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Setores do agro mais dependentes da demanda doméstica devem ser os mais prejudicados pelos efeitos do coronavírus

A elevada competitividade da proteína de frango frente às principais carnes concorrentes, bovina e suína, pode elevar os preços dos produtos de origem avícola num primeiro momento

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Os resultados da agropecuária, e do agronegócio de um modo geral, já são usualmente atrelados a diversos fatores de incerteza, envolvendo expressivas flutuações de mercado, mudanças em políticas agrícolas e comerciais interna e externamente e em regulações, além da dependência intrínseca desse setor em relação ao clima. A pandemia do coronavírus – e as consequentes medidas sanitárias e econômicas –, por sua vez, adiciona um novo e alto grau de incerteza aos cenários perspectivos das cadeias do agronegócio.

Esse especial temático elaborado por pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, busca trazer os efeitos do coronavírus sobre as principais cadeias do setor, avaliando seu impacto atual e os cenários que podem ser traçados para o médio prazo a partir dos fundamentos de oferta e demanda e considerando questões sobre custos de produção e logísticas e de abastecimento. De um modo breve, observa-se que os setores do agronegócio mais dependentes da demanda doméstica devem ser os mais prejudicados pelos efeitos do coronavírus, além daqueles com produtos de maior valor agregado e mais perecíveis.

No contexto da demanda doméstica, no último Boletim Focus, do Banco Central, a previsão do crescimento do PIB brasileiro em 2020 foi novamente revisada para baixo, para uma retração de 1,18%. Pesquisadores do Cepea indicam que, então, a retomada, ainda que lenta, que era esperada para a economia, não irá acontecer. O emprego e o poder de compra da população continuarão comprometidos e, com isso, a demanda doméstica seguirá como um desafio para algumas cadeias do agronegócio. Com o isolamento da população e o fechamento de redes de serviço e alimentação, há mudanças na forma e nos canais de consumo, que também afetam o setor.

No caso da demanda para exportações, os efeitos negativos do coronavírus devem ser contrabalanceados em alguma medida pelo esperado elevado patamar do dólar ao longo do ano. Por enquanto, segundo Boletim CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o comércio de grãos, alimentos e óleos que são destinados à China teve aumento de 9,7% nos meses de janeiro e fevereiro, período em que a epidemia atingia fortemente aquele país. Além disso, ainda são importantes os efeitos sobre a demanda internacional de carnes da Peste Suína Africana (PSA).

Segundo pesquisadores do Cepea, até o momento, então, como as exportações vão bem e o dólar elevado favorece a receita do exportador, a perspectiva é que os setores ou estabelecimentos mais dependentes da demanda doméstica sejam os mais afetados. Sabe-se que esse efeito da rápida desaceleração da economia brasileira que se desdobra não será homogêneo entre os setores e os agentes do agronegócio. Em especial, produtos de maior valor agregado, os que não sejam essenciais (aqueles com maior elasticidade-renda) e aqueles mais perecíveis sentirão com mais força a retração do poder de compra da população e as mudanças na forma de consumo.

No caso da bovinocultura leiteira, com produção enxuta, antes do anúncio da pandemia do coronavírus, a expectativa era de preços em alta nos próximos meses. Em um primeiro momento, essa perspectiva ganhou força, devido ao aumento acelerado da demanda na segunda quinzena de março. As recomendações de isolamento e a necessidade de menor circulação geraram incertezas nos consumidores acerca da manutenção do abastecimento e redes atacadistas e varejistas intensificaram a procura por derivados, em especial do leite UHT. Já no médio prazo, os consumos de queijos (que respondem por mais de 30% da alocação do leite nas indústrias) e de grande parte dos derivados lácteos, produtos de maior valor agregado, devem cair drasticamente, e a queda esperada de faturamento das indústrias será transmitida aos produtores.

No caso da bovinocultura de corte, embora o mercado doméstico represente 75% das vendas da carne, as exportações estão firmes e a oferta de animais para abate, restrita – o que pode impedir quedas significativas de preços na cadeia. Para a cadeia suinícola, o ritmo aquecido de exportações da carne e as perspectivas de poucas alterações no consumo do lar também devem impedir quedas mais acentuadas dos preços. A elevada competitividade da proteína de frango frente às principais carnes concorrentes, bovina e suína, pode elevar os preços dos produtos de origem avícola num primeiro momento; mas os efeitos das suspensões das aulas (que reduzem a procura para merendas escolares) e da queda na demanda no mercado de food service podem exercer pressão sobre as cotações domésticas.

Em geral, considerando-se as elasticidades-renda para as cadeias da pecuária, a retração da economia brasileira pode acabar favorecendo o consumo de leite e da carne de frango, porém, impactar negativamente nas cadeias de carne bovina e suína e na produção de queijos. Todavia, no caso das carnes suína e bovina, as exportações devem impedir que um cenário mais crítico se forme, como já ocorreu em 2019.

