (feijão-guandu) comparada àquela fertilizada (sorgo). “Portanto, a escolha da segunda safra pode alterar completamente o padrão de emissões”, observa Alexsandra de Oliveira.

Outro fator que justifica as variações anuais nas emissões de N2O é a sazonalidade das chuvas nas condições tropicais do Cerrado, onde o período de desenvolvimento das plantas é regulado pelo volume e regularidade das chuvas, que podem ser interrompidas por períodos de seca com diferentes durações. “Vários estudos demonstraram que as variações das emissões de N2O são controladas pela umidade do solo. As chuvas estimulam a atividade microbiana no solo e podem induzir picos nos fluxos diários de N2O. Esse efeito pode ser prolongado ou potencializado se a disponibilidade de substratos de nitrogênio no solo for alta”, explica a pesquisadora.

“Esses resultados demonstram que as emissões de N2O na região do Cerrado se devem a interações que envolvem manejo do solo com ou sem o seu preparo, rotação e sequência de culturas e variáveis de solo e clima”, afirma a pesquisadora Arminda de Carvalho, também da Embrapa Cerrados, acrescentando que as emissões cumulativas de N2O no período 2013-2015 mostraram uma clara distinção entre os usos do solo avaliados.

Os autores do artigo lembram que, como já demonstrado por estudos anteriores sobre o bioma, o preparo convencional é o sistema de cultivo que mais promove aumento nas emissões de N2O e se diferencia das áreas sob vegetação nativa. “Por outro lado, o acúmulo de diferentes frações da matéria orgânica no sistema plantio direto  é um fator-chave para a redução das emissões de N2O do solo no Cerrado”, ressalta o professor Cícero Figueiredo, da UnB.

Oliveira acrescenta que o comportamento intermediário do sistema plantio direto (SPD) no estudo indica que o sistema é uma alternativa aos sistemas convencionais. “Porém, a sequência da cultura deve ser escolhida com cuidado, uma vez que foram observadas emissões diferentes entre os tipos de plantio direto”, recomenda.

Além de Oliveira, Figueiredo e Carvalho, são autores do estudo Artur Muller, Juaci Malaquias, Marcos Carolino de Sá, João Paulo Soares e Marcos Vinícius dos Santos (bolsista), da Embrapa Cerrados, e Fabiana Piontekowski Ribeiro e Isis Lima dos Santos, da UnB.

Papel do N2O nas mudanças no clima
Observações de longo prazo apontam que, entre os períodos 2011–2020 e 1850–1900, a temperatura média global aumentou 1,09 °C, acompanhada pelo aumento dos gases de efeito de estufa (GEE). A tendência crescente da concentração de N2O observada desde 1980 é, em grande parte, impulsionada pela expansão e intensificação da agricultura global. Estudos apontam que cerca de 77% do N2O derivado da atividade humana é emitido por solos agrícolas. Entre as opções de manejo do solo que promovem a adaptação e a mitigação das mudanças climáticas, o Sistema Plantio Direto (SPD) tem sido amplamente promovido como um manejo promissor de conservação do solo para reduzir os efeitos colaterais ambientais como erosão e degradação do solo, garantindo ao mesmo tempo a produtividade agrícola a longo prazo.

No entanto, estudos recentes afirmam que os efeitos dos sistemas de plantio direto no rendimento das culturas e nas emissões de GEE variam de acordo com a idade, a sequência e a rotação da cultura do SPD. Os sistemas agrícolas convencionais de alto rendimento são frequentemente caracterizados por altas taxas de consumo de energia de combustíveis fósseis, uso excessivo de nutrientes, degradação do solo e poluição da água. SPD e o preparo convencional (PC) afetam as emissões de N2O de maneira diferente, devido a alterações na estrutura do solo, nas taxas de aplicação de nitrogênio e no acúmulo e estabilização de matéria orgânica do solo.

Todos esses fatores também são fortemente influenciados pela sequência da cultura. “Por isso, práticas agrícolas sólidas, que contribuam para tornar a ciclagem de nutrientes, principalmente de nitrogênio, mais eficiente, e para reduzir os GEE, especialmente o N2O, devem ser estabelecidas em nível nacional e regional”, afirma Alexsandra de Oliveira, acrescentando que a diversificação agrícola favorece a ciclagem de nutrientes e o fornecimento de matéria orgânica, enquanto a monocultura pode contribuir para maiores emissões de N2O devido à intensa degradação do solo e ao uso excessivo de fontes de nitrogênio.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados
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BRF reporta lucro líquido de r$ 594 milhões e bate recordes históricos no 1T24

Companhia tem melhor primeiro trimestre da história e apresenta EBITDA de R$ 2,1 bilhões, com margem de 15,8%

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A BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, iniciou 2024 em um alto nível de competitividade. A Companhia reportou no primeiro trimestre de 2024 um lucro líquido de R$ 594 milhões e geração de caixa livre de R$ 844 milhões. A empresa apresentou EBITDA de R$ 2,1 bilhões, quase quatro vezes superior ao valor apresentado no 1T23, e atingiu uma margem de 15,8%. Os resultados foram impulsionados pela evolução da eficiência operacional, a contínua disciplina financeira e estrutura de capital otimizada, que também contribuíram para a menor alavancagem dos últimos oito anos (1,45x).

