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Avicultura

Saiba porque o presidente da Lar enxerga 2024 com otimismo para a avicultura

Em entrevista exclusiva concedida ao Jornal O Presente Rural, Irineo da Costa Rodrigues destacou os desafios, as estratégias adotadas para superar esse período turbulento no setor e os investimentos feitos para melhorar a infraestrutura e a qualidade na entrega do produto final.

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Fotos: Divulgação/Lar

Os altos custos de produção e a constante ameaça da Influenza aviária fizeram de 2023 um ano extremamente desafiador para a avicultura comercial, levando a atividade a encerrar o ano com margens bem estreitas. Esta análise foi feita pelo diretor-presidente da Lar Cooperativa Agroindustrial, Irineo da Costa Rodrigues, em entrevista exclusiva concedida ao Jornal O Presente Rural, em que destacou os desafios, as estratégias adotadas para superar esse período turbulento no setor e os investimentos feitos para melhorar a infraestrutura e a qualidade na entrega do produto final.

Com o valor médio da saca de 60 quilos de soja vendido a R$ 170 e do milho sendo comercializado por R$ 70/sc no início do ano passado impactaram o custo operacional da avicultura, especialmente em relação ao preço de venda da carne de frango, que sofreu uma queda acentuada desde o fim de 2022 e não apresentou recuperação até agosto de 2023. “A atividade operou com margens negativas até setembro, sendo somente a partir de outubro que a avicultura começou a mostrar sinais de recuperação. Entretanto, mesmo com resultados positivos nos últimos meses do ano, não foi possível cobrir as perdas acumuladas de janeiro a agosto de 2023”, evidencia Rodrigues.

Com o aumento dos focos de Influenza aviária, sobretudo em regiões litorâneas do Brasil, a preocupação no setor crescia e o clima de incerteza ganhava cada vez mais força. “Felizmente, o Brasil não registrou nenhum foco na avicultura comercial, o que fez com que mantivéssemos o status de país livre da doença, graças à extraordinária vigilância sanitária promovida por órgãos públicos em conjunto com o setor privado e a cadeia produtiva. A união de esforços entre esses setores é fundamental para preservar essa conquista”, destaca.

Com olhar otimista, o diretor-presidente da Lar afirma que 2024 deve ser de perspectivas mais favoráveis para o setor avícola, com o ano tendo começado com a redução nos custos de produção, impulsionada pelos preços mais baixos da soja e do milho, aliada à leve recuperação nos preços da carne. “Não havendo um alojamento muito alto a atividade poderá se recuperar ao longo de 2024”, ressalta.

Avicultura da Lar em números

A avicultura da Lar engloba a integração de 2.746 aviários, com 1.320 integrados para a engorda de aves, distribuídos em 80 municípios do Paraná, e outros 13 integrados na produção de ovos férteis com 21 núcleos de produção. “Para 2024 vamos oferecer apenas oportunidades pontuais para atender ampliação no vazio sanitário e pequenos ajustes necessários visando uma integração de excelência em resultados”, aponta Rodrigues.

A estrutura avícola da cooperativa conta atualmente com 15 Núcleos de Recria de Aves próprias, com capacidade para recriar 2,35 milhões de matrizes por ano; além de 13 Núcleos de Integração voltados para a produção de ovos férteis, o que tornou a cooperativa capaz de suprir 67% de sua necessidade de ovos para incubação, fortalecendo a cadeia produtiva desde o início do processo.

Ainda possui dois Incubatórios em operação, com capacidade atual de incubação de 24,3 milhões de ovos. Segundo Rodrigues, a expansão prevista para o incubatório de Itaipulândia, no Oeste do Paraná, programada para março de 2024, vai elevar essa capacidade para 36 milhões de ovos, atendendo, em média, 95% da demanda por pintainhos para alojamento da cooperativa.

Para fortalecer a verticalização da produção e garantir a qualidade dos insumos utilizados na criação das aves, a Lar possui sete Unidades Industriais de Rações, com capacidade instalada de produção de ração de 267 mil toneladas por mês, das quais cinco são direcionadas à avicultura.

Desafios para se manter competitivo

As tendências e desafios globais para o Brasil, atualmente o segundo maior produtor e o maior exportador mundial de carne de frango, afetam diretamente empresas exportadoras como a Lar.

