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Uma percepção sobre a conjuntura da bovinocultura de corte e as perspectivas

A pecuária de corte é uma atividade em que seu ciclo dura mil dias, desde a programação do acasalamento até o boi ir ao abate. Por essa razão, prever resultados de curto prazo é um pouco irresponsável por parte de qualquer analista.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

É notório que a bovinocultura de corte, na conjuntura atual, está passando por uma crise de preços pagos ao pecuarista, pois basicamente todas as categorias tiveram reduções nos
últimos 12 meses. Da categoria “boi gordo” ao “terneiro”, houve uma queda de aproximadamente 20 a 40%, respectivamente. Isso carrega uma percepção pessimista e pode, inclusive, restringir os avanços tecnológicos e de produtividade que vinham sendo obtidos nos últimos anos.

No entanto, o sentimento de pessimismo, na maioria das vezes, é pelo entendimento equivocado do que está acontecendo, além de induzir para um olhar negativo para o futuro. Sobre esta situação, e com base nas minhas percepções, a partir de praticamente 40 anos de estudos sobre a atividade, faço alguns apontamentos, no sentido de não “tapar o sol com a peneira”, mas alertar, especialmente aos pecuaristas do que está acontecendo e o que podemos esperar num futuro muito próximo.

A pecuária de corte é uma atividade em que seu ciclo dura mil dias, desde a programação do acasalamento até o boi ir ao abate. Por essa razão, prever resultados de curto prazo é um pouco irresponsável por parte de qualquer analista. O “botão” que apertamos hoje, definindo a escolha de um touro, a efetivação do entoure, até o produto – o terneiro desmamado – ir ao mercado, passaram-se, no mínimo, 470 dias. Assim, o que ocorrerá daqui a 470 dias é decorrente de sinais do mercado, da oferta de gado, de mudanças na sociedade, que inclusive podem ocorrer de forma muito rápida e da economia. Todos, são elementos de difícil previsão.

Mas eu analiso basicamente frente a elementos mais pragmáticos e razoáveis. Em primeiro lugar, não existe qualquer evidência de que o consumo de carne diminuirá, ao contrário, as economias em desenvolvimento estão com seus níveis de consumo de carne bovina muito baixo, e por questões de estabilidade política e da inflação, os governos dessas nações vão melhorar a renda dos consumidores.

De outra parte a oferta de gado nos próximos anos já está marcadamente reduzida, pois menos tecnologia na cria neste momento e o elevado abate de matrizes, já resultarão na falta de terneiros daqui os 470 dias. Então, é crível dizer que unicamente com os dois fatores básicos de demanda e oferta, já temos uma perspectiva animadora para a pecuária.

A partir desta modesta análise, quero trazer um elemento do negócio que está associado à produção e a produtividade. Trata-se do custo fixo, como a mão de obra, impostos, instalações, custo de oportunidade da terra, entre outros, que tem uma participação significativa no custo total de produção. Portanto, se o pecuarista “meter o pé no freio” e reduzir a produção, com menor eficiência por animal, seu custo final vai ser maior, pois o custo fixo será dividido por menos quilogramas de animais e aumentará o seu peso no custo de produção.

Portanto, é uma lógica já compreendida pelos agricultores, mesmo quando o preço está baixo, eles não reduzem a tecnologia para não comprometer a produção. Assim, não é hora do pessimismo e da marcha ré, pois toda vez que damos um passo atrás, necessitamos dar dois passos para nos colocar à frente. Ou seja, é mais eficiente seguirmos caminhando.

Por fim, destaco que a moderação e o pragmatismo do pecuarista, em cada atitude ou tomada de decisão por parte do pecuarista, sejam importantes em qualquer conjuntura, e nesta
não é diferente. Recomendo investir na cria, pois o seu produto será colhido no momento da onda positiva do ciclo pecuário e de menor oferta de gado. Isto começará a ocorrer na inversão do ciclo, da baixa para alta nos preços, e que serão sentidas no primeiro semestre de 2024.

Não aposte, seja realista e entenda meus apontamentos. Siga investindo na cria, não invista em imobilizado, potencialize a produção aumentando lotação da fazenda e aumentando o ganho diário de peso de cada animal. Estes princípios sempre serão úteis, com preços baixos ou com preços altos.

Fonte: Por Júlio Barcellos, PhD, médico-veterinário, coordenador do NESPro e professor titular do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Agronomia da UFRGS.

