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Avicultura

Suplementação com parede celular premium de levedura beneficia aves expostas à redução de antibióticos

Produtos alternativos aos antibióticos estão exercendo um papel crescente na indústria avícola, e uma medida preventiva para melhorar a resiliência das aves é o uso de parede celular premium de levedura nas dietas

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Artigo escrito por Alain Riggi, gerente global de Avicultura da Phileo

Nas últimas cinco décadas, o desenvolvimento genético tem beneficiado a produtividade das aves, mas isto também tem deixado os animais mais sensíveis a desordens digestivas que podem ocorrer durante o ciclo de produção. As consequências disto, normalmente, se dão por diferentes tipos de estresses (infecção, calor ou frio, qualidade do alimento e da água de bebida, etc.), que podem levar a uma baixa performance, imunossupressão e altas mortalidades.

O intestino é o órgão mais importante ao considerarmos que é ele quem converte alimentos caros em carne. Como adaptações genéticas têm proporcionado maior ingestão de alimentos, a consequência é que mais nutrientes estão disponíveis para bactérias indesejáveis e uma porção menor está disponível para auxiliar o crescimento das aves. A redução da performance devido a inflamação intestinal crônica causada por estas bactérias soma-se aos impactos digestivos negativos causados por outras fontes de estresse e realça o quão importante é a saúde intestinal no sucesso financeiro de um empreendimento avícola.

Os antibióticos são rotineiramente utilizados para dirimir a preocupação com a saúde das aves e garantir a máxima performance. Contudo, hoje em dia os consumidores e os abatedouros têm cada vez mais solicitado que as carnes sejam oriundas de criações que pouco utilizem antibióticos, ou até sejam livres deles.

Um artigo publicado em 2016 por Jim O’Neil e colaboradores revelou que pelo menos 700 mil pessoas morrem todos os anos devido a doenças que não respondem aos medicamentos disponíveis hoje. Se nenhuma atitude for tomada para reverter este quadro, aproximadamente 10 milhões de pessoas morrerão em 2050 devido a doenças resistentes aos medicamentos. Mais que o total de mortes por câncer.

Alternativas

Antibióticos promotores de crescimento têm sido banidos da avicultura europeia desde 2006 e o uso de antibióticos que possuem capacidade para prevenir doenças tem diminuído. Entretanto, ainda são necessários esforços se desejarmos manter a eficácia dos antibióticos quando animais doentes realmente necessitam ser tratados, utilizando-os com cautela no intuito de preservar sua eficiência no futuro. Quando se fala em antibióticos, prevenção é a palavra-chave para o futuro da produção animal: bom manejo nas granjas, alto grau de biossegurança e alta qualidade de alimentos são necessários para prevenir desordens fisiológicas e produzir aves mais saudáveis, mais resistentes e, consequentemente, que necessitem de menos antibióticos. Produtos alternativos aos antibióticos estão exercendo um papel crescente na indústria avícola, e uma medida preventiva para melhorar a resiliência das aves é o uso de parede celular premium de levedura nas dietas.

Efeitos positivos na saúde intestinal

Como já foi mencionado, poedeiras e frangos de corte estão altamente produtivos nos dias de hoje, e uma boa saúde intestinal é importante para assegurar que as aves estão aproveitando as dietas da forma mais eficiente. Cerca de 70% da capacidade do sistema imune das aves está concentrado no intestino ou em seus arredores (Galt, placas de Peyer, baço, fígado, bursa de Fabricius), sendo fácil entender que uma boa integridade intestinal terá um impacto positivo no status imunitário das aves e, por conseguinte, na performance das mesmas.

A fração premium de levedura é obtida através da fermentação primária de uma cepa específica de Saccharomyces cerevisiae, ou seja, não é co-produto da indústria de produção de álcool ou cerveja. Esta cepa de levedura é geneticamente selecionada por ter um impacto positivo no sistema imune e na saúde intestinal. Na fermentação primária há o controle completo de todas as fases de produção desde o cultivo da cepa até a expedição, para garantir uma consistente composição de mananas e β-glucanas balanceada, resultando em um efeito positivo na saúde intestinal das aves.