Segundo Rodrigues, esses desafios incluem a necessidade de manter um status livre de Influenza aviária em aves comerciais, demonstrar práticas sustentáveis no processo produtivo, assegurar o bem-estar animal, cumprir legislações nas diferentes esferas, além de se adequar aos diferentes requisitos de mercados e clientes internacionais que buscam suprir nichos de mercados para atender as novas demandas de clientes. “A Lar sempre atua com muita transparência junto aos mercados e clientes, demonstrando processos produtivos sustentáveis, e buscando as certificações nacionais e internacionais que, após auditorias, certificam e garantem nossos processos dentro do escopo esperado pelo mercado. Além é claro das práticas diárias na gestão da cooperativa face ao programa de ESG que temos implementado, abrangendo aspectos da sustentabilidade com meio ambiente, práticas sociais com associados, funcionários e comunidade e também as práticas de governança na cooperativa”, frisa.

A Lar já expandiu sua presença para mais de 90 países, operando mensalmente, em média, para 40 a 50 nações, abrangendo operações em mais de 100 portos ao redor do mundo. Os principais destinos de exportação incluem China, Coréia do Sul, União Europeia, África do Sul, México, Oriente Médio, Filipinas e Reino Unido.

Mais de 80 tipos de produtos são exportados mensalmente pela cooperativa. Destacam-se, por exemplo, na Europa, os filés de peito, disponíveis em versões salgadas, in natura e cozidas. No Japão, a empresa oferece coxa com sobrecoxa desossada (BL), enquanto na China, os produtos incluem pés, meio da asa e ponta da asa. África do Sul recebe carne mecanicamente separada (CMS), e no Oriente Médio, a Lar se destaca com shawarma e BL. O México importa filé de peito e coxinha da asa, enquanto a Coreia do Sul recebe o BL. “As nossas indústrias tem padrão de excelência em suas operações e temos 151 países habilitados para exportar entre as quatro plantas frigoríficas, com olhar estratégico sempre vamos continuar analisando as melhores oportunidades em termos de viabilidade comercial, sem deixar de incluir na análise o mercado interno onde a marca Lar tem se fortalecido e atualmente está presente em todos os estados brasileiros nos principais clientes estratégicos que operam o varejo nacional”, salienta.

Melhorias em eficiência e qualidade

Rodrigues destaca que nos últimos anos, os investimentos realizados em todos os segmentos da cadeia avícola na Lar foram focados para alcançar maior eficiência, redução de custos e aumento da produtividade, sempre priorizando a máxima qualidade. “Toda a estrutura na recria de aves é dotada de ambiência e todo processo de manejo é focado em maior uniformidade das aves recriadas, visando atingir todo potencial da genética recriado em ovos produzidos e pintainhos viáveis após incubação”, menciona.

O gestor da cooperativa enfatiza que na produção de ovos férteis é trabalhado com tecnologia de ponta e máxima automação nos processos de recolha e classificação, visando sempre as melhores condições dos ovos férteis para excelência no processo de incubação. “Nos incubatórios, nossos processos utilizam as tecnologias mais modernas com processos de estágio único, com equipamentos de última geração, incluindo manutenção remota por óculos virtuais sendo utilizados pela equipe técnica da Lar junto as nossas estruturas e conectando os especialistas do exterior para rápida identificação e manutenção eficaz”, explica o executivo.

Já nas Indústrias de Ração, Rodrigues afirma que investimentos relevantes foram realizados nos últimos quatro anos, com máxima automação em processos de produção, com 100% da ração sendo peletizada para atendimento das integrações da Lar, com foco em máximo desempenho do campo, visando otimização dos ativos vivos para cooperativa e também levando melhoria de renda aos integrados dedicados aos processos produtivos.

Com um dos parques industriais mais modernos e automatizados do Brasil, o diretor-presidente a Lar diz que os projetos de melhoria nas indústrias de abate são contínuos “Vamos seguir automatizando todos os demais processos ainda possíveis, sempre com olhar de melhoria de processos, redução de custos e padronização do padrão de qualidade dos produtos produzidos tanto para mercado interno como externo”, afirma.

Foto: Jonathan Campos/AEN

Por sua vez, nos processos de produção, o executivo reforça que o olhar está focado em processos sustentáveis, em que o meio ambiente e as relações com as pessoas (associados integrados, funcionários, parceiros e clientes) sempre são pautados na transparência e boa conduta, e o bem estar animal como compromisso maior, sendo certificado para garantia das condições estabelecidas pelo mercado e clientes atendidos ao redor do mundo. “Junto aos avicultores estão sendo adotados cada vez mais equipamentos que fazem a dosagem segura da alimentação, iluminação adequada através de lâmpadas e controle de cortinas, sensores que medem desde temperatura até a concentração de amônia, informando ao produtor e à cooperativa o status do aviário em tempo real, e também a regulagem dos instrumentos de ventilação/exaustão”, pontua Rodrigues.

