Empresas Melhoria do desempenho zootécnico
Uso de probióticos em aves e suínos: fazendo a escolha correta
Na produção animal, a seleção de microrganismos é fundamental no processo de lançamento de um novo probiótico.

Artigo escrito por Fernando Augusto de Araujo, médico veterinário, gerente comercial da Cinergis.
Cada vez mais os probióticos estão fazendo parte da nossa alimentação e suplementação diária, consumidos por meio de iogurtes, queijos ou pastilhas probióticas. Assim como nós utilizamos os probióticos para promoção, principalmente, da saúde e regulação entérica, na indústria animal esses produtos gradativamente ganham mais atenção principalmente na produção intensiva de aves e suínos. Sua aplicação pode variar entre regiões e/ou países, uma vez que os desafios e as necessidades são distintos, mas sempre com o objetivo principal de aumentar a rentabilidade na produção.
Probióticos são microrganismos vivos, que quando suplementado em quantidades adequadas, promovem saúde ao hospedeiro (WHO; OMS, 2001). Ademais, promovem o equilíbrio da microbiota do trato gastrointestinal, favorecendo a saúde de aves e suínos neste sistema. Como foi dito anteriormente, dentro desta indústria, os desafios e as necessidades são muito diferentes e, por esta razão, é importante que se procure entender as características de cada cepa para encontrar a melhor solução probiótica para cada desafio.
Na produção animal, a seleção de microrganismos é fundamental no processo de lançamento de um novo probiótico. Primeiro ocorre a triagem de cepas com caraterísticas desejáveis. Neste processo, algumas cepas são selecionadas objetivando a promoção de saúde e outras para a melhoria do desempenho zootécnico. Após este criterioso processo, ainda se faz necessário comprovar a sobrevivência da cepa probiótica no ambiente gastrointestinal, a capacidade de suportar ao baixo pH, altas concentrações de ácidos biliares, capacidade de aderência, poder de colonização no epitélio intestinal bem como a compatibilidade com antibióticos usualmente empregados. Além disso, o probiótico escolhido deve tolerar os processos usuais de fabricação (ex: peletização), transporte e armazenagem da ração.
De modo geral, em aves e suínos, os probióticos podem ser utilizados como uma alternativa natural para a substituição total ou parcial de antibióticos promotores de crescimento, além de controlar, prevenir e palear algumas patologias entéricas, tais como: salmoneloses, colibaciloses, clostridiose e coccidiose.
Existem distintos grupos de probióticos compostos por espécies e cepas bastante variadas, cada um com características particulares. Deste modo, se dá a importância de conhecer cada uma delas para escolher a melhor alternativa que se adapte à necessidade da empresa e do produtor. O grupo de bactérias ácidos láticas são utilizadas para a colonização intestinal, que possuem como mecanismo de ação a disputa com as bactérias patogênicas por sítios de ligação nos enterócitos, o que reduz a colonização destas bactérias e, portanto, dificultando a manifestação da enfermidade
A inibição do crescimento de bactérias patogênicas, como descrito acima, se deve principalmente à produção de substâncias antimicrobianas como bacteriocinas, ácidos orgânicos e peróxido de hidrogênio que atuam tanto em bactérias gram-negativas quanto em bactérias gram-positivas. Para melhor eficácia do uso deste determinado grupo de probióticos se recomenda fazer uma técnica in vitro chamada de Spot-on-the-lawn que mensura a inibição de uma determinada bactéria sobre uma bactéria alvo (patogênica), por meio de um cultivo dessas em uma mesma placa. A presença do halo de inibição demonstra a ação das bacteriocinas na inibição da bactéria alvo e quanto maior o halo de inibição, maior a ação da bactéria probiótica in vivo.
O segundo grupo são os bacilos, bactérias que em condições naturais estão na forma de esporos. São chamados também de probióticos de passagem ou moduladores de microbiota, não se fixam nos enterócitos, germinam no intestino em condições adequadas de pH, umidade e nutrientes e se esporulam no ambiente novamente, podendo melhorar o microambiente onde os animais estão instalados.
Em resumo, a garantia do sucesso no uso de probióticos deriva da escolha e adequação de cepas específicas para desafios distintos de saúde e desempenho, tanto para aves quanto suínos, e a técnica de Spot-on-the-lawn é uma ótima ferramenta. Além disso, é essencial o acompanhamento periódico da cepa probiótica em todas as etapas da produção.