A parede celular premium de levedura tem demonstrado seus benefícios à saúde intestinal das aves de várias maneiras:

  • Auxilia na manutenção da capacidade absortiva do intestino

Diversos ensaios têm demonstrado o efeito da parede celular premium na preservação do comprimento dos vilos sob condições de desafio fisiológico (Clostridium, por exemplo), ajudando a manter uma ótima absorção de ingredientes chaves. Por controlar a liberação de certas citocinas pró-inflamatórias, a parede celular premium reduz o impacto da inflamação na mucosa intestinal, preservando o comprimento das vilosidades. Outro efeito positivo é a menor profundidade de criptas e maior relação comprimento de vilo/profundidade de cripta, que é um indicador de boa saúde intestinal.

  • Protege a parede celular do intestino da fixação de patógenos

Em ensaio realizado para demonstrar o efeito dessa parede celular premium de levedura na produção de células caliciformes, as quais secretam o muco que protege as paredes celulares do intestino, as aves que consumiram, produziram três vezes mais células caliciformes quando comparadas às que receberam a dieta controle.

  • Diminui a pressão por patógenos no intestino

Bactérias Gram negativas possuem a habilidade de se aderir à parede celular do intestino através de antígenos específicos – as Fímbrias. Estes antígenos, então, se aderem às mananas cobrindo a superfície do epitélio intestinal. Como a parede celular premium de levedura contém, pelo menos, 20% de mananas, as bactérias são atraídas e se ligam a ela. Estudiosos realizaram diversos ensaios para demonstrar esta teoria e a parede celular premium aglutinou 98% da Salmonella typhimurium utilizada, além de 75% de Clostridium perfringens, que é uma bactéria Gram+ e não possui Fímbrias.

  •  Impacto da parede celular premium de levedura no sistema imune

Uma boa saúde intestinal está intimamente relacionada à capacidade imunológica das aves, e quanto mais ativo estiver o sistema inume, melhor sua ação contra patógenos.

Temos observado que a parede celular premium de levedura auxilia na manutenção da saúde intestinal, mas a sua suplementação também age diretamente na melhoria do sistema imune das aves. Assim como as mananas, outros componentes importantes dessa parede celular são as β-glucanas. Junto com as mananas, as β-glucanas são reconhecidas por diferentes receptores contidos nas superfícies das células dendríticas e dos macrófagos. Este reconhecimento permite uma reação rápida do sistema imune adaptativo contra os patógenos.

A consequência é uma maior resposta vacinal em aves vacinadas contra doença de Newcastle, demonstrada por diversos ensaios. Outros estudiosos vacinaram frangos de corte aos 10 dias de idade com uma vacina de vírus vivo, e fizeram testes sanguíneos após uma, e após duas semanas da vacinação. O método sorológico utilizado para avaliar o impacto da parede celular premium foi o da inibição da hemaglutinação (HI), e observou-se um aumento significativo da resposta de anticorpos duas semanas após a vacinação (aos 24 dias de idade) no grupo que recebeu o produto.

Conclusão

Dependendo das circunstâncias, um bom monitoramento e um ótimo manejo das granjas irão auxiliar a limitar os estresses e problemas de saúde das aves durante o período de criação. Como a utilização de alguns medicamentos tradicionais (como os antibióticos) tem sido questionada, a parede celular premium de levedura representa um aditivo muito útil para a manutenção da saúde intestinal e do bom desenvolvimento das aves.

Mais informações você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Apesar de isolado, foco de Newcastle no Rio Grande do Sul preocupa setor

Uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços.

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Foto: Shutterstock

A confirmação de um foco da doença de Newcastle numa granja comercial de frangos no município de Anta Gorda (RS), na região do Vale do Taquari, no final da semana passada, vem deixando o setor em alerta.

Segundo pesquisadores do Cepea, uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços, podendo, inclusive, afetar a relação de competitividade com as concorrentes bovina e suína.

