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Avicultura

Visão holística da biosseguridade domina debates em evento da Asgav na serra gaúcha

Neste ano, a organização do evento, de maneira inédita, introduziu no primeiro dia da conferência o Módulo Especial Conbrasil Tec Ovos, que trouxe um painel totalmente dedicado a discussões técnicas.

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Fotos: Rafael Cavalli

A biosseguridade, que sempre foi uma preocupação na indústria e produção de ovos, ganha ainda mais importância diante do atual cenário de casos de Influenza aviária de Alta Patogenicidade no país, tendo até 04 de julho sido confirmados 57 focos da doença, sendo 56 em aves silvestres e um em uma criação de fundo de quintal. Medidas e estratégias para ampliar a proteção do plantel avícola brasileiro estiveram em destaque e dominaram as discussões no primeiro dia da 4ª Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos (Conbrasul Ovos), realizada entre os dias 18 e 20 de junho, no Wish Serrano Resort & Convention, em Gramado, na serra gaúcha.

Neste ano, a organização do evento, de maneira inédita, introduziu no primeiro dia da conferência o Módulo Especial Conbrasil Tec Ovos, que trouxe um painel totalmente dedicado a discussões técnicas. Durante essa sessão, ficou claro que um programa eficiente de biosseguridade deve adotar uma abordagem holística para a produção, englobando aspectos como nutrição, bem-estar animal e saúde animal.

A programação foi aberta pelo diretor do Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Eduardo de Azevedo Pedrosa Cunha, com uma palestra sobre o panorama da Influenza aviária no mundo e a importância da biosseguridade na avicultura brasileira. Ele ressaltou que o Mapa e os serviços veterinários estaduais estão trabalhando em conjunto com instituições e o setor privado para prevenir e enfrentar os focos da doença no país, ressaltando que os casos notificados são em aves silvestres, que não representa perigo ao consumo de carne de frango, ovos ou derivados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

Na sequência, o chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, Everton Krabbe, destacou os avanços na pesquisa como um fator vital para fortalecer a sanidade animal. Ele mencionou as controvérsias passadas sobre o uso de telas nos aviários no país e os efeitos positivos que essa medida tem trazido nos dias de hoje. “Agora podemos concluir que estávamos corretos ao optar pelo telamento”, enfatizou.

O responsável pela Área Técnica da Naturovos, Flávio Renato da Silva, discorreu sobre a produção de ovos, prevenção e medidas de biosseguridade, ocasião em que enfatizou a importância da qualidade e do bem-estar das aves na produção de ovos. Ele ressaltou que, para aqueles que trabalham em granjas, a prioridade deve ser dada às aves, colocando-as acima dos próprios ovos. Além disso, ressaltou a importância da qualidade da matéria-prima utilizada na ração, pois a qualidade do ovo está diretamente relacionada com a qualidade e quantidade de ração consumida.

Em seguida, Francisco Miranda, responsável por Negócios Sustentáveis da DSM-firmenich na América Latina, palestrou sobre a pegada ambiental de um sistema produtor de ovos. Ele destacou que as emissões relacionadas a ração representam entre 65% e 85% das emissões totais. “Há necessidade de aumentar a produção de proteína animal em 70% até 2050. Para isso é preciso saber produzir mais da melhor forma possível”, frisou.

Nutrindo Aves, Alimentando o Mundo!

O Painel Nutrindo Aves, Alimentando o Mundo deu sequência ao ciclo de palestras, com o representante da DSM-firmenich, Fernando Cisneros, abrindo a programação da tarde. Ele tratou sobre modulação do microbioma em galinhas poedeiras sob o uso de fibra. De acordo com Cisneros, há uma série de novas ferramentas à disposição para abordar a saúde e o desempenho das aves, sendo uma dessas ferramentas a modulação do microbioma, que oferece uma oportunidade significativa de melhorar a resiliência das aves. “Pesquisas recentes têm demonstrado como é possível modular a microbiota das aves para alcançar um desempenho ideal, utilizando prebióticos de precisão. Além disso, benefícios adicionais podem ser obtidos ao visar os detritos celulares bacterianos por meio do uso de muramidases. Essas abordagens se mostram promissoras para otimizar a saúde e o desempenho das aves de forma eficiente”, enfatizou.

O professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Antonio Bertechini, destacou as atualizações sobre cálcio e fósforo para poedeiras comerciais. Segundo ele, a nutrição de cálcio (Ca) e fósforo (P) é um tema controverso na produção avícola. É necessário caracterizar o calcário utilizado nas rações, a fim de definir os níveis adequados de Ca. Além disso, é preciso ter cuidado especial com os níveis e fontes de P nas rações. “Corrigir o peso do ovo ao longo do ciclo de produção é fundamental para manter a qualidade dos ovos.

As empresas produtoras de aves devem atualizar regularmente suas recomendações nutricionais com base em pesquisas e avanços científicos. Essas atualizações são essenciais para garantir uma nutrição adequada e promover a saúde e o bem-estar das aves”, ressaltou.

Em seguida, o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sérgio Vieira, explanou sobre a formulação de rações de custo mínimo para a produção de ovos em cenários futuros para preços de milho e soja. “A produção de ovos está passando por um processo inevitável de consolidação. Nesse contexto, é essencial que os produtores busquem sempre a melhor resposta econômica como base para suas operações. Além disso, é fundamental ter a capacidade de tomar decisões corretas, baseadas em evidências e na profissionalização da produção”, frisa Vieira.

De acordo com o docente da UFRGS, é preciso encontrar o equilíbrio ideal entre o desempenho das aves e a eficiência econômica da produção. “É importante considerar custos competitivos e explorar alternativas alimentares. Muitos produtores estão buscando opções além do tradicional, embora ainda haja algum receio injustificado. Nem sempre a melhor resposta econômica está relacionada apenas à conversão alimentar, mas também leva em conta fatores como disponibilidade e preço dos insumos”, expõe.

Ao analisar os cenários econômicos futuros, Vieira diz que se observa uma demanda crescente por proteína, o que impacta os custos de produção. “Para se manter competitivo, o produtor deve ter controle sobre a formação desses custos”, reforça.

A projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indica uma tendência de redução nos preços do milho nos próximos anos, com previsão de atingir US$ 4,30 por bushel em 2026 (US$ 169 por toneladas). Já para a soja, a projeção é de uma queda para US$ 10,30 por bushel nos próximos anos (US$ 379 por tonelada). “Diante desse cenário desafiador, a consolidação da produção, a busca pela melhor resposta econômica e a capacidade de tomar decisões embasadas em evidências são fundamentais para o sucesso e a sustentabilidade da atividade de produção de ovos”, destaca.

Saúde das Aves, Saúde das Pessoas

E ainda a primeira programação científica da Conbrasul teve o Painel Saúde das Aves, Saúde das Pessoas, com uma apresentação do médico-veterinário Diego Menezes de Brito, da Divisão de Saúde Única do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), sobre o PAN-BR Agro – o Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos no âmbito da Agropecuária.

Considerando a relevância das informações geradas pelo programa e o panorama atual da resistência antimicrobiana (AMR) para as cadeias de avicultura de corte e suinocultura, foram identificados na primeira etapa, realizada entre 2018 e 2022, diversos riscos e prejuízos no contexto da saúde única.

Dentre os quais, Brito destacou a baixa eficiência no tratamento e prevenção de doenças infecciosas nos animais produtores de alimentos, o aumento da mortalidade dos animais devido a falhas terapêuticas, a redução da taxa de conversão alimentar dos animais devido a infecções e o risco de contaminação de pessoas envolvidas na cadeia produtiva com bactérias resistentes. “Além disso, há o risco de contaminação de pessoas pelo consumo de alimentos de origem animal contaminados com bactérias resistentes, o risco de contaminação do meio ambiente com bactérias resistentes e a disseminação da AMR. Também são preocupantes as possíveis perdas de mercados e as barreiras sanitárias impostas por países importadores, bem como os prejuízos econômicos para produtores e indústrias, que podem ocorrer devido a questões produtivas e de mercado”, pontuou.

Conforme o médico-veterinário, esses dados não foram publicados, mas evidenciam a complexidade e os impactos negativos que a resistência antimicrobiana pode ter nas cadeias produtivas de avicultura de corte e suinocultura. “A abordagem da saúde única, que engloba a saúde animal, humana e ambiental, se torna essencial para enfrentar e mitigar esses riscos, promovendo a sustentabilidade e a segurança dos sistemas de produção de alimentos”, enfatizou.

