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Simpósio internacional debate a evolução do bem-estar animal na cadeia de frangos de corte

O evento apresentou o que há de mais moderno em pesquisas e ações desenvolvidas, além de promover o intercâmbio de ideias, experiências e soluções globais

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O evento reuniu representantes de empresas de alimentos, seus pares globais, pesquisadores e demais stakeholders- Fotos: Assessoria

A troca de experiências, o reconhecimento das inovações e o fomento das iniciativas que podem contribuir para um novo patamar do bem-estar animal e da avicultura de corte brasileira foram pautas na programação do Simpósio “Definindo o futuro do bem-estar animal na América Latina”. Promovido pela startup brasileira Produtor do Bem, o evento reuniu representantes de empresas de alimentos, seus pares globais, pesquisadores e demais stakeholders, durante dois dias, na capital paulista.

O ciclo de discussões foi aberto pelo professor do Instituto COPPEAD (UFRJ) nas áreas de Finanças e de Sustentabilidade Corporativa, e doutor em Administração focada em Finanças, Celso Funcia Lemme, que trouxe ao debate as fortes mudanças que devem ocorrer no setor de alimentos puxadas pela agenda de sustentabilidade e bem-estar animal.

O olhar dos investidores e as barreiras potenciais existentes entre América Latina e Europa, foram tratadas pela Investor Outreach Manager da FAIRR Initiative, Sofía De La Parra. Com 70 trilhões de dólares em seu fundo de investimento, a FAIRR é a rede de investidores que mais cresce no mundo com foco em riscos ESG no setor global de alimentos. De acordo com Sofía, a FAIRR busca avaliar as empresas e sua exposição ao risco referente às questões de bem-estar animal, além de observar como desenvolvem metodologias de análise para isso. Ela analisa ser um driver cada vez mais forte as questões de bem-estar animal para países produtores como o Brasil.

Daniel Pérez Vega, especialista em comércio global e bem-estar animal e representante da Eurogroup for Animals, explicou sobre os ajustes que a União Europeia vem sugerindo no tratado de produção de alimentos sustentáveis do Mercosul e as possíveis consequências de não atender aos padrões adequados de produção. “O bem-estar animal é um ponto muito importante para os cidadãos europeus e o continente tem uma alta demanda para produtos de origem animal”, comentou Veja.

O evento também abriu espaço para tratar das tendências dos consumidores sob a ótica das organizações não governamentais, assim como as ações corporativas e iniciativas colaborativas como a Global Coalition for Farm Animal Welfare (GCAW) e a Pet Sustainability Coalition, que são coalisões que reúnem gigantes como Nestlé, Unilever, Tyson Foods, Starbucks e Sodexo, entre outras empresas globais de alimentos e também grandes companhias do setor de Pet Food, como é o caso da norte americana Earth Animal Ventures, representada no simpósio pela Chief Impact Officer Stephanie Volo.

 

Made in Brasil e a opinião do consumidor

A visão e o conhecimento do mercado de alimentação europeu foram o foco da apresentação da brasileira Jane Candido, que atua como líder de bem-estar animal da KFC na Europa Ocidental.

Com uma larga experiência nas discussões de bem-estar animal, Jane enfatizou o trabalho que a rede de restaurantes de fast-food estadunidense vem desenvolvendo na Europa e destacou que o objetivo é dividir as melhores práticas trabalhadas no velho continente para que outros mercados, como o Brasil, se inspirem na busca da melhoria contínua.

“O trabalho com foco em altos padrões de bem-estar animal não pode deixar a qualidade de lado. Na Europa, a proposta do KFC é ligar a política de bem-estar animal da empresa com seus fornecedores. Trabalhamos com um programa de bem-estar animal desenvolvido por um stakeholder externo e alinhado aos mais altos padrões existentes, encorajando nossos fornecedores a irem além da produção padrão. Responsabilidade e transparência são demonstradas por meio de auditorias de terceira parte e de um relatório anual em que apresentamos como o trabalho está evoluindo”, resumiu Jane.