Diante disso, no curto prazo, pesquisadores do Cepea explicam que devem ocorrer ajustes no alojamento de aves.

O Brasil é, atualmente, o maior exportador de carne de frango do mundo. No segundo trimestre, os embarques superaram em 12,1% os dos três primeiros meses do ano e em 4,1% os de abril a junho do ano passado, conforme dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Avicultura

Área de emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle é limitada a cinco municípios gaúchos

Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

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Foto: Julia Chagas

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) restringiu a área de abrangência da emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle, limitando-a aos municípios que estão no raio de dez quilômetros a partir do foco confirmado: Anta Gorda, Doutor Ricardo, Putinga, Ilópolis e Relvado. O Governo do Estado publicou, na quinta-feira (25), decreto em que declara estado de emergência de saúde animal nos mesmos municípios.

Inicialmente, o Ministério havia publicado, em 18 de julho, uma portaria colocando todo o Rio Grande do Sul em estado de emergência zoossanitária. “O trabalho da Secretaria da Agricultura foi essencial para a revisão do perímetro do estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul. Foi com nossos dados e informações que o Ministério se embasou para tomar esta decisão”, detalha a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi), Rosane Collares.

O estado de emergência tem duração de 90 dias, podendo ser prorrogado em caso de evolução do estado epidemiológico. Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

Até quarta-feira (24), o Serviço Veterinário Oficial do estado já havia vistoriado todas as propriedades dentro do raio de três quilômetros (área perifocal) e iniciava revisitações a estes locais. Foram visitados 78% dos estabelecimentos incluídos no raio de dez quilômetros (área de vigilância) a partir do foco. Somando as duas áreas, são 858 propriedades no total, entre granjas comerciais e criações de subsistência.

As barreiras sanitárias continuam funcionando, ininterruptamente, em quatro pontos na área perifocal e dois locais na área de vigilância. Até o momento, foram abordados 726 veículos alvo na área perifocal e 415 na área de vigilância.

Após o caso confirmado que levou ao decreto de estado de emergência zoossanitária, não houve novas suspeitas de foco da doença. Duas amostras coletadas no município de Progresso, com suspeita fundamentada de síndrome respiratória e nervosa das aves, foram encaminhadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (SP) e apresentaram resultado negativo.

Todas as suspeitas da doença, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura, por meio da Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária, pelo sistema e-Sisbravet ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.

Fonte: Assessoria Seapi
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Avicultura

Carne de frango ganha cada vez mais espaço na mesa do brasileiro

Preço acessível, alto valor nutricional e ampla aceitação cultural e religiosa estão entre as vantagens da proteína.

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Produção do frango é mais rápida e sustentável do que outras proteínas - Foto: Jonathan Campos

Considerada uma das melhores opções nutricionais para compor o cardápio, a carne de frango é a proteína animal mais consumida no Brasil. A preferência é atribuída a vários fatores, incluindo preço acessível, alto valor nutricional, versatilidade na culinária e ampla aceitação cultural. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2023, o consumo per capta de carne de frango no país chegou a aproximadamente 45,1 kg, confirmando suas vantagens nutricionais e acessibilidade econômica. Em 2009, o consumo individual no Brasil era de 37,5 kg por ano, mas vem crescendo a cada ano.

Nesse mercado, o Paraná é o maior produtor e exportador de aves e derivados do Brasil. O estado é responsável por cerca de 36% da produção nacional, além de 42% do volume de exportações do segmento. O empresário Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), destaca que os mercados nacional e internacional estão atentos às vantagens e ao custo-benefício da carne de frango, o que vem impulsionando a demanda gradativamente. “Além do consumo interno, o produto brasileiro tem compradores em diversos países, em especial na Ásia e Oriente Médio, que são locais com grande demanda em função de questões religiosas e culturais”, analisa.

Em países com predominância de culturas muçulmanas e hindus, o consumo de carne bovina é proibido ou restrito devido às práticas religiosas. O frango, por outro lado, é amplamente aceito, pois não está sujeito às mesmas restrições religiosas. “Além disso, a culinária asiática e do Oriente Médio inclui muitas receitas tradicionais que utilizam carne de frango”, comenta Kaefer.

