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Bovinos / Grãos / Máquinas

Uso de drones decola na agricultura brasileira

Podem ser usados de diferentes formas na agricultura moderna, proporcionando uma variedade de benefícios em termos de monitoramento, gestão de cultivos e eficiência operacional

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Fotos: Sandro De Mesquita/OP Rural

O cenário rural brasileiro está experimentando uma transformação com o avanço crescente no uso de drones na agricultura. Segundo o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), o Brasil testemunhou um aumento notável na adoção dessa tecnologia nos últimos anos. De acordo com a entidade, cerca de 10 mil drones foram empregados para diversas finalidades no setor agrícola no ano passado. Para 2024 a perspectiva é dobrar esse número. O Sindag estima que o Brasil poderá contar com até 20 mil drones na agricultura até o fim deste ano.

Vinicios Krug e o tio Gerson: opção pelo drone é vantajosa em alguns momentos

Os drones agrícolas, ou “Remotely Piloted Aircraft” (Aeronave Pilotada Remotamente, em tradução livre), podem ser usados de diferentes formas na agricultura moderna, proporcionando uma variedade de benefícios em termos de monitoramento, gestão de cultivos e eficiência operacional. Drones equipados com câmeras e sensores podem sobrevoar campos para coletar dados sobre a saúde das plantas, detectar doenças, pragas, ou deficiências nutricionais. Podem criar mapas detalhados em 3D das áreas agrícolas, podem ser utilizados para monitorar a umidade do solo, para contar animais em pastagens ou estimar a densidade de cultivos, para identificar sinais de infestação de pragas ou doenças nas plantações e até para inspecionar infraestruturas agrícolas, como silos, tanques de armazenamento e equipamentos agrícolas.

Mas nenhuma atividade tem chamado mais atenção do que a pulverização de lavouras por drones. Equipados com sistemas de pulverização, esses mais novos implementos agrícolas estão sendo usados para a aplicação de fertilizantes, pesticidas e herbicidas, com uma série de vantagens em relação à aplicação com sistemas convencionais, utilizando tratores e máquinas de pulverização.

O engenheiro agrônomo e produtor rural de Marechal Cândido Rondon, PR, Vinicios Krug, planta soja e milho em três alqueires e faz feno de outros seis alqueires. Boa parte do feno vai para as 40 vacas, que produzem 600 litros de leite por dia, e para 60 cabeças de boi na engorda. Para inibir o mato que estava invadindo sua plantação de forrageiras, recorreu ao drone para fazer a pulverização com herbicidas para fazer a erradicação localizada, sem afetar a plantação. “O drone é uma ferramenta super válida. Ele é mais eficiente que o trator em várias situações, fizemos as aplicações bem localizadas e o resultado foi muito bom”, destaca Krug.

De acordo com o produtor, a versatilidade dos drones na agricultura se destaca em situações pós-chuva, oferecendo uma solução eficiente para minimizar possíveis danos que seriam causados por pragas. “O drone é interessante por algumas razões. Ele pode antecipar aplicações. Por exemplo, se ontem choveu, hoje o drone já pode fazer a aplicação, diferente do trator, por exemplo, que não pode entrar no solo encharcado”, explica. Em áreas onde o solo permanece encharcado após precipitações, os drones têm a capacidade única de realizar aplicações precisas mesmo em terrenos difíceis de acessar para aviões pulverizadores. Essa agilidade é crucial para evitar a proliferação de agentes patógenos nas plantações. Ao utilizar drones para aplicação imediata de insumos, os agricultores podem mitigar os riscos sanitários, proteger suas colheitas e preservar os lucros, uma vez que a rápida resposta às condições pós-chuva pode ser fundamental na manutenção da saúde e produtividade das plantações.

Além dos nove alqueires que Vinicios e o tio Gerson Krug administram na propriedade, eles têm outras seis áreas arrendadas na região. Levar o trator e pulverizadores até todas essas áreas, conta Vinicios, demandaria bastante tempo. Com o drone, explica, essas pulverizações são mais rápidas, na janela de tempo ideal. “Outra vantagem é que o drone me oferece economia de tempo, tem um deslocamento mais eficiente para outras seis áreas que a gente planta”, relata. Além de agilidade, a facilidade de transporte e mobilidade dos drones na agricultura contribui para a redução do trânsito de máquinas pesadas em rodovias. Essa característica não apenas otimiza a eficiência operacional, permitindo a rápida movimentação de um local para outro, mas também minimiza riscos de acidentes causados pelo deslocamento de máquinas agrícolas de grande porte em rodovias ou ambientes urbanos.