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Faesc celebra publicação da lei que reduz burocracia para Declaração do Imposto Territorial Rural 

Medida retira a obrigatoriedade de utilização do ADA para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do CAR para o cálculo de área.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) celebra a conquista da Lei 14.932/2024 que reduz a burocracia da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) para os produtores. A legislação foi publicada, na última quarta-feira (24), no Diário Oficial da União pelo Governo Federal.

A medida retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o cálculo de área tributável do imóvel.

O presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, ressalta que a publicação da Lei representa um avanço para o agronegócio. “Nós, da Faesc, e demais federações, trabalhamos em conjunto com a CNA, pela desburocratização e simplificação da declaração do ITR para o produtor rural. Essa conquista significa menos burocracia, mais agilidade e redução de custos para o campo, o que é fundamental para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento do setor produtivo”.

De acordo com o assessor técnico da CNA, José Henrique Pereira, com a publicação da Lei 14.932/2024, o setor espera a adequação da Instrução Normativa 2.206/2024 que ainda obriga o produtor rural a apresentar o ADA neste ano, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural. “A nova Lei já está em vigor e desobriga a declaração do Ato Declaratório Ambiental, então esperamos que a Receita Federal altere a Instrução Normativa e que a lei sancionada comece a valer a partir da DITR 2024”, explicou.

A norma é originária do Projeto de Lei 7611/17, do ex-senador Donizeti Nogueira (TO) e de relatoria do deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR). O texto tramitou em caráter conclusivo e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

De acordo com a IN 2.206/2024, o prazo para apresentação da DITR 2024 começa a partir do dia 12 de agosto e vai até 30 de setembro de 2024.

Fonte: Assessoria Faesc
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Sancionada lei que permite o uso do CAR para cálculo do ITR

Nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental.

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Foto: Roberto Dziura Jr

A nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental (ADA). O governo federal sancionou na última terça-feira (23) a Lei 14932/2024, uma medida que visa modernizar o sistema de apuração do Imposto Territorial Rural (ITR) e reduzir a burocracia para os produtores rurais.

Ex-presidente da FPA, deputado Sérgio Souza, destaca que medida visa a modernização do sistema tributário rural – Foto: Divulgação/FPA

Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados em dezembro de 2023, o projeto de lei (PL 7611/2017) foi relatado pelo ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR). O parlamentar destacou a importância da nova lei, afirmando que o CAR é um dos instrumentos mais avançados hoje para compatibilizar a produção com a preservação ambiental.

“O Cadastro Ambiental Rural é uma das ferramentas mais importantes do mundo em termos de compatibilização da produção agropecuária com os ditames da preservação ecológica. É, certamente, um instrumento que cada vez mais deve ser valorizado”, afirmou Sérgio Souza.

Atualmente, para apurar o valor do ITR, os produtores devem subtrair da área total do imóvel as áreas de preservação ambiental, apresentando essas informações anualmente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do ADA. Esses mesmos dados também são incluídos no CAR, conforme exigência do Código Florestal.

Com a nova lei, essa duplicidade de informações será eliminada, facilitando o processo para os produtores. “Não faz sentido que o produtor rural seja obrigado a continuar realizando anualmente o ADA, uma vez que todas as informações necessárias à apuração do valor tributável do ITR estão à disposição do Ibama e da Receita Federal por meio do CAR”, ressaltou Sérgio Souza.

Fonte: Assessoria FPA
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Governo gaúcho anuncia medidas para atenuar perdas causadas pelas enchentes na cadeia leiteira

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó.

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Foto: Gisele Rosso

O pacote de medidas do Governo do Rio Grande do Sul para reerguer a agricultura gaúcha após a tragédia climática que assolou a produção primária inclui ações específicas destinadas ao setor do leite: bônus de 25% em financiamentos e compra de leite em pó. “Chegam em boa hora e são importantes porque beneficiam o pequeno produtor com subvenção, que é fundamental. Além da compra do leite em pó num volume considerável”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó. A aquisição será feita junto às cooperativas gaúchas que não tenham importado leite, ao longo do ano vigente do programa, para atender mais de 100 mil crianças em municípios com Decreto de Calamidade.

O dirigente, que acompanhou o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, na manhã desta quinta-feira (25/07), lembra que o setor ainda aguarda uma posição sobre a liberação do Fundoleite. “Recentemente, foi solicitado junto à Secretaria Estadual da Fazenda a atualização de saldos. A estimativa é dos valores se aproximem de R$ 40 milhões”, indica Palharini.

Fonte: Assessoria Sindilat-RS
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