 

Quanto aos grãos, até o momento, com a desvalorização do Real e a demanda firme por milho, soja e derivados, as exportações seguem aquecidas e os preços internos, em elevação. O Brasil também foi beneficiado por paralisações de unidades portuárias na Argentina, fazendo com a demanda se deslocasse para os produtos nacionais. Apesar de algumas incertezas, as atividades de colheita, semeio e exportação aparentemente estão normalizadas e seguem a todo vapor. No médio prazo, o menor crescimento mundial deve pressionar as cotações internacionais, que devem ser transmitidas ao Brasil. Contudo, o impacto poderá ser menos intenso em caso de continuidade da desvalorização cambial ou de maior demanda externa pelos produtos brasileiros, reduzindo o excedente interno. Ainda nesse cenário, tem-se que a desvalorização cambial implica em maiores custos para produtos importados, como trigo e insumos agropecuários (que já estão em alta expressiva).

As medidas de restrição da circulação de pessoas, com dificuldades para as feiras, mercados institucionais e restaurantes, influenciaram diretamente e negativamente a demanda de frutas e hortaliças. Os impactos mais negativos foram para produtos mais perecíveis (como folhosas, tomate, banana e manga) e, além disso, para pequenos produtores e agricultores familiares que dependem de uma cadeia mais longa de comercialização e estão apresentando dificuldades logísticas. Para grandes produtores da cadeia de HF de modo geral, que atendem boxes do Ceasa e supermercados, pode-se dizer que está havendo escoamento quase com normalidade – então, não se visualizam problemas de abastecimento do consumidor, mas, sim, dificuldades para os pequenos/médios produtos de HFs. No médio prazo, há, no entanto, preocupações de que as dificuldades e incertezas atuais impliquem em menor área plantada e, consequentemente, menor oferta nos próximos meses.

 

Até o momento, o setor com maiores prejuízos é o de flores – com grande perda da produção diante da paralisação da demanda.

Destaca-se, também, o caso do etanol. O período anterior ao da pandemia foi marcado por grande otimismo no setor, já que o início do Programa Renovabio foi estabelecido para janeiro. No entanto, a queda abrupta e intensa dos preços do petróleo, devido ao embate entre Rússia e Arábia Saudita – que reduz a competitividade do etanol –, e as estratégias de isolamento decorrentes do coronavírus têm exercido impacto negativo expressivo sobre a demanda de combustíveis. Começa a se desdobrar uma crise no setor.

Em geral, os setores mais vulneráveis e que merecem atenção especial são o de leite, de hortifrutícolas, sobretudo os mais perecíveis (como folhosas, tomate, banana e manga), de floricultura e de biocombustíveis, além de algumas agroindústrias mais focadas no mercado interno, como a têxtil-vestuarista, de calçados e de móveis. Ressalta-se que, independentemente do setor, os agentes e estabelecimentos de pequeno e médio portes, que usualmente detêm uma menor margem de manobra para sobreviver a momentos de crise, deverão sentir com mais força o efeito da pandemia.

 

Clique aqui e confira material completo!

 

Fonte: CEPEA

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Sindiavipar critica decisão do STF sobre desoneração da folha de pagamento

Sindicato faz um apelo aos membros do Congresso para que intervenham e revertam essa decisão, visando preservar as condições já estabelecidas para os setores empresariais afetados.

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Foto: Jonas Oliveira

O Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) manifestou, nesta sexta-feira (26), sua preocupação diante da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, de suspender a desoneração de impostos da folha de pagamentos dos setores empresariais que mais empregam no país.

Anteriormente, esta medida havia sido aprovada pelo Congresso Nacional com ampla maioria de votos.

De acordo com o Sindiavipar, a decisão do STF responde a um pedido do governo federal e pode impactar negativamente o emprego, elevar os custos de produção, agravar a inflação e acentuar a insegurança jurídica no país.

Diante disso, o sindicato faz um apelo aos membros do Congresso para que intervenham e revertam essa decisão, visando preservar as condições já estabelecidas para os setores empresariais afetados.

Confira a nota na íntegra: 

É com extrema preocupação e profunda decepção que o Sindicato das Indústrias Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) recebe a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, de suspender a desoneração de impostos da folha de pagamentos dos setores empresariais que mais empregam no país, que havia sido duplamente referendada pelo Congresso Nacional por esmagadora maioria de votos dentro do mais transparente processo democrático.

Além de ferir o princípio constitucional da equidade dos três poderes, a lamentável medida, que atende inoportuno pedido do governo federal, expõe mais uma intromissão indevida do STF em atribuições que são exclusivas do legislativo, com potencial para levar à demissão milhões de trabalhadores, restringir novas contratações, elevar os custos de produção com forte impacto inflacionário e aumentar a insegurança jurídica do Brasil, fator que já vem desestimulando novos investimentos na economia e travando o crescimento nacional.

