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Bovinos / Grãos / Máquinas

Saiba os cuidados essenciais com os recém-nascidos

Criação de bezerros exige muito cuidado e atenção no manejo, principalmente no primeiro mês de vida do recém-nascido

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Artigo escrito por Equipe J.A. Saúde Animal

A pecuária bovina é um dos segmentos mais importantes do setor agropecuário brasileiro, com um rebanho de mais de 220 milhões de cabeças, sendo 70 milhões de vacas e 45 milhões de bezerros. Independente se for gado de corte ou de leite, toda a criação de bovinos depende e se inicia com a fase de cria. Segundo dados do IBGE (2000), mais de 60% das propriedades brasileiras possuem fase de cria, sendo que 24% das propriedades trabalham exclusivamente com essa atividade.

A criação de bezerros exige muito cuidado e atenção no manejo, principalmente no primeiro mês de vida do recém-nascido.  Estudos mostram que, com a prática de manejo adequada nessa fase, o peso do animal no desmame pode chegar em até 50% do seu peso de abate. Por outro lado, quando não se dá atenção necessária ao manejo, podem ocorrer diversos prejuízos, como baixo ganho de peso diário, doenças de umbigo (onfalites e suas consequências), outras doenças infecciosas oportunistas e até a morte do animal. E ainda mais relevante do que a perda do bezerro é a subutilização de toda a estrutura necessária para a produção da cria, ou seja, os investimentos em novilhas, matrizes, touros, despesas com reprodução, além da alimentação e manejo de todos esses animais.

O período mais crítico na criação dos bezerros é o seu primeiro mês de vida. Estudos comprovam que 75% da mortalidade de bezerros de até um ano de idade ocorrem durante esse período, havendo então a necessidade de cuidados redobrados nesse momento, destacando-se a colostragem, cura de umbigo e uso de medicação metafilática.

O colostro, primeiro leite da vaca, é o alimento mais importante para o recém-nascido. Ele é rico em proteínas, gorduras e principalmente em imunoglobulinas, que são os anticorpos que irão proteger os bezerros em suas primeiras semanas de vida. O principal motivo pelo qual a colostragem é essencial em bovinos é a característica placentária dessa espécie, que impede a passagem de anticorpos durante a gestação, deixando o recém-nascido sem proteção alguma no nascimento. Outro agravante é fato de que ao nascimento o bezerro apresenta uma elevada concentração de cortisol, o que provoca neutrofilia, linfopenia, redução da atividade fagocítica dos macrófagos e neutrófilos, contribuindo ainda mais com a deficiência imunológica.

Aleitamento

Basicamente existem duas formas de aleitamento, o sistema natural e o sistema artificial. O sistema natural é aquele em que o bezerro ingere o colostro diretamente da vaca e o sistema artificial é aquele em que o colostro é administrado através de mamadeiras ou aleitadores. O sistema artificial é o mais indicado, pois através desse método você garante que o colostro foi ingerido no momento e volume adequado.

Independente do sistema utilizado no aleitamento é importante que o pecuarista fique atento a alguns fatores que influenciam na transferência da imunidade. O primeiro fator é a qualidade e quantidade de anticorpos secretados pela mãe, sendo que é preferível, devido a maior qualidade, que seja utilizado leite de multíparas ao invés de primíparas. Para se avaliar a qualidade do alimento pode-se lançar mão de dois métodos, o colostrômetro, instrumento de vidro que permite a avaliação da qualidade através da densidade do colostro, e o refratômetro, aparelho que avalia a qualidade pelo grau de refratometria da amostra. Ambos os métodos são baratos e simples de serem utilizados na propriedade.

O segundo fator que influencia na transferência da imunidade é a confirmação da ingestão do colostro pelo bezerro. A conformação inadequada dos tetos, como tetos muito curtos, muito longos ou grossos, pode ser responsável pela dificuldade na sucção. Primíparas e vacas taurinas podem apresentar habilidade materna aquém do desejado, reduzindo as chances de uma ingestão adequada. Quando não há ingestão de colostro os tetos das vacas ficam cheios e brilhantes e os bezerros se apresentam abatidos e com a região do vazio profunda. Nesses casos deve ser feita a ordenha do colostro seguida de administração através de uma mamadeira.