E na comercialização, o diretor-presidente da Lar é enfático ao afirmar que a cooperativa busca sempre inovar com olhar estratégico para que a marca Lar esteja alinhada as melhores práticas do mercado, atendendo as exigências e necessidades dos diferentes segmentos que a cooperativa atende, tanto no mercado interno como externo. “Seja no formato e tamanho das embalagens, seja na agregação de valor como ocorre nas linhas de cozidos, empanados, linguiças e temperados, como também na busca contínua pela excelência da prestação de serviços em todos os processos desde o embarque, logística, documentação e pós-venda”, menciona.

Práticas sustentáveis

Com o intuito de buscar equilíbrio entre a excelência na criação de aves e o respeito ao meio ambiente, a Lar desenvolve através do Programa Prioridade Ambiental um rigoroso monitoramento em todas as suas atividades, visando manter a qualidade do ar, o controle e gerenciamento dos parâmetros da água, resíduos e efluentes, além de trabalhar para melhorar a eficiência energética, com o uso de fontes alternativas, e de atuar junto à comunidade com temas voltados à educação ambiental.

No que diz respeito à preservação da qualidade do ar e ao sequestro de carbono, a cooperativa conta com extensas áreas de reflorestamento, que totalizam 2.250 hectares, além de mais 1.409 hectares de vegetação nativa no Paraná. No Mato Grosso do Sul, a cooperativa mantém 176 hectares destinados ao reflorestamento. Além disso, monitora o atendimento aos padrões de qualidade do ar em 100% de suas unidades. “Além de investimentos para manter a qualidade do ar, a Lar implantou em 2023 o projeto de reuso de água nas plantas de abate de aves em Rolândia e Matelândia, com objetivo de reduzir em 50% o consumo de água no abate, ou seja, o equivalente ao consumo de uma cidade de aproximadamente 120 mil habitantes”, expõe Rodrigues.

Os gases de efeito estufa (GEE) são os mais prejudiciais ao meio ambiente e a Lar tem implementado estratégias para evitar sua emissão para a atmosfera. Conforme o executivo, na Lar foram implantados biodigestores nas unidades de produção de leitões para canalizar o gás e o transformar em energia elétrica, alimentando geradores e abastecendo as unidades as quais estão instalados. “Através deste sistema evitamos em 2022 a emissão de 33.203 toneladas de dióxido de carbono (CO²) na atmosfera através da conversão do biogás em energia elétrica, totalizando cerca de 1.186 tonelada de metano evitado no meio ambiente”, menciona o diretor-presidente da Lar, contando que a cooperativa realizou nos últimos dois anos o inventário de carbono e tem como meta neutralizar as emissões relativas ao Escopo 1 e 2 já nos próximos anos.

Com a missão de envolver o quadro social nos temas da agenda de ESG, a cooperativa promove o Prêmio Lar de Sustentabilidade, que reconhece os associados que praticam as boas práticas de sustentabilidade na propriedade. “O objetivo é disseminar e estimular a cultura de sustentabilidade junto aos associados e a comunidade, a partir de critérios de ESG”, assegura Rodrigues, acrescentando: “Outro projeto voltado à sustentabilidade é a recuperação de nascentes degradadas das propriedades dos associados e da própria cooperativa, iniciativa que já recuperou mais de 250 nascentes, devolvendo água pura e abundante à natureza e ao consumo nas propriedades”.

Em relação ao efluente, após o processo de tratamento, a cooperativa realiza a disposição em solo por meio da fertirrigação em uma área de 331 hectares. Neste sentido, além de um aproveitamento da água que retorna à natureza, a Lar também sequestra carbono com o plantio e manejo de florestas de eucalipto.

Para gerenciar os resíduos sólidos, foi implementado a logística reversa de embalagens em diversas unidades, incluindo aves, rações e produção de ovos. Nas instalações dedicadas à produção de pintainhos e leitões, assim como nas propriedades dos associados, é feita também a coleta dos Resíduos de Serviço de Saúde Animal (RSS). Essa iniciativa resultou na destinação adequada de 79,80 toneladas desses resíduos ao longo de 2023.