MERCADO EM ASCENSÃO

Diante do cenário em ascensão do uso de drones na agricultura brasileira, o engenheiro agrônomo Guilherme Pletsch de Oliveira, reconhecendo a crescente demanda por serviços especializados nesta nova modalidade de pulverização, criou um setor dedicado a essa tecnologia na empresa em que atua. “A pulverização por drone é relativamente nova, mas um mercado que está crescendo bastante. Começamos a atuar em agosto de 2023 e temos uma boa procura para pulverizações, desde mandioca, até milho e forrageiras”, explica. “É um mercado que deve crescer muito nas próximas safras, nos próximos anos”, menciona.

“Estamos apostando no drone porque os resultados são muito bons. São muitos benefícios, entre eles a redução do amassamento. O produtor vai conseguir de cinco a oito sacas de milho a mais por hectare só não tendo amassamento. O drone também evita a compactação do solo, as gotas pulverizadas atingem cada parte da planta de maneira uniforme, tem versatilidade para diferentes culturas e podem até ser usados para semeaduras”, elenca.

Área pulverizada em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná

A utilização de drones na agricultura não apenas está revolucionando as práticas de pulverização, como também oferece contribuições significativas para a gestão sustentável dos recursos hídricos. A capacidade dos drones de realizar aplicações precisas de insumos não apenas aumenta a eficiência operacional, mas resulta em uma notável redução no consumo de água. Ao contrário de métodos convencionais que frequentemente requerem volumes substanciais de água para diluição e aplicação, os drones operam de maneira mais direcionada, minimizando o desperdício e promovendo a sustentabilidade ambiental. Essa abordagem eficiente não apenas alinha-se com a crescente necessidade de conservar recursos hídricos, mas também destaca os drones como uma ferramenta valiosa na promoção de práticas agrícolas mais conscientes e responsáveis. “Enquanto um trator utiliza de 100 a 200 litros de água por hectare, o drone utiliza entre 10 e 15 litros”, menciona.

Para criar a Bioplan Drones, departamento exclusivo da empresa dedicado aos drones agrícolas, Guilherme fez curso de pilotagem com prova prática, além de prova no Ministério da Agricultura incluindo temas como legislação, principais culturas, pragas e doenças, toxicologia dos produtos químicos, primeiros socorros, uso de EPIs, cuidado no preparo da calda, entre outros. Além disso, possui registro na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Ele investiu em um drone com capacidade para 40 litros ou 50 quilos de sólidos, um misturador para preparar a calda, geralmente contendo herbicida, inseticida, fungicida, adjuvante e água, e um gerador de energia para fazer o preparo da calda a campo e recarregar as baterias do drone. Tudo embarcado em uma caminhonete, ele sai a campo. “A primeira coisa é fazer um mapa da área que será pulverizada. Ele pode ser feito com outro drone com sensores e câmeras específicos. No meu caso, faço um circuito na área desejada, delimitando pelo controle o espaço em que o drone vai operar. Geralmente faço isso no dia anterior. Depois faço a calda, meço as condições do tempo, como vento, umidade e temperatura, para depois traçar o plano de voo, que tem que seguir algumas recomendações. Por exemplo, o drone precisa estar perpendicular ao vento, ou seja, o vento precisa bater no lado dele”, explica o piloto.

Com velocidade de até 25 quilômetros por hora, conta Guilherme, o drone voa a uma altura que varia entre 3,5 e 4 metros de altura das plantas e pulveriza uma faixa que pode chegar a 11 metros. No meu caso, utilizo uma faixa de aproximadamente 8,5 metros”, explica, destacando que cada aplicação é única e que os índices podem variar entre diferentes aplicações.

Engenheiro agrônomo e piloto de drone Guilherme Pletsch de Oliveira faz circuito em lavoura para delimitar área a ser pulverizada

RESISTÊNCIA DE AGRICULTORES E OUTROS DESAFIOS

Apesar dos benefícios evidentes que os drones oferecem para a agricultura, Guilherme Pletsch de Oliveira explica que tem enfrentado resistência entre alguns agricultores por conta de ser uma tecnologia relativamente recente. “A adoção de práticas inovadoras muitas vezes encontra barreiras quando confronta métodos tradicionais já estabelecidos. Tem produtor que não quer nem ouvir falar, sabe que o método tradicional também pode ser eficiente e não dá espaço pra gente demonstrar todos os benefícios que o drone pode oferecer”, explica.

