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Suínos / Peixes

Suinocultura deve ter expansão saudável em 2024, sustenta ABCS

Presidente da ABCS, Marcelo Lopes, fala da capacidade do setor em se adaptar a essas condições variáveis e implementar medidas eficazes de gestão para o desenvolvimento contínuo da suinocultura brasileira.

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Fotos: Shutterstock

O ano passado foi marcado por oscilações nos custos de produção, uma melhor relação de troca entre preço do suíno e da ração no segundo semestre e desafios persistentes relacionados à competitividade e endividamento dos produtores. Em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural, o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, fala da capacidade do setor em se adaptar a essas condições variáveis e implementar medidas eficazes de gestão para o desenvolvimento contínuo da suinocultura brasileira.

O custo de produção segue sendo o calcanhar de Aquiles do suinocultor. Contudo, a situação começou a se reverter no segundo semestre impulsionada por uma melhoria na relação de troca entre o preço do suíno e o custo dos insumos, o que proporcionou um alívio financeiro para os criadores. “Embora o início de 2023 tenha sido bastante desafiador, a queda nos preços dos insumos possibilitou uma recuperação nas margens de lucro do setor e a suinocultura terminou o ano bem melhor do que a média dos anos de 2021 e 2022, com margens relativamente pequenas, mas positivas. Entretanto, o nível de endividamento do setor é elevado, pois muitos produtores ‘queimaram caixa’ ou buscaram empréstimos a juros altos para sobreviver à crise que afetou a atividade”, ressalta o presidente da ABCS.

Após um período de crescimento da produção e da disponibilidade interna, em 2023 a oferta e a demanda de carne suína ficaram mais ajustadas. Ainda, a competitividade da carne suína foi afetada pela queda nas cotações do boi gordo, o que limitou a capacidade de obter preços mais atrativos para os suinocultores. “Nos últimos meses do ano as margens do setor voltaram a ser positivas, mas o nível de endividamento decorrente da crise longa e profunda é muito grande”, reforça Lopes.

2024

A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos projeta um cenário otimista para o setor suinícola em 2024. As expectativas apontam para um crescimento na produção de suínos da ordem de 3 a 4% em comparação com o ano passado, indicando uma expansão saudável da atividade no país. Além disso, as exportações, impulsionadas pela demanda global pela qualidade da carne suína brasileira, têm potencial para apresentar um aumento significativo, podendo atingir até 5%.

Esse cenário otimista para o setor suinícola em 2024 é resultado de uma combinação de fatores positivos que indicam um ambiente propício para o crescimento e fortalecimento da indústria. A projeção de um aumento de 3 a 4% na produção de suínos em comparação com o ano anterior sugere uma resposta positiva às estratégias de manejo, genética e tecnologia implementadas pelos criadores brasileiros.

A expansão da atividade suinícola é favorecida não apenas pela demanda interna consistente, mas também pelo reconhecimento internacional da qualidade da carne suína produzida no Brasil. As exportações desempenham um papel crucial nesse panorama, com a expectativa de um aumento expressivo de até 5%. Esse crescimento nas exportações é impulsionado pela confiança dos mercados globais na segurança e excelência dos produtos suínos brasileiros, refletindo não apenas a qualidade da carne, mas também os padrões sanitários rigorosos adotados pela indústria.

Além disso, a abertura de novos mercados e a diversificação de produtos são estratégias que contribuem para a expansão das exportações. A capacidade da indústria suinícola em atender a diferentes demandas e preferências dos consumidores internacionais fortalece a posição do Brasil como um player relevante no comércio global de carne suína.

É importante destacar que, para sustentar esse crescimento, o setor continua investindo em práticas sustentáveis, inovação tecnológica e capacitação profissional. A promoção de boas práticas agropecuárias e a atenção aos aspectos ambientais são fundamentais para assegurar a continuidade do desenvolvimento sustentável da indústria suinícola brasileira.

A previsão positiva para o setor está alinhada com a busca constante por eficiência e inovação da cadeia produtiva, que têm contribuído para o desenvolvimento sustentável da suinocultura no Brasil. No entanto, há um fator que precisa ser monitorado de perto: o clima. “As condições climáticas que têm impactado a safra brasileira de grãos podem influenciar diretamente os custos de produção, uma vez que a composição da dieta dos suínos é fortemente baseada em insumos como milho e farelo de soja. A incerteza relacionada ao clima destaca a importância de uma gestão cuidadosa e estratégica por parte dos produtores, que precisam estar atentos a potenciais flutuações nos preços dos alimentos para manterem margens positivas”, avalia Lopes.

Apesar desse desafio, a perspectiva de crescimento nas exportações sugere que o mercado internacional continua a reconhecer a qualidade e competitividade da carne suína brasileira. Isso cria oportunidades para os produtores ampliarem sua participação no mercado global, compensando possíveis impactos locais.

A disponibilidade da carne suína no mercado doméstico se manteve estável no ano passado, mas deve ter um incremento neste ano. Para 2024, a ABCS projeta um crescimento ao redor de 500 gramas per capita, atingindo 21 kg por habitante/ano.

Esse aumento na disponibilidade da carne suína reflete não apenas a demanda crescente por produtos suínos, mas também os esforços contínuos do setor em melhorar a produção e atender às preferências do consumidor. A expectativa da ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos) para o incremento per capita sugere um otimismo no desempenho do mercado suinícola no Brasil.

Diversos fatores contribuem para essa projeção positiva, incluindo avanços tecnológicos na criação de suínos, melhorias na gestão de fazendas, adoção de práticas sustentáveis e a contínua promoção da carne suína como uma opção saudável e versátil. Além disso, a indústria suinícola brasileira tem buscado expandir suas exportações, o que pode ter impactos positivos na disponibilidade interna do produto.

A crescente preferência dos consumidores por cortes específicos, processamento mais eficiente e a diversificação de produtos à base de carne suína também têm impulsionado o setor. A indústria está atenta às mudanças nos padrões de consumo e investindo em inovações para atender a essas demandas, contribuindo para a expansão do mercado interno.

No entanto, é importante ressaltar que, apesar do aumento projetado, o setor enfrenta desafios, como oscilações nos preços dos insumos, questões sanitárias e a concorrência com outras fontes de proteína. O sucesso contínuo dependerá da capacidade da indústria em se adaptar a esses desafios, mantendo padrões de qualidade, sustentabilidade e eficiência na produção.

A projeção de um aumento na disponibilidade de carne suína no mercado doméstico para o ano de 2024 reflete não apenas um crescimento quantitativo, mas também a capacidade do setor em evoluir diante das demandas do consumidor e dos desafios do cenário econômico e sanitário. O Brasil, como um dos maiores produtores e exportadores de carne suína, continua a desempenhar um papel significativo no cenário global, influenciando tanto o abastecimento interno quanto as tendências do mercado internacional.

Outro destaque apontado por Lopes é o retorno das exportações para o México, um dos maiores importadores mundiais de carne suína, que em 2023 comprou volumes significativos do Brasil.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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