O terceiro e último fator que devemos nos atentar na colostragem é em relação a absorção dos anticorpos pelo intestino dos bezerros. Esta absorção é inversamente proporcional ao tempo da ingestão, sendo desejável que o colostro seja ingerido dentro das seis primeiras horas de vida, momento de maior aproveitamento dos nutrientes e imunidade colostral. Segundo os últimos estudos, a quantidade ingerida deve estar entre 15 a 20% do peso do bezerro ao nascimento. Esse sistema intensivo de aleitamento permite um melhor desenvolvimento e maior produção de leite na lactação futura.

Cura de umbigo

Outro cuidado essencial é a cura de umbigo, importante para evitar as doenças decorrentes à entrada de microrganismos através dos vasos umbilicais (veia, artérias e úraco) que dão acesso a circulação sistêmica e a diversos órgãos internos. A infecção do umbigo é responsável por diversas enfermidades, como onfalites, poliartrites, pneumonias, diarreias, septicemias, miíases, etc. Através de um estudo da Universidade de Wisconsin, observou-se que a mortalidade de bezerros com umbigo curado em comparação àqueles não curados foi mais de duas vezes maior, evidenciando a importância dessa prática na rotina da fazenda.

Mesmo com a colostragem e a cura do umbigo, sabemos que é natural ocorrer falhas de manejo e falhas na absorção de anticorpos pelo recém-nascido, o que pode pôr em risco a saúde e vida do animal nesse período de maior fragilidade. Lançar mão de um medicamento metafilático é uma opção viável para vencer esse desafio. A metafilaxia trata-se do uso de produtos injetáveis, de longa ação e em dosagem terapêutica, com a função proteger animais em situação de risco. O princípio ativo mais indicado na metafilaxia em bezerros é a Benzilpenicilina Benzatina, pois este é um fármaco administrado de forma injetável, em dose única, com ação prolongada de 28 dias, muito eficaz na eliminação dos agentes patogênicos característicos desse período. Adicionalmente, é indicado o uso de um antiparasitário injetável, associado ao antibiótico, para evitar ou reduzir a incidência de miíases (bicheiras) na ferida umbilical.

Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de agosto/setembro de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Entidades querem restringir a importação de leite

Em razão dos transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado, com estiagens, enchentes e excesso de importação, as federações estaduais recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor, priorizando a matéria-prima local e o trabalho dos produtores brasileiros.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Mobilização contra o aumento do volume de importação de leite subsidiado, principalmente da Argentina, está sendo estimulada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc).

Presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo: “Não podemos deixar nenhum produtor desamparado, por isso a mobilização das  federações estaduais de agricultura e união de todo o setor são fundamentais para mudar o cenário de baixos preços pagos pelo litro de leite e altos custos de produção” – Foto: Divulgação/MB Comunicação

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, diz que os transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado – estiagens, enchentes e excesso de importação – recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor, priorizando a matéria-prima local e o trabalho dos produtores brasileiros.

Nesse sentido, “é muito importante que cada Estado tome uma iniciativa para reduzir a compra do leite de outros países em uma atuação coordenada do setor em todo País”. Alguns Estados elevaram a alíquota de 0% para 12% aos importadores de leite em pó e de 2% para 18% na venda de produto fracionado. Em  outros, os lácteos importados foram excluídos da cesta básica, com aumento de ICMS sobre o leite importado.

Pedrozo informa que a CNA está elaborando um estudo para a aplicação de direitos antidumping à Argentina, com o objetivo de proteger o setor lácteo nacional. O dirigente lembra  que a excessiva importação de leite iniciada no primeiro semestre do ano passado achatou a remuneração do produtor nacional, impactando negativamente a competividade do pequeno e médio produtor de leite. As importações brasileiras de lácteos da Argentina e do Uruguai, em 2023, praticamente dobraram.

O presidente observa que grande parte dos produtores rurais atua na área de lácteos e que a crise no setor derruba a renda das famílias rurais. A forte presença de leite importado no mercado brasileiro provocou queda geral de preços, anulando a rentabilidade dos criadores de gado leiteiro.