Já em resíduos de agrotóxicos foram recolhidas 367 toneladas de embalagens em 15 municípios da Costa Oeste de abrangência da cooperativa.

Rodrigues também destaca que são realizados diversos eventos voltados à conscientização ambiental, entre os quais no Dia Mundial do Meio Ambiente, Dia da Água, Dia da Terra, Dia da Árvore, envolvendo a comunidade estudantil de forma a contribuir para uma sociedade mais integrada com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

Remuneração por eficiência

Com uma trajetória de 24 anos na avicultura, a Lar se consolidou neste período como a terceira maior empresa de abate de frangos no Brasil, com processamento superior a um milhão de aves/dia. As quatro plantas frigoríficas da Lar registraram em 2023 aumento de 11,25% no volume de aves abatidas em comparação com 2022 e em produto final alcançou um acréscimo de 11%, fechando o último ano com mais de 840 mil toneladas de carne. Esse desempenho resultou na geração de mais de 20 mil empregos diretos em toda a cadeia produtiva.

Tamanha responsabilidade requer aprimoramento de processos e foi pensando nisso que a cooperativa remodelou o sistema de integração, em conjunto com os produtores integrados da atividade. “Reunimos todos os integrados da avicultura para uma avaliação e revisão do sistema de integração e, durante esse processo, dedicamos atenção especial às preocupações e sugestões dos produtores, propondo um novo sistema de integração para a avicultura da Lar a partir de 2024, muito mais previsível e fácil de compreender. Além disso, introduzimos um enfoque meritocrático, proporcionando uma remuneração mais vantajosa para os integrados que demonstram maior eficiência. E para aqueles que buscam aprimorar sua eficácia, o novo sistema oferece uma compreensão clara dos pontos que necessitam de melhorias”, expõe Rodrigues.

Em busca de constância e uma melhor qualidade na produção de ovos férteis, a cooperativa ampliou seus dois incubatórios e deverá até o fim do primeiro quadrimestre de 2024 atingir 95% da produção própria de pintainhos. “Com isso a Lar poderá melhorar a avicultura em 2024, tornando-a mais competitiva e também levando aos associados, além de insumos para a nutrição animal, o fornecimento de pintainhos”, enaltece o executivo.

Crescimento para 2024

Para alcançar novos patamares de eficiência operacional em suas indústrias e volume na produção de aves em 2024, o diretor-presidente da Lar destaca que a cooperativa planeja implementar práticas de abate otimizado, visando ampliar o processamento de aves em 4,5% e em produto acabado 6,8%, podendo chegar a marca de 900 mil toneladas de produto final. Rodrigues ressalta que a estratégia por trás desse crescimento reside na modernização dos processos de produção, adoção de tecnologias inovadoras, logística e controle de qualidade, garantindo um fluxo contínuo e eficaz desde a criação até a distribuição do produto final.

Visando novos projetos de melhoria contínua e eficácia produtiva, Rodrigues antecipa que em 2024 serão feitos investimentos na ordem de R$ 75 milhões em projetos de automação nas quatro indústrias de abate, com foco em mitigar a necessidade de mão de obra para processos básicos e repetitivos, trazendo com isso uma melhor padronização e qualidade final do produto. “O foco da Lar nos processos industriais é sempre atuar de forma mais otimizada possível, seja no aproveitamento de todos os dias da semana, e também em não ter interrupção dos trabalhos no decorrer do dia, sempre otimizando abate em todas as pausas e intervalos, com devido cumprimento de toda legislação pertinente aos trabalhadores que cumprem jornada de trabalho de cinco dias por semana, com dois dias de folga. A otimização se faz necessária para que os investimentos feitos em toda cadeia produtiva possam ser devidamente viabilizados”, explica o executivo.

Ainda em relação as perspectivas para o ano que se inicia, Rodrigues aponta a necessidade de manter a sanidade das aves comerciais, com especial atenção para a ausência de Influenza aviária, bem como prevê possíveis flutuações nos preços de milho e da soja devido a questões climáticas relacionadas ao fenômeno El Niño. “Temos expectativas positivas com relação as exportações e consumo interno prospectado em 47 kg per capita, além de melhor equilíbrio entre oferta e demanda no setor”, exalta.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Apesar de isolado, foco de Newcastle no Rio Grande do Sul preocupa setor

Uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços.