O Sindiavipar espera que os senadores e deputados federais, representantes legítimos dos interesses e das aspirações da população brasileira, tomem as necessárias e urgentes providências para derrubar o ato infeliz do ministro do STF e restaurar a vontade soberana do Parlamento, evitando um grave retrocesso que trará desastrosos prejuízos econômicos e sociais para o país.

Sindiavipar

Curitiba, 26 de abril de 2024

Fonte: O Presente Rural
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Com presença de autoridades, 89ª ExpoZebu será aberta oficialmente neste sábado

Expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

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Foto: Divulgação/ABCZ

Será aberta oficialmente neste sábado (27), a 89ª ExpoZebu – Genética Além das Fronteiras. O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Gabriel Garcia Cid, fará a abertura da solenidade às 10 horas no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).

Confirmaram presença no evento o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart.

A expectativa é que 400 mil pessoas passem pela maior feira da pecuária zebuína do mundo até o dia 6 de maio, 35 comitivas internacionais com 700 estrangeiros.

A ExpoZebu deste ano ressalta a força da cadeia produtiva da carne e do leite destacando avanços da genética zebuína, a relevância dos subprodutos da pecuária, trazendo ampla gama de produtos e serviços especializados.

Além disso, evidencia para criadores, investidores, profissionais do setor, estudantes e toda a comunidade as mais recentes técnicas de produção, manejo de rebanhos, nutrição animal, inovação tecnológica e oportunidades de negócios, apresentando muito mais do que uma exposição de gado.

Esta edição conta com 2.520 animais que participarão dos julgamentos entre os dias 28 e abril a 4 de maio. A programação também inclui o 2º Congresso Mundial de Criadores de Zebu (Comcebu), o 44º Torneio Leiteiro, 38 leilões, 8 shoppings de animais, palestras educativas, workshops práticos, demonstrações ao vivo voltadas ao impulsionamento da eficiência e produtividade porteira adentro.

Além disso, atrações para todos os públicos como a tradicional Feira de Gastronomia e Alimentos de Minas, a 39º Mostra do Museu do Zebu e shows, o que contribui para a movimentação da economia com geração de 4.200 empregos diretos e indiretos.

O Parque Fernando Costa estará aberto para visitação durante os dias de feira das 7h30 às 22h. Especialmente neste sábado, os visitantes poderão degustar pipoca e algodão doce gratuitamente no período da manhã.

A ‘89ª ExpoZebu – Genética Além das fronteiras’ é uma realização da ABCZ, com patrocínio de Cervejaria Petrópolis – Itaipava, Neogen, Banco do Brasil, Cachaça 51: uma boa ideia, Sistema CNA/Senar, Programa leilões, Chevrolet, SETPAR empreendimentos e Caixa – Governo Federal e apoio de Geneal, Sicoob Credileite, Prefeitura de Uberaba – Geoparque, Sindicato Rural de Uberaba e Fazu.

Fonte: Assessoria ABCZ
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ABCZ lança campanha para valorização do produtor rural e da produção de carne e leite

Vídeos educativos serão exibidos em painéis no Parque Fernando Costa, durante a 89ª ExpoZebu.

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A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) inicia a 89ª ExpoZebu, maior feira de pecuária zebuína do mundo, uma campanha de valorização do produtor rural e da produção de carne e leite. Trata-se de vídeos educativos com informações importantes sobre o setor.

‘Conhecer para Admirar’ é uma série de 3 episódios com histórias de personagens que tiveram as vidas transformadas pelo agronegócio. A ABCZ também divulgará dois vídeos educativos evidenciando os benefícios da carne e do leite.  “Nós precisamos ampliar o diálogo com a população para combater informações equivocadas sobre a pecuária e agronegócio. Por isso, na campanha, mostraremos exemplo de trabalho e superação na produção rural, além dos benefícios da carne e do leite: empregos gerados, produtos e subprodutos, e principalmente as qualidades nutricionais indispensáveis para a nossa saúde. Tudo isso é fruto do melhoramento genético”, destaca o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid.

O trabalho desenvolvido pela ABCZ contribuiu para o desenvolvimento da genética no país. Entidade ligada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a ABCZ é responsável pelos registros de animais zebuínos no Brasil. Ao longo de seus 105 anos, a associação já registrou cerca de 23 milhões de animais. E esse progresso genético levou o Brasil ao topo do ranking de exportadores de carne bovina.

Os vídeos serão lançados nesta sexta-feira (26), durante reunião da Frente das Associações de Bovinos do Brasil (FABB). Em seguida, serão publicados nas redes sociais da ABCZ e serão divulgados nos telões do Parque Fernando Costa, durante a 89ª ExpoZebu, por onde passam cerca de 400 mil pessoas.

Fonte: Assessoria ABCZ
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CBNA – Cong. Tec.

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