Sem esquecer da ponta final de todo o processo produtivo dos alimentos, o gerente de desenvolvimento de Proteínas do Grupo Pão de Açúcar (GPA), André Artin Machado, detalhou a pesquisa que a empresa varejista fez com seus consumidores para identificar qual a melhor forma de comunicá-los sobre a origem e as diferenças entre os ovos de galinha que são comercializadas nas unidades da rede.

“A comunicação com os consumidores é fundamental para garantir uma informação mais precisa sobre os diferentes tipos de ovos disponíveis. A partir dessa pesquisa, conseguimos avaliar o perfil dos clientes, colocando as informações relevantes em locais estratégicos, baseados nas jornadas de compras das pessoas. Isso é um trabalho conjunto entre varejo e indústria, incluindo suas certificações, analisou André.

Ele também contou que a pesquisa apontou que o ticket médio dos consumidores que buscam produtos mais saudáveis, por meio das linhas orgânicas e sem antibióticos na produção, é três vezes maior na comparação com os demais clientes.

 

Transição em nome do bem-estar animal

Diretora de Inovação Sustentável da Norsk Kylling – um produtor norueguês de frango, Hilde Talseth falou sobre a transição da empresa para um sistema de produção de frangos de corte que foi norteada pelo bem-estar animal e a dedicação geral à sustentabilidade na companhia.

A norueguesa detalhou como a transição para linhagens de frango com melhor resultado em bem-estar animal, no caso crescimento mais lento, tem contribuído para os ganhos em produtividade da empresa: “A nova linhagem de frango adotada teve uma performance melhor comparada com a linhagem comercial utilizada antes, o que gerou uma redução de 3 milhões de aves ao ano para produzir a mesma quantidade de carne”, apontou Talseth.

A redução na taxa de doenças e mortalidade juntamente com os esforços para criar uma cadeia de abastecimento totalmente integrada e sustentável, também garantiu que as emissões não aumentassem, apesar dos frangos viverem por mais tempo, constatou Hilde Talseth. Além disso, ela também enfatizou como a empresa trabalha em colaboração com seus agricultores e se comunica ativamente com seus consumidores.

 

Mudanças locais

O CEO da Korin, Luiz Dematê, abordou o pioneirismo da empresa no que se refere ao bem-estar animal e como as boas práticas são parte integrante da filosofia da companhia. Ele também enfatizou que a produção de alimentos sustentável passa necessariamente pelo equilíbrio entre a saúde e o bem-estar dos animais e pessoas, a preservação do homem no campo e o uso dos recursos naturais.

O gerente de sustentabilidade da Seara, Vamiré Luiz Sens Junior, citou que bem-estar animal é prioridade e que seus cinco domínios são bases para companhia. Ambientes controlados, enriquecidos e acesso a luz natural são alguns exemplos de boas práticas. “Contamos com linhas de frangos especiais, com práticas específicas de criação, possibilitando maior expressão de comportamentos naturais. Para nós, o bem-estar dos animais reflete na qualidade dos alimentos”, destacou Vamiré.

Gerente de Bem-estar Animal da BRF, Josiane Busatta também falou sobre o aumento da demanda global por alimentos nas próximas décadas e frisou que o bem-estar animal não é um termo emocional. “Ele envolve ciência e conhecimentos sobre o que os consumidores querem, além de envolver ações que causem impacto positivo para os animais”, citou Busatta.

