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Bovinos / Grãos / Máquinas

Uso de enzimas exógenas na alimentação de ruminantes

No que diz respeito aos alimentos para ruminantes, devemos ter consciência que estes são vastamente variáveis de acordo com os objetivos zootécnicos da produção dos animais

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Artigo escrito por Osmair Flavio Stuani, DVM, gerente de Desenvolvimento de Ruminantes da Safeeds Nutrição Animal

A capacidade que os ruminantes têm de transformar matéria vegetal em carne e leite é de grande interesse para o sustento nutricional da humanidade. Esse interesse vem promovendo nas últimas décadas diversos investimentos em melhorias tecnológicas, tanto nos alimentos destinados aos ruminantes quanto na própria evolução genética e de manejo, propiciando elevados patamares de produção de proteína animal.

No que diz respeito aos alimentos para ruminantes, devemos ter consciência que estes são vastamente variáveis de acordo com os objetivos zootécnicos da produção dos animais, assim como por fatores regionais relacionados a questões mercadológicas de insumos (grãos, forrageiras, etc.) e produtos finais (carne e leite). Esta complexidade de variações imputa em constante desafio aos produtores, em termos de viabilidade e lucratividade da produção como um todo, assim como aos animais alimentados, os quais precisam adaptar seus parâmetros de fermentação ruminal a possíveis alterações na composição de dietas.

Nesse sentido, a literatura especializada tem se voltado a compreender o ecossistema ruminal, a fim de obter uma fermentação mais eficiente dos materiais fibrosos. Com isso, espera-se atingir melhor aproveitamento digestivo desses compostos e, por consequência, aumentar a eficiência de transformação de matéria vegetal em proteína animal. Uma das alternativas que vem ganhando bastante destaque é o uso de enzimas exógenas adicionadas em alimentos para os animais. Essa tecnologia, já amplamente empregada na alimentação de monogástricos de produção (aves e suínos), é uma alternativa técnica e economicamente viável para melhorar o potencial de fermentação ruminal e, subsequentemente, promover melhor aproveitamento de nutrientes provenientes da dieta.

De maneira geral, carboidratos estruturais (celulose e hemicelulose) têm baixa degradabilidade no rúmen, com impacto direto sobre a performance dos animais. Entre os efeitos negativos aos processos digestivos relacionados com estes carboidratos, destaca-se a diminuição da taxa de passagem de conteúdo ruminal aos compartimentos subsequentes do trato digestório, reduzindo o consumo de matéria seca. Outro efeito negativo conhecido é o encarceramento de nutrientes dentro das estruturas vegetais fibrosas, reduzindo a biodisponibilidade de minerais, amido e outros nutrientes.

Mais leite, mais carne, mais eficiência alimentar

As enzimas fibrolíticas têm um efeito direto sobre a degradação de carboidratos estruturais, aumentando a velocidade de esvaziamento do rúmen, permitindo assim um aumento do consumo de matéria seca. Outra vantagem relacionada à ação dessas enzimas é a potencialização da fermentação ruminal, associada ao efeito benéfico dos resíduos provenientes da degradação enzimática de carboidratos sobre a microbiota do rúmen.

Esse efeito auxilia na proliferação e atividade fermentativa de microrganismos relacionados com a produção de ácidos graxos voláteis, principalmente de ácido propiônico e ácido acético.  Estudos indicam que a adição de enzimas exógenas em dietas para ruminantes promove melhora, tanto em produção de leite (em até 10%) quanto o ganho de peso (em até 15%), assim como em melhoria da eficiência alimentar (em até 14%). Essas melhorias se traduzem em significativo aumento na lucratividade da atividade pecuária de leite ou corte, e também vêm mostrando resultados promissores na redução de impacto ambiental da produção, uma vez que há importante diminuição de perdas de nutrientes nas excretas e, sobretudo, na quantidade de dejetos despejados no ambiente.

Ainda assim, a adequada eleição de um aditivo enzimático é ponto crucial para que sejam otimizados os benefícios do emprego desta tecnologia. Como amplamente conhecido, enzimas são substâncias que degradam substratos específicos e a complexidade das atividades enzimáticas é equivalente à complexidade de substratos que precisam ser degradados, para que se obtenha a optimização do potencial digestivo do alimento.

Aditivos multi-enzimáticos

Diversos estudos concluem que o uso de aditivos contendo somente uma atividade enzimática exógena, portanto correlacionada com a degradação de somente um único substrato, não são capazes de promover melhora sensível a fermentação do rúmen. Por outro lado, outros estudos comprovaram que a utilização de aditivos multi-enzimáticos nas dietas para ruminantes promove, consistentemente, a melhora no potencial de degradação ruminal dos componentes da dieta, propiciando melhora sensível em desempenho zootécnico.

Frente aos diversos desafios nutricionais enfrentados por produtores de ruminantes, a adição de enzimas exógenas em dietas desses animais tem se mostrado uma ferramenta promissora, seja pela optimização da utilização digestiva dos nutrientes já presentes nos alimentos, ou ainda por proporcionar significativo benefício econômico, a partir do aumento de produtividade dos animais alimentados com dietas contendo estes aditivos.

Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de agosto/setembro de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
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