O desempenho histórico reflete os avanços consistentes na eficiência da Companhia trimestre a trimestre. “A BRF inicia o ano de 2024 como uma empresa sustentável, resiliente e ainda mais preparada para seguir capturando oportunidades no mercado. A acuracidade do nosso sistema de precificação, aliada à diversificação de mercados com novas habilitações para exportação, o avanço da execução comercial no Brasil e o nosso modelo preditivo de grãos maximizaram a rentabilidade da Companhia”, afirma Miguel Gularte, CEO da BRF.

O BRF+ 2.0 apresentou captura de R$ 438 milhões no período, com avanços nas principais frentes operacionais na comparação ano contra ano. A empresa já performa acima dos níveis históricos em alguns dos principais indicadores como, por exemplo, índice de mortalidade (-2,4 p.p. de frangos vs 1T22 e -1 p.p. vs 1T23), conversão alimentar de frangos (-7% vs 1T22 e -2,9% vs 1T23) e em suínos (-2,4% vs 1T22 e -0,6% vs 1T23). Os níveis de serviço logístico também evoluíram de forma expressiva com crescimento no atendimento às grandes redes varejistas (3,7 p.p. vs 1T23 e 24,8 p.p. vs 1T22) e no pequeno varejo (1,5 p.p. vs 1T23 e 11,9 p.p. vs 1T22). Além do foco na melhoria contínua, a nova versão do BRF+ para 2024, que já está em andamento, tem como principal objetivo de nivelar os indicadores das unidades de acordo com os benchmarks internos em cada uma das frentes de trabalho.

No Brasil, neste primeiro trimestre, a Companhia manteve patamares saudáveis de rentabilidade, com aumento das margens do portfólio regular. No período, a BRF reportou margem EBITDA de 15,1%, com evolução das margens do portfólio regular após conclusão do período sazonal de comemorativos. Resultado suportado pelo contínuo avanço da execução comercial, que resultou em um incremento do número de clientes e pela continuidade da estratégia de inovações focadas nas necessidades do consumidor.

Na operação Internacional, neste trimestre, a BRF avançou na estratégia de diversificação de mercados, com a conquista de 25 novas habilitações para exportações – que somam às 66 do ano passado – o que tem permitido à Companhia ter opções de escolha para rentabilizar os resultados. Com isso, a empresa apresentou margem EBITDA de 16,9% no período também motivada pelo bom desempenho na Turquia e nos países do Golfo, potencializado pelo efeito sazonal das celebrações do Ramadã e pela recuperação de preços de exportação com novas alternativas comerciais.

As marcas de consumo da BRF continuam como as preferidas do consumidor. A Sadia segue como a marca mais valiosa no setor de alimentos, Perdigão é a mais escolhida e vendida e Qualy e Deline, as margarinas mais vendidas do país. No mercado Halal, Sadia e Banvit permanecem como líderes.

“Seguimos empenhados em reduzir o endividamento, criando condições para que a Companhia melhore seu perfil de negócios e gere valor aos acionistas. O resultado desse trimestre nos indica que estamos no caminho adequado”, destaca o vice-presidente de Finanças e RI da BRF, Fábio Mariano.

Na agenda de Sustentabilidade, a BRF seguiu com conquistas relevantes. A empresa avançou no rating Sustainalytics e figurou como a Companhia do setor mais bem classificada na última edição do índice. A Companhia seguiu priorizando o desenvolvimento de pessoas com mais de 660 mil horas de treinamento e a promoção de 1.900 colaboradores no período. A empresa concluiu sua pesquisa anual de engajamento com crescimento de 9 p.p. em relação ao ano anterior e resultado acima da média em comparação ao mercado de empresas de alta performance. O reconhecimento dos colaboradores é reflexo das boas práticas de gestão e estabilidade da liderança.

“No ano em que a marca Sadia celebra 80 anos de história e a Perdigão, 90, apresentamos no primeiro trimestre resultados compatíveis com o potencial de performance da Companhia. Estamos ainda mais competitivos, com um modelo de gestão que tem nos permitido avançar na busca contínua pela eficiência e na consolidação de uma cultura de alta performance”, conclui Miguel Gularte.

Fonte: Assessoria
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