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Suínos / Peixes

“Não estou dizendo que essa investigação não deveria acontecer, mas foi mal direcionada”

Em entrevista exclusiva ao jornal O Presente, ex-diretor jurídico da unidade da Sadia de Toledo-PR expõe seu posicionamento frente à Operação Carne Fraca e como ela atinge a cadeia produtiva

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Há mais de 40 anos atuando na indústria de alimentos e responsável por incentivar e fortalecer a produção de frangos no Paraná, participando da consolidação da Sadia em Toledo-PR e da fundação de sindicatos no Estado – como o Sindicarne e o Sindiavipar – Pedrinho Furlan diz-se chateado com a forma em que a Operação Carne Fraca foi trazida à tona. Aposentado desde 1996 da companhia, o ex-diretor jurídico e integrante do Conselho de Administração da unidade de Toledo é hoje procurador da Associação Esportiva e Recreativa da Sadia e coordenador do projeto da ginástica rítmica.

A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, foi uma das gigantes citadas na investigação que desmontou um esquema de pagamento de propinas a fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura para que frigoríficos pudessem vender produtos adulterados com produtos químicos e carnes vencidas.

Ao jornal O Presente, Furlan expôs seu posicionamento frente ao escândalo que atinge um setor-chave da economia brasileira, já que o país é o primeiro exportador mundial de carne bovina e de frango.

 

O Presente (OP): Como foi para o senhor, um dos precursores da produção de carnes no Oeste do Paraná ao participar do crescimento da produção de frangos por meio da instalação da unidade da Sadia em Toledo, encarar a exposição da Operação Carne Fraca?

Pedrinho Furlan (PF): Eu tenho impressão que os responsáveis por essa investigação não levaram em conta o que representa para o nosso país as exportações, e eu estou falando em termos só de aves, que foi o que eu montei no Paraná, começando por Toledo e depois todas as cooperativas. Atinge a cooperativa de Marechal Cândido Rondon, a cooperativa de Palotina, a de Cascavel, de Medianeira, de Céu Azul e assim por diante, essas grandes exportadoras que, só de frango, exportam nada mais do que R$ 7 bilhões por ano para Arábia Saudita, China, Japão, Hong Kong, Países Baixos e União Europeia. Todo trabalho realizado foi divulgado para a imprensa nacional e internacional na mesma hora, com a prisão de dois diretores, um deles da BRF de Goiás, sendo que só o Paraná exporta para esses países por meio da BRF (antiga Sadia).

Estamos em um período no país de economia em queda, tentando recuperar, com cerca de 13 milhões de desempregados. Já imaginou as unidades fabris que terão que colocar seus funcionários em férias coletivas para ver se o governo federal conserta a situação que a Polícia Federal criou? E como ficam os transportadores, as empresas de transportes paradas? Todos os integrados das cooperativas terão que parar de integrar, o que impacta em fábricas de ração, insumos para ração, ou seja, criou-se uma baixa violenta na economia brasileira, inclusive da parte que diz respeito a aumento de desempregados.

Se está sendo feita a defesa eventual de um brasileiro só, que veio a falecer porque comeu uma carne passada, talvez a preocupação da Polícia Federal seja essa, mas não se deram conta de tudo isso que vai acontecer e que já está acontecendo. O que vai ser feito com o frango, com o suíno? Tem que ser alimentado ou vai morrer. Eu não tenho a mínima ideia do que vai acontecer com toda essa cadeia produtiva.

Nossos exportadores cancelaram os recebimentos em razão do que a imprensa brasileira está dizendo. Não estou recriminando a imprensa, porque é um órgão de alta responsabilidade, mas que com essa responsabilidade parou inclusive de falar sobre a Lava Jato neste momento.