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Foto: Shutterstock

A confirmação de um foco da doença de Newcastle numa granja comercial de frangos no município de Anta Gorda (RS), na região do Vale do Taquari, no final da semana passada, vem deixando o setor em alerta.

Segundo pesquisadores do Cepea, uma eventual suspensão das compras de carne de frango brasileira que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio País pode resultar em um aumento acentuado da disponibilidade interna da proteína, seguido de fortes quedas de preços, podendo, inclusive, afetar a relação de competitividade com as concorrentes bovina e suína.

Diante disso, no curto prazo, pesquisadores do Cepea explicam que devem ocorrer ajustes no alojamento de aves.

O Brasil é, atualmente, o maior exportador de carne de frango do mundo. No segundo trimestre, os embarques superaram em 12,1% os dos três primeiros meses do ano e em 4,1% os de abril a junho do ano passado, conforme dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Avicultura

Área de emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle é limitada a cinco municípios gaúchos

Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

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Foto: Julia Chagas

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) restringiu a área de abrangência da emergência zoossanitária para contenção da doença de Newcastle, limitando-a aos municípios que estão no raio de dez quilômetros a partir do foco confirmado: Anta Gorda, Doutor Ricardo, Putinga, Ilópolis e Relvado. O Governo do Estado publicou, na quinta-feira (25), decreto em que declara estado de emergência de saúde animal nos mesmos municípios.

Inicialmente, o Ministério havia publicado, em 18 de julho, uma portaria colocando todo o Rio Grande do Sul em estado de emergência zoossanitária. “O trabalho da Secretaria da Agricultura foi essencial para a revisão do perímetro do estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul. Foi com nossos dados e informações que o Ministério se embasou para tomar esta decisão”, detalha a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDA/Seapi), Rosane Collares.

O estado de emergência tem duração de 90 dias, podendo ser prorrogado em caso de evolução do estado epidemiológico. Durante sua vigência, há o isolamento sanitário da área afetada, com a restrição da movimentação de material de risco relacionado à disseminação da doença, incluindo o direcionamento de trânsito por vias públicas para desinfecção, ou mesmo o bloqueio de acessos.

Até quarta-feira (24), o Serviço Veterinário Oficial do estado já havia vistoriado todas as propriedades dentro do raio de três quilômetros (área perifocal) e iniciava revisitações a estes locais. Foram visitados 78% dos estabelecimentos incluídos no raio de dez quilômetros (área de vigilância) a partir do foco. Somando as duas áreas, são 858 propriedades no total, entre granjas comerciais e criações de subsistência.

As barreiras sanitárias continuam funcionando, ininterruptamente, em quatro pontos na área perifocal e dois locais na área de vigilância. Até o momento, foram abordados 726 veículos alvo na área perifocal e 415 na área de vigilância.

Após o caso confirmado que levou ao decreto de estado de emergência zoossanitária, não houve novas suspeitas de foco da doença. Duas amostras coletadas no município de Progresso, com suspeita fundamentada de síndrome respiratória e nervosa das aves, foram encaminhadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (SP) e apresentaram resultado negativo.

Todas as suspeitas da doença, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura, por meio da Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária, pelo sistema e-Sisbravet ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.

Fonte: Assessoria Seapi
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Avicultura

Carne de frango ganha cada vez mais espaço na mesa do brasileiro

Preço acessível, alto valor nutricional e ampla aceitação cultural e religiosa estão entre as vantagens da proteína.

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Produção do frango é mais rápida e sustentável do que outras proteínas - Foto: Jonathan Campos

Considerada uma das melhores opções nutricionais para compor o cardápio, a carne de frango é a proteína animal mais consumida no Brasil. A preferência é atribuída a vários fatores, incluindo preço acessível, alto valor nutricional, versatilidade na culinária e ampla aceitação cultural. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2023, o consumo per capta de carne de frango no país chegou a aproximadamente 45,1 kg, confirmando suas vantagens nutricionais e acessibilidade econômica. Em 2009, o consumo individual no Brasil era de 37,5 kg por ano, mas vem crescendo a cada ano.

Nesse mercado, o Paraná é o maior produtor e exportador de aves e derivados do Brasil. O estado é responsável por cerca de 36% da produção nacional, além de 42% do volume de exportações do segmento. O empresário Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), destaca que os mercados nacional e internacional estão atentos às vantagens e ao custo-benefício da carne de frango, o que vem impulsionando a demanda gradativamente. “Além do consumo interno, o produto brasileiro tem compradores em diversos países, em especial na Ásia e Oriente Médio, que são locais com grande demanda em função de questões religiosas e culturais”, analisa.