 

Ações firmadas

José Rodolfo Ciocca, CEO da Produtor do Bem

O diretor-executivo da Produtor do Bem, José Rodolfo Ciocca, avaliou a importância das temáticas abordadas durante os dois dias de evento. “Discutimos questões bastante amplas relacionados ao bem-estar animal, como sustentabilidade, a visão de investidores, oportunidades comerciais e riscos corporativos, entre outros pontos. Pudemos escutar o quanto as empresas vêm evoluindo nas questões de bem-estar nos últimos anos e discutimos sobre os desafios para a avicultura de corte para conseguir chegar em um novo patamar. Tivemos uma paleta de assuntos tratando de questões técnicas como insensibilização e linhagens genéticas de frangos, e conseguimos apresentar a visão do Ministério da Agricultura e Pecuária e da Embrapa em termos de legislações, fiscalização, pesquisas e inovações. Foi um grande evento e com importantes conexões multisetoriais”, resumiu Ciocca.

Leonardo Vega, responsável pela área de estratégia da Produtor do Bem

Ele também relata que a Produtor do Bem já se comprometeu a trabalhar o bem-estar animal de forma efetiva e colaborativa por meio de ações já definidas. “Vamos criar um grupo de trabalho para liderar temas fundamentais e trazer essas discussões em um elo muito mais amplo de debate, envolvendo produtores, agroindústria, investidores, redes de restaurantes e varejistas, institutos de pesquisas, entre outros players da cadeia de valor. A Produtor do Bem apoiará de forma integral estudos, validações e avaliações de linhagens genéticas, que possam, de fato, não só atender a realidade brasileira de sistemas de produção, mas também de clima, focando no bem-estar animal, e sendo reconhecida como uma certificação com credibilidade, alinhada à sociedade civil, que é extremamente importante dar visibilidade frente aos consumidores cada vez mais exigentes”, completou o diretor-executivo da Produtor do Bem.

Por fim, Leonardo Vega, responsável pela área de estratégia da Produtor do Bem, avalia que a instituição quer liderar o desenvolvimento técnico-científico local para atender as necessidades da região. “Nosso trabalho vai muito além de certificar bons produtos. Queremos estruturar as bases de um novo patamar de bem-estar animal na América Latina, uma forma mais justa de remunerar os pequenos e médios produtores locais, bem como uma nova proposta de valor para as agroindústrias já bem consolidadas no mercado”, concluiu Vega.

 

Sobre a Produtor do Bem

A Produtor do Bem é uma startup social criada por uma rede de especialistas da academia, da sociedade civil e do setor privado, atuando na certificação dos sistemas de produção de alimentos. Nossa principal missão é estimular o consumo e a produção sustentável, melhorando o bem-estar dos animais de fazenda e transformando o atual sistema em um modelo mais justo e sustentável.

Saiba mais em https://produtordobem.com.br/

Fonte: Assessoria

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Faesc celebra publicação da lei que reduz burocracia para Declaração do Imposto Territorial Rural 

Medida retira a obrigatoriedade de utilização do ADA para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do CAR para o cálculo de área.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) celebra a conquista da Lei 14.932/2024 que reduz a burocracia da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) para os produtores. A legislação foi publicada, na última quarta-feira (24), no Diário Oficial da União pelo Governo Federal.

A medida retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para redução do valor devido do ITR e autoriza o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para o cálculo de área tributável do imóvel.

O presidente do Sistema Faesc/Senar e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, ressalta que a publicação da Lei representa um avanço para o agronegócio. “Nós, da Faesc, e demais federações, trabalhamos em conjunto com a CNA, pela desburocratização e simplificação da declaração do ITR para o produtor rural. Essa conquista significa menos burocracia, mais agilidade e redução de custos para o campo, o que é fundamental para impulsionar a competitividade e o desenvolvimento do setor produtivo”.

De acordo com o assessor técnico da CNA, José Henrique Pereira, com a publicação da Lei 14.932/2024, o setor espera a adequação da Instrução Normativa 2.206/2024 que ainda obriga o produtor rural a apresentar o ADA neste ano, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural. “A nova Lei já está em vigor e desobriga a declaração do Ato Declaratório Ambiental, então esperamos que a Receita Federal altere a Instrução Normativa e que a lei sancionada comece a valer a partir da DITR 2024”, explicou.