Os objetivos estratégicos da 2ª etapa do Plano de Ação Nacional para o Combate à Resistência aos Antimicrobianos (PAN-BR Agro) são focados em diversas áreas-chave, que se concentram em melhorar a conscientização e a compreensão sobre a resistência aos antimicrobianos por meio de ações de comunicação, educação e capacitação. “Isso visa garantir que tanto profissionais da saúde quanto a população em geral estejam cientes dos riscos e consequências do uso inadequado de antimicrobianos”, afirma.

Um segundo objetivo é fortalecer os conhecimentos e a base científica por meio de vigilância e pesquisas. Isso inclui a coleta de dados, monitoramento e análise da resistência antimicrobiana, contribuindo para uma abordagem embasada em evidências e direcionada para as melhores práticas. Outro objetivo estratégico é reduzir a incidência de infecções por meio da implementação de medidas eficazes de higiene e prevenção. Isso engloba práticas de biossegurança, controle de infecções e adoção de protocolos adequados nos diferentes setores da produção animal

O quarto objetivo visa o fortalecimento das ações de otimização do uso de antimicrobianos em animais, envolvendo o desenvolvimento e a implementação de diretrizes e políticas que promovam a utilização responsável e racional dessas substâncias, evitando o uso desnecessário ou inadequado.

Por fim, o PAN-BR Agro busca preparar argumentos econômicos voltados ao investimento sustentável, visando o aumento de recursos para o desenvolvimento de novos medicamentos, meios de diagnóstico, vacinas e outras intervenções que contribuam para o combate à resistência antimicrobiana. “Esses objetivos estratégicos visam abordar a resistência aos antimicrobianos em todas as suas dimensões, desde a conscientização até a pesquisa científica e ações práticas de prevenção, com o objetivo de promover uma abordagem abrangente e eficaz no enfrentamento desse desafio global”, sublinha Brito.

O programa técnico foi encerrado com um debate sobre proteção de ponta a ponta contra enfermidades respiratórias, com o representante da MSD Saúde Animal André Luiz Della Volpe; e sobre antimicrobianos nas rações com o diretor técnico da Vaccinar, Sebastião Borges.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse acesse gratuitamente a edição digital Avicultura Corte e Postura. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

No Dia Mundial do Frango, foco setorial se concentra na garantia de abastecimento

Além da segurança alimentar, setor detém importante papel socioeconômico no Brasil.

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Foto: Shutterstock

Hoje, 10 de maio, é o Dia Mundial do Frango, data criada pelo Conselho Internacional da Avicultura (IPC, sigla em inglês) para celebrar a cadeia produtiva e estimular o consumo de uma das mais importantes e versáteis proteínas animais do mundo.

Neste ano, a avicultura do Brasil abordará uma perspectiva diferente dos anos anteriores. A celebração deste ano exaltará a importância desta proteína para a garantia de segurança alimentar e para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Em toda a cadeia produtiva, são 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Apenas nas fábricas são mais de 300 mil postos de trabalho de um setor com Valor Bruto de Produção superior a R$ 90 bilhões.

É uma enorme força de trabalho que produziu no ano passado 14,8 milhões de toneladas em território brasileiro – desde 2013, o Brasil adicionou cerca de 2,5 milhões de toneladas em sua produção.

Quase 35% disto é direcionado a mais de 150 países nos cinco continentes – capilaridade que proporcionou ao Brasil a liderança mundial nas exportações da proteína, sendo responsável por 38% do total do comércio internacional. Para fins de comparação, as agroindústrias brasileiras exportaram no último ano mais que as vendas internacionais de Estados Unidos e União Europeia – segundo e terceiro maiores, respectivamente – somadas, e é maior do que toda a produção da Rússia (quinto maior produtor global da proteína). São embarques que geram receitas próximas a US$ 10 bilhões (dados de 2023).

O impacto econômico e social da carne de frango para o Brasil não está apenas nos dados macroeconômicos. O peso social individualizado da proteína se vê em seu consumo per capita. Cada brasileiro consome, em média, 45 quilos da proteína – índice alcançado em 2020 e que se mantém desde então. É, de longe, a proteína animal mais consumida pelo brasileiro.