Para o piloto de drone, é natural que haja certa resistência, mas a tendência é que, com os resultados alcançados e a publicidade boca a boca entre os produtores rurais, o uso de drones vai ser cada vez mais comum na pulverização de diferentes culturas do agro brasileiro.

Os drones, embora ofereçam uma série de benefícios inegáveis ao agro, também enfrentam desafios e desvantagens em seu uso. Algumas dessas desvantagens merecem atenção especial, como custo inicial elevado e necessidade de capacitação para pilotar e fazer as aplicações, vulnerabilidade a condições climáticas, pois as operações com drones podem ser significativamente afetadas por condições climáticas adversas, como ventos fortes e nevoeiros.

Além disso, a autonomia das baterias parece ser o grande desafio. De acordo com Guilherme Pletsch, as baterias duram muito pouco, “entre 5 e 12 minutos, dependendo das dificuldades da área”. A autonomia de voo dos drones, muitas vezes limitada pela capacidade da bateria, pode restringir o tempo operacional. Isso pode ser especialmente problemático em grandes áreas de cultivo, exigindo pousos frequentes para recarga ou trocas de baterias.

Além disso, a legislação em torno do uso de drones ainda está em desenvolvimento e pode variar significativamente entre países e regiões. Os operadores enfrentam desafios para cumprir regulamentações e requisitos legais, o que pode impactar a adoção generalizada.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na bovinocultura acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Embrapa propõe políticas para reaproveitamento de pastagens degradadas

Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção. de energia.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Brasil tem pelo menos 28 milhões de hectares (ha) de áreas de pastagens em degradação com potencial para conversão em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para produção de energia. O volume de hectares equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul.

O cerrado é o bioma com o maior número de áreas em degradação. Os estados com as  maiores áreas são o Mato Grosso (5,1 milhões de ha), Goiás (4,7 milhões de ha), Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha), Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e o Pará (2,1 milhões de ha).

Para ter uma ideia das possibilidades de reaproveitamento, se toda essas áreas fossem usadas para o cultivo de grãos (arros, feijão, milho, trigo, soja e algodão) haveria uma aumento de 35% a área total plantada no Brasil (comparação com a safra 2002/2023).

A extensão do problema e as diferentes possibilidades de reaproveitamento econômico dessas áreas fizeram o governo federal a criar no final do ano passado o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (Decreto nº 11.815/2023).

Para implantar o programa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, publicou em um livro mais de 30 sugestões de políticas públicas, que o país tem experiência e tecnologia desenvolvida para implantação.

Planejamento 
Apesar da expertise acumulada, a efetivação é um desafio. Cada área a ser recuperada exige estudo local. O planejamento das ações “deve levar em consideração informações sobre o ambiente biofísico, a infraestrutura, o meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é preciso avaliar o histórico de evolução pecuária no local e entender quais fatores condicionam a adoção dos sistemas vigentes”, descreve o livro publicado pela estatal.

A partir do planejamento, é necessário criar condições para o reaproveitamento das áreas: crédito, capacitação dos produtores e assistência. “É preciso integrar políticas públicas, fazer com que os produtores rurais tenham acesso ao crédito, ampliar o serviço de educação no campo, e dar assistência técnica e extensão rural para a estruturação de projetos e para haja um trabalho contínuo e não uma coisa pontual”, assinala o engenheiro agrônomo Eduardo Matos, superintendente de Estratégia da Embrapa.

Nesta sexta-feira (26), a empresa faz 51 anos de funcionamento. A cerimônia de comemoração, nesta quinta-feira (25), contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um exemplar do livro foi entregue à comitiva presidencial.

No total, as áreas de pastagem ocupam 160 milhões de hectares, sendo aproximadamente 50 milhões de hectares formados por pasto natural e o restante pasto plantado. A área de produção de grãos totaliza 78,5 milhões de hectares, e as florestas plantadas para uso econômico ocupam uma área aproximada de 10 milhões de hectares.

De acordo com o IBGE, a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos são na pecuária bovina (4,7 milhões). O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).