Em países com predominância de culturas muçulmanas e hindus, o consumo de carne bovina é proibido ou restrito devido às práticas religiosas. O frango, por outro lado, é amplamente aceito, pois não está sujeito às mesmas restrições religiosas. “Além disso, a culinária asiática e do Oriente Médio inclui muitas receitas tradicionais que utilizam carne de frango”, comenta Kaefer.

Custo-benefício

A eficiência produtiva da carne de frango é outro diferencial. Cassiano Marcos Bevilaqua, diretor associado de Marketing LatCan, explica que a produção de frango possui um ciclo significativamente mais curto e econômico comparado a outras proteínas animais. Segundo ele, um frango consome cerca de 1,5 kg de ração para cada quilo de carne produzida, levando aproximadamente 42 dias para atingir o peso ideal de abate. O prazo é bem inferior ao da produção de suínos e bovinos, que têm ciclos de produção muito mais longos e menos eficientes.

Bevilaqua fala que um porco, por exemplo, precisa consumir 3 kg de ração e leva mais de 150 dias para ser abatido. No caso do boi, a taxa de conversão é de 4×1 e precisa de pelo menos dois anos para ser abatido. “Por ter um ciclo mais rápido e mais eficiência produtiva, o frango elimina menos dejetos, consome menos alimento e necessita de menos espaço para a produção, o que torna a carne de frango muito mais sustentável do que as demais”, esclarece.

Dieta equilibrada

Foto: Divulgação/OP Rural

Um dos grandes atrativos da carne de frango é o seu valor nutricional. Trata-se de um alimento rico em proteínas de alta qualidade e que fornece todos os aminoácidos essenciais que o corpo humano necessita, segundo a USDA National Nutrient Database. Em 100 gramas de peito de frango cozido, por exemplo, há cerca de 31 gramas da proteína, essencial para o crescimento e reparação dos tecidos.

Outra vantagem é o baixo teor de gorduras saturadas, especialmente quando consumida sem pele, com aproximadamente 3,6 gramas de gordura total por 100 gramas, e um total de 165 kcal. A carne de boi, por outro lado, contém mais gorduras saturadas (10g de gordura total por 100g de carne magra cozida) e é mais calórica (250 kcal por 100g). O mesmo ocorre com os suínos, que tem de 10 a 12g de gordura total por 100g de carne magra cozida e 242 kcal.

Composição nutricional

Roberto Alexandre Yamawaki, gerente de Serviços Técnicos e Produtos para a América Latina da Hubbard, aponta outros benefícios nutricionais. Ele pontua a presença de nutrientes que são essenciais para a dieta, tais como aminoácidos essenciais e proteínas de alta qualidade, importantes para a construção e reparação de tecidos, bem como para a produção de enzimas e hormônios.

Segundo o especialista, o consumo regular de carne de frango oferece múltiplos benefícios para a saúde. A inclusão da proteína na dieta pode ajudar no controle de peso, fortalecer o sistema imunológico, melhorar o crescimento muscular e fornecer energia sustentável.

Entre os nutrientes presentes no frango estão Omega-6 e colina, vitaminas do Complexo B – como Vitamina B3 (Niacina), Vitamina B6 (Piridoxina) e a Vitamina B12 (Cobalamina) –, além de minerais como fósforo, selênio e zinco. “A carne de frango possui vários benefícios específicos que a torna uma escolha adequada e popular para o consumo. Pois ela possui uma grande versatilidade culinária, o que a torna uma opção prática para diferentes refeições e estilos de culinária”, reforça.

Sindiavipar

O Sindiavipar representa as indústrias de produtos avícolas. A carne de frango produzida no Paraná é exportada para 150 países.

O processamento de aves no Paraná se concentra em 29 municípios e 35 indústrias. Além disso, a avicultura gera 95,3 mil empregos diretos e cerca de 1,5 milhão de empregos indiretos no Estado. São mais de 19 mil aviários, aproximadamente e 8,4 mil propriedades rurais distribuídas em 312 municípios paranaenses. As indústrias associadas ao Sindiavipar são responsáveis por 94% da produção estadual.

Segundo o Relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil ocupa o primeiro lugar no mercado global de carne de frango, sendo o principal exportador do produto.

 

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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