São números que mostram a relevância e a missão deste setor com o Brasil – para onde é destinada 65,3% de toda a produção nacional. “Nossa cadeia produtiva é continental, e tem papel determinante nos hábitos, na economia e na cultura gastronômica de Norte a Sul. Do campo às fábricas, são bilhões em investimentos em tecnologia de ponta para garantir a qualidade e a sanidade dos produtos, com maior produtividade. É um dos alicerces alimentares do País, e pilar econômico de diversas regiões. Neste dia, celebramos um setor resiliente, que cumpre seu papel e que seguirá atuando para que não falte o acesso a este alimento de alta qualidade para as famílias de todo o país”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Fonte: Assessoria ABPA
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Avicultura

Especialista aponta umidade e profundidade da cama como fatores críticos ao desenvolvimento das aves

Ao garantir um ambiente saudável e confortável para as aves, bem como a qualidade do produto final, os produtores não apenas protegem sua própria operação, mas também contribuem para a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor como um todo.

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Fotos: Shutterstock

O manejo adequado da cama de frangos de corte é uma peça fundamental no quebra-cabeça da produção avícola. Ao garantir um ambiente saudável e confortável para as aves, bem como a qualidade do produto final, os produtores não apenas protegem sua própria operação, mas também contribuem para a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor como um todo.

Bacharel em Ciência Animal, mestre em Nutrição de Aves e doutora em Gestão Ambiental de Aves, Connie Mou: “Não há um sistema de gestão único que funcione para todos, pois ele varia de acordo com as necessidades de produção, recursos disponíveis, mão de obra e equipamentos” – Foto: Arquivo pessoal

A bacharel em Ciência Animal, mestre em Nutrição de Aves e doutora em Gestão Ambiental de Aves, Connie Mou, elenca que o manejo correto da cama visa garantir um ambiente propício para o desenvolvimento saudável das aves. “Para alcançar esse objetivo é essencial gerenciar e manter as propriedades benéficas da cama, como absorção, evaporação, isolamento e amortecimento, com foco especial em conservar a umidade entre 20 e 25%”, ressalta Connie. Ela vai tratar deste assunto no 24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), que acontece entre os dias 09 e 11 de abril, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó, SC.

Controlar a umidade da cama é fundamental para prevenir o crescimento de microrganismos patogênicos e garantir a saúde das aves. Uma cama bem manejada também proporciona um ambiente confortável para as aves se movimentarem, descansarem e se alimentarem, contribuindo assim para o bem-estar animal e o desempenho produtivo. Além disso, o manejo correto da cama pode ter benefícios ambientais, como a compostagem do material usado, que pode ser reaproveitado como fertilizante orgânico, contribuindo para a sustentabilidade da operação avícola.

Qualidade da cama

A qualidade da cama é de extrema importância no desempenho das aves e na saúde intestinal. A especialista em avicultura, ressalta que se a cama for mal gerida, pode se tornar um ambiente ideal para o desenvolvimento de agentes patogênicos nocivos, que podem acabar afetando as aves e provocando doenças. “Níveis excessivos de umidade na cama podem contribuir para o desenvolvimento de lesões nas patas das aves. Além disso, a cama desempenha um papel importante na produção de amônia, se não for cuidadosamente gerenciada, pode levar a níveis elevados de amônia no ambiente, o que foi demonstrado em pesquisas como prejudicial ao sistema respiratório das aves, impactando a função do sistema imunológico, podendo também aumentar o risco de proliferação de bactérias oportunistas.

Vários fatores podem influenciar a umidade da cama, incluindo o uso de água pelas aves, a densidade e as taxas de ventilação. De acordo com a doutora em Gestão Ambiental de Aves, a melhor maneira de abordar o manejo da cama é monitorar a umidade relativa do aviário constantemente e manter um registro histórico de qual é a umidade relativa do ar no aviário ao longo da vida do lote, entre lotes, para entender quão bem está sendo feito o trabalho dentro do aviário, a fim de garantir um equilíbrio adequado de umidade.

Connie diz que nos Estados Unidos aprendeu-se ao longo dos últimos 20 anos que o sucesso da gestão da cama é fortemente influenciado pela educação do produtor. “Existem diversos sistemas de gestão disponíveis para manejo das camas, porém, o sucesso deles depende da capacitação adequada dos produtores. Não há um sistema único que funcione para todos, pois ele varia de acordo com as necessidades de produção, recursos disponíveis, mão de obra e equipamentos”, salienta.

Quanto aos sinais de que a cama precisa ser renovada, a especialista conta que nos Estados Unidos a troca acontece quando começa a aparecer areia na cama ou quando se torna muito profunda. “Um sistema não precisa de uma cama com mais de seis polegadas, cerca de 15 cm de profundidade, pois uma cama mais profunda pode dificultar o gerenciamento da amônia e da umidade”, aponta.