Custo-benefício

A eficiência produtiva da carne de frango é outro diferencial. Cassiano Marcos Bevilaqua, diretor associado de Marketing LatCan, explica que a produção de frango possui um ciclo significativamente mais curto e econômico comparado a outras proteínas animais. Segundo ele, um frango consome cerca de 1,5 kg de ração para cada quilo de carne produzida, levando aproximadamente 42 dias para atingir o peso ideal de abate. O prazo é bem inferior ao da produção de suínos e bovinos, que têm ciclos de produção muito mais longos e menos eficientes.

Bevilaqua fala que um porco, por exemplo, precisa consumir 3 kg de ração e leva mais de 150 dias para ser abatido. No caso do boi, a taxa de conversão é de 4×1 e precisa de pelo menos dois anos para ser abatido. “Por ter um ciclo mais rápido e mais eficiência produtiva, o frango elimina menos dejetos, consome menos alimento e necessita de menos espaço para a produção, o que torna a carne de frango muito mais sustentável do que as demais”, esclarece.

Dieta equilibrada

Foto: Divulgação/OP Rural

Um dos grandes atrativos da carne de frango é o seu valor nutricional. Trata-se de um alimento rico em proteínas de alta qualidade e que fornece todos os aminoácidos essenciais que o corpo humano necessita, segundo a USDA National Nutrient Database. Em 100 gramas de peito de frango cozido, por exemplo, há cerca de 31 gramas da proteína, essencial para o crescimento e reparação dos tecidos.

Outra vantagem é o baixo teor de gorduras saturadas, especialmente quando consumida sem pele, com aproximadamente 3,6 gramas de gordura total por 100 gramas, e um total de 165 kcal. A carne de boi, por outro lado, contém mais gorduras saturadas (10g de gordura total por 100g de carne magra cozida) e é mais calórica (250 kcal por 100g). O mesmo ocorre com os suínos, que tem de 10 a 12g de gordura total por 100g de carne magra cozida e 242 kcal.

Composição nutricional

Roberto Alexandre Yamawaki, gerente de Serviços Técnicos e Produtos para a América Latina da Hubbard, aponta outros benefícios nutricionais. Ele pontua a presença de nutrientes que são essenciais para a dieta, tais como aminoácidos essenciais e proteínas de alta qualidade, importantes para a construção e reparação de tecidos, bem como para a produção de enzimas e hormônios.

Segundo o especialista, o consumo regular de carne de frango oferece múltiplos benefícios para a saúde. A inclusão da proteína na dieta pode ajudar no controle de peso, fortalecer o sistema imunológico, melhorar o crescimento muscular e fornecer energia sustentável.

Entre os nutrientes presentes no frango estão Omega-6 e colina, vitaminas do Complexo B – como Vitamina B3 (Niacina), Vitamina B6 (Piridoxina) e a Vitamina B12 (Cobalamina) –, além de minerais como fósforo, selênio e zinco. “A carne de frango possui vários benefícios específicos que a torna uma escolha adequada e popular para o consumo. Pois ela possui uma grande versatilidade culinária, o que a torna uma opção prática para diferentes refeições e estilos de culinária”, reforça.

Sindiavipar

O Sindiavipar representa as indústrias de produtos avícolas. A carne de frango produzida no Paraná é exportada para 150 países.

O processamento de aves no Paraná se concentra em 29 municípios e 35 indústrias. Além disso, a avicultura gera 95,3 mil empregos diretos e cerca de 1,5 milhão de empregos indiretos no Estado. São mais de 19 mil aviários, aproximadamente e 8,4 mil propriedades rurais distribuídas em 312 municípios paranaenses. As indústrias associadas ao Sindiavipar são responsáveis por 94% da produção estadual.

Segundo o Relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil ocupa o primeiro lugar no mercado global de carne de frango, sendo o principal exportador do produto.

 

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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