Pedrozo defende um debate do setor produtivo com o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar para a definição de medidas de fortalecimento da pecuária leiteira no País com foco no aumento da produção e no fortalecimento do pequeno e do médio produtor de leite. Dessa forma será possível estimular, simultaneamente, a produção e o consumo, abrangendo a redução da tributação, combate às fraudes, criação de mercado futuro para as principais commodities lácteas, manutenção de medidas antidumping e consolidação da tarifa externa comum em 35% para leite em pó e queijo, além da utilização de leite e derivados de origem nacional em programas sociais. “Não podemos deixar nenhum produtor desamparado, por isso a mobilização das  federações estaduais de agricultura e união de todo o setor são fundamentais para mudar o cenário de baixos preços pagos pelo litro de leite e altos custos de produção”, defende.

Pedrozo alerta que a crise na cadeia do leite afeta diretamente a agricultura familiar, levando milhares de produtores a abandonar a atividade, que já registra forte concentração da produção em Santa Catarina. “Talvez uma das soluções seja regular a importação, criando gatilhos e barreiras para que seu exagero não destrua as cadeias produtivas organizadas existentes”, sugere.

Fonte: Assessoria
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Paraná tem 55 premiados no Mundial do Queijo; melhor queijeiro também é do estado

Entre os paranaenses premiados, são 12 medalhas Super Ouro, 14 Ouro, 14 Prata e 15 Bronze. Além do Brasil, participaram do concurso Itália, Espanha, México, Argélia, Polônia, Irlanda, Colômbia, Argentina, Inglaterra, Suíça, França e Uruguai.

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Foto: Guilherme White/Foosstudiobrasil

O Paraná teve 55 queijos e produtos lácteos de 23 municípios premiados na 3ª edição do Mundial do Queijo do Brasil, que aconteceu entre os dias 11 e 14 de abril, no Teatro B32, em São Paulo. No total, 1.900 produtos de 13 países foram avaliados por 300 jurados, e 598 queijos e produtos lácteos receberam medalhas. O júri foi presidido pelo queijista Laurent Dubois, um dos melhores artesãos da França na categoria queijo.

Foto: Divulgação/Mundial do Queijo

Entre os paranaenses premiados, são 12 medalhas Super Ouro, 14 Ouro, 14 Prata e 15 Bronze. A competição, organizada pela associação SerTãoBras, avaliou de forma anônima queijos, iogurtes, doces de leite e coalhadas, pela sua aparência exterior e interior, textura, aromas e sabores. Além do Brasil, participaram do concurso Itália, Espanha, México, Argélia, Polônia, Irlanda, Colômbia, Argentina, Inglaterra, Suíça, França e Uruguai.

Os produtos premiados são de Cantagalo (2), Carambeí (1), Cascavel (2), Chopinzinho (1), Curitiba (3), Diamante D’Oeste (1), Guarapuava (1), Jaguapitã (2), Jandaia do Sul (1), Lapa (1), Londrina (6), Manfrinópolis (1), Marechal Cândido Rondon (4), Maringá (1), Nova Laranjeiras (1), Palmeira (6), Palotina (2), Paranavaí (2), Ponta Grossa (2), Ribeirão Claro (3), Santana do Itararé (3), São Jorge D’Oeste (2) e Toledo (7). Confira a lista completa de premiados neste link .

A Cooperativa Witmarsum, de Palmeira, na região dos Campos Gerais, conquistou quatro medalhas. Ganhador do Ouro, o queijo Witmarsum Colonial Natural possui o selo de Indicação Geográfica (IG) – que indica a procedência do produto, respeitando os saberes e fazeres dos produtores locais.

“Conquistar uma premiação como a do Mundial é bem mais do que um reconhecimento da qualidade dos nossos produtos, é reconhecer a força dos nossos cooperados que se empenham de sol a sol na produção leiteira, fortalecer o cooperativismo e também uma prova de que somos capazes de produzir queijos tão bons quanto os Europeus”, diz o diretor de Operações da empresa, Rafael Wollmann.

O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com cerca de 3,6 bilhões de litros ao ano. O leite é o quarto produto em importância no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná, com R$ 11,4 bilhões em 2022, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral). Os queijos paranaenses têm tradição de destaque em concursos nacionais e internacionais

O sistema digital de apuração no 3ª Mundial do Queijo, que soma as notas dos jurados em tempo real, foi desenvolvido pelo Sistema Faep/Senar-PR.