Empresas Excelência e Inovação:
Kemin Reforça sua Posição como Referência Técnica através do Compartilhamento de Conhecimento
O evento contou com a presença de diversos profissionais, incluindo gerentes de serviços técnicos, gerentes de produto, gerentes de marketing, pesquisadores, diretor de vendas e o presidente da empresa na América do Sul.

A Kemin Saúde e Nutrição Animal da América do Sul, renomada fabricante global de ingredientes dedicada a melhorar a qualidade de vida de milhões em todo o mundo, realizou seu primeiro workshop técnico, reunindo uma equipe diversificada e apaixonada por inovação.
A Gerente de Serviços Técnicos, Elisa François, contou que nos últimos dois anos, o time técnico cresceu consideravelmente e tivemos a união das áreas técnicas de monogástricos e ruminantes. Em 2023 foi identificada uma oportunidade para maior interação entre membros e busca de sinergias entre diferentes áreas.
Durante o evento, os colaboradores participaram de apresentações técnicas envolvendo os trabalhos científicos mais recentes em áreas de estudo como monogástricos, ruminantes e produtos conservantes para rações e grãos. O ponto alto foi a palestra final sobre Storytelling & Posicionamento conduzida pelo consultor Marcelo Andrighetti, jornalista especialista em posicionamento e vendas.
“Buscamos a integração entre o time técnico, marketing e P&D, além de promover debates sobre os trabalhos recentes e em desenvolvimento em diversas áreas de estudo. Este evento servirá para continuar direcionando nossa equipe técnica para a excelência. Já temos produtos de altíssima qualidade e estamos em constante desenvolvimento para garantir a mesma qualidade dos nossos serviços técnicos”, detalhou Elisa.
O evento contou com a presença de diversos profissionais, incluindo gerentes de serviços técnicos, gerentes de produto, gerentes de marketing, pesquisadores, diretor de vendas e o presidente da empresa na América do Sul.
Quanto aos planos futuros, Elisa revelou a intenção de realizar um evento anual: “Nosso objetivo é crescer ainda mais como equipe e ter a oportunidade de apresentar para as demais áreas o trabalho realizado durante o ano”.
Empresas
Tirol vai investir R$ 40 milhões para ampliar produção de leite e derivados no Paraná
Anúncio foi feito durante reunião entre o governador Ratinho Junior e executivos da empresa. Aporte vai ampliar a capacidade de produção da fábrica da empresa em Ipiranga, nos Campos Gerais do Paraná, de 600 mil para 800 mil litros de leite por dia, além de capacitar a unidade para produção de creme de leite.

A Lacticínios Tirol vai investir R$ 40 milhões para ampliar a capacidade produtiva da sua unidade industrial de Ipiranga, nos Campos Gerais do Paraná. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (06) em um encontro entre executivos da empresa e o governador Carlos Massa Ratinho Junior, no Palácio Iguaçu, em Curitiba.
O investimento vai ampliar a capacidade de produção da fábrica de 600 mil para 800 mil litros de leite por dia. A unidade também será capacitada para fabricar creme de leite.
“Isso ajuda toda a produção de matéria-prima, reforçando a produção leiteira do Paraná e gerando renda para o produtor rural do Estado. Além disso, reforça a vocação do Paraná na fabricação de alimentos e derivados, com alto valor agregado. Com muita alegria, portanto, vemos mais uma empresa de grande porte investindo aqui no Paraná”, afirmou o governador.
A planta paranaense da Tirol foi inaugurada em 2021, fruto de um investimento de mais de R$ 150 milhões, produzindo leite UHT longa vida integral, desnatado e semidesnatado. A unidade foi instalada no Estado com incentivos fiscais do programa Paraná Competitivo.
Agora, os novos investimentos serão usados para capacitar e equipar duas linhas de produção, uma dedicada à produção de leite longa vida e outra para fabricação do creme de leite. Os produtos devem atender os mercados paranaense e paulista.
“Em uma primeira fase, a gente saiu de uma captação praticamente zero de leite aqui no Paraná para uma captação de mais de 300 mil litros de leite diários, além da industrialização de mais de 500 mil litros de leite. Agora anunciamos esta segunda fase de investimentos e agradecemos o Paraná pela receptividade”, afirmou o diretor-executivo industrial da Tirol, Adalberto Rofner.
Atualmente, a planta gera mais de 1 mil empregos diretos e indiretos, além de envolver outros 1 mil produtores rurais da região para o fornecimento de leite para a indústria.
Bacia leiteira
O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, atrás apenas de Minas Gerais. Dois municípios dos Campos Gerais, no entanto, são os maiores produtores do País. Castro produziu 426,6 milhões de litros de leite em 2022, seguido por Carambeí, com 255,6 milhões de litros. Os dados são do IBGE.
Presenças
Também participaram do encontro o vice-governador Darci Piana; o secretário de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; o diretor de Relações Internacionais e Institucionais da Invest Paraná, Giancarlo Rocco; o diretor de Mercado e Novos Negócios da Invest Paraná, Gustavo Cejas; o diretor-executivo comercial da Tirol, Carlos Dresch; o gerente jurídico da Tirol, Diego Franzoi Santos; e o coordenador fiscal da Tirol, Cristiano Bortolanza.
Empresas
Pesquisadora sugere abordagem integrada para melhorar a modulação da saúde intestinal
Doutora Jovanir Fernandes proferiu uma palestra de grande relevância durante o evento promovido pela empresa BRI, em Cascavel, em 05 de dezembro.