Tenho 40 anos dedicados a essa atividade, estou há mais de 28 anos na região e fundei dois sindicatos, o da Indústria de Carnes e Derivados (Sindicarne) e Indústrias de Produtos Avícolas (Sindiavipar), do qual fui presidente, delegado junto à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Sempre estive junto disso tudo, acompanhando as delegações de técnicos em fazer anualmente a verificação de como se encontra a unidade e eu nunca tive um problema na nossa unidade de Toledo.

 

 

OP: Diversos países, como Japão, África do Sul, China, Hong Kong, além de países árabes e da União Europeia, já anunciaram algum tipo de medida restritiva à exportação da carne brasileira após estourar o escândalo da Operação Carne Fraca. Isso pode representar um retrocesso para o Brasil na conquista de mercados internacionais?

PF: Eventualmente sim, porque imediatamente eles vão passar a comprar de outros produtores da Europa, dos Estados Unidos, e a parte bovina a Argentina também é um dos principais exportadores. Quando acontece algo desse tipo eu me preocupo porque tive a minha vida toda voltada para a indústria de alimentos, e na minha mesa eu tenho 12 netos e seis filhos e nós comemos aquilo que sabemos que não tem problema. Eu não queria acreditar, inclusive, que o presidente da República convidou embaixadores a uma churrascaria dizendo que aquilo vai resolver. Isso não vai resolver. O que vai resolver são empresas criadas internacionalmente para fazer um levantamento de todas as grandes unidades exportadoras do país e que dão um atestado de que estão rigorosamente dentro da lei.

 

OP: A Polícia Federal identificou empresas oferecendo vantagens para afrouxar a fiscalização, sendo que servidores do Mapa recebiam propina de frigoríficos para liberar a comercialização de carnes sem condição de consumo. O que garante que o sistema de inspeção funciona e que é seguro consumir a carne produzida no Brasil?

PF: Nos meus 40 anos de Sadia eu nunca tive problema nenhum. Os nossos fiscais levavam produtos para alimentação própria para que eles ficassem altamente responsáveis por fiscalizar, porque nós sabemos o que um importador representa. Quando você vai comprar um produto em qualquer local você quer a garantia de que aquilo vai te servir. Essa situação está como um tiroteio no escuro e vai atingir gente que não tem relação com o problema. Eu acho que os grandes exportadores, mais do que o governo, devem levar a eles a solicitação para que venham imediatamente fazer a fiscalização para verificar se está de pleno acordo com aquilo que a legislação de segurança alimentar exige em cada uma das unidades fabris.

 

OP: O senhor acredita que o fato de partidos políticos nomearem pessoas para cargos de relevância, algumas vezes com interesses próprios, é o grande problema?

PF: É um dos problemas que precisam ser resolvidos. Normalmente os chamados “ministrinhos”, aqui no Paraná é assim também, são nomeados politicamente. Então imagine se o deputado possui algum contato com uma unidade frigorífica que ele tem algum interesse e quer manter essa “parceria” pelos anos seguintes? O governo federal tem que ter a máxima brevidade em acabar com essas situações porque eu imagino que existam frigoríficos sem a inspeção federal, somente a estadual.

 

OP: O Paraná pode ser o Estado mais afetado considerando que dos 21 frigoríficos citados nas investigações 18 estão no Estado?

PF: Depende. Nós temos agora apenas a indicação da Polícia Federal que está investigando, porque não está comprovado de que todos estão realmente cometendo as irregularidades apontadas na investigação. Será que é um produto que foi vendido para uma mercearia, para um mercado ou uma rede de supermercados? E esse mercado também não tem algo nesse sentido que não foi citado? Eu acho que essa propina nos frigoríficos pode ser real, mas, por exemplo, no nosso frigorífico recebemos 6,5 mil suínos para abate e com o calor intenso devem chegar cerca de meia dúzia de animais mortos. Este animal morto imediatamente vai para o subproduto, que é um novo frigorífico para pegar a parte óssea para farinha de osso, farinha de carne, para ração balanceada e tem que ser tratado rigorosamente também. Agora, se o frigorífico pequeno não tem a inspeção federal, tem só a inspeção estadual – que não sei quantos destes investigados são – faz a mesma coisa de um que exporta? A Polícia Federal não está nem aí para a exportação, ela está cuidando da população brasileira.