Assistência

Foto: Divulgação/Cooperativa Witmarsum

Entre as queijarias premiadas, algumas recebem assistência técnica do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná). Um exemplo é o Rancho Seleção, de Londrina, no Norte do Paraná, que conquistou uma medalha Super Ouro, três Ouro, uma Prata e uma Bronze.

Outro caso é da Estância Baobá, de Jaguapitã, também no Norte, de Lívia Trevisan e Samuel Cambefort, que recebeu prêmios pelo requeijão de corte (Super Ouro) e pelo baommental (Bronze), um queijo inspirado no emmental, mas com menos maturação e com sabor adocicado.

Na edição passada do Mundial, a queijaria já havia levado sete medalhas. Os prêmios deste ano vieram após um período de muitas dificuldades. Em 2023, a propriedade teve metade de seu rebanho roubado. “Essas medalhas foram uma superação para a gente depois de tanto sufoco”, diz a proprietária. Além do diferencial da produção agroecológica, adotado ainda por poucas propriedades na região, as receitas da Estância Baobá têm valor sentimental. “O requeijão foi o primeiro queijo que fizemos. É uma receita da minha bisavó que foi passada para a minha mãe”.

A Estância Baobá também faz parte da Rota do Queijo Paranaense, iniciativa do IDR-Paraná, e está organizando sua adesão ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf-PR), para ampliar a comercialização. Atualmente a pequena propriedade recebe apoio de extensionistas do IDR-Paraná no sistema reprodutivo. “É um acompanhamento incrível”, diz Trevisan.

Melhor queijeiro

Além dos produtos, o Paraná também se destacou no prêmio de Melhor Queijeiro do Brasil, cujo grande campeão foi o engenheiro de alimentos Henrique Herbert, mestre Queijeiro da Queijaria Flor da Terra, de Toledo, no Oeste do Estado. Natural de Poço das Antas (RS), ele vive no Paraná há 10 anos.

Essa modalidade do concurso avaliou os concorrentes quanto ao saber-fazer profissional, à capacidade de produzir queijos em condições que os tiraram de sua zona de conforto e a habilidade em maturar um queijo em condições especiais. “Com esses resultados, cada vez mais deixamos de ser apenas um importante estado produtor de leite, mas também passamos a ser reconhecidos pelos queijos de excelência que são produzidos aqui”, comemora.

Em sua equipe, Herbert contou o apoio do engenheiro de alimentos Kennidy de Bortoli, natural de Foz do Iguaçu, para desbancar os demais candidatos. Ambos atuam no Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark), em Toledo, onde conduzem um projeto de pesquisa em queijos finos. O projeto levou oito medalhas, três de Ouro e cinco de Prata.

“Tanto as medalhas conquistadas pelos nossos queijos quanto a medalha conquistada por nós vêm de encontro com o que o Biopark almeja, que é justamente o desenvolvimento da região Oeste do Paraná, com o fator do ensino e a pesquisa”, diz Herbert.

Fonte: AEN-PR
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Momento favorece compra de boi magro para confinamento

Ao contrário do que acontecia até o início desta década, desde 2022, levantamento do Cepea mostra que os valores do boi magro têm caído de março a maio, justificados pela demanda relativamente baixa de agentes que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre.

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Foto: Everton Queiroz

Pesquisas do Cepea apontam que a atual relação entre os preços do boi magro e os ajustes do contrato julho de 2024 negociado na B3 (distante três meses, período de um ciclo de confinamento) sinaliza um bom momento para as compras de novos lotes dessa categoria de animal.

Ao contrário do que acontecia até o início desta década, desde 2022, levantamento do Cepea mostra que os valores do boi magro têm caído de março a maio, justificados pela demanda relativamente baixa de agentes que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre.

Ressalta-se que o boi magro representa cerca de 60% do custo de produção de confinamento.

Os outros insumos de impacto nos custos são os da alimentação.

O milho e o farelo de soja, tradicionais balizadores da cotação de alternativas para a dieta, estão em patamares inferiores aos registrados em anos recentes.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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