Quanto ao reaproveitamento da cama, quando gerenciado corretamente, pode ser mais benéfico do que prejudicial. Isso ocorre porque a cama reutilizada já possui uma população microbiana estabelecida, o que pode acelerar o desenvolvimento da imunidade das aves. “Já em camas novas é muito mais imprevisível quais microrganismos irão povoar as aves desse alojamento, o que pode impactar o desenvolvimento do sistema imunológico dos frangos”, expõe.

Ventilação

Quanto ao manejo adequado da ventilação, seu impacto na qualidade da cama e na saúde das aves é significativo. O objetivo principal da ventilação é remover a umidade gerada pelas aves, o que está diretamente ligado à qualidade da cama e à saúde das aves. “Sem um programa de ventilação adequadamente executado, nunca será possível alcançar uma boa qualidade da cama e, consequentemente, uma boa saúde das aves. Portanto, o manejo adequado da ventilação é essencial para garantir um ambiente saudável e higiênico para as aves durante todo o ciclo de produção”, frisa a mestre em Nutrição de Aves.

Preparação do alojamento

Para garantir um ambiente saudável para as aves, as melhores práticas para a preparação inicial do alojamento antes da chegada dos pintinhos incluem o gerenciamento dos níveis de umidade, mantendo-os abaixo de 20%, e garantindo uma profundidade adequada da cama para acompanhar a deposição de umidade das aves. “É importante observar a aparência da cama, pois se ela ficar muito fina, há maior chance de níveis mais elevados de amônia. Se não houver opção de tratamento de cama para reduzir a amônia no início do lote, torna-se ainda mais crítico gerenciar”, salienta a bacharel em Ciência Animal.

Controle da proliferação de patógenos na cama

Em relação ao controle da proliferação de patógenos na cama, como Salmonella e Escherichia coli, é importante entender que nunca será possível controlar totalmente esses microrganismos, mas apenas gerenciá-los. “A área do microbioma nos aviários ainda é muito mal compreendida, e há muito a ser aprendido sobre como esses organismos interagem. No entanto, uma estratégia eficaz é gerenciar a umidade da cama, pois a água é um dos principais fatores que esses microrganismos precisam para sobreviver”, expõe Connie, acrescentando: “Mantendo a cama o mais seca possível e pelo maior tempo possível, podemos reduzir as chances de crescimento desses patógenos a níveis que impactariam negativamente nossas aves”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura ARTIGO

Será que o Brasil sabe a dimensão do desastre no Rio Grande do Sul?

Você está fazendo tudo o que pode mesmo? Quem sabe você pode ajudar só um pouquinho mais

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Fotos : divulgação Governo do Estado

O Estado do RS acabou. Da forma como a gente o conhecia, ele não existe mais. Nos resta rezar a Deus e torcer para que o Brasil e o mundo nos ajude a enterrar nossos mortos e a reconstruir um pouco do que foi devastado pelas águas – e ainda vai ser devastado, pois vem mais ciclone por aí. Quem sabe, em meio ao caos, no fundo do poço, a gente encontre uma força que nem a gente saiba que tem, algo como o Japão que se reconstrói em tempo recorde após os terremotos. ou como a Flórida, que enfrenta dezenas de furacões anuais e continua em pé!
Talvez estas palavras iniciais sejam fortes, Mas, talvez a maioria das pessoas de outras regiões do Brasil não tenha se dado conta do tamanho da tragédia. Ela é muito pior do que você vê na TV ou nos vídeos de WhatsApp! Muito, mas muito pior! É como se todo mundo desta região aqui perdesse sua casa, se enchesse tudo isso de água, por dias e mais dias, fechando estradas, escolas, lar de idosos, empresas… tudo!

Você já parou para pensar!? Então, você vai ajudar mais!?

 

Muitos não ajudam pelo medo do julgamento alheio

Por outro lado, felizmente muitas regiões do país estão ajudando, botando a mão na massa, salvando pessoas.

Cito aqui o exemplo do Pablo Marçal, que vai e volta quase todo dia a São Paulo e salvou mais gente da água do que eu e você juntos – sem contar que deu uma aula em poucos minutos ali no centro de distribuição de doações. Eu estive lá em Hamburgo Velho e agradeci a Deus por estar do lado de cá dos gradis, que separavam a fila gigantesca para buscar donativos, das pessoas que foram doar ou tomar uma dose de coragem para ajudar mais!