Fonte: Agência Brasil
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Rentabilidade ao produtor de leite melhora impulsionada pela redução dos custos de produção e pela sazonalidade da oferta

Mercado de leite enfrenta um cenário desafiador, marcado por incertezas, queda na oferta interna e nos preços ao consumidor.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O mercado nacional e global de leite ainda segue sob grandes incertezas. Na área internacional, os preços perderam um pouco o ritmo de elevação, influenciado principalmente, por uma menor demanda chinesa. Além disso, o gigante asiático vem estimulando a produção interna substituindo parte da importação.

O leite em pó integral fechou em US$3.269/tonelada no leilão GDT do dia 16 de abril. No mesmo mês em 2023 este preço estava no patamar de US$ 3.100/tonelada. Na Argentina, a oferta de leite segue complicada por uma piora na rentabilidade nas fazendas. Nos dois primeiros meses do ano, a produção de leite da Argentina caiu 13,6% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Foto: Ari Dias

Já no mercado interno, as cotações de leite e derivados vêm reagindo, mas o cenário de menor competitividade em preços e queda de braço com as importações permanece. No primeiro trimestre de 2024, as importações brasileiras totalizaram 560 milhões de litros, com alta de 10,8% em relação a 2023. O diferencial de preços, tanto do leite em pó quanto do queijo muçarela, está mais favorável ao derivado importado.

Enquanto isso, governos estaduais tem se manifestado com medidas tributárias e fiscais para tentar reduzir a entrada de derivados lácteos oriundos do exterior. Vale lembrar que em 2023 as importações responderam por 9% da produção doméstica e um recuo nesse volume tende a deixar a oferta mais restrita, sustentando os preços internos. Mas também irá exigir uma resposta mais rápida da produção interna, suprindo a demanda brasileira.

Sazonalidade da produção de leite

A sazonalidade da produção de leite no Brasil é bastante pronunciada, mesmo considerando o crescimento dos sistemas de produção de maior adoção de tecnologias. Os meses de abril, maio e junho são aqueles de menor produção de leite e isso acaba refletindo nos preços neste momento. Os mercados de leite UHT e queijo muçarela tem registrado valorizações, ainda que modestas.

O preço ao produtor também vem registrando elevação, pelo quarto mês consecutivo.

Do ponto de vista macroeconômico, os indicadores de crescimento do PIB vêm melhorando, com perspectivas de expansão próxima de 2% em 2024. No comércio, as vendas dos supermercados seguem positivas, com expansão de 4,7% nos últimos 12 meses, enquanto a média do comércio em geral mostrou elevação de apenas 1,7%. Os indicadores do mercado de trabalho têm registrado crescimento importante. Em janeiro o salário real médio do brasileiro cresceu 4% sobre janeiro de 2023. O número de pessoas ocupadas também aumentou.

Foto: Fernando Dias

O preço dos lácteos ao consumidor, por outro lado, recuaram 2,8% nos últimos doze meses. No caso do UHT, a queda foi de 5,6%, o que acaba ajudando nas vendas. Neste mesmo período a inflação brasileira foi de 3,9%. Ou seja, os lácteos vêm contribuindo para redução da inflação brasileira neste momento.

Custo de produção

Na atividade de produção de leite, as informações de custo de produção têm mostrado um cenário mais positivo. Os preços de importantes insumos recuaram, contribuindo com queda no ICPLeite-Embrapa que, nos últimos 12 meses finalizados em março de 2024, apresentou recuo de 5,58%.

O farelo de soja recuou de 23% em relação a abril de 2023, ficando abaixo de R$2 mil/tonelada. No caso do milho, a queda foi também importante, com o cereal recuando 18,5% na comparação anual. Portanto, a combinação de recuo nos custos de produção com elevação no preço do leite vai sinalizando um ambiente de recuperação de rentabilidade para o produtor de leite, após um cenário difícil observado no segundo semestre de 2023.

Cadeia produtiva do leite

De todo modo, é importante avançar em uma agenda de competitividade da cadeia produtiva do leite, sobretudo com foco em melhorias na eficiência média das fazendas e na gestão. Tem sido observado uma heterogeneidade muito grande nos custos de produção de leite, em alguns casos com diferenças de até R$ 0,80 por litro. A importação traz perdas econômicas relevantes para o setor lácteo no Brasil, mas buscar cotações mais alinhadas ao cenário global é uma forma de reduzir estruturalmente as compras externas. Para isso a competitividade em custos é determinante. O momento ainda é de bastante incerteza, inclusive global. Internamente, a entressafra pode dar um fôlego para a alta recente dos preços de leite.

Fonte: Assessoria Centro de Inteligência do Leite
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