A norma é originária do Projeto de Lei 7611/17, do ex-senador Donizeti Nogueira (TO) e de relatoria do deputado federal Sérgio Souza (MDB/PR). O texto tramitou em caráter conclusivo e foi aprovado pela Câmara dos Deputados em dezembro do ano passado.

De acordo com a IN 2.206/2024, o prazo para apresentação da DITR 2024 começa a partir do dia 12 de agosto e vai até 30 de setembro de 2024.

Fonte: Assessoria Faesc
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Sancionada lei que permite o uso do CAR para cálculo do ITR

Nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental.

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Foto: Roberto Dziura Jr

A nova legislação permite que os produtores utilizem o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para calcular a área tributável, substituindo o atual Ato Declaratório Ambiental (ADA). O governo federal sancionou na última terça-feira (23) a Lei 14932/2024, uma medida que visa modernizar o sistema de apuração do Imposto Territorial Rural (ITR) e reduzir a burocracia para os produtores rurais.

Ex-presidente da FPA, deputado Sérgio Souza, destaca que medida visa a modernização do sistema tributário rural – Foto: Divulgação/FPA

Aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJC) da Câmara dos Deputados em dezembro de 2023, o projeto de lei (PL 7611/2017) foi relatado pelo ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (MDB-PR). O parlamentar destacou a importância da nova lei, afirmando que o CAR é um dos instrumentos mais avançados hoje para compatibilizar a produção com a preservação ambiental.

“O Cadastro Ambiental Rural é uma das ferramentas mais importantes do mundo em termos de compatibilização da produção agropecuária com os ditames da preservação ecológica. É, certamente, um instrumento que cada vez mais deve ser valorizado”, afirmou Sérgio Souza.

Atualmente, para apurar o valor do ITR, os produtores devem subtrair da área total do imóvel as áreas de preservação ambiental, apresentando essas informações anualmente ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do ADA. Esses mesmos dados também são incluídos no CAR, conforme exigência do Código Florestal.

Com a nova lei, essa duplicidade de informações será eliminada, facilitando o processo para os produtores. “Não faz sentido que o produtor rural seja obrigado a continuar realizando anualmente o ADA, uma vez que todas as informações necessárias à apuração do valor tributável do ITR estão à disposição do Ibama e da Receita Federal por meio do CAR”, ressaltou Sérgio Souza.

Fonte: Assessoria FPA
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Governo gaúcho anuncia medidas para atenuar perdas causadas pelas enchentes na cadeia leiteira

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó.

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Foto: Gisele Rosso

O pacote de medidas do Governo do Rio Grande do Sul para reerguer a agricultura gaúcha após a tragédia climática que assolou a produção primária inclui ações específicas destinadas ao setor do leite: bônus de 25% em financiamentos e compra de leite em pó. “Chegam em boa hora e são importantes porque beneficiam o pequeno produtor com subvenção, que é fundamental. Além da compra do leite em pó num volume considerável”, destaca Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat).

No Programa da Agrofamília, os R$ 30 milhões em bônus financeiros para custeio e investimentos no Plano Safra 2023/2024, estarão disponíveis a partir da segunda quinzena de agosto nas agências do Banrisul. Outros R$ 112,9 milhões serão destinados para a compra, pelo Estado, de leite em pó. A aquisição será feita junto às cooperativas gaúchas que não tenham importado leite, ao longo do ano vigente do programa, para atender mais de 100 mil crianças em municípios com Decreto de Calamidade.

O dirigente, que acompanhou o anúncio feito pelo governador Eduardo Leite e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Ronaldo Santini, na manhã desta quinta-feira (25/07), lembra que o setor ainda aguarda uma posição sobre a liberação do Fundoleite. “Recentemente, foi solicitado junto à Secretaria Estadual da Fazenda a atualização de saldos. A estimativa é dos valores se aproximem de R$ 40 milhões”, indica Palharini.

Fonte: Assessoria Sindilat-RS
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