 

OP: A forma como os brasileiros repercutiram o fato, tratando a operação de forma jocosa nas mídias sociais, por meio de piadas que rapidamente se propagaram, foi uma postura irresponsável?

PF: Sim. Uma das frases que nós tínhamos no nosso tempo era “o produto que estamos levando ao consumidor brasileiro e ao exportador é o mesmo produto que nós consumimos com a nossa família”. Fazer piada com um assunto tão sério como esse é uma coisa que machuca. O país vai sofrer muito para se recuperar.

 

OP: O que podemos esperar daqui para frente? Será possível recuperar a credibilidade, seja do consumidor, seja do mercado externo?

PF: No mercado externo as providências já estão sendo tomadas. O ministro da Agricultura está enviando equipes para visitar os exportadores com o convite para que seja reinspecionada cada uma das unidades fabris que estejam rigorosamente dentro da lei. O Brasil está sofrendo e vai sofrer muito com isso, vai ter muita gente desempregada até que sejam retomadas as exportações como eram antes dessas denúncias. Não estou dizendo que essa investigação não deveria acontecer, mas foi mal direcionada. Primeiro eles tinham que fazer a verificação desses frigoríficos para responsabilizar ou pelo menos movimentar o Judiciário, pois desta forma não teríamos uma repercussão alarmante da imprensa televisionada, escrita, radiofônica em todo o Brasil dizendo que o brasileiro estava comendo carne podre e que muita gente está morrendo porque comeu carne que não podia ser consumida. 

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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Suínos / Peixes

Brasil detém 32% do mercado global de cortes congelados de carne suína

Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná divulgou, na quinta-feira (25), o Boletim de Conjuntura Agropecuária, trazendo um panorama abrangente dos setores agrícolas e pecuários referente à semana de 19 a 25 de abril. Entre os destaques, além de ampliar as informações sobre a safra de grãos, o documento traz dados sobre a produção mundial, nacional e estadual de tangerinas.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a produção global de tangerinas atingiu a marca de 44,2 milhões de toneladas em 2022, espalhadas por uma área de 3,3 milhões de hectares em 68 países. A China, indiscutivelmente, lidera nesse cenário, com uma contribuição de 61,5% para as colheitas mundiais e dominando 73,1% da área de cultivo da espécie. O Brasil, por sua vez, figura como o quinto maior produtor, com uma fatia de 2,5% das quantidades totais.

No contexto nacional, o Paraná se destaca, ocupando o quarto lugar no ranking de produção de tangerinas. Cerro Azul, situado no Vale do Ribeira, emerge como o principal centro produtor do país, respondendo por 9,2% da produção e 8,4% do Valor Bruto de Produção (VBP) nacional dessa fruta. Não é apenas Cerro Azul que se destaca, mas outros 1.357 municípios brasileiros também estão envolvidos na exploração desse cítrico.

Cortes congelados de carne suína

Além das tangerinas, o boletim também aborda a exportação de cortes congelados de carne suína, um mercado no qual o Brasil assume uma posição de liderança inegável. Detentor de cerca de 32% do mercado global desses produtos, o país exportou aproximadamente 1,08 bilhão de toneladas, gerando uma receita de US$ 2,6 bilhões. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar, com uma participação de 29%, seguidos pela União Europeia (23%) e pelo Canadá (15%).

No cenário interno, Santa Catarina desponta como líder nas exportações de cortes cárneos congelados de suínos em 2023, com uma impressionante fatia de 56%. O Rio Grande do Sul e o Paraná seguem atrás, com 23% e 14% de participação, respectivamente.

 

Fonte: Com informações da AEN-PR
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