A pesquisadora, professora, coordenadora do Laboratório de Experimentação Avícola e do Programa de Pós Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal do Paraná (UFPR), doutora Jovanir Fernandes proferiu uma palestra de grande relevância durante o evento promovido pela empresa BRI, em Cascavel, em 05 dezembro. Com o título “Como modular a saúde intestinal na fase inicial das aves em tempos de desafios”, a palestra abordou questões cruciais relacionadas à mortalidade de pintinhos, um problema que, segundo ela, tem afligido a indústria avícola nos últimos dois a três anos.
Jovanir Fernandes ressaltou a importância de observar as práticas nas matrizes e incubatórios para entender as razões por trás do aumento significativo na mortalidade. Ela destacou a influência do estresse por calor nas matrizes, afirmando que isso impacta diretamente na qualidade da casca dos ovos. “Teremos uma pior qualidade de casca, fina e com poros maiores, facilitando a entrada de bactérias”, alertou a pesquisadora.
A fase de incubação também foi abordada como um período crítico, enfrentando desafios relacionados às cargas patogênicas e à ausência de transferência de microbiota materna. A doutora Jovanir salientou a importância do tempo entre o incubatório e a chegada na granja, enfatizando que a demora pode ter efeitos negativos sobre o desenvolvimento intestinal dos pintinhos.
Um ponto crucial mencionado durante a palestra foi a modificação do ambiente na granja. “Hoje as aves consomem 40% a mais, mas excretam 40% a mais”, exemplificou a pesquisadora, destacando as mudanças nas práticas de manejo que podem estar contribuindo para a maior taxa de mortalidade.
DESAFIOS PÓS-INCUBAÇÃO
Jovanir Fernandes abordou os desafios enfrentados pelos pintinhos após a incubação. Ela ressaltou que, ao chegar ao campo, os pintinhos estão sujeitos à colonização por diversas enterobactérias. A microbiota intestinal, segundo a professora, é fundamental para modular a saúde intestinal, e a busca por equilíbrio é essencial para evitar a prevalência de bactérias patogênicas. “Quem chegar primeiro na microbiota vai modular a saúde intestinal, sejam benéficas ou patogênicas. Tem que ter equilíbrio, mas é preciso ter mais benéficas”.
Ela lembrou que durante a primeira semana, a microbiota intestinal é instável, o sistema imunológico adaptativo está em desenvolvimento e a digestibilidade é baixa. A importância da moela também foi destacada, com a professora enfatizando que fortalecer a musculatura da moela melhora o aproveitamento dos nutrientes e evita a sobra de substrato alimentar para as bactérias patogênicas
ABORDAGEM INTEGRADA
A pesquisadora concluiu a palestra com recomendações essenciais para a promoção da saúde intestinal das aves. Destacou a necessidade de criar um ambiente ecológico favorável para colonizar a microbiota intestinal dos pintinhos, fornecer nutrientes de qualidade e quantidade adequadas para garantir digestibilidade e fermentabilidade, manter a estabilidade do microbioma simbiótico, eliminar organismos competitivos e adotar medidas rigorosas de biosseguridade, manejo e ambiência.
A palestra da doutora Jovanir Fernandes ofereceu insights valiosos para os profissionais do setor avícola, ressaltando a importância de uma abordagem integrada para enfrentar os desafios atuais e garantir a saúde e o desempenho ótimos das aves desde a fase inicial.