O Marçal poderia estar torrando o dinheiro em Dubai, mas estava em cima de uma empilhadeira, no meio da rua, discursando para arrebanhar pessoas para ajudar daqui pra frente, pois talvez o pior esteja daqui pra frente, acredite! Você não precisa gostar dele, não precisa gostar da Globo, mas toda ajuda é muito bem-vinda! E, ao citar o Marçal, cito cada um aqui da região que está empenhado em ajudar, com grana, com barco, separando doações, tirando gente da água, doando…

Temos percebido muitos golpes, muita gente reclamando, muita gente se aproveitando para aparecer… e muita gente ou empresa querendo ajudar, mas não ajuda porque tem medo de que vão dizer que está querendo fazer propaganda. Vocês não têm noção a quantidade de pessoas (ou empresas) que vem me falar isso! Ora, vamos parar de ter medo destes juízes de sofá da sala, que se escondem em casa e ficam só metendo o pau nos outros; e não fazem nada! Deixe ‘essa gente pra lá’ e daí que a Globo só veio depois da Madona, e daí que alguns dizem que o Pablo Marçal está fazendo marketing, e daí que muitos só reclamam e apontam o dedo, daí que tem gente que vai na fila duas vezes pegar 2kg de arroz e 2 litros de leite, e daí, que se danem! Ora, manda a m… diz assim: “vá cuidar da tua vida”!
E se esta tragédia tocou seu coração, vai lá você e bota o pé na lama, porque você sabe que quem reclama não fará nada, estará muito ocupado dando opinião e reclamando.

O Brasil pode fazer muito mais

Se não tua casa, graças ao bom Deus, não teve mortes, somente alguns alagamentos, pessoas perderam bens materiais e… e estamos tocando nossa vida normalmente, limpando o guarda-roupa, fazendo uma comprinha maior para doar e… e deu! Era isso, a ajuda é só isso! Mas você pode fazer mais, todo mundo pode fazer mais!

Eu sinto que muita gente ainda não acordou para o tamanho da tragédia (e está tudo certo, cada um é cada um, não reclamo destes). Mas gostaria de ajudar, então, se você quiser dormir com a consciência tranquila, faça mais. “Teoricamente” só morreram 100, mas você sabe que esse número vai aumentar muito. Quantos idosos foram levados por não conseguir se locomover, quantos bebês morreram, quantos animais ainda estão ilhados ou foram levados, bichinhos de estimação que estão abandonados, quanta gente vai morrer de doença, de leptospirose, de hipotermia (vem o frio aí), e tem muitos outros problemas que vão aparecer.
Quantas crianças não terão mais aulas, quantas crianças não terão mais pais ou avós ou amiguinhos – que viraram estrelinhas ou ainda vão virar?
Quantas crianças perderam seu bichinho de estimação ou vão perder por falta de ração? Quantos avós perderam seus netos ou ainda vão perder!
A gente não sabe nada, não sabe a dimensão desta “desgraceira” toda! Não é uma enchentezinha que sobe, alaga e no dia seguinte volta para o rio, aí você vai lá e mete o lava-jato e tudo volta ao “normal”. Serão semanas, meses, vai ter lodo, lama até nos fios da luz.
Tem cidade inteira no Vale do Taquari que acabou, estão pensando em mudar a cidade de lugar, recomeçar. Você tem noção do tamanho da tragédia? Então, graças a Deus você está bem, seu vizinho está bem, mas tem muita gente que precisa de ti, tire um tempo, reserve um dinheiro, faça sua doação, ajude mais, você pode, sim! Se você não tem grana, não tem alimento, não tem colchão, doe tempo, doe uma palavra, vá lá no campo de batalha lutar, senão, jamais ouse cantar aquele pedaço do Hino Rio-grandense que diz “Mostremos valor, constância, nesta ímpia e injusta guerra”… eu não quero que “nossa façanha sirva de modelo a toda terra”, eu só peço a Deus e a você que ajude a salvar o máximo de gente possível “nesta ímpia e injusta guerra”.

 

Por
Mauri Marcelo ToniDandel
Jornalista – Dois Irmãos

Fonte: Mauri Marcelo ToniDandel
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